Aconteceu … num hotel de Araxá

        Voce acha que na festa do vigilante da ética teve apenas discrepancias éticas e morais? Teve mais. A festança pós-enlace avançou madrugada adentro no luxuoso hotel e o melhor estava por vir. Lá pelas tantas, os empertigados garçons passaram a distribuir em bandejas, frascos de Lança-perfume!!!! Quem quisesse poderia se servir e dar um “cheirinho na loló”. “Teve figurão que passou mal no banheiro, mas foi tudo de boa”, contou um dos convidados. Ué, mas o lanca-perfume foi retirado da lista de produtos entorpecentes da lei antidrogas? Não, mas qual o problema? As leis foram feitas para os mortais comuns..!! Ahhh, então táááá…  ´

        Terminada a festança, no dia seguinte, os convivas retornaram a Brasilia em seus jatinhos particulares que esperaram candidamente no estacionamento do aeroporto. Segunda feira é dia de retornar ao trabalho onde são chamados de excelências. Afinal, ali são juizes, advogados e… réus.

 

 

Perfeito, a pistola e o panetone

      Cheguei a Pouso Alegre há 40 anos, quando a população mal somava 40 mil habitantes. Não cresci ainda o suficiente para retribuir as possibilidades que Deus me deu, mas cresci e vi a cidade crescer e quadruplicar. Sempre me alegrei com o crescimento das pessoas à minha volta, especialmente aquelas do meu convívio que se tornaram social e profissionalmente homens bem sucedidos, alguns com os quais tive a felicidade de compartilhar parte de minha infância, adolescência e juventude.

        Se me alegro com o sucesso, me entristeço com a decadência de meninos, que do meu convívio estreito ou não, vi crescer à minha volta. Não sei dizer quantos, mas vi crescer muitos garotos certamente com sonhos iguais aos meus ou de meus amigos, mas que nas encruzilhadas da vida fizeram a opção errada. Muitos na verdade não fizeram opção alguma. Apenas não ouviram uma palavra amiga, não tiveram um afago paterno ou um braço firme e generoso no ombro para mostrar o caminho certo e seguiram sem rumo. Desviaram-se para o que parecia mais fácil, mas que se tornou doloroso, lamacento e quase sem volta caminho do crime.

     C.A. da Silva era um desses garotos. Esperto, sonhador, franzino, criado numa rua estreita do bairro São João com vários outros irmãos. Tinha medo dos outros garotos de sua idade, pois era menor e mais fraco que eles, mas logo descobriu que se batesse primeiro poderia amedrontar os outros. Ainda impúbere C.A. ganhou um apelido que o acompanharia pela –  curta – vida toda; Perfeito.

     Conheci Perfeito por acaso numa situação totalmente inusitada. Certa manha de meados de dezembro descia eu lentamente uma rua do bairro São João, conduzindo a 6252 juntamente com meu parceiro e futuro afilhado Fernando, quando avistamos à nossa frente um garotinho de cerca de doze ou treze anos, entre outros da mesma faixa etária, exibindo uma pistola oxidada, como se estivesse prestes a disparar azeitonas quentes. Exibindo mesmo, tanto que me aproximei com cautela e com a mão esquerda, de dentro da viatura tomei-lhe a reluzente pistola… de plástico. Assustado, não tanto pelo fato de ser surpreendido pela policia, muito mais por ter perdido seu brinquedo, Perfeito mostrou-nos sua casa, alguns metros rua abaixo. Instantes depois sua mãe, sem muito constrangimento, explicou que dera ao filho dois reais para comprar um brinquedo e não sabia que ele queria comprar uma arma – E certamente não se importaria se ele tivesse dito.

         Depois do ameno sermão seguimos nossa rotina pelo bairro. Uma semana depois passamos novamente pela mesma rua, na ágil 6252 e lá estava Perfeito sentado na sombra da própria casa ladeado pelos amigos e irmãos. Como da vez anterior, de dentro da viatura fizemos o inverso. Entregamos ao franzino garoto uma bola de futebol e um panetone. Não disséramos nada quando tomamos a pistola, mas parece que Perfeito estivera ali todos os dias esperando por ‘aquela compensação’. Um dos garotos correu para dentro da casa para entregar à mãe o panetone e os outros imediatamente fizeram a bola rolar e quicar na rua poeirenta defronte sua casa como se fossem crianças!!! Não precisávamos de palavras, o gesto já dissera tudo mas, ao nos afastarmos, Perfeito desviou por um instante os olhos da bola que já estava manchada de poeira, levantou um dos braços e… acho que ele disse “obrigado”. Foi o melhor presente de Natal que já dei a alguem.

      Anos depois, ao folhear os BOs na Delegacia de Policia a procura de assuntos para meu programa “Direto da Policia”, encontrei um BO da noite anterior que narrava uma tentativa frustrada de assalto a um supermercado do bairro Santa Luzia. Segundo o relato dos policiais, o comerciante percebera a presença de um sujeitinho com pinta de somongó, espreitando sorrateiramente o estabelecimento e chamara os homens da lei. Na abordagem fora encontrado com o ‘futuro’ gatuno um trezoitão meia-vida, porém devidamente municiado, pronto para ameaçar e vomitar azeitonas quentes se fosse necessário. O frustrado assaltante era C.A.da Silva, o Perfeito, agora com 15 anos e… uma arma de verdade.

         Embora Perfeito já fosse conhecido por outros delitos mais leves, este foi meu primeiro contato com ele depois do presente de Natal. Muitos outros ainda aconteceriam. Furtos, uso e trafico de drogas, roubos, tentativas de homicídio ainda engrossariam a ficha criminal deste menino que vi crescer. Certa manha ao chegar para trabalhar no CPD, lá estava no banco da velha delegacia, o garotinho Perfeito, esperando uma formalidade para ser liberado, pois caíra nos braços da PM, fazendo um “aviãozinho” na madrugada e como ainda era inimputável, depois de enquadrado em ‘procedimento especial de menor’ voltaria para as ruas. Ao ver-me puxou prosa e com sorriso infantil e maroto de gato que acabou de comer o toucinho, desfiou a velha ladainha; “…parei com a nóia”. Vou arrumar um ´trampo´ e mudar de vida”. Eu ainda conversava com ele no corredor quando Teobaldo veio apagar seu sorriso, já um pouco sacana de quem diz: “fica na tua mané, daqui a meia hora ´tô´ na rua e já vou fazer outra parada”, “vocês nunca vão me pegar”. Neste momento ele foi pego. O detetive estendeu-lhe pulseiras de prata ao mesmo tempo que informava a mim e a ele; “ Você completou 18 anos ante-ontem ”. Agora você é “dimaior”. Vai ser fritado no 12 e ´subir´. E Perfeito que naturalmente já conhecia o velho hotel da Silvestre Ferraz por temporadas de custodia de 45 e  90 dias, perdeu completamente a vontade de exibir os alvos dentes. Subiu uma hora depois para o ‘lar, doce lar’ para uma temporada de 4 anos.

         Na verdade não ficou tudo isso não. Dias depois na calada da noite fez um ´tatu´ no teto, subiu ao telhado, desceu pela ´tereza´ na frente do velho hotel e dobrou a serra do cajuru. Entre outras coisas, Perfeito foi pra rua acertar uma treta com Zezinho Fernandes, um velho desafeto do bairro… mas não foi perfeito. Na briga recebeu um golpe de lapiana na região abdominal e teve que adiar o acerto de contas. Levado para o PS, ele não morreu, mas voltou para o velho hotel e durante muitos meses carregou uma bolsa de colostomia presa à cintura. Mas nem isso tirou-lhe a mobilidade e nem abrandou seu coração insensível e sedento de poder. Jogava futebol daquele jeito mesmo no pateo da cadeia nos dias de banho de sol e certa vez quase matou um preso ´pé-de-couve´ que assistia a pelada da ´ventana´ do xadrez, apenas para mostrar que podia faze-lo. O homicídio por asfixia junto às barras de ferro da janela só não se perpetrou porque ouvimos os gritos abafados da vitima e de seu irmão que tentava puxar o homicida pelas pernas de volta para o pátio.

         Aos vinte e dois anos, um metro e sessenta, 52 quilos, ágil como um gato preto que era, Perfeito era um dos meliantes mais conhecidos da Policia e um dos mais temidos e respeitados do velho hotel. Mas ele não podia parar, pois a lógica é simples: quem para é ultrapassado e como liderança na prisão se conquista com força, violência e maldades, quem perde a liderança se torna um mortal comum e poderá ser a próxima vitima de quem busca o poder. Para manter-se em evidencia, na crista da onda, o pequeno meliante agitava diariamente o velho hotel, arrumando confusão com outros presos e a com a carceragem. A solução encontrada pela administração para baixar-lhe o facho foi transferi-lo para outra cadeia. Em Bueno Brandão Perfeito não tardou a colocar as manguinhas de fora… e superou-se, exagerou… colocou fogo na cadeia. Foi transferido para Cambuí. Local perfeito para a aprendizagem de Perfeito. Com meliantes paulistanos que todo dia descem a Fernão Dias com grandes cargas de drogas e acabam caindo nas malhas da séria e eficiente policia mineira, o garotão do panetone faria pós-graduação no crime. Na terra dos Lambert, Perfeito naturalmente quis mostrar que era um perfeito líder… um perfeito homem mau. Ao ouvir o comentário de um colega de hospedagem de que não gostava de tatuagem, embora tivesse varias pelo corpo, Perfeito tratou de ajuda-lo a desfaze-las e para isso usou uma lamina de gilete… sem anestesia. A ‘cirurgia’ pegou mal e causou agitação e revolta no velho hotel de Cambuí. Perfeito tornou-se ‘persona non grata’ e sua permanência ali perigava explodir o caldeirão. Com a superlotação reinante na região e a fama de agitador de cadeia, Camanducaia, Santa Rita, Albertina, Extrema, Ouro Fino, Borda ou São Gonçalo não o queriam nem pintado de ouro. O jeito foi devolve-lo à origem. E o pequeno grande meliante recebeu seu ultimo ‘bonde’; retornou a Pouso Alegre. Chegou numa sexta feira no final da tarde para sua ultima viagem. Seu destino já estava traçado.  Quem vai ao vento, perde o assento… Ele havia perdido seu posto de lider. A noite transcorreu aparentemente normal na cadeia. Apenas um som de ‘rap’ ou de tv mais alto numa ou noutra cela mas nada que fugisse à rotina. E ainda que a guarda fosse alertada, o que fazer quando vinte homens embrutecidos e fedidos num cubículo que cabem seis colchões estendidos no chão, decidem acertar suas contas? Na manha de sábado ao entrar na cadeia para a inspeção de rotina, o carcereiro foi informado que havia um “probleminha” no X 08. Enrolado em ‘cotonete’ – um lençol imitando uma camisa de força – Perfeito agora parecia perfeito; calado, inexpressivo e frio jazia pendurado por uma ´tereza´ na ventana.

      Uma bola de futebol e um panetone às vésperas do Natal, não foram suficientes para mostrar a C.A. da Silva, o Perfeito o caminho perfeito a seguir. No ‘torto’ ele não foi longe…

Colono plantava maconha no acampamento do MST

      A velha e estonteante Cannabis Sativa de Lineu, popularmente conhecida por maconha, erva marvada ou maldita, fumacinha do diabo… há muito perdeu seu trono para a pedra bege fedorenta entre as drogas mais baratas. Para se manter no mercado teve que sujeitar-se a ser vendida a R$ 1 real a baranga, um enroladinho que dá para passar de mao em mao numa pracinha ou quebrada qualquer da noite e espalhar seu adocicado cheiro de erva verde queimada denotando sua presença. Apesar do baixo preço, cultivá-la no quintal ou em terrenos baldios ainda é mais barato e menos arriscado do que ir buscá-la nas ‘bocas de fumo’. No entanto, mesmo cultivando como planta ornamental…é crime, previsto no artigo 33 da Lei Antidrogas.

      Semana passada policiais militares passavam pela Alameda Coelho Neto em São Lourenço, quando viram dois guampudos saindo de um terreno baldio com pintas de somongós e resolveram abordá-los. Eles estavam ‘limpos’ mas no terreno do qual sairam, os policiais encontraram dois vasos plasticos com dois pés da erva marvada ainda tenra, crescendo com agua que os dois moços, um de 16 e outro de 29 anos, levavam todo dia.

       Feiúra maior vinha fazendo o cidadão sem terra B.N.S., 35 anos, em Agudos, interior paulista. Ele aproveitava o acampamento do MST em que morava para plantar maconha. A erva era cultivada em vasos de bambu, como se fossem objetos de decoração e distribuida para os noias da região. No acampamento do Movimento dos Sem Terra, a policia apreendeu 2 quilos da erva maldita, dez pedras beges fedorentas, um revolver, duas motos e peças de veiculos. Apesar de ganhar uma grana extra com o trafico de drogas, o ‘sem terra e sem lei’, recebia alimentos do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agraria.

     Bem, para quem acompanha a trajetoria do MST nos ultimos anos, o comportamento do sem terra, defensor da bandeira vermelha mas sem cara vermelha,  não é nenhuma novidade…

Meliante de 15 anos baleia frentista por causa de 84 reais e um celular

       A noticia é velha e batida. Assaltos pés-de-couve a postos de gasolina praticados por delinqüentes juvenis acontecem tanto quanto as derrotas do meu Galo no campeonato brasileiro. O que chama a atenção para este caso é a atitude da calejada frentista que foi assaltada.

       O “dimenor” F.G.S. 15 anos, chegou de bicicleta ao posto de combustíveis do bairro Boa Esperança na noite de quinta, mostrou um trezoitão e ameaçou atirar se não recebesse o dim-dim. Insatisfeito apenas com os 84 reais que a frentista tinha na algibeira ele exigiu também seu aparelho celular e, como chegou, saiu pedalando a magrela rua afora sem esperar reaçao. Inconformada em perder o celular, a experiente frentista tentou correr atrás do pequeno assaltante exigindo o aparelho de volta. Não devia te-lo feito. O garotão apavorado com a fúria da frentista, sacou o trabuco da cinta e mandou bala em sua direção e foi se esconder num matagal ali perto, onde foi preso meia hora depois. A frentista M. de 38 anos, recebeu a azeitona quente no abdome e foi medicada no Alzira Velano. Felizmente não corre risco de perder a vida, mas o tiro poderia ter atingido o ‘cerne’ um palmo acima.

      Encarar assaltante armado? Direto da Policia adverte; “Não tente fazer isso em casa…”

Roger Abdelmassih… O “monstro” de São Paulo fugiu

         Apesar da advertência do Ministério Publico para o risco de fuga do país, o monstro foi solto para passar o natal com a família, casou-se três meses depois com uma procuradora da republica, deverá ser pai de gêmeos, foi condenado a 278  anos de cadeia e… naturalmente dobrou a serra do cajuru. Deve estar no Líbano, terra dos ancestrais ou quem sabe curtindo as belezas do Velho Mundo com a bela mulher de 32 anos.

  

Raramente falo nesta coluna de fatos acontecidos fora de Pouso Alegre ou pelo menos nas cercanias do Sul de Minas. Afinal, os fatos além fronteiras chegam até nós através da ‘grande imprensa’ e se fossemos abordar todos os assuntos inerentes à Direto da Policia que acontecem diariamente Brasil varonil afora, precisaríamos de 1728 paginas diárias. Costumo também me abster de alongar em decisões judiciais ou políticas, até porque, eu e os leitores poderíamos nos perder na vastidão de assuntos. No entanto há casos que gritam por exceção.

       O caso do renomadissimo medico dos ricos e famosos Roger Abdelmassih, de 67 anos, que desde os 50 vinha mantendo relações sexuais com suas pacientes em sua clinica em São Paulo é um deles. Ele foi preso em junho de 2009, depois de meses de investigação da policia civil e ficou atrás da grades do 40º D.P. da Zona Norte da capital paulista durante seis meses. Neste período o medico teve o registro profissional cassado pelo Conselho Regional de Medicina e formalizadas 56 denuncias de estupro ou atentando violento ao pudor contra sua mui digna pessoa, além de 14 denuncias de assedio sexual.  O geneticista, dono da mais famosa clinica de reprodução humana do país, esteve preso preventivamente até o dia 24 de dezembro daquele ano, quando foi solto mediante medida liminar concedida pelo Ministro Gilmar Mendes, então presidente do STF, sem julgamento do mérito do pedido de hábeas corpus. Para dar-lhe o ‘presentinho de natal’, o ministro alegou que ele não mais representava perigo para a sociedade”.

Para devolver o “monstro” de São Paulo à liberdade, o presidente do Supremo Tribunal Federal, maior autoridade judiciaria do país, justificou sua decisão, alegando que: “O Conselho Regional de Medicina já suspendeu o registro profissional do medico, não há possibilidade dele voltar a cometer os supostos abusos contra suas clientes”. Na pratica, quer dizer que basta cortar o ‘bilau’ dos centenas de estupradores do país e deixa-los soltos, pois eles não irão estuprar mais ninguém. E os crimes já cometidos que se danem…!!!

Já os advogados do medico ricaço, alegaram no pedido de hábeas corpus que “não há indícios de que seu cliente represente uma ameaça à ordem publica”. Os causídicos alegaram ainda que o médico monstro é “primário”, de “bons antecedentes”, “tem residência fixa”, além de ser “um profissional renomado” e “de reputação ilibada”.

Estes pressupostos estão realmente previstos em nossa lei penal – lei elaborada por aquele pessoal bacana que de quatro em quatro anos nós escolhemos para nos representar lá em Brasília – Primário é todo cidadão que ainda não sofreu nenhuma condenação, não importa quantos crimes ele tenha cometido. Bons antecedentes é o mesmo cidadão que não tem em sua ficha criminal nenhuma condenação, mesmo que esteja respondendo por 40 crimes – o cidadão em questão responde por mais de 50 – Profissional renomado é aquele que presta serviços para muita gente e gente famosa, rica, influente. “Reputação ilibada”- esta é a piada do ano – Como pode alguém que assedia, molesta, chantageia e aproveita de mulheres – mães sonhadoras, carentes e indefesas – entre quatro paredes de um consultório medico sob efeitos de medicamentos, ter conduta pura, imaculada???

Ah…o medico é investigado ainda pela policia por suspeita de manipulação genética – muitos do seus ‘filhos’ como ele costumava dizer, podem ser filhos dele mesmo – entre outros atos antiéticos e escusos, para garantir sua eficiência às suas clientes. Um novo Hitler, ou talvez ….Deus.

Ao comentar o assunto no Blog Vale Independente no final de 2009 quando ele retomou a liberdade, fiz a pergunta que o brasileiro mortal comum faria: “Será que ele volta para a cadeia”?

Em janeiro do corrente Roger Abdelmasssif foi condenado a 278 anos de cadeia. A condenação corresponde a 36 vitimas de abusos. Existem mais 20 processos ainda tramitando na justiça contra ele. No dia seguinte à expedição do mandado de prisão… só pó. O bonitão da bala chita, que deve ter nova cara e sua jovem esposa, que pediu exoneração do cargo de Procuradora da Republica depois de reiteradas licenças, nunca mais foram vistos.

Em junho passado o jornal Folha divulgou informações da policia, dando conta de que o monstro famoso estaria no Líbano, terra de seus ancestrais. É bem possível. Na mesma semana o ministro Fux do STF, negou hábeas corpus ao meliante E.S.P. condenando a 1 ano e 3 meses de cana por passar a mão leve em seis barras de chocolate num supermercado do interior de Minas, no valor de R$ 31,80 reais. Para negar a liberdade provisória ao chocólatra, o ministro Fux, ultimo a assumir o inabalável e quase divino cargo no S.T.F., alegou que ele era “useiro e vezeiro” na pratica delituosa. Muito justo. A lei existe para ser cumprida… E o medico monstro? Durante mais de quinze anos ele assediou, sedou e abusou sexualmente de dezenas de sonhadoras senhoras no conforto de sua clinica… Isso não é crime useiro e vezeiro, Sr. Gilmar Mendes???

Nossas cadeias estão empanturradas de presos condenados a 06, 08, 10 anos por ter praticado apenas um estupro ou atentado violento ao pudor. Roger Abdelmassih cometeu mais de cinqüenta!!!!… Mas tem reputação ilibada…

Poderia citar aqui dezenas de decisões rigorosas aplicadas a bandidos pobres, mas vou citar apenas uma, que vi de perto. Quando cheguei para trabalhar em Silvianópolis, o ‘Velho Hotel de Santana’ tinha apenas um hospede, Carlinhos Negão. Meu único ‘cliente’ era também muito famoso na cidade, pelo seu jeitão desengonçado, sua bocarra e pela paixão incontrolável pela sedutora e ‘tonteante’ “Severina do Popote”. Morreu afogado no famoso “tanque” nos idos de 1990 ao tentar fazer graça abraçado com a Kátia…ça. Dos 18 meses de cadeia, ‘pagou’ a metade vendo o sol quadrado e o restante lavando celas, corredores e fazendo faxina na delegacia, antes das oito da manha, quando então ia carregar sacos de ração e fertilizantes na agropecuária do Heleno ‘Ventura’ no mesmo quarteirão da delegacia. Às seis da tarde voltava para dormir no ‘hotel’. Seu crime? Numa fresca  noite de outono invadiu o galinheiro do vizinho e furtou um bípede cantante para fazer uma ceia com amigos. 

      Coitado… Carlinhos Negão não tinha conduta ilibada.

Fotos cedidas de  http://www.paulopes.com.br/2009/01/caso-roger-abdelmassih.html

Saiu da cadeia para trabalhar… no trafico de drogas

       O garotão A.C.R, 25 anos morador da Vila Rubens em Itajubá, cumpre pena por trafico de drogas e deveria estar vendo o sol quadrado todos os dias, num dos modernos apartamentos do Novo Hotel da BR 459. Mas, como a lei penal brasileira é “tao bonzinha”, muito antes de cumprir a pena, recebeu nova chance de andar na linha e fazer alguma coisa decente na vida. Ao sentar-se ao piano do homem da capa preta A.C.R. fez cara de santo e prometeu;       “ Vou arrumar emprego e mudar de vida, dotô…”. Só não disse que tipo de emprego. De volta à benfazeja liberdade, pegou um atalho e voltou para o mesmo caminho obscuro, negro e torto do crime.   

      Suspeito de ter cometido um pequeno furto de celular, recebeu a visita dos homens da lei. Ao revirar o mocó do egresso prematuro do hotel do contribuinte, os policiais encontraram, além do aparelho celular furtado, 45 barangas de maconha e outros objetos sem procedência.

      Pelo andar da carruagem, vê-se que o jovem meliante ainda não estava suficientemente ‘reeducado’ para a vida social. Por isso ele voltou para o hotel da BR 459, de onde não deveria ter saído tão cedo para furtar e vender drogas … se a lei penal fosse um pouco mais dura.

 

Aviãozinho esbarra na PM e derruba o pai traficante

O que pode ser mais imoral e cruel do que distribuir a famigerada pedra bege fedorenta, farinha do capeta e erva marvada a adolescentes e jovens que ainda não aprenderam os reais valores da vida?? Usar o próprio filho adolescente para distribuir a droga!!!

 

     Amigos ocultos da lei, ou quem sabe um nóia  insatisfeito com a qualidade da erva adquirida ou até mesmo um concorrente do ‘ramo’, digitaram 190 e avisaram que o cidadão Sebastião Carlos B. dos Santos, morador do São João, mantinha em sua casa uma ‘boca de fumo’. E disseram ainda que ele usava o próprio filho S. de 15 anos como aviãozinho para distribuir a droga. Os homens da lei foram checar a informação e esbarraram no raquítico garotinho saindo de casa com pinta de somongó, levando na algibeira uma baranga de erva maldita e outra de pedra bege. O garoto foi logo jurando de pés juntos que não era viciado, mas….quem leva droga na algibeira, mas não usa, leva para alguém. Quem leva para alguém é … traficante. Sem conseguir tapar o sol com a peneira o aviãozinho levou os policiais até sua casa e depois de uma varredura geral, foram localizados 56 barangas de crack, 12 barangas de maconha, material e utensílios para embalagem de drogas, mocosados atrás de uma cortina. Abatidos em pleno vôo, ‘aviãozinho e jumbo’ receberam pulseiras de prata e desceram para a DP onde sentaram ao piano e assinaram o 33.

     Sebastião, o pai que fazia dupla feiúra ao usar o próprio filho no trafico, foi se hospedar no Hotel do Juquinha. O aviãozinho de 15 anos voltou para casa com a mãe. Como ele já fez o estagio, é provável que continue a ‘administrar o negocio’ do pai…

Policia apreende 46 cães de raça trancados dentro de casa

Dona dos bichinhos poderá ser processada por furtos e maus tratos

      Vi de relance, no Jornal Regional, a imagem de dezenas de cãezinhos saltitantes curiosos em busca de comida e liberdade, numa residência de Poços de Caldas. Os animaizinhos, 46, estavam trancados na casa em meio a sujeira e lixo, com galinhas e até um gato morto, sem ventilação, sem banho, sem água e sem comida. Os inocentes bichinhos foram apreendidos pela policia militar e vigilância em saúde e entregues provisoriamente à Sociedade Protetora dos Animais. A dona – será que é mesmo dona? – dos peludinhos que encantam crianças e adultos, quando for localizada, será processada por maus tratos de animais. A policia civil, no entanto acredita que os cachorrinhos sejam produto de furtos. E isso é mais comum do que se imagina. Dentro da casa da madame de Poços pode ter mais de R$ 50 mil reais em cachorros das raças Poodle, Bichon Frizé, Yorkshire Terrier, Schnauzers, Pinschers … Cães de raça que fazem girar, dentro ou fora da lei, uma pequena fortuna entre madames de meia idade que não podem mais ter filhos ou que preferem a companhia dos de quatro patas – Outro dia vi uma comerciante em Gonçalves recusar R$ 20 mil reais por uma belissima  matriz de Border Collie, o mais inteligentes dos caninos.

     Anos atrás conheci Madame Jack, especialista em furtos desses animaizinhos de ‘cama & sofá’, muito mais bem documentados e bem tratados do que crianças, cuja ninhada a cada seis meses pode render à ‘mamae-dondoca-perua’ algo em torno de R$ 10 mil reais.  Madame Jack era uma refinada ladra de cachorros de raça, conforme foi apurado pela PC e publicado por mim no Jornal do Estado na ocasião, não sem alguma dificuldade, pois a madame meliante fora casada com  um ‘figurão’ da cidade que poderia fechar o jornal ou processar este colunista. Veja a matéria:

  “Madame “Jack” e suas cachorradas

*Publicada por Airton Chips no Jornal do Estado em 01 de dezembro de 2000

 

       Atenção madames desavisadas e defensores de latildos indefesos. Apertem as coleiras, tranquem os portões e fiquem ligadas em Direto da Policia. Um novo golpe está na praça. Uma fina madame, um motorista trajado “a la Jarbas”, uma infante impúbere e muito papo de aranha podem levar seu cãozinho de estimação para um pulguento canil da rua São Jose ou para Ouro Fino..

      Procuraram a Delegacia de Crimes Contra o patrimônio da 13a DRSP, duas madames paulistanas e uma manduana, para dar queixa de furto de seus cãezinhos. E não se trata de pulguentos e mal nutridos viralatas, não. Trata-se de mimados peludinhos ou não, acostumados a colos, mimos e berços de cetim, todos do mais fino pedigree. São cachorrinhos das raças Yorkshire Terrier, Poodle, Bichon Maltez, Schnauzer, Shih Tzu e Bichon Frizê. ‘Latildos’ cujos filhotes  custam entre R$ 800 e R$ 2 mil reais.

     Há duas semanas a senhora Luzia Teixeira Costa da Rocha recebeu em sua residência no bairro Santa Terezinha em São Paulo, a visita de uma simpática, bonita e bem vestida mulher dos seus trintaa e alguns anos, 1,68 de altura, falando alto e rápido de cima de um salto alto. Sem mais delongas a 171 foi logo abraçando, beijando e jogando confetes em seus cãezinhos dizendo que eram os mais lindos do mundo e que ficariam ricas com eles. Na verdade estava apenas preparando uma tremenda cachorrada. Depois de meia hora de monólogo – só ela fala – a caridosa amante canina, ex-esposa de um bem sucedido empresário de Pouso Alegre, levou do canil de Luzia 08 filhotes e quatro matrizes de Yorkshire, Poodles e Bichon Frizê.

       Dona Maria Consuelo Vecchi da Silva, moradora da Penha, São Paulo, também recebeu a visita da “perua”. Depois de alguns minutos de 171 envolvendo o motorista Vanil e a filha de 09 anos, lá se foram três filhotes de Schnauzer no palio da Finória.

       O drama da viúva Leila Aparecida de Paula Roman, moradora de Pouso Alegre é ainda mais comovente. Ela entregou sua cadelinha maltez, 08 anos de carinho e minos, de nome “Finha” à madame cadela, para acasalamento e nunca mais a viu. Sua filhinha Natalia, de 13 anos, criada com Finha, recentemente órfã de pai, ao perder a peludinha branca, ficou traumatizada. Depois de desfilar por vários canis na capital paulista, a cadelinha foi passada nos cobres e recheou a guaiaca da  finória.

     E falando na madame, a 171 que impressiona pelo seu comportamento religioso – onde chega fala de Deus, ajoelha diante de imagens sacras, se benze e pede a benção para os donos da casa – chama-se J. L., atende pela alcunha de “Jack”,  mora num apartamento alugado na Rua São Jose, onde mantem um canil com cerca de 20 cãezinhos em situação precária de higiene. Seu principal argumento para levar na lábia incautas criadoras de caes de raça é a exaltação de seu canil de primeiro mundo. Mas foi num canil úmido, escaldante e fétido de fundo de quintal que os detetives Geraldo, Balca e Ozanam encontraram e apreenderam 43 Poodles, Schnauzer, Bichon Maltez e Shih Tzu em Ouro Fino, quase todos apropriados indevidamente em São Paulo, reconhecidos pelas vitimas Luzia Teixeira, Maria Consuelo e Leila Romam.

       Jack foi convidada a visitar a Delegacia de Policia, onde sentou-se ao piano do delegado Gilson Baldassari e assinou um 168 do CP. Se condenada for, Madame Jack poderá se hospedar por até 4 anos no velho hotel da Silvestre Ferraz, tão soturno, abafado e fétido quanto o que mantinha os caros fofuchos em Ouro Fino”.

        A ‘Madame Jack’ de Poços de Caldas deve ter muito mais a pagar à justiça do que uma simples cesta basica. Se fosse dona, provavelmente ela nao deixaria seus quase R$ 50 mil reais peludinhos misturados com xixi, cocô, galinha e gato morto, não….

Quem quer adotar o Pluto? …..Acabei de ser adotado.

    

Oi, eu sou o Pluto.

 

     Tenho quase dois anos de idade e sou da família dos “Pastorvira”. Por isso tenho este porte altivo de Pastor e a fidelidade dos viralatas. Sou alegre e dócil com crianças, mas ninguém entra na minha casa sem ser convidado.

      Meu antigo dono me abandonou numa estrada de terra porque eu comia muito. Meu ‘dono provisório’ me recolheu, me deu água, comida e alguns afagos, mas não pode ficar comigo porque já tem o Atila, o Tigrão, a Dominick, o Chocolate e a Léssie.

   

  Você não quer me adotar?

 

     Prometo fazer o ‘um’ e o ‘dois’ nos lugares certos e só latir para avisar quando chegar alguém. Além de comida, tudo que eu quero são alguns cafunés quando você chegar do trabalho… para matar a saudade.

     Meu telefone é 9802.3113

 

     Me leva para sua casa…?

    Olá… Acabei de de ser adotado, neste domingo.  Vou morar na casa do Decio e do Pedro, no bairro Maristela.

     Obrigado a voce que se interessou por mim e a voce que cuidou de mim durante a semana e me arrumou uma casa nova. Tchau….

 

Santarritense continua vivo na competição

 

 

      Apesar das derrotas seguidas no certame da Segunda Divisão do futebol mineiro, o “Robozinho do Vale” ainda tem chances de classificar-se para a próxima fase da competição e até de ser o campeão. Com apenas três pontos ganhos – uma vitória contra o Jacutinga no Erasmo Cabral – o time do Zezito está em quarto lugar na chave de cinco equipes, com o mesmo numero de pontos do Araguari – que havia desistido da competiçao e depois desistiu de desistir – e tem um confronto direto com ele dentro de casa na ultima rodada.

      O outro concorrente à terceira vaga é o time da capital das malhas, com apenas dois pontos, um jogo para fazer e já foi derrotado uma vez. Ou seja, ao Santarritense basta fazer 4 pontos, empatar com um e vencer o outro, que se classifica para a próxima fase. Passando de fase serão outros quinhentos. Novos patrocinadores e jogadores poderão vir reforçar o escrete do Vale da Eletrônica e leva-lo à Primeira Divisão.

     O abnegado diretor Bugalu continua acreditando…