Quem matou o morangueiro? “Barão” ou “Perreio”?

       A pergunta de novela já tem resposta. Com a prisão do motoboy e assaltante nas horas vagas, Jéferson Rodrigues Marçal Carreiro, o “PERREIO”, a Delegacia de Homicídios de Pouso Alegre já tem quase todas as cartas na mesa. Agora só falta acareá-lo com BARÃO, preso na semana seguinte ao latrocínio que tirou a vida do agricultor Marcelo Andrade de castro em abril ultimo.

O crime

      O comerciante Jose Conceição Macedo, 54 anos, morador do Jardim Aeroporto tinha um carro meia vida para vender. O agricultor Marcelo A. de Castro 23, residente em Estiva tinha o dinheiro e queria comprar. Combinaram o preço – R$ 11 mil – e o local da transação; defronte a casa do vendedor. Quando Marcelo chegou com a guaiaca recheada, Jose Conceição deu uma desculpa qualquer e se afastaram do local no próprio carro que seria negociado. Depois de alguns minutos rodando pelas ruas do bairro como se estivessem esperando ou procurando alguém, pararam para fechar o negocio. Neste momento apareceram dois intermediários montados numa motocicleta. Um deles sacou o trezoitão e sem nenhuma proposta puxou o gatilho na direção do jovem agricultor que tombou agonizante e tomaram a guaiaca com o dim-dim. Marcelo foi socorrido ao PS mas não resistiu à hemorragia e foi sepultado no dia seguinte em Estiva.

As investigações da PC

      As investigações feitas pelos detetives Alberto, Teobaldo, Balca, Carlos e Elon sob orientação do delegado Gilson Baldassaris, apontaram para Jéferson “Perreio” Rodrigues Marçal Carreiro, Anderson “Barão” Lopes do Prado, os motoqueiros, com participação de Jose Conceição Macedo e do seu sobrinho Círio, que teriam armado a emboscada para tomar o dinheiro do agricultor. Todos tiveram a prisão preventiva decretada pelo homem da capa preta a pedido do delegado Gilson. Interrogado, Jose Macedo, o vendedor, jurou de pés juntos que era inocente e queria apenas vender o carro, mas não explicou porque o negocio não foi fechado num local convencional, banco, num escritório ou na casa do comprador. Barão, figurinha fácil no album da policia  foi preso na semana seguinte e desfiou a mais velha das ladainhas; “… Eu não sabia de nada. Perreio me convidou para fazer uma fita mas não disse o que era. De repente sacou a arma e atirou no rapaz e nós pegamos o dinheiro”.

A versão de Perreio

       Ao saber da prisão do comparsa Barão, Perreio ficou muito aperreado e resolveu sair de cena. Foi se esconder atrás da serra do cajuru. Quatro meses depois, sentindo a poeira baixar, resolveu retomar a rotina. Encheu o tanque da motoca e voltou a trabalhar de motoboy no São João. Afinal, dentro do capacete, quem é que vai ver sua cara feia? Alguém viu e digitou 190. Ele foi preso pela PM e ao sentar-se ao piano do delegado de Homicidios, deu a sua – esperada – versão da ladainha; “ Eu fui contratado pelo Barão para fazer um carreto e não sabia de nada. De repente ele mandou parar, atirou no cara dentro do carro e pegou a bolsa com o dinheiro…”.

       Para esclarecer quem disparou as azeitonas quentes no agricultor, o delegado Gilson Baldassari deverá fazer a acareação entre Perreio e Barão, que atualmente se hospeda na Penitenciaria Dutra Ladeira em Belo Horizonte. Mas o delegado já tem uma pista; Em suas declarações há quatro meses Barão tentou envenenar o parceiro contra a policia; “Perreio não vai se entregar fácil. Ele esta disposto a trocar tiros com a policia para não ser preso…”, supondo que com isso a policia atirasse primeiro. Com o comparsa morto, Barão não teria a principal testemunha para acusa-lo.  Bem, quem puxou o gatilho não faz muita diferença. Ambos responderão por latrocínio. Se houve a efetiva participação de Círio e Conceição, os quatro responderão também por formação de quadrilha.

Professor da ETE é picado por jararaca

      O professor de filosofia da ETE, Hilário Coutinho, foi picado por uma cobra venenosa, provavelmente uma jararaca, ao pé da noite de sábado. Ele voltava de uma visita familiar, para seu sitio no bairro dos Coutinhos, em Congonhal, quando, no momento de engrenar a motocicleta,  sentiu a picada na perna esquerda, abaixo da panturrilha. A principio pensou que talvez tivesse esbarrado no pedal da moto ou num graveto, mas a dor tornou-se tão intensa que o obrigou a parar alguns metros adiante e constatou que a marca das presas deixadas na lateral da canela, eram de cobra. No escuro da noite não era prudente procurar pela malfeitora para identifica-la e facilitar a injeção do antídoto para o veneno, mas, pela hora do fato, tipo do ferimento, altura do bote e pela vasta experiência do professor que cresceu carpindo mandioca e roça de milho, puxando cascavéis para os pés com a enxada, pode-se deduzir que a sua ‘inimiga’ era uma irritadiça jararaca.

       O professor teve muita sorte. Apesar da dor aguda, latejante e da dormência na região atingida e ao longo da perna esquerda, a quantidade do gélido veneno da peçonhenta não foi suficiente para tira-lo de combate. Ele conseguiu chegar ao seu sitio pilotando a moto com o filho imberbe na garupa e meia hora depois foi socorrido no PS  do regional Samuel Libanio onde passou a noite em observação e já retornou às suas atividades. A invisível serpente de pouco mais de meio metro, certamente já havia gasto a maior parte do seu veneno abocanhando algum rato nas imediações, ou então, irritada com o compassado tótótótó da Bross, havia distribuído alguns botes a esmo na inocente motocicleta.

       Ironicamente, na quinta anterior, o professor havia proferido uma palestra conjunta para cerca de 80 pessoas no auditório da ETE, cujo tema discorrido tratava da “Vida depois da Morte”. Ao final, com sutil bom humor o culto professor concluiu sua fala, do ponto de vista filosófico; “… pelas minhas características genética e estatística, devo viver até os 82 anos… se não surgir no meu caminho nenhum acidente…”.  Dois dias depois, o acidente mostrou a cara, quero dizer, as presas….!!!

Liberdade condicional… para vender drogas

      Nosso Brasil varonil verde-amarelo é o país que mais tem leis e funcionários publicos no mundo. Da retidão e eficiencia dos vinte cinco mil funcionarios de Brasilia, acho que não preciso falar muito não é? Os bilhoes de reais do contribuinte desviados pelos alto funcionarios escudados nos seus cargos politicos nos ultimos anos falam por si. As leis… São tantas. Inuteis, inocuas, inaplicadas – a muitos – sem regulamentação, polemicas, equivocadas. A Constiutuição de 88, vai fazer aniversario no proximo dia 05. Está mais remendadaa que farrapo de andante… A ‘lei’ da liberdade condicional é uma destas que so serve para credenciar o beneficiario a novos delitos. “Voce está saindo antes do final da sua pena, mas não poderá passar de dez horas da noite na rua, não poderá frequentar bares, zona boemia, não poderá bater – de novo – na sua mulher, não poderá se atracar com a Katia…ça,  nem se amarrar na loira gelada, não poderá pssar a mao leve nas coisas alheias e nem tragar a fumacinha do diabo”, diz o homen da capa preta, entre outras condições, ao meliante que mal cumpriu 3 anos de cadeia, quando a lei diz que deveria cumprir 6. Quem vai fiscalizar estas “condiçoes”???

     Deixemos as delongas de lado que o assunto é vasto. Vamos ao fato…

     Ao dar ‘uma batida policial’ num boteco do bairro Palmeiral, em Botelhos, os homens da lei esbarraram no cidadão Miguel Bento de Souza, de 35 anos. Ele levava na algibeira 08 pedras beges fedorentas para serem vendidas a 10 reais cada uma ao primeiro noia que aparecesse. Tudo errado.  Além de estar praticando o famigerado crime de trafico, previsto no artigo 33 da Lei antidrogas, Miguel deveria estar vendo o sol – no caso em tela, a lua minguante, pois era noite – quadrada, pois ele cumpre pena no presidio de Botelhos, por trafico e gozava – literalmente – “da liberdade condicional”.

     Nesta terra em que canta e encanta o sabiá, muita lei precisa mudar…

Furto de joias e ‘lingeries’ com cheiro de maracutaia

      Depois do mirabolesco furto de jóias dos cofres particulares do banco Itaú, ocorrido há duas semanas na famosa Avenida Paulista em São Paulo, de onde os ladrões levaram cerca de 100 milhões em jóias, agora foi a vez de Pouso Alegre. Na madrugada de domingo, ladrões arrombaram uma joalheria no centro e levaram quase 200 mil reais em jóias diversas.

       Para adentrar a joalheria, os gatunos sorrateiros fizeram um buraco na parede da loja cujo prédio divisa com uma casa abandonada e o alarme não disparou!!!  Proprietários da casa de jóias não acusaram, mas disseram que um ex-funcionário da loja pode estar envolvido no furto. 

     De quebra, para aproveitar a viagem, arrombaram também uma loja de roupas intimas que fica ao lado da joalheria e levaram farta quantidade de calcinhas, soutiens e camisolas, além de outros fetiches sensuais, de vários tipos, cores e modelos. Os gatunos, além de ousados, devem ser românticos, cavalheiros refinados; queriam dar o presente especial para suas divas. Só faltou arrombar a Cacau Show e levar umas caixas de bombom para completar a  cesta…

     O arrombamento das lojas aconteceu na madrugada de domingo, no entanto, a policia somente foi chamada por volta do meio dia de segunda para registrar o B.O. e tomar as providências. Porque será?

     Pra pensar na cama; Quantos bancos e joalherias você já viu instalados ao lado de casas abandonadas?

Jorgina está de volta!!!! Será ????

Materia recebida por email

“NÃO DA PRA CRER!!!!Será verdade?

LEMBRAM DA JORGINA?

Pois ela tá aí de volta, e com cargo no governo do Rio.
Esta é a prova mais evidente de que o crime compensa.

Obs: A CEDAE – Cia de Águas e Esgoto, pertence ao Governo do PMDB do Estado do Rio de Janeiro!

Gente, é inacreditável e vergonhoso esse nosso (?) Brasil.
Tantos procurando postos de trabalho, e uma delinquente comprovada, que foi condenada e presa como autora de uma das maiores roubalheiras do Brasil na época (hoje estaria somente no final da relação…)  é nomeada ASSESSORA DA PRESIDÊNCIA de uma entidade autárquica do governo do Estado do Rio de Janeiro!

Não há mais a mínima vergonha na cara ou respeito com a opinião pública!

A notícia:
Fraudadora condenada sai da cadeia durante o dia e é nomeada assessora de órgão público do governo do Estado do Rio!

Pasmem! Jorgina de Freitas a maior FRAUDADORA do INSS já identificada, foi nomeada ASSESSORA do Presidente da CEDAE, Wagner Victer. Inacreditável! 

Essa “senhora” é a maior fraudadora da Previdência Social que o Brasil já conheceu.

Trata-se da ex-procuradora do INSS, Jorgina de Freitas, que em 1992, foi condenada junto com o juiz Nestor José Nascimento e o advogado Ilson Escóssia por fraudes que desviaram R$ 310 milhões do INSS.
Posteriormente, Jorgina foi condenada a devolver aos cofres públicos R$ 200 milhões (sobre os R$110 milhões faltantes, não se falou mais…).Ela fugiu do Brasil e foi presa na Costa Rica em 1997.

Agora, embora continue cumprindo a pena, Jorgina de Freitas passou ao regime semi-aberto, porque conseguiu um emprego. Adivinhem onde?
Foi contratada pela CEDAE como assessora do presidente da empresa, Wagner Victer. 
Acreditem se quiserem!

BRASIL,

UM PAÍS DE TOLOS… “

Zinho & Fonfon… nascidos para morrer

      Moravam numa casa simples no meio da subida da rua 09. Não havia muros na frente e nem nos fundos. Nas laterais os muros dos vizinhos serviam de divisa. A primeira vez que fui à casa deles levar-lhes uma intimação, mesmo que fosse necessário entregar-lhe pessoalmente, teria que entregar à sua avó, pois antes de descer da viatura ouvi o ranger de um sofá velho e o tropel de alguém correndo em direção ao quintal. Dona Bê ligeiramente confusa e aborrecida atendeu a porta e perguntou em tom desacorçoado; “Pra quem é desta vez?”. O ‘convite’ da Delegacia de Orientação a Menores, para esclarecer mais um furto na vizinhança, era para Zinho e Fonfon, pois a vitima não tinha certeza qual era qual.

       Foi assim que conheci W. e E.R. Pereira, os irmãos de vida desregrada e curta, no charmoso bairro conhecido por “Nem”… nem Pouso Alegre, nem santa Rita. Construído nos anos 90 com toda infra-estrutura, com ruas largas, asfaltadas, bem iluminadas, bem arborizado, escola municipal, moderna, igrejas, à margem de uma rodovia federal, agora com moderno trevo de acesso – falta apenas um campo de futebol e um ginásio poliesportivo – supermercados e muitos botecos, o bairro Cidade Jardim tem tudo a ver com o nome e faz inveja a dezenas de cidades do Estado de Minas em qualidade de vida e bem estar social. Com centenas de famílias honradas, honestas, ordeiras e cumpridoras dos seus deveres, que vieram realizar seus sonhos da casa própria e ter um cantinho para descansar após o labor, vieram também os desocupados, dissimulados, gatunos sorrateiros, larápios, traficantes, aviõezinhos e  nóias para atormentar a vida dos pacatos cidadãos.

        Em 2004, dois deles conheceram o fim trágico da maioria dos adolescentes que enveredam pelas sendas do crime, e escreveram uma página negra na jovem história do Cidade Jardim. Os garotos, na flor da idade, provaram do próprio veneno que espalharam pelas ruas do bairro desde a puberdade. Zinho, 18 e Fonfon, 19 anos, eram figurinhas carimbadas na Delegacia de Orientação a Menores da 13ª DRSP. Furtos, roubos, brigas, ameaças, uso de drogas, tiros em via publica e até estupro faziam parte de seus currículos desde os treze anos. Embora sem estabilidade financeira, sempre gostaram de enxada de cabo longo… para ficarem longe do trabalho. Suas ocupações eram a cama, sempre nas quebradas da noite depois que as ruas ficavam desertas, sopas em pratos fundos, sombra e água fresca, comida quente e chamego, e “o que é seu é meu… e sai de baixo senão leva porrada”. Os irmãos viviam sob a tutela da avó, de expressão ranzinza e amarga e de um tio quarentão que parecia ter mais o que fazer do que cuidar de sobrinhos mal educados. Vieram de São Paulo. Os pais, nunca soubemos ao certo que destino levaram. Más línguas diziam que eram separados, outros diziam que haviam morrido no crime na capital paulista e outros afirmavam que tanto o pai quanto a mãe estavam hospedados em hotéis do contribuinteem São Paulo, por roubos e trafico de drogas. A avó que sempre acompanhava os pequenos meliantes nas audiências no gabinete da delegada Maria Inês Xavier, se limitava a dizer – com poucas palavras – que o filho e a nora estavam trabalhandoem São Paulo.Aliás, assistimos a metamorfose do humor e comportamento de dona Bê. No inicio ela comparecia às audiências, recebia os puxões de orelha dos netos, tentava explicar, justificar… prometia mais rigor e vigilância na educação dos pupilos e quase pedia desculpas pelos mesmos. Foi se transformando. Mais adiante entrava muda e saia calada do gabinete da delegada. Limitava-se ouvir e concordar com acenos de cabeça. Já estava desacorçoada com os netos delinqüentes e desistira de fazer qualquer coisa para muda-los. Para transformá-los em homens de bem. Toda semana  um novo B.O. era registrado pela PM contra os irmãos Zinho e Fonfon. Se não conseguira torcer os netinhos enquanto ainda eram pepinos, agora não torceria mais. Alguém os quebraria…..

       No dia 12 de julho Zinho completaria 18 anos. Idade crucial para os meliantes. A partir daí, se caísse de novo nas malhas da lei, não teria choro nem vela e nem fita amarela, seria cana. Depois dos 18 não tem mais ‘procedimento especial de menores’, não tem mais audiência com o promotor da infância e da juventude, nem com o juiz apenas para receber um ‘sabão’ e ‘passar a mão na cabeça’. A partir dos dezoito todo cidadão brasileiro é imputável, responde criminalmente pelos seus crimes – em tese, pelos menos. Talvez por isso Zinho tenha sumido. Desde o dia 10 ele não aparecia em casa para as atividades habituais de comer, beber, dormir… e dizer palavrões, grosserias e ameaças a quem quer que lhe fizesse alguma ‘cobrança’, a começar pela avó. No principio a família sentiu certo alivio. Não tinha policia e nem vizinhos aborrecidos batendo à sua porta. Até porque o pequeno meliante não tinha compromisso com nada e ausentar-se de casa por dois ou três dias sem dar satisfação era rotina. Mas com o passar dos dias os familiares, especialmente o parceiro de feiúra, Fonfon, que sabia muito bem o mato em que lenhava, começou a preocupar-se. Teria Zinho sido preso? Será que algum dos seus muitos desafetos teria ‘acertado seus passos’? Teria ele entrado em conflito existencial devido a maioridade ou se arrependido dos seus crimes e se pendurado na ponta de uma corda num galho de uma arvore? Quem sabe tivesse arrumado um emprego como um cidadão mortal comum, temente a Deus e quisesse fazer uma surpresa para a velha avó, aparecendo em grande estilo no final do mês, com o salário no bolso e um abraço no rosto para dizer; “Vó, criei juízo. Agora sou um homem de verdade e vou te dar um pouco de alegria e conforto”!!! Será??? Ou quem sabe uma mulatinha qualquer tivesse se enrabichado com ele e o chamado na chincha…? Dizem que a mulher poe o homem nos trilhos…  Como as ultimas conjecturas eram pouco prováveis, o melhor mesmo era procurá-lo, ainda que sua ausência fizesse pouca faltaem casa. Afinal, se ele não se importava com ninguém, havia quem se importasse com ele. Passaram a procurá-lo. Delegacia de Policia, hospitais, casa de pseudo-amigos, de inimigos, IML…

        Eu estava licenciado do trabalho policial e por isso não sabia do desaparecimento do garoto que vira crescer. Da janela do escritório do jornal ao lado da delegacia vi o perito Luiz Cláudio manobrando a viatura, saindo para cumprir mais uma missão. “Encontraram um corpo boiando no Rio Sapucaí, perto da Alpargatas”, disse ele. Aquela era a noticia mais quente do dia. Parei tudo e peguei carona na viatura. Ao passar por uma curva do rio, numa ilha, um canoeiro havia avistado um corpo em posição de gorila enroscado numa galhada. No barco do pescador fomos até o cadáver que boiava plácido, só de bermuda e já bastante decomposto nas águas sujas do rio. Viramo-lo apenas para as fotografias, pois era quase impossível reconhece-lo e a única lesão que pudemos constatar antes do estomago sair pela boca, foi um pequeno orifício no meio da testa. Mais tarde o legista Vitor Romeiro confirmou que a causa ‘mortis’ fora o único tiro à queima roupa, típico de execução, cuja marca vimos ainda no rio. Noticia ruim viaja no lombo do vento na velocidade da luz e poucas horas depois os familiares de Zinho chegaram ao IML para ver se o corpo do rio era dele. Era.

       As investigações dos colegas da Homicídios esclareceram rapidamente o crime do rio. Mas isso somente aconteceu depois do enterro de Fonfon.  Excetuando a avó e os tios, e aquelas pessoas que tentavam incutir alguma coisa de frutífera na cabeça e no coração dos irmãos Zinho e Fonfon, todas as demais pessoas do seu convívio eram do submundo do crime. Fonfon, o meliante mais velho, 19 anos, não tardou a descobrir o assassino do seu irmão. Mas Bandido que é bandido não entrega o algoz para policia… ele mesmo cobra a divida. Mal enterrou o irmão no sábado, Fonfom tratou de ir à forra. Passou a ameaçar o suposto assassino, por telefone e foi pessoalmente à sua casa ali mesmo no bairro. Não morreu no dia do enterro do irmão porque não o encontrouem casa. Namanha seguinte, um domingo ensolarado, foi esperar o algoz do irmão na esquina da rua 10 com 24. Quando Lagartixa e Eraldo passaram pilotando uma Brasília em direção ao campo do Chaves, pulou à sua frente e começou o discurso. Quando quis sacar a arma já era tarde. Foi lento. Recebeu um tiro nas axilas e caiu no asfalto ainda fresco da manhã. Para ter certeza de que não teria aborrecimentos, Lagartixa desceu da Brasília, se aproximou do corpo agonizante e atirou na cabeça, mesmo ‘modus matandi’ do irmão dele uma semana antes. Zinho sepultado no sábado, Fonfon morto no domingo e sepultado na segunda.

      O assassinato do menino no rio fora mais covarde e glamouroso. Enquanto o bairro crescia em população e noticias policiais, os irmãos órfãos cresciam em malfeitorias e maldades. Aos 18 e 19 anos Zinho e Fonfon eram os lideres do crime no Cidade Jardim. Liderança é uma posição sempre cobiçada. No caso do crime, para assumi-la, basta eliminar o líder. Além disso, os franzinos irmãos, o que tinham de truculência verbal, lhes faltavaem inteligência. Eramburrinhos, desonestos e presunçosos demais. Davam bandeira e podiam comprometer a honra dos criminosos do bairro. O melhor era eliminá-los. Isso seria brincadeira de bandido. E foi brincando que Zinho morreu uma semana antes do irmão. Foi com um grupo de amigos – da onça – nadar no rio Sapucaí, há duzentos metros abaixo da BR que corta o bairro, sem saber que sua morte já estava arranjada. Em dado momento, quando saiu da água, o desafeto o esperava no barranco e o mandou de volta. Quando ele ficou de pé, a meio metro dele Lagartixa apontou a 9mm e puxou o gatilho. Nem precisou jogá-lo ao rio. O impacto da bala fez o serviço. Enquanto o grupo de meliantes voltava para o bairro, de corpo e alma lavada, sem peso na consciência, o corpo franzino e desnudo do jovem Zinho ‘que vi crescer dando-lhe conselhos nunca ouvidos’, descia lentamente as águas barrentas do velho Sapucaí até enroscar-se numa galhada na curva perto da Alpargatas. Seu aniversario de 18 anos não teve bolo e nem o tradicional parabéns. Foi comemorado em silencio, por lambaris, piabas e mandis, ali naquela curva deserta de rio, margeando uma pequena ilha. Semelhantemente à historia dos irmãos Mazinho, assassinados por Max Peter em 2000 no Chapadão, a paz voltou ao Cidade jardim. Depois da morte precoce dos irmãos R.Pereira, o jovem bairro sumiu das paginas policiais. Dona Bê também pode reencontrar a paz…

Caçador de paca cai na arapuca da PM

       Policiais militares que passavam pelo bairro da Lavra em Lambari,  avistaram um motoqueiro com pinta de somongó, levando na cinta um facão e nas costas uma pesada e suspeita mochila e resolveram aborda-lo. Ao perceber a aproximação dos homens da lei o motoqueiro Saulo Aylton Marciano, 42 anos, residente no município de Conceição das Pedras, acelerou sua motoca Honda 125 vermelha e tentou dobrar a serra do cajuru. Teria conseguido se não fosse uma porteira no caminho. Ao checar a mochila do fujão, os policiais entenderam o motivo da fuga desesperada… Uma paca. Uma bela e criada paca, marron cinza com listras brancas… assassinada com um tiro de espingarda no pescoço.

      Sem ter como tapar o sol com a peneira, Saulo Aylton levou os policiais ao local onde havia escondido a espingarda assassina, embrulhada numa câmara de ar de bicicleta e enterrada no mato.

      O caçador do inocente e raro bichinho listrado, em extinção, recebeu pulseiras de prata e carona no táxi do contribuinte e foi sentar-se ao piano do delegado de plantão de Pouso Alegre, onde assinou os artigos 14 da lei 10.826 – porte de arma –  combinado com o 19 do Decreto lei 3688 – Lei das contravenções penais. O delegado no entanto foi benevolente, arbitrou fiança em R$ 3 mil reais. Até o inicio da tarde desta segunda o caçador de paca de Lambari não havia reunido o dim-dim suficiente para quitar a fiança e evitar a hospedagem no Hotel do Juquinha.

      Ah, a pobre paca gorduchinha, pesando cerca de 10 quilos, foi doada ao asilo Bethânia da Providencia, em Pouso Alegre. Aos menos uma vez na vida os velhinhos farão uma ceia com carne nobre e rara …  

Policia Civil prende mula na rodoviaria de Pouso Alegre

       Amigos ocultos da lei digitaram o 181 e avisaram que um rapaz mulato alto, bonito e sensual estava prestes a desembarcar no terminal rodoviário de Pouso Alegre, vindo de Mogi Mirim, trazendo na mochila uma encomenda especial e proibida. O incansável delegado Gilson Baldassari reuniu seus pupilos Alberto, Teobaldo, Balca, Andréia, Ozanam Rafael e Thiago e foi para o terminal, preparar a recepção para o viajante. Ás cinco da tarde ele chegou no  ônibus branco-grená da Gardênia e desembarcou com pinta de somongó. Tão logo pisou a plataforma recebeu o abraço afetuoso e firme da detetive Andréia e teve sua mochila confiscada. A informação era quente. O rapaz trazia vários pacotes bem embrulhadinhos, cerca de meio quilo de farinha do capeta e pedra bege fedorenta, comprados numa pracinha qualquer de Mogi Mirim. O jovem Gerry Diego Santos Tume, 18 anos, como todo bom traficante pilhado com a mão na massa, esperneou e disse que a massa não era dele. Não era mesmo. Ele do traficante Rogério Felipe dos Santos, o Lelinho e de sua esposa Jaqueline Aparecida Domingos, residente no velho Aterrado. Gerry era apenas o ‘mula’. Ele fora à cidade de Mogi Mirim buscar a droga para Lelinho, em troca da quitação de uma  dívida de droga que tinha com ele, no valor de 250 reais.

       Com as informações fornecidas pelo mula,  os detetives foram visitar o ‘casal vinte’ no aterrado e em sua residência apreenderam vasta lista de clientes nóias e material para embalagem de drogas.

      Era apenas mais uma das inúmeras operações de combate ao trafico de drogas da policia civil, com auxilio dos “amigos ocultos da lei”. Mas, dadas as tendências sexuais e comportamento esdrúxulo  do mula – ele é gay – a operação ganhou contornos hilários. Ao descer do ônibus e sentir as maos firmes da detetive Andréia em seus braços, Gerry armou um tremendo barraco: “Que isso? Quem é você? Me larga sua doiiiida !!! Andréia, já sabendo que a “fanta era uva”, entrou na dele; “Calma menina.. eu sou policial, vou apenas prende-la …”. Ao negar que a droga era dele, Gerry tentou ocultar o verdadeiro dono fazendo birrinha histérica, quase bateu o pezinho; “… Eu não posso falar, não posso falar senão eles me matam….”. Mas com receio dos puxões de orelha, falou. E foram se hospedar todos, mula ‘donzela’ viciada inadimplente e o casal Lelinho/Jaqueline, no mesmo hotel do Juquinha, depois de assinarem o 33 e o 35 da lei anti-drogas.

 

 

Ciume causa morte em Ouro Fino

       Fabiano Tadeu e Rubia Campos Silva, moradores do jardim Aeroporto em Ouro Fino, viveram um conturbado romance e por algums tempo dividiram os cobertores. O bichinho do ciúme pôs fim ao casamento  e cada um seguiu seu rumo. Mas… Rubia de 27 anos, parece que não foi avisada, pois não sai do pé do moço. No inicio da madrugada deste domingo, ao sair de casa, Rubia viu o ex-marido com uma rival e foi tirar satisfação. Ao final de um breve trololó, Fabiano de 28 anos perdeu as estribeiras e enfiou uma faca de cozinha na ex-cara-metade. Rubia ainda chegou a ser socorrida e levada para o PS, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.

      Após o sinistro destempero, Fabiano foi se abrigar na casa da mãe dele, perto do local do crime, onde foi preso meia hora depois.

     Como não existe delegado de policia nas comarcas nos fins de semanas, o assassino foi levado para o plantão regional em Pouso Alegre e depois de assinar o 121, voltou para a terra do Menino da Porteira, para se hospedar no hotel do contribuinte pelos próximos 20 anos.

Passos conhece sua 28ª vitima de homicídio

     A prospera cidade meio mineira meio paulista banhada pelo Rio Grande, conseguiu bater seu próprio recorde – lastimável recorde!!! – ficou cinco semanas sem enterrar nenhum filho. O ultimo passense havia batido a porta de São Pedro no dia do advogado, 11 de agosto. Desde então o banditismo da cidade, a pretexto de acerto de contas do trafico de drogas, havia distribuído muita azeitona quente, quase sempre à traição, mas os meliantes – ossos duros de roer – resistiram. Não deu mais. Na madrugada deste domingo mais um passense, o 28º no ano, o dobro de todo o ano passado, foi mandado para a chácara do padre.

      A policia ainda não sabe quem descarregou os trabucos, mas, pelo modus operandi, local do crime de vida pregressa do morto, não teve dificuldade para deduzir os motivos.  A vitima da vez é o jovem Douglas Lima Rafael, que na próxima quinta feira completaria 26 anos. Ele foi sumariamente executado com 18 tiros, no bairro Novo Horizonte, o Recanto das Margaridas de Santa Rita ou velho Aterrado de Pouso Alegre, numa rua notoriamente conhecida como ‘boca de fumo’, provavelmente por credores ou concorrentes do trafico de drogas.

     Apesar da pouca idade, Douglas Rafael já era figurinha fácil no álbum da policia de Passos, por uso e trafico de drogas e tentativa de homicídio. “Ele estava fazendo hora extra” comentou um vizinho, pois levava no corpo as marcas de bala de uma tentativa frustrada de homicídio meses atras.

      Nem mesmo as iniciativas dos órgãos públicos do município para conter a escalada do crime de homicidio, com programas de reinserção e ocupação social de jovens envolvidos com drogas, conseguiram conter o triste recorde. Até o dia 15 de maio, quando as autoridades se reuniram em busca de soluções e lançaram os programas,  inclusive direcionado à crianças, trocando armas de brinquedos por brinquedos de verdade, 14 pessoas já haviam sido assassinadas. No dia seguinte à Audiência Publica que envolveu juizes, promotores, assistentes sociais, conselheiros tutelares, policias e deputados da região, aconteceu o 15º homicídio .

      Depois de varias tentativas bem e mal sucedidas, a cidade de 96 mil habitantes, dobrou o numero de assassinatos. A grande maioria das vitimas tem passagens pela policia por envolvimento com drogas e tem menos de 30 anos.

      Só para o leitor se posicionar, em Pouso Alegre, com população oficial de 130 habitantes, aconteceram até agora apenas 7 homicídios, todos esclarecidos.