MANCHESTER… 10 anos de vida e de glórias

     Uma manchete na primeira página do jornal FOLHA, publicada aqui no dia 21 de maio, chamou a atenção de alguns saudosistas do futebol amador de Pouso Alegre.

     Atendendo pedidos, publico abaixo, na íntegra, a reportagem feita com o Sr. ARGEMIRO NARCISO CARVALHO, atleta e cartola do glorioso MANCHESTER, clube amador que marcou época em Pouso Alegre na década de 1960.  

     Para quem gosta de futebol, vale a pena uma curta viagem ao passado!

“Outro dia entregando o FOLHA na Agência Rebello, resvalei no velho amigo Argemiro Narciso Carvalho, meu conhecido desde a época em que ele cuidava do meu dinheiro no Bemge, e aproveitei para vender meu peixe, afinal jornal independente é assim, você tem que bater escanteio e correr para cabecear.

Para minha grata surpresa, Argemiro havia descoberto o FOLHA logo no primeiro número e teceu elogios a matéria publicada no número 7, de 23 de abril com o Vasco Campos, sobre o Veteranos da Escola Profissional e outros times históricos de Pouso Alegre nas décadas de 50 e 60. Mas estava magoado. Não tinha visto o MANCHESTER FC entre os grandes clubes da época.

Para fazer justiça, agendei e visitei Argemiro em sua aconchegante residência para falarmos um pouco da garotada bem-sucedida que fez a alegria da galera na época da Jovem Guarda.

O Manchester nasceu São Paulinho em 10-10-1960 e talvez nunca tivesse se batizado Manchester se o presidente do FACIT  FC tivesse cumprido sua promessa de dar ao grupo de promissores atletas, entre 14 e 17 anos, os jogos de uniformes.

Com a reativação da LEMA, Liga Esportiva Municipal de Amadores em 61, para disputar os campeonatos por ela organizados, cada clube tinha que disputar três categorias, titular; Aspirante e Juvenil. Na ocasião o Facit convidou o time de Argemiro e Cia para fazer o Juvenil para seu clube e logo de cara ganharam o certame da categoria. O presidente do Facit fez novo convite: queria que os garotos incorporassem definitivamente ao clube na categoria ASPIRANTES. O grupo topou, desde que o time ganhasse dois jogos de camisa personalizados, somente para eles, pois o que receberam para a disputa do Juvenil era um uniforme velho, resto do time adulto, que precisou ser todo recortado e adaptado aos jogadores ainda franzinos. O grupo de garotos então incorporou-se ao novo clube e chegou a fazer alguns jogos como Aspirante do Facit. O presidente, no entanto, foi empurrando os garotos com a barriga e nunca lhes dava os uniformes prometidos, até que desistiram e buscaram autonomia. Precisavam então escolher um nome para o time. Depois de muita discussão acabaram batizando o escrete já campeão: de MANCHESTER, naturalmente inspirados no Manchester United da Inglaterra, que estava na crista da onda.

Os garotos, quase todos da elite da época, representando o time do centro da cidade, treinava tática e tecnicamente com dificuldades no campo da Lema, no Quartel e, principalmente, no campo do Madureira no São Geraldo. Com o amadurecimento do time passaram a disputar torneios e campeonatos em Pouso Alegre e região, abocanhando quase todos os títulos em disputa por longos anos, inclusive o Municipal de 66.

A SERVIÇO DO POUSÃO

      Em 1967 o PAFC montou um selecionado para disputar a Segunda Divisão de profissionais do Estado e convidou boa parte do Manchester para integrar o grupo. Houve uma grande discussão no clube, onde todos tinham voz e grande relutância, pois Argemiro e outros sabiam que à medida que o Dragão crescesse no cenário profissional, não haveria lugar para os jogadores da casa. Mesmo assim alguns foram jogar no Rubro Negro… E o Manchester se desmantelou.

As previsões de Argemiro se confirmaram. Dois anos depois já não tinha espaço para jogadores do Manchester no PAFC. Em 69, o próprio Dragão, que naquela época ainda não era Dragão, após conquistar o acesso à 1ª Divisão do futebol profissional, caiu no ‘tapetão’ e também saiu de cena.

A VOLTA PARA A CONQUISTA

      Antes mesmo do PAFC fechar as portas, os jogadores do Manchester resolveram se reagrupar e o time voltou as atividades, em 69. E voltou para levantar o caneco. Depois de muita discussão de bastidores, sob a batuta do presidente Ademar Costa, (falecido essa semana aos 99 anos) um dos maiores torcedores do time; de Argemiro como diretor de Esportes; Airton Robles, dissidente do Rodoviários, também torcedor e jogador-professor em 66 e 67, como auxiliar técnico, uma espécie de olheiro que da arquibancada observaria o posicionamento e rendimento dos jogadores; e de Vasco Campos, que comandaria o elenco nas quatro linhas, o time voltou a campo para disputar seu último título. Na ocasião o time era formado por: DITINHO, TADEU DEDINHO, BÓIA, MARQUINHOS, JOÃO DO RAUL, ZÉ WILSON, ZÉ LUCIO, LUIZ CARLOS REBELLO, RUI REBELLO, MAIRON, JUVIANO COBRA, CLEBER FARIA E MARCELO. Além do título do certame Juviano Cobra levantou também o troféu de artilheiro. Era a última página de uma história de emoções e glórias do time que se espelhou nas cores do Santos de Pelé e nas conquistas do Manchester da Inglaterra.

DESPEDIDA FESTIVA

      Como o inteligente e vencedor atleta que pendura as chuteiras no auge, assim fez o Manchester. Logo depois da volta triunfante aos gramados, o time decidiu fechar as portas. O principal motivo foi a debandada de jogadores em busca de estabilidade profissional. A maioria dos jogadores, ainda jovens, tinham agora ocupações profissionais incompatíveis com a rotina de treinos. Eram advogados, engenheiros, médicos, bancários, alguns se mudando para outras cidades, tornando-se impossível treinar para manter a performance histórica do clube. No início de 1970, os jogadores se reuniram e fecharam as portas.

A despedida aconteceu no tradicional Restaurante Uyrapuru, na Dr. Lisboa, no mesmo clima de festa que marcara os anos de glórias. Estava encerrada ali uma década de muita alegria, muita emoção, muito brilho, muitas vitórias e centenas de gols.

OS ADVERSÁRIOS DA ÉPOCA

      O fundador do Manchester, diretor e bom volante do time, ARGEMIRO NARCISO, conviveu com a nata do futebol amador da década de 60. E conta que os principais clubes eram FLAMENGO DO 14º  GAC, SÃO JOÃO FC, do capitão Massafera do bairro do mesmo nome, CORINTHIANS DO do Pantâno, BANGU dos irmãos Urbano do São Geraldo, MADUREIRA do Pedrinho Xaxa, SÃO PAULO do São Camilo, do Pinto Cobra, do Valentinho, RODOVIÁRIOS das Taipas dirigido pelo Zé Ferro (pai do Paulo da Pinta), GREMIO VETERANOS DO VASCO, e o FACIT – que quase mudou a história do MANCHESTER. Tinha ainda o INDEPENDENTE do folclórico DIOSO. Time bom para se enfrentar, mas era saco de pancadas. Quem ganhava do Independente de 4 ou 5 a zero ‘só’, tinha passado apertado.

OS CRAQUES DA DÉCADA DE 60

      Numa época em que rádio e televisão, preto & branco era coisa de luxo, futebol sim era coqueluche. Comia-se futebol, respirava-se futebol. Era o assunto dos bares, nas esquinas, no começo da semana, no meio e na véspera dos jogos.

O sucesso do Manchester se baseava na técnica, no talento e na cabeça de seus jogadores quase todos diretores do clube. Para Argemiro, zagueiro que dava chutão não cabia no time. Tinha que saber sair jogando e passar a bola para o companheiro. Enquanto alguns boleiros davam balão, seu time enchia suas redes de bolas. Não ganhou todas, mas foi assim que aplicou sonoras goleadas em seus adversários.

E exatamente esta técnica que Argemiro exalta nos grandes jogadores de Pouso Alegre da época, tais como TISTA COSTA, AIRTON ROBLES, GRAPETE, CABRITA e o grande ADÃOZINHO, que somente não foi um profissional de sucesso porque a paixão por Severina do Popote foi maior. Se estes tantos faziam para estufar as redes, ROBERTO, BOLACHA e DIDI foram os melhores na arte de defender o gol. Verdadeiros gatos e líderes com a camisa 01.

 AS ARTIMANHAS DOS CARTOLAS

     Argemiro conta que além de craque com a bola nos pés, Airton Robles era também uma raposa em estratégia. Quando sabia que determinado zagueiro era esquentadinho, mandava seus atacantes colocá-los na roda dentro da área. Conseguiu muitos gols e expulsões assim. Na véspera de um importante jogo contra o Madureira, o goleirão Didi foi preso depois de se envolver numa contenda numa festa de casamento da qual fora padrinho. Como Airton era militar e tinha influência junto ao delegado de Polícia Eduardo Alvim, um diretor procurou por Argemiro no domingo de manhã para pedir que intercedesse junto ao delegado sua liberação para o jogo. Debaixo de críticas dos colegas, Argemiro levou o fato a Airton, torcendo para que ele não interferisse, pois seria muito melhor enfrentar o poderoso Madureira com goleiro reserva. Ao tomar conhecimento do fato, Airton perscrutou e disse a eles para esperaram na porta da delegacia ao meio-dia, pois pediria a liberação do goleiro. Chegou na Delegacia as duas e quarenta e cinco com as mãos sujas de graxa, dizendo que o carro havia quebrado no caminho do sítio e liberou o adversário meia hora antes do jogo. Didi entrou em campo numa tremenda ressaca, furioso pela demora na liberação e tomou dez gols!

NO FUTEBOL TODOS SE IGUALAM

     Para o volante que conhece o Morumbi sem conhecer São Paulo e nunca mais sentou-se numa arquibancada depois do Manchester, futebol e uma coisa séria e mágica. É onde todos se igualam. Tanto rico quanto pobre, tanto preto quanto branco, jovem quanto velho, todos torcem, todos vibram, todos se emocionam, todos extravasam suas alegrias e tristezas e por isso mesmo todos merecem respeito, principalmente, daqueles que fazem a torcida se emocionar. Para ele, a beleza do futebol não está tanto naquele que faz o gol, mas na assistência, naquele que serve o companheiro para balançar a rede. No seu time, o primeiro a ser festejado era sempre o jogador que dava o passe, depois o que fazia o gol. Esse altruísmo, esse conjunto harmônico com a bola rolando suave de pé em pé no gramado ou cruzando marota e soberba o espaço para cair no peito ou nos pés do companheiro é que faz a magia do futebol. Assim jogavam Canhoteiro no São Paulo, Roberto Balangeiro no Corinthians e o grande Pelé por onde passou.

Argemiro, São Paulino de coração, mas antes de tudo mineiro e brasileiro – torce até para o Corinthians se o jogo for contra estrangeiro. Para ele os melhores jogadores do Brasil atualmente são os armadores Alex e Diego e o atacante Luis Fabiano. Ronaldinho Fenômeno é muito bom, mas, com o peso que carrega, não consegue estar onde precisa no momento que a bola chega.

 RECEITA PARA O FUTURO

     Aos sessenta anos, com a mesma paixão de antes pelo esporte bretão, acompanhando a distância seu desenrolar, bancário aposentado exalta o GUARANI do São Geraldo e o CANTAREIRA do São João, os quais, alguns anos atrás esboçaram passos largos mas encolheram. Quanto ao RUBRO NEGRO DO MANDU, sem identidade com a torcida não alçará voos.

Apesar de decadente, ele acha que a qualquer momento nosso futebol poderá renascer, desde que seja planejado para atrair o torcedor e o investidor. Desde que seja levado a sério pelas autoridades e conduzido por quem goste de futebol, pois talento e paixão ainda existem e nascem a cada dia”.

“O dia em que dormi com Pelé”

“Nós pulamos juntos para cabecear a bola, eu era mais alto, saltava mais. Quando pisei de volta no chão, olhei espantado para o alto e Pelé continuava lá, cabeceando a bola. Era como se ele conseguisse ficar em suspensão pelo tempo que quisesse.”

 “Tentei me convencer de que ele era de carne e osso como todo mundo. Eu estava errado.”

Assisti a todos os jogos da Seleção Canarinho na Copa de 70, na tv preto-e-branco na casa do meu vizinho, no alto da rua São João. Esse foi meu primeiro contato com o mundo magico do futebol. De cara assisti às magias do maior jogador de futebol do mundo em todos os tempos. Em 78, quando a tv, ainda preto-e-branco, entrou na minha casa, o Rei já havia pendurado as chuteiras! Que pena! Pra mim Pelé poderia ter jogado na seleção até os 50, 60 anos!

 

Consumidor inveterado de notícias de telejornais, naturalmente acompanhei pela TV o drama do Rei Pelé e sua família até a morte do seu corpo no dia 29 passado. Antes mesmo do desencarne, o qual eu sabia que seria inevitável por aqueles dias, passei a perguntar a mim mesmo qual o tamanho da homenagem que a mídia nacional e estrangeira faria ao nosso rei.

Hoje tive a resposta.

Recebi do amigo Kenith um texto da lavra de João Moreira Sales, que mostra a real dimensão do que foi Pelé, o Rei do Futebol. Trono do qual nenhum outro jogador do mundo, por mais magico ou fenomenal que seja ou tenha sido, sequer chegou perto!

O texto é longo. Se você não gosta de ler, não perca tempo começando.

Mas se você gosta de ler e entende o que lê, vale a pena usar dois ou três minutos para viajar no tempo e saborear o que o documentarista e fundador da Revista Piauí, após uma noite de insônia pensando nele, diz sobre o nosso Rei.

 

“O DIA EM QUE DORMI COM PELÉ

Numa noite de insônia, a gente se dá conta do que perdeu e ganhou com a morte do Rei

04jan2023_11h22

JOÃO MOREIRA SALLES

 

Pouco depois da meia-noite de 31 de dezembro eu já estava deitado, mas só adormeci por volta das cinco da manhã. Não foram os fogos nem os foliões do lado de fora que me mantiveram acordado. Foi Pelé. Ou, para ser mais exato, o que Pelé me fez pensar. A notícia havia chegado dois dias antes, e, do dia 29 de dezembro até a noite da virada do ano, eu, como milhões de pessoas, passaria horas tentando compreender a dimensão dessa morte, o tamanho do que vinha de desaparecer.

 

Logo ficou claro que a comoção não era só nossa, brasileira. A edição internacional do New York Times publicou um artigo tocante de José Miguel Wisnik na dobra superior da capa. O obituário ocupou toda a página dois – cinco fotografias, seis colunas, do alto ao pé da versão impressa. O francês Libération deu capa e quatro páginas, logo as quatro primeiras, em geral tomadas por assuntos políticos. No jornal esportivo L´Équipe, foram 24 páginas. Até o Financial Times, que provavelmente se interessa mais pela cadeia produtiva da bola do que pela bola, pôs Pelé na capa.

 

Um amigo, o n. 1, me escreveu o seguinte: “Eu tenho chorado de forma intermitente desde ontem. É arrebatador. Não tinha ideia de que seria assim.” A confissão veio acompanhada da capa do jornal italiano Domani, na qual se lia: “Morreu Pelé, o homem que inventou o Brasil” – “A manchete definitiva”, cravou esse amigo, “porque o Brasil que o mundo aprendeu a amar (feliz, criativo, majestoso, quente e tolerante) não existiria sem a ascensão de Pelé.” Do amigo n. 2 recebi um e-mail intitulado “A melhor capa veio da Bolívia”. Era do diário La Razón: “Murió Pelé, el fútbol se queda con 10” – um achado de difícil tradução, querendo dizer que dali em diante o futebol viveria para sempre com uma ausência em campo, não mais onze jogadores por equipe, apenas dez, o número da camisa do Rei.

 

Nenhum brasileiro jamais mereceu tratamento igual, nenhum causou tanto espanto. Por essa medida, então, Pelé foi o maior de todos os brasileiros, mas a prova dos nove, claro, está no que ele fez em campo. De certa forma, está nas imagens que sobreviveram, está nos arquivos de sua arte.

 

Eu não vi Pelé jogar. Tinha oito anos em 1970 e, por motivos que não vem ao caso explicar, não assisti aos jogos da Copa do Mundo do México, apesar de tê-los vivido intensamente. Ir atrás dessas imagens significava rever as jogadas mais clássicas de Pelé, aquelas que vivem na memória de qualquer amante do futebol, quase todas da Copa de 70, mas também, e talvez principalmente, descobrir o que ele fazia de forma rotineira nas partidas menos vistosas de sua carreira. Do amigo n. 1, dei a sorte de receber um fio de Twitter com “estatísticas desconcertantes e dois vídeos sensacionais”. Foi esse fio que vi e revi.

 

Muita gente se pergunta se Pelé conseguiria se impor no futebol de hoje, um esporte mais rápido, mais técnico e mais exigente fisicamente. Basta meia hora assistindo às suas jogadas para concluir que a pergunta não faz sentido. É exatamente o contrário. O certo seria perguntar se os grandes jogadores de hoje conseguiriam jogar tão bem nas condições de antigamente. Walter Casagrande, outro que se emocionou ao se recordar de Pelé, desmontou rapidamente a ideia de que hoje Pelé não seria Pelé. Tudo era mais precário na época em que ele jogou. As chuteiras eram pesadas, a bola deixava de ser redonda à medida que o jogo corria, a arbitragem não tinha instrumentos para coibir a violência. Cartões amarelos e vermelhos foram introduzidos apenas na Copa de 1970, e ao craque daqueles anos cabia não só a tarefa de levar o time à vitória, mas também a de sobreviver às pancadas recebidas ao longo de 90 minutos. Era jogo e era luta.

 

Isso sem falar nos campos. As imagens são impressionantes. Alguns jogos aconteciam não em gramados, tampouco em relvados nus, mas em lamaçais. Nos casos mais extremos, quase pântanos. Apesar disso, lá está Pelé, conduzindo a bola como quem passeia o seu cão bem treinado. A bola segue fielmente o pé, obedece, não foge.

Todo o repertório do futebol moderno parece estar à sua disposição, do arranque de Mbappé, ao drible curto de Messi, ao empuxe balístico e obstinado de Ronaldo Fenômeno em direção ao gol. No artigo para o NYT, Wisnik resumiu com precisão esse repertório:

Ninguém reuniu como ele as capacidades do drible e da velocidade, do chute com as duas pernas, do cabeceio preciso e fulminante, do jogo rasteiro e do jogo aéreo, do senso mágico do tempo de bola, do entendimento instantâneo do que sucedia à sua volta, tudo baseado numa constituição atlética vigorosa e rigorosamente equilibrada. Mesmo assim, o efeito-Pelé não se resume a uma soma, ainda que única, de habilidades quantificáveis. Um poeta e ensaísta observou que ele parecia arrastar o campo consigo, como uma extensão de sua pele, em direção ao gol adversário […] A beleza e a inteligência do corpo em ato, mais o olho de lince e a imprevisibilidade do pulo do gato, faziam com que Pelé parecesse funcionar numa frequência diferente da dos demais jogadores, assistindo em câmera lenta ao mesmo jogo do qual estava participando em alta velocidade, enquanto outros, em torno dele, pareciam estar, tantas vezes, assistindo ao jogo em alta velocidade e jogando em câmera lenta.

 

Pelé tinha a intuição de como o espaço se configuraria no instante seguinte, e assim construía a jogada não para a situação presente, mas para a situação futura, sabendo antes onde todos estariam dali a pouco. Além do drible, dominava também a finta, a forma mais bonita do engano, na qual a bola fica onde sempre esteve e é o corpo que sugere o movimento que não fará, levando o adversário a correr para o lado onde encontrará apenas o vazio, ninguém.

A finta é questão de espaço – sugere que o caminho é por aqui, quando na verdade será por lá. Pelé também era capaz de fazer o diabo com o tempo. Um dos seus movimentos mais típicos era abrir o compasso das pernas, deixando a bola no centro delas, enquanto os defensores, como uma matilha de lobos, se aproximavam de todos os lados, prontos para o bote. Pelé então inclina o corpo, anunciando a arrancada – que não vem. A perna de controle – que pode ser a direita ou a esquerda, pois ele tinha as duas – se aproxima da bola, mas nada faz, vibra apenas, afirma a potência sem entregar o ato. É como um respiro no tempo, uma pausa – uma pausa não, uma suspensão. Lembra a fermata musical, aquele momento em que, na tensão crescente, a orquestra interrompe a música e produz um hiato – o silêncio antes da resolução. Pelé faz isso com o jogo. Os outros 21 jogadores, talvez hipnotizados, talvez com medo de tomar a decisão errada, são forçados a parar, como se num tableau vivant. Tudo é interrompido e reorganizado segundo o desejo de Pelé. Ele faz com o tempo e o espaço o que a gente faz com um chiclete: comprime, expande, estica, aperta.

 

Rory Smith, repórter de futebol do NYT, reproduziu no jornal algumas histórias de jogadores que receberam a tarefa de enfrentar Pelé. “Nós pulamos juntos para cabecear a bola”, disse o zagueiro italiano Giacinto Facchetti, “eu era mais alto, saltava mais. Quando pisei de volta no chão, olhei espantado para o alto e Pelé continuava lá, cabeceando a bola. Era como se ele conseguisse ficar em suspensão pelo tempo que quisesse.” Tarcisio Burgnich, companheiro de Facchetti, sintetizou: “Tentei me convencer de que ele era de carne e osso como todo mundo. Eu estava errado.” O goleiro Costa Pereira cruzou o caminho de Pelé numa final entre o seu Benfica, campeão europeu, e o Santos, campeão sul-americano . “Entrei em campo esperando parar um grande homem”, contaria depois. “Deixei o campo convencido de que fui superado por alguém que não tinha nascido neste planeta como o resto de nós.”

 

Então, foi isso o que se perdeu, e a constatação dessa perda, da sua dimensão, foi o que tirou o sono na noite de ano-novo?

Não exatamente.

“E mais uma coisa”, escreveu o amigo n.3: “Deve ser [a soma de] tudo o mais que acontece neste país atrapalhado, mas o Pelé ter desaparecido me dá uma tristeza… Não pensei que fosse ficar assim. Mas fiquei.” Ao que respondeu o amigo n. 4, o último deste relato: “Não desapareceu, não, reapareceu (e apareceu) para os olhos de milhões. O fio que o João mandou” – eu circulara o tuíte mandado pelo amigo n.1 – “é impressionante.” O amigo n. 4 estava certo: a chave é esse reaparecimento de Pelé.

 

Tom Jobim dizia que o Brasil amava Garrincha, mas precisava aprender a amar Pelé. De fato, gostar de Garrincha é mais fácil. Garrincha é trágico, foi explorado em vida e morreu precocemente, bêbado e triste. Garrincha não desafia quem o admira. Foi imenso durante certo tempo, mas voltou para o nosso plano e terminou na nossa escala. Essa queda permite que seja amado com piedade, esse sentimento essencialmente hierárquico em que o piedoso olha do alto para o objeto de sua compaixão. Compadecer-se da dor de Garrincha faz bem à autoimagem. Estamos do lado de quem sofre, somos boas almas.

 

Amar Pelé foi sempre mais difícil. Pelé jamais caiu. Ao contrário, subiu, subiu e lá ficou. É uma altura que oprime. Sendo impossível não gostar do jogador, o homem se tornou o alvo. Edson Arantes do Nascimento, o inocente útil que serviu aos interesses da ditadura; a celebridade ingênua que, sem falar de política, pedia que o Brasil cuidasse das crianças nas ruas. (Na época parecia demagogia, mas, como escreveu Paulo César Vasconcelos no Globo, “o tempo passou, e os bisnetos daquelas crianças continuam nas ruas”.) Pelé era mais admirado do que amado.

Mas aí é que está. Como observou o amigo n. 4, nos dias que se seguiram à morte de Pelé, nos demos conta não do que desapareceu, mas do que nos foi presenteado. A suprema beleza do que ele fez em campo, a alegria que deriva dessa beleza, isso é nosso, nos pertence. Por causa dele, o Brasil se tornou a referência máxima do esporte mais popular do mundo. Um dos nossos dominou o jogo como nenhum outro. Uma supremacia que não se assenta em armas ou truculência, mas em brincadeira e graça.

Sempre foi esse o seu dom, e, como lembrou Wisnik no NYT, nada disso estava desconectado do Brasil: “Já se disse que um gol de Pelé, uma curva arquitetônica de Oscar Niemeyer e uma canção de Tom Jobim cantada por João Gilberto soavam então como ‘promessa de felicidade’, da parte de um exótico país marginal que parecia oferecer ao mundo a passagem leve e profunda da linguagem popular à arte moderna sem arcar com os custos da Revolução Industrial.”

 

Esses dias mostraram o que já parecia esquecido: que o Brasil é capaz disso.

 

E que a reaparição fulgurante do seu legado tenha se dado quase simultaneamente a este outro evento – a fuga, a bordo de um avião da FAB, do que o Brasil tem de pior – iluminou, com uma clareza que chega a cegar, aquilo que ainda podemos ser e aquilo que precisamos desesperadamente evitar.

 

Pelé promete, sim, essa felicidade que ainda nos cabe cumprir. Nada está dado, tudo ainda é possível. É uma constatação que acelera o pulso, que causa euforia e explica uma noite de insônia durante a qual, de olhos fechados, alguém, num quarto escuro, com festa do lado de fora, compreende que Pelé é mesmo tudo o que dizem e conclui que, se ele é daqui, se foi um dos nossos, então o Brasil jamais estará perdido”.

Pouso Alegre x Uberlândia… jogo sobre pressão!

Quem perder ficará na zona maldita!

Fabinho Alves… A mais recente contratação do PAFC para campeonato mineiro, pode dar a primeira vitória hoje ao Dragão.

Após quase um terço do campeonato disputado, sem nenhuma vitória, a situação do PAFC no certame mineiro ainda não é preocupante… Mas passará a ser, caso a vitória não aconteça nesta quarta rodada! Com uma derrota e dois empates na competição, se perder o Dragão entrará na zona de rebaixamento!

O jogo contra o Uberlândia nesta segunda, 15, pode ser um divisor de águas. Até aqui o Pousão, todo animado com a volta à Primeira Divisão depois de 28 anos, disputou três partidas e obteve resultados, se não esperados, aceitáveis. Não vencer o Coimbra no seu primeiro jogo em casa, sem torcida, não é assustador. Não vencer o Boa na casa dele, time que há anos tem vaga garantida na elite do Mineiro e larga experiência na Série B do Brasileirão, também não preocupa. Perder por um gol de diferença para o América do Lisca Doido, o time mais constante e vice-campeão da Série B do Brasileirão no ano passado e semifinalista da Copa do Brasil, longe de ser preocupante! No entanto, passar da quarta rodada na zona de rebaixamento… aí sim é preocupante. Por dois motivos:

Primeiro, porque reduz muito a chance de ficar entre os cinco primeiros do campeonato e conquistar uma vaga na Copa do Brasil ou Serie D do Brasileirão, que é o segundo objetivo da diretoria do clube; e ameaça a manutenção na primeira divisão, que é o primeiro objetivo.

Segundo, porque tem alguma coisa errada:

– Ou a orientação técnica não está sendo suficiente para ‘empolgar’ os jogadores!

– Ou o elenco não tem capacidade técnica de manter-se na posição intermediaria da tabela de classificação e muito menos de brigar pelas primeiras posições…

No primeiro caso é preciso dar uma ‘chacoalhada’ na comissão técnica, desde o ‘professor’ Emerson Ávila até o 25º jogador do plantel.

No segundo caso, alguma coisa precisa ser feita em termos de reforços! O que não é simples, pois jogadores custam dinheiro, e dinheiro, mesmo que fosse verde, não dá em arvores!

Enfim… a opção do momento é: empenho geral, desde o roupeiro até o camisa 09! Ah, uma pitada de sorte também ajuda…

Uma vitória sobre o tradicional clube do Triangulo Mineiro hoje a partir das quatro da tarde, pode colocar panos quentes sobre toda essa conjectura e afastar a preocupação. O time chegaria a 05 pontos e dividiria a sexta colocação com o Tombense, clube que desde que ascendeu à elite do futebol mineiro mantém-se entre os primeiros e no ano passado levantou o caneco de vice-campeão mineiro! É nessa posição da tabela que o Dragão do Mandú deve ‘soltar fogo pelas ventas’, seguir chamuscando seus adversários e garantir uma vaga a nível nacional!

Embora não possa sacudir o time na arquibancada, torcida ao Dragão não falta! A vitória sobre o Uberlândia hoje, além de aliviar a pressão sobre o treinador e jogadores, irá tirar a pulga de trás da orelha do apaixonado torcedor do Pousão.

 

Pouso Alegre FC a um passo do paraíso!

O Dragão fez o dever de casa: venceu o segundo jogo seguido e consolidou a liderança do campeonato.

Goleiro Cairo, o paredão do Pousão na vitória em cima do Atletic…

A vitória magra, suada, tensa e sofrida ontem à tarde no Manduzão, diante do Atletic de São João Del Rey, manteve o time rubro negro na liderança do quadrangular final do campeonato mineiro. O resultado do outro jogo, Betim 0 x 1 Nacional de Muriaé, aumentou a diferença de pontos entre os quatro times que disputam as duas vagas de acesso.

Agora o Pousão lidera o certame com 06 pontos. Nacional vem logo atrás com 03 e Betim e Atletic, que haviam empatado no primeiro confronto, dividem a lanterna com 01 ponto cada. Ruim para eles que, em seis pontos disputados, perderam cinco.

É só o começo. Tem ainda muita bola para rolar no gramado! Mas quem não perdeu nenhum ponto disputado até agora, já está na intermediaria de ataque do acesso… e tem a posse da bola!

Apesar da boa vantagem na tabela, o Dragão não pode ainda sentar-se na cadeira de balanço, colocar o óculos escuros, pedir uma loira gelada e relaxar. É preciso manter o foco e a vantagem conquistada. E aproveitar a tranquilidade da estrada para manter a liderança.

Nesta fase da competição o descanso é curto. Os quatro aspirantes ao clube de elite do futebol mineiro, voltam a campo neste sábado, 14. O Dragão joga outra vez em casa, às 10:30h, contra o combalido Betim, que apagou seu fogo no Manduzão na fase classificatória. É hora de dar o troco! Uma vitória sobre o vice-campeão do ano passado, além de consolidar a liderança, praticamente elimina um dos dois concorrentes à vaga. Aí ficará faltando apenas um pontinho para colocar o bermudão e pedir uma loira gelada!

Ah, as duas vitórias consecutivas – no momento em que era preciso vencer – silenciou a torcida que na semana passada havia pedido a cabeça do técnico Ito Roque!

Que venha o “Guerreiro” de Betim, pois o Dragão está soltando fogo…

 

Derrota do Dragão provoca protestos dos torcedores

Após a segunda derrota seguida, Torcida ‘Uniformizada’ Dragões do Mandu pediu a cabeça do técnico!

Com Ito Roque no comando tecnico, o PAFC conquistou apenas 33% do pontos disputados…

Foi a segunda derrota seguida do time rubro negro de Pouso Alegre. Apesar da derrota, o time classificou-se em primeiro lugar para o quadrangular final!

O invisível bichinho da China espalhou prejuízo, intriga, discórdia, tristeza, decepção e revolta mundo afora… inclusive no futebol!

O recém ressuscitado PAFC, o clube de maior torcida do interior de Minas, parece ter sido o mais prejudicado. Até março, antes da paralisação por conta da pandemia causada pelo bichinho chinês, o Dragão do Sul de Minas liderava com folga o modulo B do campeonato mineiro 2020. Com a paralisação o time perdeu alguns jogadores, perdeu o ritmo e perdeu – o que os resultados mostram – a peça mais importante: o técnico Rogério Henrique. Sem acordo financeiro ele deixou o clube às vésperas de o time voltar à campo. E desde então o escrete rubro negro caiu de produção.

Apesar da experiência, da competência e do empenho – e de novos reforços -, o novo treinador do time, Ito Roque, não conseguiu empolgar o torcedor e nem manter os bons resultados que mantinha há cerca de dois anos. Pior, as mudanças feitas pelo técnico nos últimos dois jogos renderam duas derrotas seguidas e uma invencibilidade de 26 jogos, iniciada em setembro de 2018.

Em quinze pontos disputados nos últimos cinco jogos na reta final da fase classificatória, conquistou apenas cinco, ou seja, 33% dos pontos que estavam em disputa. Empatou duas partidas, perdeu duas e venceu apenas uma vez! Como tinha gordura para queimar, conquistada nos primeiros seis jogos, quando ganhou cinco e empatou um, o time se classificou antecipadamente para a fase final.

A performance do time pós-pandemia, no entanto preocupa o torcedor que já dava como certo o acesso à elite do futebol estadual este ano.

O que aconteceu com o Dragão, o time mais empolgante do campeonato?

A – Perdeu a liderança na beira do campo?

B – Não sabe jogar sem a vibração da massa que canta e grita na arquibancada?

C – Os adversários aproveitaram jogadores que terminaram seus estaduais e se

reforçaram mais que o Pouso Alegre…

D – Ou é só uma fase ruim?

Tomara que a resposta seja a letra ‘D’, pois fase ruim é igual vontade… “é coisa que dá e passa”. É coisa que vem e vai…

Já que o técnico que levou o time tão perto do acesso, não está disponível…

… E a Federação Mineira de Futebol não tem dado sinais de que vai liberar a presença de público nos estádios!

 

Mas bem que poderia fazê-lo!

O estádio Manduzão – o terceiro maior do interior de Minas – tem capacidade para 25 torcedores. Se a FMF liberar a presença de um terço da torcida, como a Europa vem fazendo e a CBF vem aventando, o apaixonado torcedor rubro negro poderá voltar a campo e empurrar o time para o acesso à elite do futebol mineiro.

Enquanto isso não acontece, os torcedores, do lado de fora do estádio e nas redes sociais, querem a substituição do comando técnico do time!

 

   “… em nome da torcida do PAFC solicitamos à diretoria do clube que faça uma mudança urgente no comando técnico do time”, diz a Nota Oficial da Torcida ‘Uniformizada’ Dragões do Mandu.  

 

A fase final que apontará os dois clubes que sobem para o ‘Modulo A’ começa neste fim de semana. Para ficar entre os dois, é necessário somar mais de 10 pontos nos seis jogos, ou seja: é preciso fazer o ‘dever de casa’ e buscar uma vitória ou dois empates lá fora!

PAFC perde o jogo mas não perde a liderança…

… O time já estava classificado para a fase final do campeonato mineiro!

Os torcedores ficaram lá fora… mas a energia positiva e o bandeirão da torcida entraram!

Depois do retorno aos gramados no pós- pandemia, o Dragão do Sul de Minas fez mais quatro jogos. Sob o comando técnico do novo treinador, Ito Roque, o time empatou duas partidas, venceu uma e perdeu a outra. A vitória fora de casa contra o Ipatinga na nona rodada, por 3×2, garantiu ao Dragão a vaga no quadrangular final do campeonato. Na décima rodada, jogando em casa, no Manduzão ainda de portões fechados e com a vaga já garantida, o experiente treinador fez experiências, tirando alguns jogadores do banco de reservas, e começou ganhando. Mas sofreu o empate e no final, numa lance fortuito, numa bola desviada pela zaga, acabou tomando a virada.

O Dragão não conhecia derrota desde setembro de 2018. Foram 26 jogos de invencibilidade, um recorde no futebol brasileiro.

Apesar da derrota – num momento em que podia perder -, o time criou muitas oportunidade de gols e poderia ter mantido a invencibilidade. Para quem viu os últimos quatro jogos valendo três pontos, o time está ainda mais compacto e agressivo do que antes da parada em março.

Se não houvesse a 11ª rodada, as duas vagas para  o acesso seriam disputadas entre Pouso Alegre – que mesmo com a derrota detêm a primeira colocação do certame – com 21 pontos, Athletic de São João Del Rey com 20, Betim com 17, e Nacional de Muriaé, com 15 pontos.

A derrota não deve abalar o Rubro do Mandu. Na última rodada da fase classificatória o time viaja para o leste mineiro, onde enfrenta um tradicional adversário da década de 80, o Democrata de Valadares. Já classificado e sem vantagem em ser o primeiro ou segundo do certame, um bom resultado no próximo sábado, 31, serve apenas para mostrar respeito e incentivar o elenco no quadrangular que irá apontar os dois times que subirão para o grupo de elite do futebol mineiro este ano.

Morando ao lado do Mineirão, já estou pensando em qual camisa irei usar no ano que vem!!!

 

Dragão do Sul de Minas garante vaga no quadrangular final

A classificação antecipada para a final do Campeonato Mineiro 2020 aconteceu na tarde desta quarta-feira, 21, no Vale do Aço.

A primeira etapa rumo à elite do futebol mineiro foi vencida. Oito adversários ficaram para trás… E por antecipação! Na próxima fase basta eliminar mais dois adversários para subir…

Jogando longe de casa, o Pouso Alegre venceu, de virada, o Ipatinga na tarde desta quarta-feira por 3 a 2 e se garantiu como o primeiro classificado para o quadrangular final do Módulo II do Campeonato Mineiro.

Sem poder contar com o lateral-esquerdo Foguinho, suspenso pelo terceiro cartão amarelo, e o volante Mineiro, com um desconforto muscular, o Pousão ainda perdeu uma peça importante logo aos cinco minutos de jogo. O meia Matheus Sousa, com uma contusão na coxa, acabou sendo substituído pelo estreante Claudeci, volante que chegou do Boa Esporte esta semana.

E acabou sendo surpreendido pouco depois. Após cobrança de escanteio na área, Marquinhos Acreano abriu o placar para os donos da casa. O Pouso Alegre, entretanto, não se abalou e conseguiu o empate ainda no primeiro tempo em cobrança de pênalti do zagueiro Pedro Vítor.

Na etapa final o Ipatinga mais uma vez ficou em vantagem com um gol de Núbio Flávio. Com o placar desfavorável, o técnico Ito Roque colocou o time para frente com as entradas de Palacios, Pedro Gabriel e Jhulliam.

E as mudanças surtiram efeito. O volante Roldan aproveitou falha da defesa e fez seu quarto gol na competição. E nos acréscimos, após boa jogada de Pedro Gabriel pela esquerda, Jhulliam só escorou para dar a sexta vitória ao Pousão no Campeonato.

Nesta quinta-feira os jogadores chegam a Pouso Alegre e realizam exames de covid-19. Em seguida treinam visando ao jogo de domingo, às 15h30, contra o Betim, no Manduzão. O time da Grande BH ocupa a quarta-posição na tabela de classificação, com 14 pontos.

Por Gleison Oliveira – Assessor de Comunicação PAFC.

Em jogo controverso, o PAFC vence outra vez e mantém invencibilidade de dois anos!

O time jogou mal, foi dominado no meio campo, falhou no sistema defensivo e tomou um gol no início do jogo, mas fez o dever de casa: venceu de virada e assumiu a liderança isolada do campeonato.

Sob sol e sob chuva a torcida organizada não arreda pé…

Como era de se esperar, depois de duas vitórias seguidas fora de casa, o Pouso Alegre levou excelente público ao Manduzão no sábado à tarde: 3.599 pagantes, e outros tantos convidados e autoridades.

Apesar da euforia da gigante e festiva torcida rubro-negra, quem comemorou primeiro foram os pouco mais de uma dúzia de atleticanos que vieram de São João Del Rey e ficaram escondidinhos num cantinho  da arquibancada atrás do gol. Logo aos oito minutos de jogo o Athletic jogou uma ducha de água fria na galera do Pouso Alegre. Falha coletiva do sistema defensivo do Dragão, desde o meio campo, que permitiu que a bola fosse alçada na ponta esquerda passando por cima do lateral mal posicionado. O atacante do Atlhetic foi à linha de fundo, venceu o marcador e cruzou rasteiro, com perfeição para a área. A pelota passou sorrateira e sensual beijando as mãos do goleiro Cairo e os pés dos zagueiros e sobrou limpa e sorridente nos pés do atacante pedindo para ser empurrada para as redes.

Apesar da vantagem no placar, o Athletic continuou dominando o meio campo e partindo pra cima até ser barrado ainda na intermediaria. Foi num dos vários contra-ataques rápidos que o Dragão chegou ao empate em meados do primeiro tempo. Na cobrança do escanteio a bola beijou a luva do goleiro e sobrou na cabeça do zagueiro Lucas Rocha, no segundo pau, e foi dormir no filó, levando a galera ao delírio.

No segundo tempo, sempre em rápidos contra ataques, o Pousão precisou de pouco mais de dois minutos para virar o marcador. Noutra cobrança de escanteio a bola sobrou na cabeça do meia Matheus Roldam, no miolo da área e novamente foi beijar as redes do time visitante.

O placar não mudou o jeito dos times de jogar. Enquanto o Dragão jogava pelas laterais tentando chegar à linha de fundo, muitas vezes fazendo a pelota cruzar o meio campo pelo alto, o Athletic, ousadamente cruzava o meio campo com a bola nos pés… até perdê-la na intermediaria. Nalgumas vezes, no entanto, obrigou o goleiro Cairo a agarrar a redonda ou expulsá-la da área. Numa dessas bolas marotas Cairo precisou usar toda sua envergadura para evitar o empate. Já deitado na grama ele conseguiu expulsar a pelota com a ponta dos dedos. Dois minutos depois, já nos acréscimos do jogo, a bola voltou a se esgueirar perigosamente na área do Dragão até encontrar uma canela salvadora e se afastar pela linha de fundo. O alívio só chegou aos cinquenta minutos do segundo tempo quando o esguio e austero ‘homem de preto’ virou-se para o centro do campo, olhou para o céu, levantou os braços e soprou o apito pela última vez! Estava selada a terceira vitória seguida do Dragão

A vitória por 2 x 1 sobre o Athletic de São João Del Rey colocou o PAFC no topo da tabela com 10 pontos e aumentou a invencibilidade do time comandado pelo técnico Rogério Henrique. Agora são 21 jogos sem conhecer a derrota.

Apesar de não ter jogado tudo que pode e tudo que sabe, o Dragão do Sul de Minas continua voando alto com a torcida. O apaixonado torcedor fez festa do começo ao fim do jogo. Quando o time acertava, ele aplaudia; quando o jogador disputava com garra e virilidade, ele aplaudia; e quando o jogo ficava morno, o torcedor colocava lenha na fervura! Não por acaso o Pouso Alegre é campeão de público no interior.

Para completar a alegria do torcedor, o árbitro da partida, desta vez, não permitiu o cai-cai dos jogadores visitantes como ocorrera no jogo contra o Tupi de Juiz de Fora pela primeira rodada. E não foi só o homem de preto que fez a alegria da galera… um cachorrinho vira-latas invadiu o campo e atravessou de ponta a ponta o gramado incentivado pela galera aos gritos de “vai, vai… morde lá na frente”, numa alusão à pegada, à pressão sobre o time adversário! Por quase um minuto o simpático e elétrico cãozinho foi a ultima batatinha do pacote…

Veja outros números o PAFC no campeonato mineiro:

O técnico Rogério Henrique já utilizou 18 jogadores nestes primeiros 4 jogos, sendo que Cairo, Nando, Lucas Rocha, Foguinho e Roldan jogaram todas as partidas e não foram substituídos ainda. Ao todo, cada um jogou 406 minutos até aqui.

O Pouso Alegre hoje é o único invicto na competição, tem o melhor ataque (7 gols) e o artilheiro (Roldan, com 3, ao lado de Ingro, do Athletic)

Dos 7 gols do Pouso Alegre no campeonato, 5 foram de cabeça. Com a vitória sobre o Athletic o Pousão chegou a 21 jogos sem derrotas desde 2018 (15 vitórias e 6 empates).

Que venham mais números positivos contra o Serranense!

Pedrinho é coisa nossa!

Ele é o único jogador no plantel do PAFC  que é “prata da casa”!

Pedrinho quer conquistar mais trofeus como este agora pelo profissional do Dragão do Sul de Minas…

No jogo de estreia no campeonato mineiro 2020, jogando diante da sua torcida, o Dragão do Sul de Minas, embora tenha agradado a plateia, deixou escapar dois preciosos pontos: ficou só no empate. Na segunda rodada, no entanto, jogando nos domínios do adversário, o time do técnico Rogerio Henrique se redimiu, e fez o ‘dever fora de casa’! Bateu o Nacional de Muriaé pela contagem mínima. O gol da redenção, que abriu a segunda rodada na sexta-feira em Juiz de Fora e garantiu os três pontos na tabela de classificação, foi marcado pelo atacante Mascote, no início do primeiro tempo. Terminada a segunda rodada do certamente neste domingo, o Pousao aparece na segunda colocação na tabela, com 4 pontos ganhos, atrás apenas do Guarani, que venceu o Tupi ‘cai-cai’ nos domínios do anfitrião. O gol que sacramentou a vitória e o cem por cento de aproveitamento do time de Divinópolis foi marcado aos cinquenta minutos do segundo tempo.

Para o jogo desta segunda rodada contra o Nacional, o Pouso Alegre levou a Zona da Mata 20 jogadores. Para a temporada 2020 o técnico Rogerinho conta um plantel de 26 jogadores. Dentre eles, apenas o meia ‘Pedrinho’ é “prata da casa”.

Pedro Luiz Almeida Gonçalves tem 21 anos. Ele é filho de Luiz Gonçalves “Ligeirinho” e Lucia Helena.

Pedrinho mostrou interesse pelo futebol desde muito cedo. Quando ficou em pé sozinho, com menos de dois anos e deu os primários passos, já foi atrás de uma bola. Aos 7 anos foi para a primeira escolinha de futebol, a ‘Ra Soccer’, onde treinou e disputou diversos torneios e campeonatos até os catorze anos. Neste período treinou também no Sesi e participou de um campeonato regional onde sagrou-se artilheiro da competição.

Em 2016 o filho do “Ligeirinho” disputou o campeonato mineiro Sub-20 pelo JAC de Jacutinga. No mesmo ano disputou a Copa Ouro pelo Santarritense de Santa do Sapucaí.

Em 2018 começou treinar no PAFC, onde está até o presente. No ano passado, ao completar 21 anos, assinou seu primeiro contrato como profissional pelo rubro-negro do Mandú e agora integra o plantel que busca uma vaga para a Serie A do campeonato mineiro 2021.

Paralelamente aos treinamentos, Pedrinho cursa Educação Física na Univás. Está no terceiro ano. Antes de assinar seu primeiro contrato profissional, Pedrinho trabalhou como técnico de segurança do trabalho e exerceu outras atividades administrativas em Pouso Alegre. Atualmente Pedrinho está solteiro e mora com os pais e a irmã Rebeca, no bairro Monte Azul em Pouso Alegre.

Além de jogar na equipe profissional do PAFC, Pedrinho cursa atualmente o terceiro de Educação Física na Univás.

Pedrinho, o filho do “Ligeirinho”, é o único jogador “prata da casa” do Dragão, nascido e criado em Pouso Alegre. Ele é um dos quatro meias à disposição do técnico Rogerio Henrique, esperando uma chance para mostrar seu talento com a pelota e arrancar os apupos da plateia!

Boa sorte Pedrinho.

PAFC: empate com triplo sabor de derrota!

O time jogava em casa; tinha um jogador a mais em campo metade do segundo tempo; e teve um pênalti a seu favor no último minuto de jogo…

      Apesar do resultado o time passou confiança!

Foto: Guará Comunicação/PAFC

O jogo de estreia do Dragão do Sul de Minas no Modulo B do campeonato mineiro 2020, diante de mais de três mil torcedores, teve quase de tudo: teve gol tramado ainda cedo pela linha de fundo, teve gol do adversário, ainda mais cedo, no primeiro minuto do segundo tempo, teve virada do adversário, teve agressão de jogador à maqueiro, teve expulsão de jogador nervosinho, teve muitos cartões amarelos para o time visitante, teve o tradicional ‘cai-cai’ do time visitante para esfriar o jogo, e teve o que de pior poderia ter num jogo que seguia empatado… Pênalti chutado pra fora no último minuto da partida!

Romarinho não foi só infeliz na cobrança de pênalti. Ele exagerou na criatividade e dificultou a própria cobrança. Um jogador destro não pode ficar à direita da bola na hora de bater o pênalti! A coreografia de correr na horizontal para depois endireitar o corpo para bater na pelota, tentando desestabilizar o goleiro, tira completamente a estabilidade do batedor! O momento da cobrança de pênalti é o mais tenso da partida e todo foco deve se concentrar no toque final que vai mandar a bola para o gol. Por isso o batedor deve deixar de lado a firula, se posicionar a menos de três metros e dar poucos passos até o toque final na pelota.

A perda do gol e dos consequentes dois pontos do jogo, no entanto, não diminui a importância de Romarinho no time. Ele continua sendo o talismã, o jogador moleque, extrovertido e aguerrido dentro de campo… e merece todo apoio dos companheiros e da torcida. Afinal, qualquer jogador perde pênalti… Só não perde quem não bate! Romarinho já é ídolo da torcida e certamente vai consolidar esse status neste campeonato de 2020.

O jogador contratado para ser referência no meio campo do Pouso Alegre, voltando de cirurgia, ficou no banco e entrou no decorrer da partida. Faltou, portanto, tempo para mostrar seu talento e experiencia em campo. Mas promete. Edson Pio sabe como poucos chamar a pelota de ‘meu bem’, e sabe o que fazer com ela quando a tem nos braços, ou melhor… nos pés! Quando estiver cem por cento, certamente vai somar muito ao time e cair nas graças da galera.

Apesar do percalço, foi um bom jogo. O time evoluiu em comparação à performance do ano passado quando conquistou o título – invicto – da segundona. Fez um primeiro tempo quase impecável, pôs a bola para rolar, sufocou o adversário e construiu muito bem as jogadas que redundaram nos dois gols marcados: resultado de jogadas bem construídas. Os dois gols que sofreu resultaram de bolas rebatidas na área.

O tradicional time da Zona da Mata mineira usou e abusou da tradição, experiencia e catimba de clube grande do interior. A cada cinco minutos, mesmo fora da disputa de bola, um jogador alvinegro ficava estendido no chão. Por isso o jogo foi até os 52 minutos…

O público – 3.185 – foi mais uma vez excelente para um jogo de Modulo B. E é só começo de campeonato…

Nas próximas duas rodadas o PAFC vai jogar longe da sua apaixonada torcida. Dia 14 de fevereiro, sexta-feira, joga em Muriaé contra o Nacional, que estreou empatando fora de casa com o Serranense. No dia 22 de fevereiro, sábado de carnaval, encara o Guarani de Divinópolis, que venceu em casa, o outro caçula do grupo, Betim.

Previsão? Se jogar como jogou o primeiro tempo contra o Tupi, pode trazer de quatro a seis pontos na bagagem…