Sexta feira negra em Pouso Alegre

O roubo aconteceu piuco depois deste crepúsculo e o assaltante enfurnou-se debaixo desta ponte!

O roubo aconteceu pouco depois deste crepúsculo e o assaltante desceu por esta estradinha e enfurnou-se debaixo desta ponte!

O final de semana que começou às 18h00 de quarta, 03, e terminou à 00h00 de segunda, teve seis roubos à mão armada em Pouso Alegre. Quatro deles na sexta feira, 05. Dois deles chamam a atenção, pela ousadia da dupla de assaltantes. Entre um roubo no norte e outro no sul da cidade, havia se passado menos de meia hora…!!!

O roubo que mais chamou a atenção aconteceu ao pé da noite. A situação que propiciou o roubo nos remete ao inicio dos anos 80! Naquela época, Rodrigo e Cristina compravam um refrigerante, estacionavam a Brasilia verde do pai dele numa rua deserta do bairro Santa Doroteia e ali ficavam horas namorando…! Ricardo e Amelinha faziam a mesma coisa no interior do fusca que ela acabara de comprar, porém no bairro Fatima I – não existia o II e o III- A avenida Aeroporto também era ponto de namorar… às vezes juntava meia dúzia de carros um a cada cinquenta metros. Parecia um ‘drive-in’ onde o casal de namorados eram os protagonistas do filme! E era para namorar mesmo! Tipo ouvir musica internacional, beijar, acariciar, amassar, bolinar! Quando muito desabotoar o sutiã! Ver a cor da calcinha da Patricia, só depois de noivos! Alisar os pelinhos pubianos? Só depois de casados…!

Mas os tempos românticos, lúdicos, ficaram no passado. Nos anos oitenta os nóias eram apenas maconheiros e eram conhecidos da sociedade. Os filhinhos de papai usavam cocaína, dez vezes mais caro. Aí, nos anos 90, os produtores de drogas resolveram ampliar suas empresas… Pegaram as sobras do refino da cocaína, misturaram um monte de merda e criaram uma droga ainda mais forte e nociva do que a farinha do capeta… O Crack! Por um terço do preço! Nos últimos vinte anos a pedra bege fedorenta chegou aos quatro cantos do país! O preço médio para facilitar o troco é R$ 5.  E uma pedra só não satisfaz. E, para conseguir a segunda, a terceira, a quarta e muitas vezes passar a noite na verdadeira ‘noia’ nos lugares mais imundos, o dependente quimico ou psíquico topa qualquer parada! Penhora documentos, motos, carros, a cesta básica das crianças e até a própria mulher! E quando não tem o que penhorar apela para os roubos! Às vezes o trabuco nem tem balas, às vezes é de plástico, às vezes é apenas um isqueiro por baixo do moleton… mas vai saber!

Por isso, hoje, estacionar o carro numa quebrada qualquer dos incontáveis bairros que surgiram na periferia de Pouso Alegre, triplicando a população da cidade e quadruplicando seus problemas sociais, para namorar, corre-se o risco de receber companhia pouco agradável. Na melhor das hipóteses o assaltante vai levar apenas a carteira, o celular, o relógio, os cordões… Mas pode levar também a namorada para comer numa outra quebrada! Isso se não fizer o serviço ali mesmo, na frente do namorado e depois mata-lo!

Na noite ainda criança e fresca da quarta, 03, os irmãos Valmir e Valdir estavam no interior de um Fox parado na beira da rodovia BR 459 no bairro Belo Horizonte – não, não, não… Não estavam namorando, não! –  esperando a esposa de Valdir que chegaria de viagem…! De repente um vulto soturno usando bermuda e capuz de moletom se aproximou do carro em que estavam, encostou uma espingarda na janela e prometeu mandar bala nos dois se alguma coisa fugisse ao seu controle. Com a espingardona de quase um metro de cano encostada na cabeça de Valdir, o assaltante pegou o celular que estava sobre o painel e exigiu o conteúdo da carteira. Antes de sair levando cerca de R$300, o assaltante da espingardona fez mais estragos… Amassou a coluna, quebrou calha e vidro traseiro do Fox com a coronha da espingarda. Em seguida desceu a rodovia e enfurnou-se debaixo da ponte do Rio Sapucaí Mirim e misturou-se à escuridão da noite!

Com diria minha leitora Melissa, do velho Aterrado…

– A cada dia somos mais reféns da bandidada!!!

 

Leia daqui a pouco: Dois assaltos em meia hora

Ex-assessor parlamentar senta ao piano do delegado de trafico

Nem a "Casa de Leis" escapou da traficância de Bejota...!

Nem a “Casa de Leis” escapou da traficância de Bejota…!

Foi um depoimento curto e objetivo. Antes de iniciar o interrogatório propriamente dito, o experiente delegado Gilson Baldassari, responsável pela investigação, perguntou ao ex-assessor se ele queria ouvir as gravações, para ver se reconhecia sua voz! Isso inibiu qualquer tentativa de tapar o sol com a peneira. Ainda assim Ricardo Pisani tentou sair pela tangente, dizendo que de fato havia usado o telefone celular corporativo da Câmara de Vereadores de Pouso Alegre para pedir droga ao traficante Bejota… Mas era para um amigo! Então foi sutilmente ‘lembrado’ pelo delegado que tal conduta poderia se enquadrar no artigo 33! Ou seja; trafico! Diante disso o ex-assessor desistiu de qualquer delonga e admitiu ter feito o pedido de cocaína ao traficante usando o aparelho corporativo da Casa de Leis!

Embora constrangedor, o depoimento de Ricardo Pisani não trás qualquer prejuízo penal para sua pessoa. Suas declarações tem valor apenas como testemunho em desfavor do fornecedor de drogas. Serve para enriquecer o “dossiê” do traficante dos playboys – e dos ilustres! O depoimento do ex-assessor parlamentar, juntado a outra dezena de depoimentos de usuários de drogas, vem engrossar o conjunto probatório levantado pela PC contra o traficante, para que o Homem da Capa preta para dosar sua pena.

Embora Ricardo e outros tantos clientes de Bejota sejam inimputáveis criminalmente, – por este fato – pois não foram pegos com drogas, além do que, usuário de droga não sofre pena restritiva de liberdade, eles são imputáveis “moralmente”… Estão na situação parecida com a dos clientes da padaria da esquina, que somente prospera porque a clientela a cada dia consome mais pães, doces e outras guloseimas…! O trafico de drogas só se expande e o traficante enriquece e por consequência fortalece o crime, porque os nóias consomem seus produtos!

Benedito Jose Teixeira de Souza, o Bejota, também conhecido pela clientela de drogas como “Motoqueiro Fantasma” pelo ‘modus operandi’ ou seja; pela facilidade que tinha em aparecer e desaparecer em esquinas, praças, portas de lojas – e até na Câmara Municipal – com remessas mínimas de cocaína na cueca, foi preso pela dupla de detetives Teobaldo & André no dia 21 de maio.

O IP do qual o usuário Ricardo Pisani é testemunha, é o terceiro inquérito de trafico de drogas instaurado pela delegacia antidrogas de Pouso Alegre contra Bejota, o traficante dos playboys – e dos ilustres! A riqueza de detalhes da investigação encetada pelos pupilos do delegado Gilson Baldassari poderá render ao traficante uma pena bem próximo da máxima… De quinze anos!

 

 

Assaltantes de sorveteria entram em fria

Pedro Felipe de Almeida

Pedro Felipe de Almeida

Foi mais um assalto pé-de-couve básico no centro da cidade. Às sete e meia da noite desta terça, 2, o sujeito alto, com pinta de maloqueiro entrou na sorveteria Ice Bom da Avenida João Beraldo, enrolou a camiseta na cabeça, baixou o boné para esconder mais o rosto, sacou o trabuco e ameaçou fazer barulho se a balconista não entregasse o dim-dim! Enquanto isso, do lado de fora da porta outro sujeito com cara de Lombroso monitorava o movimento da rua. Levaram também o básico… Cerca de 200 reais. Mas não foram longe. Ficaram nas imediações, comendo lanche e enchendo a cara de Whisky barato!

Enquanto a policia militar rodava o centro da cidade à procura da dupla de assaltantes de sorveteria, eles foram novamente à caça. Já na virada da noite, na esquina da Bueno Brandão com Afonso Pena, dois quarteirões depois da sorveteria, a mesma dupla deu o pulão numa senhora que passava. Enquanto um deles segurou dona Eva, o outro esvaziou sua bolsa. Levaram apenas o aparelho celular.

Quarenta minutos depois os homens da lei trombaram com três suspeitos, cujas características e vestes batiam com as dos assaltantes,  nas imediações.

Nem dona Marilda nem dona Eva puderam afirmar com precisão se eram eles os assaltantes… Mas as câmeras do circuito interno de segurança da sorveteria e câmeras de “Olho Vivo” espalhadas pela cidade puderam!

O assaltante que entrou na sorveteria e deixou dona Marilda gelada, é W.S.G. morador da Francisco Sales nos Quatro Cantos! Ele tem apenas 13 aninhos de idade. Seu parceiro que ficou do lado de fora dando cobertura é Pedro Felipe de Almeida, 20 anos, morador o bairro Anchieta em Santa Rita do Sapucaí. Os dois realizaram também o roubo da senhora Eva na esquina da Afonso Pena e esconderam a pistolinha 22 em um terreno baldio ao lado da E.E.Dom João Rezende, a poucos quarteirões do local dos crimes. Se não tivessem sido presos certamente fariam mais algumas fitas durante a madrugada…!

O terceiro suspeito detido pela PM no inicio da madrugada é P.C.O.T., 16 anos, morador do Jardim, Amazonas. Ele não participou de nenhum dos roubos, mas foi envolvido porque no momento da detenção estava usando uma blusa azul, aa mesma vista através das câmeras do circuito interno durante o primeiro roubo… Ele a havia tomado emprestado do amigo W.S. Embora seja egresso do Hotel do Juquinha, de onde saiu na semana passada depois de uma custodia por roubo à mão armada, nos casos desta terça ele está inocente!

Depois de sentarem ao piano da delegada de plantão, os “dimenor” W.S.G. e P.C.O.T. foram entregues às seus respectivos pais, pois no hotel do Juquinha não tem espaço nem para os marmanjos, muito menos para “dimenor” que, teoricamente, não comete crime! Já o garotão Pedro Felipe de Almeida, que diz ganhar R$350 por semana como servente de pedreiro em Santa Rita, foi se espremer no Hotel do Juquinha!

 

 

Abrace seu filho… Não deixe que as drogas o abracem!

 

A criminalidade chegou ao bairro dos Coutinhos

Nem a garrafa de Casa dos Ventos que eu trouxe de Pouso Alto para o escrivão escapou da sanha dos ladrões de sitio dos Coutinhos...!

Nem a garrafa de “Casa dos Ventos” que eu trouxe de Pouso Alto para o escrivão escapou da sanha dos ladrões de sitio dos Coutinhos…!

Segundo o professor, historiador e escritor Hilario Coutinho, o bairro banhado pelo Ribeirão Santo Antônio e suas dezenas de nascentes, tem seu primeiro registro como “Bairro Coutinhos” lá pelos idos de 1786. O patriarca da família Coutinho, meu deca-avô João Coutinho Portugal, instalou sua primeira moradia no aconchegante local em 1814. Por isso, o livro de sua lavra em parceria com o primo Celso Coutinho, “A Família Coutinho no Sul de Minas”, foi lançado no dia 14 de novembro de 2014.

      Nestes dois séculos de existência o famoso e hospitaleiro bairro viu muita transformação. Todas benéficas, acompanhando a evolução do homem e da sociedade.

      As duas ultimas mudanças no bairro foram o êxodo rural, há cinco décadas, em busca de melhores perspectivas de trabalho e de vida… E agora o inverso; o ‘êxodo urbano’ para o bairro, porém por motivo diverso… Por lazer! Enfim, são muitas as mudanças de comportamento, de politica, de religião, de hábitos… E de valores!

      Dentre as peculiaridades dos Coutinhos está o fato de que, em duzentos anos, jamais houve um homicídio por qualquer razão no bairro. – Este dado pode mudar a qualquer momento! – Furtos no bairro, também sempre foi coisa rara. Ladrões mais raro ainda! Ou pelo menos era raro até pouco tempo atrás.

     Há cerca de cinco ou seis anos um cidadão – novo no bairro – dono de um sitio foi vitima de furto. Durante conversa informal num balcão de boteco ele teria comentando com amigos para moradores do bairro ouvir:

– Comprei a chácara no bairro dos Coutinhos depois de ser informado que aqui não há ladrões…

      A resposta veio de chofre, por um morador que ouvia a conversa na outra ponta do balcão…

– É verdade. Até agora não tinha mesmo ladrões no bairro. Mas eles estão começando a chegar…!

     A resposta curta e grossa do meu conterrâneo encerrou prematuramente a critica. Porém, talvez o sitiante tivesse razão. De uns tempos para cá o hospitaleiro bairro tem sido palco de furtos. E o pior…! Os mãos leves, ao que parece, são criados no próprio bairro!

     Recentemente aconteceu no bairro dos Coutinhos e adjacências furtos de gado. A policia não descobriu quem eram os ladrões. Mas as vitimas de furtos receberam de volta sua ‘res’ furtiva – que no caso eram ‘reses’ bovinas! O pai de um dos ladrãozinhos, abastado e honesto fazendeiro que trabalha de sol-a-sol, envergonhado pela conduta do filho, ressarciu o prejuízo dos vizinhos para que o caso não chegasse à justiça. Ficou barato! No Texas, quem fosse pego roubando gado, era pendurado na primeira arvore que a patrulha encontrasse no pasto!

      Meu conterraneo Joel, contemporâneo do meu pai, mudou-se como nós para Pouso Alegre há cerca de 40 anos. Mas nunca deixou seu pedacinho de chão no bairro dos Coutinhos. Nas horas de folga cultiva café, banana, feijão, cascavéis, cutias, tatus e até lobos…! Seu sitio é de fato um pedaço de paraíso. Mas fica muito distante do centro do bairro, ao pé da serra. Por isso Joel resolveu comprar um pequeno sitio mais perto da ‘civilização’ do bairro, na localidade que chamamos de “Onças”! Outro dia ele estava angelicalmente nos braços de Morfeu no seu rancho quando a luz forte de uma lanterna o fez despertar. Ao lado da cama singela estavam dois guampudos; um segurando a lanterna acesa e outro um pedaço de pau! Haviam arrombado a porta…

– Queremos a chave do cadeado da porteira e do cadeado da casinha da picadeira… – disse um deles ameaçadoramente.  

      … E levaram a picadeira de capim, deixando a vaquinha Jersey do Joel sem comida no dia seguinte.

     Todo mundo no bairro sabe quem são os três ladrões que roubaram a picadeira do Joel. São nascidos e criados ali mesmo. Há duzentos anos, meu deca-avô João Coutinho Portugal teria cortado pessoalmente os ladrõezinhos na guasca, até o couro cru de boi berrar!

     Coisa bem pior do que esfolar a pele de ladrõezinhos na guasca, pode acontecer a qualquer momento!

     Durante a madrugada deste sábado, 30, ladrões – provavelmente do próprio bairro – voltaram a atacar. Entraram em duas casas de sitio na mesma localidade das “Onças”. No sitio do Marcos e na chácara do Edgar! Levaram camas, colchão, bomba d’agua, botijão de gás, roupas de camas, panelas, talheres e até galão de plástico!

– O que me deixou mais aborrecido foi o fato de terem levado minhas cachaças que eu estava guardando para uma ocasião especial! Inclusive uma é aquela que você me deu há dois anos, lembra? – Comentou Edgar.  

     Todo cidadão tem o “direito” de investigar e tentar prender quem o roubou…! Todo policial tem o “dever” de investigar e prender quem o roubou! O difícil é investigar e “apenas” prender!

– Estou torcendo para não encontrar o ladrão, Chips… Senão quem vai cometer um crime maior sou eu! – Desabafa Edgar!

      Há quase vinte anos na policia civil, o escrivão chefe do cartório da Delegacia Regional de Pouso Alegre, é muito mais do que um policial burocrático. Tem policia e tino policial no sangue. Desde o inicio da carreira, há quase vinte anos, sempre participou das operações de campo. Apaixonado por armas de fogo, fez todos os cursos e treinamentos no gênero. Fez inclusive o ultimo treinamento há dois meses com submetralhadora…!  Os ladrões que arrombaram seu sitio e levaram suas panelas, pratos, talheres e sua garrafa de “Casa dos Ventos” correram e estão correndo um serio risco! A batata dos ladrõezinhos de sitio pode queimar!

     O bicentenário Bairro dos Coutinhos não é mais o mesmo!

O sobrinho e o carro quebrado

Imagem ilustrativa

Imagem ilustrativa.

– Oi tia Beth… Sua benção! E o tio como vai? Mamãe mandou um abraço pra vocês.

– Quem está falando…?

– É o Pedrinho, da Lica… De Belo Horizonte. Tudo bem? Olha tia, tô no maior perreio… Eu tava indo fazer uma visitinha pra senhora, mas o meu carro quebrou na estrada no alto da serra, perto de Itaguara. O mecânico disse que é a rebimboca da parafuseta… Ele cobra três mil e quinhentos reais para consertar! Mas eu só tenho setecentos e pouco no bolso… Será que a senhora não pode me emprestar três mil reais? Eu estava mesmo indo na sua casa. Quando chegar aí eu faço a transferência para a senhora! Anota aí o numero da conta do mecânico. Assim a senhora deposita direto na conta dele!

E a caridosa ‘titia’ do Pedrinho vai ao banco, saca suas economias e deposita na conta do mecânico de Itaguara. Mais tarde o sobrinho liga agradecendo o empréstimo, dizendo que vai chegar de manhazinha. Ou então tenta mais um golpe dizendo que o mecânico achou outro defeito e ele precisa de mais dois mil reais!  Dona Tuca, a simpática titia, nem se dá o trabalho de procurar na memoria a imagem do sobrinho Pedrinho… que ela nem sabia que existia!

O golpe é tão velho quanto a media de idade das pessoas que caem nele. Geralmente pessoas septuagenárias. A policia não sabe ainda como o vigarista descobre que a vitima tem um sobrinho ou netinho com o nome mencionado. Por que não é possível que a titia ou vovozinha seja tão lerda que não saiba que não tem um sobrinho ou netinho com tal nome! Ou será que é…!?

Bem… lerdinha, espertinha, boazinha ou simplesmente distraidinha, – isso para não dizer, tolinha mesmo! – o fato é que a titia Zuca caiu no “conto do sobrinho & o carro quebrado”…

Estava ela quieta no seu canto arrumando a cozinha do café da manhã em sua casinha singela no Jardim Noronha em Pouso Alegre quando o telefone tocou. Era o sobrinho Mucio da Silva de Oliveira. Ele estava no Km 790 da MG 179, próximo de Alfenas, com o carro quebrado. O mecânico já havia dado o diagnosticado e o prognostico: Com três mil reais o carrão ficaria novinho em folha. O deposito poderia ser feito direto na conta do ‘mecânico’ Rafael L. Batista.

Preocupada com o pobre Pedrinho na estrada, com esse frio! dona Zuca mandou o marido fazer o deposito na conta do mecanico. Gumercindo, 76, saiu de casa imediatamente, andou alguns quarteirões até a casa lotérica da Silviano Brandão, sacou mil reais da sua poupança e depositou na conta do vigarista. De lá seguiu até a caixa Econômica Federal da Pça. Senador Eduardo Amaral para sacar e depositar o restante. Aí foi salvo pelo funcionário da caixa, bisbilhoteiro… Ao perguntar a ele para quem iria o deposito, Gumercindo contou a historia do sobrinho da esposa e o carro quebrado! O caixa então deu um sorrisinho sarcástico dizendo por dentro…

– Não acredito que eles caíram nesse golpe! – e abriu seus olhos…!

Gumercindo desistiu do deposito, voltou pra casa e contou a ‘descoberta’ à esposa. Só então ela se deu conta de que nem tem sobrinho com nome de Mucio! E mandou Gumercindo de volta ao quartel para registrar o golpe!

Contando assim a estória do “sobrinho & o carro quebrado” parece engraçadinha, não é?

Parece… Mas não é!

Dinheiro, especialmente nos dias de hoje, custa suor e às vezes até lagrimas!

É difícil ganha-lo… Não se pode entrega-lo de mão beijada a nenhum tipo de sobrinho… Muito menos a sobrinhos que não existem!

Conte essa estória – verdadeira, acontecida no meio da manha desta segunda, 01 de junho em Pouso Alegre – a seus amigos e parentes. Especialmente aos septuagenários… Eles são as vitimas prediletas dos “sobrinhos & o carro quebrado”!

 

Futebol Infantil e Juvenil interestadual

Forcraques JuvenilA escolinha de futebol Forcraques F.C. está disputando a Copa São Paulo de futebol, promovida pela Associação Paulista de Futebol Sub-15 e Sub 17. Neste sábado, 30, os pupilos do treinador Brinquinho enfrentaram os garotos do Desportivo Brasil em ambas as categorias. Os jogos aconteceram no campo do Bairro São Cristóvão às 11h00 e 12h00.

Na categoria infantil os garotinhos de Pouso Alegre perderam para os paulistanos por 6×0. Já na categoria juvenil, os ‘meninos do Mandu’ deram o troco… Venceram o Desportivo Brasil por 2×1, com gols de Altair e Patrick.

A próxima rodada será no dia 05 de junho na Arena Barueri, contra o Gremio Barueri.

Haitiano estupra criança em Extrema

ExtremaA chuvinha fina e fria baixou a temperatura do crime na região no ultimo final de semana de maio. Cidades com Pouso Alegre, Itajubá, Poços de Caldas e Varginha registraram menos de um Boletim do Ocorrência policial por hora. Santa Rita do Sapucaí, Ouro Fino e Extrema, cidades com população media de 40 mil habitantes, registrou menos de uma ocorrência policial a cada quatro horas. Os policiais passaram o fim de semana enroladas em cachecóis. Não fossem as rondas preventivas, os homens da lei quase não precisariam sair da taipa do fogão à lenha…!

A exceção nesta calmaria na criminalidade da região ficou por conta, naturalmente, da bela Passos, cidade com um terço a menos da população de Pouso Alegre. Lá, no entanto, a policia militar registrou um terço a mais dos BOs de Pouso Alegre e Poços de Caldas. O que não e nenhuma novidade, pois nos últimos cinco anos em Passos, o crime tem caminhado a passos largos…!

Apesar disso, neste fim de semana os BOs não passaram de registros de furtos, ameaças, brigas de vizinhos e infrações corriqueiras de transito.

O crime mais grave no extremo sul do Estado aconteceu na promissora Extrema, maior polo industrial da região. Embora esteja na fronteira com o Estado de São Paulo, a cem quilômetros da maior metrópole do Brasil, menos de cem de Guarulhos, uma das cidades mais violentas do Sudeste, o autor do crime praticado em Extrema veio de longe, de outro continente…

Passava pouco da onze horas da manhã chuvosa deste domingo ultimo dia de maio quando o cidadão Siltone Edrix bateu na porta da casa da vizinha C. Ao ser atendido e se dando conta de que os pais dela não estavam em casa, o moço de vinte anos pôs em pratica o hediondo crime…! Tomou a garotinha de 11 anos nos braços, cobriu-a de beijos e percorreu suas mãos bobas e assanhadas pelo seu débil corpinho impúbere, acariciando suas partes pudendas!

Enquanto satisfazia sua lascívia, o moço ‘recomendava’ à garotinha que não contasse nada a seus pais, pois teria ‘consequências’.

Mas ela contou!

Contou inclusive que esta não foi a primeira vez! Segundo a garotinha, Siltone Edrix, que é haitiano e mora com outros conterrâneos próximo de sua casa, já abusou delas outras vezes nestas circunstancias!

Após registrar o fato a pedido da mãe da garotinha, a policia militar foi entrevistar o haitiano tarado a poucos metros dali. Mas ele já havia dobrado a serra do cajuru! Caso não tenha pegado a primeira canoa para o Haiti, o imigrante Siltone Edrix, conseguirá um visto permanente no país pelos próximos oito anos… Pelo menos enquanto estiver hospedado no velho “hotel do contribuinte” de Extrema!

 

Cabeleireiro roda o Brasil aplicando golpes

A wilson IINorma Felicio é uma daquelas pessoas que sonha conquistar e dar um pouso de conforto à família. Para isso, como a maioria dos brasileiros, ela trabalha de manhã para comprar o almoço e de tarde para comprar a jantar! Como não herdou herança e nem ganhou na loteria, ele usa o talento que Deus lhe deu para cuidar da beleza e da vaidade dos outros. Sua especialidade são os ‘apliques’ afros… Aqueles cabelões falsos tipo rastafári! Para isso montou, com a filha, um salão de beleza na Rua João Basilio e outro na sua casa na Rua Cordeiro Olímpio no Aterrado. O da sua casa é tão pequenino, tão pequenino que eu passei defronte e não o vi! Só depois de levantar informações detalhadas na esquina, consegui achar o salão. O salão é pequeno mas o serviço é de qualidade. E para melhorar ainda mais a qualidade, Norma e as filhas tem buscado aperfeiçoamento.

No inicio do mês Norma conheceu um especialista na arte de apliques afros… O moço disse que mora em Belém do Pará e roda o Brasil ensinando sua arte às profissionais interessadas. Gentil, educado, delicado Wilson Gaspar Silva era a pessoa perfeita para ensinar novas técnicas de apliques à Norma e suas filhas. Com as aulas de Wilson seu salão iria crescer!

Norma ficou tão empolgada com o mestre ‘Wilson dos apliques’ que o levou para morar na sua casa. Morou lá duas semanas. Neste período usou folhas e cheques de sua filha para comprar material e ferramentas do salão. Na ultima quarta, 27, de manhã, Wilson saiu de sua casa no Aterrado e foi para o salão da João Basilio fazer unhas, levando produtos de beleza, ferramentas do salão e até um tablet da cliente Alessandra, agente de saúde do bairro. Mas não chegou ao salão da João Basilio…!

A Wilson Neste momento deve estar chegando à Belém do Pará onde diz ser radicado! Deixou Norma. Suas filhas e até a cliente Alessandra só com o cabo do guarda chuva na mão… E as contas pra pagar!

Desde então Norma passou a procurar informações do “mestre aplique” nas redes sociais. E ficou sabendo que ele ‘aplica’ mesmo… Aplica o golpe do estelionato nas pessoas que caem na sua lábia!

Segundo a própria Norma apurou, Wilson Gaspar Silva é um tremendo picareta! Por onde passa ele deixa um rastro de prejuízo… E raiva! Já deixou dezenas de donas de salões de beleza só com o cabo da escova na mão!

Wilson Silva de Belém do Pará não é bom apenas nos ‘apliques’ em salões de beleza… Ele manja também das coisas do além…! Ele aplica também o golpe do “Pai de Santo”! Em Salvador ele se apresentou em dois terreiros de Candomblé para dar uns passes e passou mesmo a mão leve em tudo que pode carregar… Deixou duas “Nhá fias” baianas falando com fantasmas!

Norma Felicio sabe que só vai ver novamente “Pai Wilson”, o mestres dos apliques afros e financeiros, na próxima encarnação e que, portanto, jamais vai recuperar seu prejuízo…! Tudo que ela quer é escrachar o picareta, para que outras pessoas bem intencionadas como ela e as filhas e a agente de saúde, não caiam na sua lábia…!

E você? Que ter aulas de ‘apliques’ com mestre Wilson?

 

 

Homem Lobo da Perimetral quer trabalhar

DSC04766Levantei mais cedo nesta quinta para tomar café com o Homem Lobo da Perimetral. Quando cheguei à sua ‘casa’ ele não estava mais nos braços de Morfeu, mas ainda estava debaixo das cobertas. Reticente, introspectivo e ressabiado demorou alguns minutos para sair da toca… Das duas: da toca cheia de trapos e papelão enegrecida pela fumaça dos pneus e madeira queimados durante a noite, e da toca da mente! Tinha medo de falar! E foi incialmente agressivo. Minha presença o incomodava. Ele queria me ver pelas costas! Foram necessários uma boa dose de paciência, de argumentos e uma cédula de ‘mico leão dourado’ para puxar-lhe língua e ouvir seu nome!

Rogerio Oliveira, nasceu em São Paulo, diz que tem 46 anos, não deve nada a justiça – percebe-se pelo perfil e modus vivendi –  e está há mais de dez anos no ‘trecho’! Só no bueiro da Perimetral, segundo o cidadão que caminha por ali diariamente e se sensibilizou com sua ‘sofrencia’, desde outubro do ano passado!

DSC04770– Quando foi que você começou essa vida, Rogerio?

– Ah, já tem uns dez anos…

– E por quê?

– Cachaça…

– …!

– Eu trabalhava em São Paulo… Mas comecei beber muito. Perdi o emprego, minha mãe morreu. Não sei do meu pai. Aí eu saí andando… Fui para Santa Catarina. Faz tempo que estou no ‘trecho’.

DSC04778– Você ainda bebe?

– Não. Parei.

– Onde você passa o dia?

– Por aí… ganho alguma coisa. Os amigos – pessoas que lhe dão comida – ajudam. De noite venho pra cá…

– Pra quê a fogueira toda noite?

– Espanta bicho… Aqui não tem luz! Serve para clarear ‘minha casa’…

– O que você quer…?

– Só quero trabalhar… Mas ninguém dá emprego. Pego uns ‘bico’! Capino quintal… Faço artesanato.

– Como você se alimenta…?

– Os amigos dão comida…

DSC04782-… E banho..?

– Não tem jeito, né…! A gente vai levando…

– Você procurou a assistência social?

– Conheço ninguém, não…

– Voce tem algum sonho, alguma esperança?

– Eu queria trabalhar… Estou tentando melhorar um pouco – a aparência – para arrumar um emprego!

Respostas prontas Rogerio tem claras e audíveis na ponta da língua. No entanto, quando se aventura a falar mais de sua vida passada e seus sonhos, ele – parece ter vergonha dos sonhos – fala tão baixo que somente ele ouve e entende. Uma coisa ficou bem clara na curta entrevista em pé, na porta da ‘casa’ enegrecida pela fumaça, ouvindo o vuuum-vuuum-vuuum dos carros passando a 90 por hora defronte a placa pregada no poste indicando 60, poucos metros acima na avenida: Rogerio, o Homem Lobo da Perimetral, sonha trabalhar, sair do bueiro, voltar à vida de anos atrás. Voltar para perto dos parentes em São Paulo.

DSC04784  Outra coisa também está bem clara: Se ele não receber um ‘incentivo’, o único lugar para o qual ele irá, será o fundo do bueiro! O mais longe que o  cidadão Rogerio Oliveira – ou seja lá qual for seu nome – irá será o outro lado do bueiro por baixo da pista dupla, em direção ao abandonado Estádio “Minduinzão”!

Quando começou morar no bueiro, tanto bueiro quanto o morador tinham outra aparência, como se vê nas fotos tiradas em outubro passado e neste 28 de maio! A cada dia a vida do homem lobo se parece mais com a aparência do bueiro… Sujo, maltrapilho, assustador… As pessoas correm léguas dele! Sem o “incentivo” de um órgão publico, mantido com dinheiro de impostos, só resta ao “Homem Lobo da Perimetral” afundar ainda mais na degradação social!

DSC04779Que pena que ele veio parar em Pouso Alegre, numa cidade tão pobre…!!!

 

Cavucada está ficando velho…

Cavucada e sua mais nova camisa do time do coração!

Cavucada e sua mais nova camisa do time do coração!

Desde a mais tenra idade, quando ainda cortava o cabelo com tesoura deixando o famoso “trio de rato”, aprendi que o mês de maio abriga o Dia das Mães. Mais tarde, na adolescência, quando eu era um dos mais dedicados alunos da escola, “peixinho dos professores”, quando um deles disse que eu ‘tinha veia jornalística’, aprendi nas aulas de Educação Religiosa no Colégio Comercial São José, que o mês de maio é o mês de “Maria”! Nos últimos anos, com a criação do blog, descobri que maio é também o mês do Cavucada! Todo dia 28 ele fica – biologicamente – um ano mais velho… Mas mentalmente é o mesmo garoto de 9, 10 anos que conhecemos e estimamos há trinta anos!

Hoje pela manhã fui fazer a costumeira visita anual e levar-lhe um presentinho! Levei um susto! Basti, bati na porta de sua casa, com a janela aberta, e nada de Cavucada aparecer! Seguindo informações de vizinhos fui encontrá-lo alguns quarteirões abaixo administrando uma obra…! Quando desci do carro, antes que o visse ele me viu e saudou, da janela da construção…

– Êh Chips…

– Úé Cavucada, você está trabalhando de pedreiro agora?

– Não, eu sou engenheiro… Eu que mando no pessoal aqui – atalhou ele com o sorriso habitual. – Sobe aqui pra você ver o prédio que nós estamos construindo! – emendou.

Alexandre Reis Assunção, o menino Cavucada, está completando hoje 46 anos. Ele cresceu na rua, andando de um lado à outro da cidade, levando acenos e alegria às pessoas. Sempre ‘antenado’, ele puxa e comenta qualquer assunto, especialmente sobre futebol. Sabe tudo sobre os grandes clubes do Brasil; Palmeiras, Atletico Mineiro, São Paulo, Flamengo…

Como toda boa criança ele acaba se perdendo e às vezes fica dias sem voltar para casa. Dorme sob marquises ou dentro de caixas de papelão! Nunca aconteceu nenhum acidente, pois ele está sempre em boa companhia… De anjos inocentes como ele!

Tempos atrás, depois de uma destas escapadelas de casa, ele passou uma semana na rua. Quando conseguiu achar o caminho de casa, voltou com uma “bixeira” no ouvido esquerdo! Curou a ferida, mas agora escuta menos do que antes! O irmão que mora com ele, agora não o deixa mais sozinho…

– Estou construindo minha casa devagarinho… Sempre trago ele comigo para o trabalho. Ele fica ‘chefiando’ a obra – brinca Douglas.

Sorrindo Cavucada concorda:

– É, Chips, eu sou o engenheiro…!

E para não deixa-lo sozinho, o irmão que é gráfico, leva Cavú para todo lado quando tem que visitar clientes…

– Quando ele sai é uma festa… Todo mundo quer falar com ele, quer saber por que ele sumiu…

Esse é Cavucada, ‘menino que vi crescer’, mas que permanece na mais doce infância! Menino de coração puro; menino que, sem fazer força, deixa um rastro de alegria por onde passa.

Vida longa, amiguinho Cavucada…