Pedalar na Lagoa… um aprendizado para a vida!

Quem conseguir não xingar e nem ser xingado… pode pegar a ‘carteirinha’!

     O movimento começa cedo, de manhãzinha, e não tem hora para acabar. Durante todo o dia, até a noite, são centenas de pessoas pedalando em torno da lagoa. Alguns indo para o trabalho – à tarde voltando -, alguns fazendo entregas, muitos treinando para competições e a maioria apenas fazendo turismo ou cuidando da saúde física e mental.

Essa é a Sapucaia, que equivocadamente deu nome a varias cidades e rios do Sul de Minas…

     Durante todo o percurso da Avenida Negrão de Lima, numa extensão de 20 quilômetros, há uma ciclofaixa, lenta, no elevado do canteiro, reservada aos bikers. Mas nem todos pedalam em segurança. Ao longo de todo o percurso há placas de alerta aos motoristas:

“Cuidado: Ciclistas em Treinamento”!

     No entorno da lagoa pedalam homens, mulheres e crianças de todas as idades, dos 7 aos 70 anos. Aliás, há muitos baby-bikers de 4 ou 5 anos pedalando por ali. E tem também senhores com mais de oitenta primaveras!

Impossível não parar para as selfies e ‘conversar’ com JK, Niemeyer, Burle Max e Portinari…

     Nos finais de semanas ensolarados, a faixa de 1,80m fica pequena para tanta gente. É aí que mora o perigo!

É aí que começa o “aprendizado para a vida”… Aprendizado de paciência, de tolerância, de educação, de respeito ao próximo e, principalmente… de controle dos próprios sentimentos e emoções!

Nem todos seguem as normas:

– pedalar sempre à direita da faixa;

– não invadir a esquerda sem olhar;

– não parar na faixa;

– não pedalar em dupla paralelo ao amigo ou à namorada;

Paralela à ciclofaixa há outra faixa pavimentada de igual tamanho… Essa é exclusiva para pedestres, que correm ou que caminham.

– Não pedalar na faixa de pedestres…

E a recíproca é verdadeira:

– Não caminhar na ciclofaixa!

Apesar de tudo isso, tem gente que trafega aqui ou acolá até com as mãos fora do guidom!

A inobservância destas normas de segurança e bem viver, durante a semana, pode provocar expressões do tipo:

– Desculpe… foi mal…

E reações do tipo:

– ‘Belê’… tranquilo…

Já nos finais de semana o caldo engrossa. As expressões mais comuns são:

– ‘Prestenção’ mané… Tem mais gente na pista… Não sabe andar, fica em casa… Jumento… chifrudo… (e tem coisa pior).

Durante a semana, com pouco movimento, os ciclistas, quando se aproximam de um distraído, pedem passagem com um bem humorado cumprimento:

– Bom diiiiia, boa taaarde… – e o distraído responde acanhado:

– desculpe!…

No domingo, com a faixa disputada por centenas de ciclistas, – e pedestres – distraídos, especialmente o turista ou o domingueiro fazendo selfie enquanto pedala, o linguajar perde um pouco do ‘romantismo’! De longe os incomodados já vão vociferando com rispidez:

– Direita, direita, olha a frente, direiiiita… ‘baraaaaalho’!

E quando passam, além da comunicação expressa no rosto e no olhar, se comunicam também com o braço… e não raro também com o ‘dedo médio’!

Praça do Museu de Arte, o ponto mais movimentado da lagoa. Ninguém passa por aqui sem levar muitas… fotografias!

    Enfim… pedalar na lagoa; curtir o ar puro; o frescor das arvores – ali tem uma fileira de Sapucaia, arvore que dá nome a rios e cidades no Sul de Minas – contemplar o visual dos diversos tons da agua, nem sempre limpa; os pescadores que banham minhocas diariamente por ali e de vez em quando fisgam uma tilápia ‘emperreada’, rsrsrsr; as academias ao ar livre; os trechos sombrios e desabitados da avenida; os pontos turísticos tais como a Casa do Baile, a Capela de São Francisco, o Mirante com as estátuas de JK, Niemeyer, Burle Max e Portinari defronte a ‘Casa Kubitschek’,  o Museu de Arte, cenário de infindáveis selfies e vídeos de noivas ou mulheres gravidas; a barragem da Av. Antonio Carlos, ponto final e cenário para mais fotografias, e finalmente a Praça de Yemanjá a Rainha da “Lagoa”, para curtir o por do sol!… É um aprendizado e tanto!

Praça de Yemanjá…  O passeio só fica completo quando se chega aqui. Melhor ainda se for no final da tarde…

 

     Depois de muito treinamento, depois de conviver com essa diversidade de comportamentos, de perfis tão diferentes, cada um se achando no direito disso e daquilo e um pouco dono de tudo… se você conseguir pedalar durante dez dias seguidos pelo orla da lagoa da Pampulha:

– Sem atrapalhar ninguém!

– Sem ser atrapalhado por ninguém!

– Sem dizer um palavrão…

– … e sem ser xingado por ninguém!

Então você aprendeu…  você cresceu…  você evoluiu…

Então você ‘pode passar no escritório’ e pegar sua ‘carteirinha’!

Você está preparado para viver em sociedade!

Mais um duplo homicídio em Silvianópolis

O crime aconteceu no curto espaço de dois anos!

Afonso de Jesus dos Reis, inicialmente negou o crime e disse que tinha um álibi… Faltou combinar isso com sua mãe!

Minha querida “Santana”, onde trabalhei de 85 a 98, não é mais a mesma! Naquele longo e saudoso período, tudo que eu tinha que investigar era briga de vizinhos, desentendimento entre sitiantes que deixavam a porteira do pasto aberta, um furto ou outro de galinha ou de residência cometido pelo “Salinho” e acidentes de transito… mesmo assim batidas entre carroças! Em 12 anos e meio aconteceram apenas dois homicídios na cidade. Um deles cometido em conluio pelos cunhados Cuca e Zé Galinha, por disputa de herança. O outro foi cometido sob efeito de ‘suco de gerereba’, pelo “Batateiro do bigode falho”, contra um colega de alojamento.

Desde meados da década de 90, até 2018, a pacata Silvianópolis viu acontecer mais dois ou três homicídios, salvo engano.

Esse baixo índice de criminalidade na quase tri-centenária Silvianópolis foi interrompido no final de 2018. No início de novembro daquele ano, Luizinho matou, esquartejou e distribuiu os membros da companheira pelas estradas e rios da região. A enteada, a pequena Bruna, que fora buscada na Bahia para estreitar o relacionamento do casal, também foi morta a golpes de martelo e enterrada numa cisterna no sítio do assassino – os bastidores da intrincada investigação conduzida por uma médica legista, e que culminou com a prisão do psicopata Luizinho, sitiante tão pacato quanto seus bois na fazenda, estão no livro “Quem matou o suicida”, recém publicado.

Agora, 26 meses depois daquele monstruoso assassinato de mãe e filha motivado pelo fim do relacionamento, a velha Santana foi sacudida por outro duplo assassinato. Desta vez a polícia não precisou navegar horas, dias nas redes sociais para encontrar, primeiro, a dona da ‘perna tatuada’ que levaria ao assassino.

Após descobrir os corpos na noite de segunda-feira, bastou interrogar vizinhos das vítimas para levantar o suspeito. Ele recebeu as pulseiras de prata poucas horas depois de descoberto o crime.

Afonso de Jesus dos Reis jurou de pés juntos que é inocente. Faltou ‘combinar’ com sua mãe. Interpelada pela policia ela, querendo ou não, negou seu álibi. Segundo a mãe de Afonso, ele chegou em casa na manhã de segunda-feira, esbaforido, para trocar e esconder a calça com manchas de sangue. Pego na mentira, Afonso acabou confessando o duplo assassinato de Vanderlei Ramos de Paiva, 60, e do pai dele, Artur Ramos de Paiva, 84 anos.

O funesto crime aconteceu na residência das vítimas na virada da noite de domingo para segunda,11, após uma festa. Segundo o assassino, ele matou Vanderlei por conta de um desentendimento banal. E matou o pai dele para ocultar o primeiro crime. Ambos foram mortos por asfixia, com uma camiseta no pescoço.

Afonso de Jesus dos Reis, 28, já conhece o velho hotel do contribuinte por dentro. Ele cumpre pena pelo cometimento do crime de estupro, ocorrido na cidade de três Corações. No momento em que matou Vanderlei e o pai dele em Silvianópolis, Afonso estava gozando o benefício da liberdade condicional previsto no CPP.

A frase “Santana não é mais a mesma” é apenas um recurso jornalístico. Na verdade “Santana do Sapucaí” – ou simplesmente Silvianópolis – continua tão pequena, bucólica e pacata quanto a vinte e cinco anos. E seu povo também continua ordeiro, afável e hospitaleiro quanto antes. O que mudou, ao menos para algumas pessoas, foi a sensação de impunidade e a banalização da vida!

Luizinho, o assassino da companheira e da enteada em 2018, continua hospedado no Hotel do Juquinha, aguardando uma pena que deve ficar próxima dos 25 anos.

A pequena Bruna, de 5 anos, foi morta a martelada pelo padrasto Luizinho em 2018 e enterrada numa cisterna no sitio dele.

Afonso de Jesus – que não deve ter no coração nada parecido com seu “Xará” de cabelos e barbas longas – também não terá que se preocupar com casa, comida e roupa lavada nos próximos 25 anos. Nós, contribuintes, pagaremos sua estadia no Hotel do Juquinha.

Ajudar ou não ajudar o pedinte… “This is the question”!

Ele pediu comida e bebida e mais tarde voltou para devolver e pegar o dinheiro de volta!

Alguns mendigos já estão inovando… Estão portando maquininha de cartão!

Passava pouco das três da tarde de uma quinta-feira de meados de dezembro. Como de hábito, uma vez por semana, no ‘recreio’ da aula on-line, levei o Daniel para tomar o lanche na pastelaria do Francis, no mesmo quarteirão da minha casa. Antes que eu fizesse o pedido habitual – dois pasteis de pizza e um coco in natura para o meu filho e um copo grande de garapa pra mim – ouvi uma voz ao meu lado. Virei. Era um pedinte! O sujeito, na casa dos quarenta anos, mulato, magro e mais sujo do que mal trajado, pedia dim-dim!  Na verdade ele usava um tática muito comum entre os pedintes de carteirinha em porta de padarias e supermercados… pronunciava frases e palavras pela metade, obrigando a interlocução do tipo: “Como é? O que você precisa”? Quando ganhou toda a minha atenção o moço, com cara de ‘pelamordedeus’, ainda com frases sem terminar, desfiou o rosário:

– Eu estou desempregado… eu trabalho de qualquer coisa: lavo carro, sou jardineiro, faço serviços de segurança. Meus filhos estão em casa… Eu não consegui nada hoje… na graça de Deus, o senhor pode me dar uma ajuda pra ‘mim’ comprar comida para os meus filhos… Deus abençoe…

Apesar do discurso desconexo, o local e o objetivo eram perfeitos: impossível um pai, na porta de uma pastelaria, levando um filho para comer, continuar impassível! Até porque, os pais devem ensinar, com exemplo, a caridade.

– Não carrego dinheiro, amigo… Pode ser um lanche para você levar para seus filhos? – disse eu já na porta da pastelaria.

– Pode sim senhor, Deus abençoe o senhor, senhor – agradeceu o rapaz, mais que depressa, entrando na pastelaria para fazer o pedido à esposa do Francis.

Depois de tanto “Deus abençoe o senhor, senhor”, caprichou no pedido… Pediu vários salgados – afinal era para a família toda: ele, a esposa e ao menos dois filhinhos imberbes.

– Pode ‘ser’ também um refrigerante, senhor, Deus abençoe senhor – perguntou, virando-se para mim que aguardava minha vez sentado na minúscula banqueta na porta da pastelaria. A um aceno meu a comerciante se dirigiu ao freezer e virando-se perguntou ao pedinte:

– Qual refrigerante… de latinha ou de 600ml?

– Pode ser Coca mesmo… de dois litros – respondeu ele sem medo de ser feliz!

A balconista lançou um olhar interrogativo pra mim, dei de ombros, e ela atendeu o pedido.

Já na porta da pequena pastelaria o pedinte, com uma sacola em cada mão, desejou mais uma dúzia de bênçãos pra mim, saiu rápido e rasteiro, atravessou a rua e sumiu na esquina da Av. Antonio Carlos. Da banqueta, depois de reiterar o meu pedido de sempre, fiquei olhando o pedinte se afastar, pensando com meus botões: “Que bom que eu posso ajudar um pobre carente”!

 

Uma hora e meia mais tarde um sujeito mulato, cerca de quarenta anos, mais sujo do que maltrapilho, entrou afoito e agitado na mesma pastelaria. Trazia na mão um embrulho. Colocou a sacolinha sobre o balcão, abriu, exibiu uma garrafa de dois litros de Coca-Cola e desfiou um rosário de chorumelas… e ameaças!

– Eu vim trocar a Coca-Cola que você me vendeu! Ela está vencida! Sabia que posso processar você por vender Coca-Cola vencida! Ainda bem que eu não dei a coca para os meus filhos! Já pensou se eles tivessem tomado a coca vencida? Vou chamar a vigilância sanitária!… Eu não quero outra garrafa, não… quero o valor em dinheiro!

O cidadão era o mesmo pedinte de uma hora e meia antes, cheio de “Deus abençoe, o senhor, senhor”. O que havia mudado era a sua postura, antes humilde e cabisbaixo… agora estava ereto, imponente e ameaçador.

A comerciante, conhecedora da sua clientela ali na região, naturalmente se recusou a devolver o dinheiro e entabulou acirrada discussão com o moço. Para se ver livre do pedinte trapaceiro, ela precisou ameaçar ligar para o marido que estava ali por perto. Na iminência do corretivo do comerciante que poderia chegar a qualquer momento, o pedinte trapaceiro desistiu do golpe e foi embora resmungando.

Conheci o segundo capitulo da historia do pedinte “Deus abençoe, senhor, senhor” esta semana. Não fiquei surpreso. Na verdade, naquela tarde, quando eu vi sua desenvoltura se afastando em direção à avenida Antonio Carlos, já percebi que eu havia caído em um golpe! Não foi difícil imaginar que os salgados foram consumidos por ele e seus ‘parças’ debaixo da passarela da Abraão Caram. Mas eu não esperava que ele voltasse para exigir de volta o dinheiro da Coca! Pior… que ele ainda fizesse ameaças à comerciante!

E aí fica a questão:  “ajudar ou não ajudar os pedintes”?      

Médica legista de Pouso Alegre é agraciada na capital

Tatiana Telles e Koeler de Matos, foi agraciada com o troféu “O Tira”. O troféu é uma distinção a um seleto grupo de policiais civis que fazem diferença na sua carreira.

Formada pela Acadepol em 2014, Tatiana sempre esteve presente nos sinistros mais marcantes do sul de minas, realizando um trabalho de destaque na medicina legal. Ela usou argúcia e perspicácia para identificar os dois casais que morreram no acidente com o avião em Bueno Brandão em 2015. Naquele mesmo ano exumou e descobriu que Silvio Santos havia sido envenenado e enterrado ainda vivo em São Gonçalo do Sapucaí. Ainda no final de 2015 desceu um abismo para encontrar o corpo sem vida da jovem Larissa, sequestrada em Extrema. Em junho de 2018, esteve na cena da queda do helicóptero que matou um empresário e o piloto na serra de Espírito Santo do Dourado. No final daquele mesmo ano, após incansável procura, descobriu quem era a dona da perna encontrada em São João da Mata. Na mesma madrugada desenterrou o corpo da filhinha dela, e prendeu o esquartejador de Silvianópolis.

A investigação precisa destes e de outros crimes que abalaram a região nos últimos anos, colocaram a jovem e intrépida médica legista no radar da chefia da Superintendência de Polícia Técnico Científica da Polícia Civil.

No início deste ano Tatiana foi convidada a assumir a chefia da Medicina Legal no interior do Estado, e desde março trabalha na capital. No começo deste mês, tão logo tomou conhecimento do trágico acidente de ônibus que vitimou 19 pessoas em João Monlevade, a chefe do interior voou para o local e coordenou todo o trabalho médico legal envolvendo as vítimas, transferindo os corpos para a capital, visando uma melhor acolhida aos familiares vindo de Alagoas.

Estas e outras atuações da policial de ‘jaleco branco’, zelando sempre pela ética profissional, sem esquecer o espírito humanitário que deve nortear toda e qualquer atuação que envolve sentimentos íntimos das pessoas, credenciaram a jovem medica legista a receber o cobiçado e importante título.

O troféu “O Tira” é uma homenagem a quem faz da carreira policial um sacerdócio… Parabéns a todos os agraciados.

Parabéns doutora Tatiana T.K. Matos.

Aniversario de Evanildo Alves…

… o soldado que nasceu no dia 31 de novembro!

às vésperas de completar 18 anos, ele descobriu que nasceu em um dia que não existe…

Eram exatamente treze horas da tarde ensolarada e quente de novembro. Os setenta e dois soldados da Bateria Comando estavam simetricamente enfileirados por colunas sob a cobertura ao lado da Bateria, quando o grandalhão oficial Vargas, recentemente promovido a Capitão recebeu o comando do cabo-de-dia. Após dar a ordem costumeira.
-Descaaaaasarrrrrr…
Passou a fazer uma chamada aleatória;

– Três vinte e quatro …

– Rabelo – Respondeu com voz grave o refratário de 22 anos, de Machado.
– Três trinta…

– Héééélio – respondeu o mecânico de Santa Rita esticando o ‘é´’.

-Tres zero quatro …

– Máts – respondi, apimentando o ‘a’ e engolindo o ‘o’, como de praxe.

– Três quarenta e nove …

– Evaniuuuuudo – respondeu o soldado, prolongando o som do ‘u’, em tom grave.

Quem apenas ouvisse a voz, acharia que era um homenzarrão de 1,87mts, quase do tamanho do ‘Vargão”! Mas era um baixinho marrudo que fazia flexão com um braço só todo dia e não media mais do que 1,68mts. Foi campeão do Pentatlo militar naquele ano, mas foi reprovado no PELOPES, por falta de altura! Eu por que era muito franzino…

O comandante deu três passos lentos na direção do soldado, parou na frente dele, de braços cruzados nas cotas e repetiu, como se estivesse do outro do prédio;

– Soldado 349?…

Evanildo desfez a posição de sentido, afastou as mãos das coxas, afastou a perna direita e voltou a juntá-la batendo o salto do coturno brilhoso no calcanhar esquerdo ao mesmo tempo que batia as mãos espalmadas nas coxas, emitindo um único som, no mesmo segundo em que repetia no mesmo tom do capitão…

– Evaniiiiuuuuuudo… Senhooor…!

O capitão grandalhão soltou os imensos braços ao longo do corpo e ficou alguns segundos parado à frente do soldado, olhando para baixo tentando encontrar seus olhos protegidos pela aba do quepe, até que disse;

– Sabe o que eu vou fazer agora, Baixinho ?? – Por ser atleta, Evanildo era seu ‘peixe’… isso lhe permitia essa ‘intimidade’! – Vou te dar um tabefe no pé da orelha, que você vai sair ‘catando cavaco’!…

Sentimos o sangue acelerar em nossas veias!

Que comportamento era aquele do Capitão?

Estávamos acostumados a receber ordens, receber castigos físicos, do tipo “caia de boca” e pague 50 ‘pulinho de galo’, ou 20 flexões. Ou então ofensas quase gratuitas do tipo “acerta o passo ‘Mocorongo’”…

Mas ameaça, não. Ameaça era uma coisa muito pessoal. Não fazia parte da ‘hierarquia e disciplina’!
E o capitão, que na verdade era simpático e bem-humorado, emendou;

– Vou te dar um murro tão forte na cabeça que vai afundá-lo nesse piso de concreto…

A coisa era séria! – Pensamos.

Evanildo, o “Baixinho”, “peixe” do comandante, nem piscava! Devia ter feito alguma coisa muito grave! A tensão era grande. O silencio gritava…! E o capitão soltou a pergunta que os 72 soldados já não aguentavam mais conter:

– Sabe por quê???… Porque você não existe, Baixinho!!!

Como?
Passamos da perplexidade à confusão mental. Será que o capitão estava bem? De repente o comandante dá dois passos atrás, solta um braço das costas, vira-se para o restante da bateria e pergunta?

– Bateria… vocês conhecem alguém que tenha nascido no dia 31 de novembro!!!???

É claro que ninguém ousou abrir a boca. Nem mesmo o Silvestre 367, de Cambuí, que tinha um parafuso meio solto. Até porque, a maioria daqueles soldados ‘voadores’, mal saídos da adolescência – inclusive eu – nunca havia reparado que o mês de novembro tem apenas 30 dias.
E o Capitão Vargas, sul-mato-grossense, de Dourados, voltou ao seu ‘normal’ comentando e ordenando;

– Só mesmo em Espírito Santo do Dourado para ter mês de novembro de 31 dias!!!

Baixinho… Fora de forma. Você está dispensado do expediente da tarde. Vá à sua cidade consertar essa ‘titica’! Esteja aqui para o expediente amanhã de manhã… Se não quiser tomar o tabefe no pé da orelha!

 

Jose Evanildo Alves, o Baixinho ‘três quarenta e nove’, ‘peixe’ do Capitão Vargas na turma de 77; meu companheiro de ‘voação’ na biblioteca durante a faxina; cumplice nos furtos de abacate no quartel; depois colega de teatro amador e contemporâneo no ensino médio no Colégio Comercial São Jose, teve um pouco de dificuldade para ‘renascer’, aos 18 anos, em um dia que faça parte do calendário. A escrivã Iêdis, titular do único cartório da cidade de Espírito Santo do Dourado, reparou seu próprio lapso e o deixou um dia mais novo!
Hoje, 30 de novembro meu amigo e parceiro de tantas histórias está completando 62 anos.
Parabéns “Baixinho”… Que Deus o abençoe sempre!!!

E o livre das iras do Capitão Vargas…

 

* Essa crônica já foi publicada anteriormente. No entanto, republicá-la foi a maneira que encontrei para homenagear meu amigo Jose Evanildo – ‘menino que vi crescer’, do bem –  que há tempos não vejo, mas sei que continua morando na mesma casa gostosa dessa foto no bairro Belo Horizonte em Pouso Alegre.

Visitei a mulher do Zorro…

     Além de ‘justiceiro’, o marido dela foi um ‘bom malandro’!

Zorro ou não, Moacyr Bocudo resgata um trecho valoroso da nossa história através do seu livro “Memórias de um Bom Malandro”.

Semana passada, durante minha estadia em Pouso Alegre, estive visitando a sra. Creusa Vilas-Boas. Ela é uma daquelas ávidas leitoras de tudo que eu escrevo. “Eu sigo você, Chips, desde os tempos do Plantão Policial na Rádio Clube (inicio dos anos 80), disse ela”. Creusa foi uma das primeiras a comprar – e ler – o livro “Quem matou o suicida”. Faltava o autografo, por isso eu fui visita-la!

A visita teve um motivo especial. Creusa é viúva do sr. Moacyr Honorato dos Reis, conhecido pela alcunha de “Moacir Bocudo”, barbeiro, aventureiro e escritor autodidata – como ele mesmo se definiu – e ainda por cima… ‘justiceiro’ nas horas vagas!

Nunca fui próximo de Moacyr Bocudo, mas convivi com ele, fugi dele e ele de mim durante muitos anos! – Controverso, ele era amigo próximo de alguns policiais e persona ‘non grata’ para outros. Apesar disso, nunca tive nenhum atrito com ele e sempre nos respeitamos. Passei a respeitá-lo ainda mais quando ele publicou seu livro “Memórias de um Bom Malandro”, em 1996.

Prefaciado pelo saudoso Urias de Andrade, que, mal comparando, diz “Tal qual Jean Jaques Rousseau, Moacyr também se propôs colocar diante de seus semelhantes a verdade por inteira da natureza do homem que ele é…”. E diz adiante: “Moacyr soube tirar proveito do curso – e do decurso – que fez na universidade da vida…”.

Sem viajar nos livros escolares além do quarto ano primário, Moacyr viajou muito, nos dois sentidos. No literal geograficamente e no figurativo, nas narrativas de suas aventuras… rsrsrs! Mas adquiriu muita vivência e cultura – e, talvez por isso mesmo não teve tempo de estudar. E deixou uma obra bem interessante.

Apesar da pobreza de vocabulário, Moacir Bocudo conseguiu pintar muito bem os traços e costumes da época! Quando ele chegou à juventude, Pouso Alegre tinha cerca de vinte mil habitantes. Como registro histórico de uma bucólica e romântica época, “Memórias de um Bom Malandro” é de um valor inestimável!

Memórias de um bom malandro não foi o único feito histórico de Moacyr Bocudo… Ele incorporou também um famoso e lendário herói! Nada menos do que o justiceiro mascarado conhecido pela alcunha de “Zorro”! segundo ele próprio admite e confessa, vinte anos depois que o ‘Sargento Garcia’ e seus soldados pararam de caçá-lo ali nas bandas do “Quatro Cantos”!

Nos anos 70 um mascarado misterioso cortou na guasca muitos maridos infiéis que frequentavam a Zona Boêmia da David Campista, em Pouso Alegre. Na época, a pedido de alguns figurões da sociedade que costumavam frequentar a zona do baixo meretrício e chegavam em casa com o lombo ardendo, a policia civil passou a dar plantão na Zona para prendê-lo. Mas, como todo malandro que conhece a policia, Zorro, então na pele de ‘Dom Diego’, conhecia os policiais e portanto, saiu de cena.

A sra. Creusa pode se gabar de ter sido casada com o Zorro e com um “bom malandro”!

Muitos anos e muitas aventuras depois, passada a caçada ao ‘justiceiro mascarado’ da rua David Campista – que poderia render-lhe diversos processos por lesões corporais – Moacyr reivindicou o título de “Zorro da Zona Boemia”.

Segundo minhas investigações, há controvérsias!

Infelizmente nosso controverso herói nos deixou em 2007, antes de sentar-se ao meu piano e tentar me convencer da veracidade da sua confissão pública.

Zorro ou não, Moacyr Bocudo resgata um trecho valoroso da nossa história através do seu livro “Memórias de um Bom Malandro”.

 

Ah, a costumeira foto da sra. Creusa com meu livro autografado?

Fico devendo!… Ela, ao contrário do saudoso marido, é avessa às fotografias. Mas o carinho com o qual ela me recebeu em sua casa – muito próximo do palco das aventuras aqui citadas – ficou emoldurado na minha memória e no meu coração.

A “Lenda do Zorro da Zona Boemia” começa na página 303 do livro “Quem matou o suicida”…

 

Pouso Alegre FC a um passo do paraíso!

O Dragão fez o dever de casa: venceu o segundo jogo seguido e consolidou a liderança do campeonato.

Goleiro Cairo, o paredão do Pousão na vitória em cima do Atletic…

A vitória magra, suada, tensa e sofrida ontem à tarde no Manduzão, diante do Atletic de São João Del Rey, manteve o time rubro negro na liderança do quadrangular final do campeonato mineiro. O resultado do outro jogo, Betim 0 x 1 Nacional de Muriaé, aumentou a diferença de pontos entre os quatro times que disputam as duas vagas de acesso.

Agora o Pousão lidera o certame com 06 pontos. Nacional vem logo atrás com 03 e Betim e Atletic, que haviam empatado no primeiro confronto, dividem a lanterna com 01 ponto cada. Ruim para eles que, em seis pontos disputados, perderam cinco.

É só o começo. Tem ainda muita bola para rolar no gramado! Mas quem não perdeu nenhum ponto disputado até agora, já está na intermediaria de ataque do acesso… e tem a posse da bola!

Apesar da boa vantagem na tabela, o Dragão não pode ainda sentar-se na cadeira de balanço, colocar o óculos escuros, pedir uma loira gelada e relaxar. É preciso manter o foco e a vantagem conquistada. E aproveitar a tranquilidade da estrada para manter a liderança.

Nesta fase da competição o descanso é curto. Os quatro aspirantes ao clube de elite do futebol mineiro, voltam a campo neste sábado, 14. O Dragão joga outra vez em casa, às 10:30h, contra o combalido Betim, que apagou seu fogo no Manduzão na fase classificatória. É hora de dar o troco! Uma vitória sobre o vice-campeão do ano passado, além de consolidar a liderança, praticamente elimina um dos dois concorrentes à vaga. Aí ficará faltando apenas um pontinho para colocar o bermudão e pedir uma loira gelada!

Ah, as duas vitórias consecutivas – no momento em que era preciso vencer – silenciou a torcida que na semana passada havia pedido a cabeça do técnico Ito Roque!

Que venha o “Guerreiro” de Betim, pois o Dragão está soltando fogo…

 

Simplória & Finório caíram nas malhas da lei

Na lista negra da justiça em vários estados da federação, o casal estava a caminho de Pouso Alegre para – provavelmente – aplicar mais um Conto do Bilhete Premiado!

O vigário da paroquia não tem nada a ver com essa história…. Mas foi sua tentativa, vã, de convencer os fiéis – ou infiéis! – a trilhar os caminhos de Deus, que deu origem ao epíteto “Conto do Vigário’!

Contos do vigário Brasil afora é o que mais tem… e vigaristas também! Só em Brasília existe muito mais de cem!

O famoso conto do vigário – nascido injustamente da árdua missão do padre em tentar conduzir seu rebanho nos caminhos de Deus – tem diversas modalidades:

Tem o conto do “sobrinho e o carro quebrado” na estrada;

Tem o conto do “príncipe encantado”;

O conto do “carro sorteado” no Programa do Silvio santos;

Tem o “conto do benzedor”! – leia depois…

Tem o “conto do sequestro” e tantos outros contos mal – ou bem – contados para tirar o dimdim dos incautos cidadãos.

 

Dentre tantos, o mais comum é o famoso conto do “Bilhete Premiado”, aplicado pelos ‘artistas’ “Simplório & Finório” em vitimas idosas e aparentemente ingênuas… e outras nem tanto!

Neste, é preciso a participação de dois ou três vigaristas para fazer a encenação.

 

Prender os vigaristas que aplicam tais golpes é mais difícil do que achar um bilhete premiado – de verdade – na rua!

 

Como se não bastassem os vários motivos que dificultam o trabalho da polícia na busca pelos vigaristas, no final do ano passado nossos ilustres parlamentares aprovaram mais um! Visando salvaguardar a imagem – e a impunidade – do vigarista, a imprensa não pode mais mostrar a cara dos custodiados pela policia. Com isso eles viajam para todos os cantos do país aplicando seu golpes… e continuam impunes.

Apesar de tantos estelionatários cometendo crimes por aí, no Hotel do Juquinha, dentre os mil e cem presos, conta-se nos dedos da mão direita – e ainda sobra dedo! – o numero de 171 cumprindo pena por estelionato!

 

Um destes casais de vigaristas que viajam livres, leves, e soltos aplicando golpes país afora, tropeçou nas malhas da lei na manhã desta terça-feira, 03, na rodovia JK, no município de Ipuiuna. A prisão aconteceu durante abordagem de rotina realizada pelos patrulheiros federais. Os ocupantes do veiculo VW gol, com placas de Ibiporã-PR, disseram que estavam viajando para Três Corações, onde passariam férias na casa de parentes.

Ao puxar a capivara do casal – um homem de 53 e uma mulher de 44 anos – os paladinos da lei constataram que eles estavam na lista negra da justiça dos estados de Mato Grosso do Sul e do Paraná. Segundo os mandados de prisão eles são procurados naqueles estados pelos de crimes de estelionato, extorsão mediante sequestro – esse do apavorante ‘conto do sequestro’ – e formação de quadrilha.

O casal de meliantes, a “Simplória” de 44, e o “Finório”, de 53, trocaram o Gol de Ibiporã pelo táxi azul e amarelo dos patrulheiros e foram se hospedar no hotel do contribuinte de Poços de Caldas. Nos próximos dias os vigaristas deverão pegar o Táxi do Magaiver que os levará de volta ao Paraná, onde já estão sendo processados.

 

Por conta daquele projeto de proteção à imagem dos criminosos, não podemos exibir suas fotos aqui… Que pena! Com certeza eles já aplicaram o golpe do Bilhete Premiado na sua cidade! Esse casal pode ser aquela dupla de simplório e finório que levou suas economias no ano passado…

 

Caso interesse ao leitor, a lei 13.869/2919 – Abuso de Autoridade – partiu das iniciativas dos senadores Renan Calheiros e Randolfe Rodrigues, em 2016 e 2017 respectivamente, e foi abraçada pelos demais parlamentares.

Dentre outras medidas que limitam a atuação da polícia, a malfadada lei impede que você conheça a cara do criminoso que cometeu um crime contra seu vizinho!

Com isso, a dupla “Simplória & Finório”, que foi presa nesta terça-feira a caminho de Pouso Alegre e Três Corações, não será exibida nesta reportagem…

 

 Leia aqui no Blog: https://airtonchips.com/2014/07/21/vovo-cai-conto-benzedor/

Gatuno imita Homem Aranha para roubar policial

Ele escalou o lado externo de um prédio de três andares e levou a pistola e roupas novas do tira!

A pistola do policial foi parar na cueca do gatuno…

Aí quando você acha que viu de tudo em matéria de ousadia dos bandidos, o meliante dá um passo a mais… Aliás, vários passos… parede acima! Desta vez ele decidiu roubar a casa de um policial enquanto ele dormia!

 

Madrugada fria e silenciosa de Finados no bairro Lagoinha. O soturno lombrosiano se aproxima da grade que circunda o prédio, joga cobertores velhos e trapos sobre a espetante e ameaçadora concertina, neutraliza suas afiadas garras e a cerca elétrica, escala a grade e pula para o interior do pequeno condomínio. Seu alvo é o terceiro andar do predinho de apartamentos. Pacientemente ele coloca seus talentos aracnídeos em ação… E escala o prédio usando as janelas e as sacadas do prédio e chega ao apartamento da sua escolha. Silencioso como um gato, ele desfila pelo apartamento, pega o que quer e tão sorrateiro como entrou, sai de fininho.

 

O morador está nos braços de Morfeu, tem o sono pesado, e continua dormindo.

 

Seria o crime perfeito! Digno do ‘Oscar’ entre seus parças de caminhada!

 

Pela manhã, quando acordasse, a vítima perceberia que ficara só com o cabo do guarda-chuva na mão… e um mistério para investigar!

 

Mas eram as primeiras horas do Dia de Finados…       Havia muitos espíritos desencarnados comemorando seu dia, e um deles resolveu colocar água no shop do gatuno.

Quando ele descia a última escada para chegar à garagem, onde pegaria a principal rês furtiva, um morador apareceu no seu caminho e colocou a boca no trombone!

 

Metade dos moradores do prédio saltou dos braços de Morfeu e desceu a escada para ajudar o vizinho… inclusive o dono do apartamento invadido e roubado!

Em poucos minutos o gatuno foi dominado pelos moradores e entregue aos homens da lei que não tardaram a atender ao chamado…

 

Ao deter o gatuno, o morador do apartamento invadido minutos antes, sem saber que ele havia sido a vítima da vez, reconheceu o meliante, pois duas semanas antes ele, o morador, havia detido o mesmo gatuno – sem convite – no interior do condomínio e o havia entregue à policia militar. Por isso mesmo ele fez questão de ir à delegacia acompanhar a lavratura do flagrante.

 

Enquanto o gatuno seguia para a DP no taxi do contribuinte, o morador subiu ao seu apartamento para pegar os documentos e a chave do carro. Só então percebeu que fora ele o contemplado com a visita sorrateira do gatuno. O lombrosiano havia furtado além de roupas, as chaves do seu carro e !!!… Sua pistola Glock, carregada até a boca de azeitonas!

Sim… a vitima do roubo do terceiro andar é policial!

O meliante roubou sua ferramenta de trabalho e pretendia roubar também sua caminhonete que estava na garagem!

 

As surpresas não acabaram aí!

 

Ao chegar à delegacia – em tempo recorde – o policial constatou que sua pistola ainda estava na cueca do gatuno da madrugada! Felizmente ele usava pulseiras de prata e não pôde usar a pistola. A calça, a camiseta e o tênis que o gatuno usava, também haviam sido furtadas do policial enquanto ele dormia! As chaves da caminhonete estavam na algibeira da calça operacional furtada…

 

O ousado gatuno ladrão de policial e dublê de Peter Parker, é figurinha fácil no álbum da polícia belorizontina. Seu currículo é recheado de 157, 155 e 33. Se ele tivesse conseguido levar a caminhonete e a pistola do policial, por um bom tempo seus ‘parças’ de caminhada o tratariam como a ‘última batatinha do pacote’! Ganharia status no submundo do crime…

Metade da façanha ele conseguiu, mas…

“Perdeu gatuno”!

 

O infausto crime aconteceu no início da madrugada desta segunda-feira, 02 de novembro, no bairro Lagoinha, região noroeste da capital mineira.

 

Ah, no momento da prisão, o ‘Homem Aranha da Lagoinha” portava na canela um famoso ‘adereço’, também conhecido como passaporte para cometer novos crimes, muito comum entre os meliantes hoje em dia… uma ‘tornozeleira eletrônica!

Derrota do Dragão provoca protestos dos torcedores

Após a segunda derrota seguida, Torcida ‘Uniformizada’ Dragões do Mandu pediu a cabeça do técnico!

Com Ito Roque no comando tecnico, o PAFC conquistou apenas 33% do pontos disputados…

Foi a segunda derrota seguida do time rubro negro de Pouso Alegre. Apesar da derrota, o time classificou-se em primeiro lugar para o quadrangular final!

O invisível bichinho da China espalhou prejuízo, intriga, discórdia, tristeza, decepção e revolta mundo afora… inclusive no futebol!

O recém ressuscitado PAFC, o clube de maior torcida do interior de Minas, parece ter sido o mais prejudicado. Até março, antes da paralisação por conta da pandemia causada pelo bichinho chinês, o Dragão do Sul de Minas liderava com folga o modulo B do campeonato mineiro 2020. Com a paralisação o time perdeu alguns jogadores, perdeu o ritmo e perdeu – o que os resultados mostram – a peça mais importante: o técnico Rogério Henrique. Sem acordo financeiro ele deixou o clube às vésperas de o time voltar à campo. E desde então o escrete rubro negro caiu de produção.

Apesar da experiência, da competência e do empenho – e de novos reforços -, o novo treinador do time, Ito Roque, não conseguiu empolgar o torcedor e nem manter os bons resultados que mantinha há cerca de dois anos. Pior, as mudanças feitas pelo técnico nos últimos dois jogos renderam duas derrotas seguidas e uma invencibilidade de 26 jogos, iniciada em setembro de 2018.

Em quinze pontos disputados nos últimos cinco jogos na reta final da fase classificatória, conquistou apenas cinco, ou seja, 33% dos pontos que estavam em disputa. Empatou duas partidas, perdeu duas e venceu apenas uma vez! Como tinha gordura para queimar, conquistada nos primeiros seis jogos, quando ganhou cinco e empatou um, o time se classificou antecipadamente para a fase final.

A performance do time pós-pandemia, no entanto preocupa o torcedor que já dava como certo o acesso à elite do futebol estadual este ano.

O que aconteceu com o Dragão, o time mais empolgante do campeonato?

A – Perdeu a liderança na beira do campo?

B – Não sabe jogar sem a vibração da massa que canta e grita na arquibancada?

C – Os adversários aproveitaram jogadores que terminaram seus estaduais e se

reforçaram mais que o Pouso Alegre…

D – Ou é só uma fase ruim?

Tomara que a resposta seja a letra ‘D’, pois fase ruim é igual vontade… “é coisa que dá e passa”. É coisa que vem e vai…

Já que o técnico que levou o time tão perto do acesso, não está disponível…

… E a Federação Mineira de Futebol não tem dado sinais de que vai liberar a presença de público nos estádios!

 

Mas bem que poderia fazê-lo!

O estádio Manduzão – o terceiro maior do interior de Minas – tem capacidade para 25 torcedores. Se a FMF liberar a presença de um terço da torcida, como a Europa vem fazendo e a CBF vem aventando, o apaixonado torcedor rubro negro poderá voltar a campo e empurrar o time para o acesso à elite do futebol mineiro.

Enquanto isso não acontece, os torcedores, do lado de fora do estádio e nas redes sociais, querem a substituição do comando técnico do time!

 

   “… em nome da torcida do PAFC solicitamos à diretoria do clube que faça uma mudança urgente no comando técnico do time”, diz a Nota Oficial da Torcida ‘Uniformizada’ Dragões do Mandu.  

 

A fase final que apontará os dois clubes que sobem para o ‘Modulo A’ começa neste fim de semana. Para ficar entre os dois, é necessário somar mais de 10 pontos nos seis jogos, ou seja: é preciso fazer o ‘dever de casa’ e buscar uma vitória ou dois empates lá fora!