Policia Civil atropela mula na rodoviária

Robertinha, a "mula" de Machado: - É maconha, uai...

Robertinha, a “mula” de Machado: – É maconha, uai…

Estava o detetive Flavio no aconchego do seu lar no final da tarde deste domingo, 20 no meio do feriadão, quando seu celular tocou… Era um amigo oculto da lei, que sem delongas foi ponto dando a fita:

– Sabe a Robertinha? Aquela loirinha do cabelo liso, de Machado, que você anda na cola faz um tempão? … Então, ela acabou de embarcar num ônibus na cidade de Cambuí com destino à Pouso Alegre… Ela está levando uma mochila sinistra! Acho que é maconha…!

Era domingo à tarde, hora de trocar a rede pelo sofá da sala para assistir a rodada do brasileirão, mas o coração policial falou mais alto. Flavio jogou o chinelão de lado, trocou o bermudão listrado, escovou os dentes para tirar o gosto da loira gelada, penteou os poucos cabelos, ligou para o parceiro J.Antonio e lá foram para o terminal rodoviário de Pouso Alegre checar a informação do amigo oculto da lei. Quando Robertinha desceu sorrateira da jardineira verde branco da Auto Viação Cambuí, lá estavam os dois policiais para lhe dar as boas vindas.

– Olá Roberta… O que você trás aí nessa mochila? – Perguntou Flavio.

Pega de surpresa, sabendo que não escaparia de uma geral, que não adiantaria tentar tapar o sol coma peneira, sabendo que eles sabiam o que ela levava,  a jovem de 20 anos não deixou a peteca cair, não fez cara vitima… Foi franca!

– É maconha, uai…! Querem ver?

Era mesmo.

Maconha de péssima qualidade e mofada. Robertinha tinha que ser processada pela vigilância sanitária... Por levar mofo para os pulmão dos nóias!

Maconha de péssima qualidade e mofada. Robertinha tinha que ser processada pela vigilância sanitária… Por levar mofo para os pulmão dos nóias!

Quatro cavacos de erva marvada de péssima qualidade, mal embalada e cheirando mofo – certamente estava enterrada! – mas era maconha! Levada para a DP com as pulseiras de prata Roberta Carvalho Fidelis, moradora da cidade de Machado, mulher de traficante, contou parte de sua aventura:

– Eu fui buscar a droga em Cambuí. Peguei com um cara que eu não conheço. – Eu conheço, é o João Tapira…!! – Eu ia entregar para um cara que também não conheço, na rodoviária de Machado. – Deve ser o primo do João Tapira, o Gasparzinho…!

Sem saber quanto custou a droga, sem saber quanto ia ganhar para fazer o carreto e sem saber para quem iria entregar a erva em Machado, Robertinha sentou ao piano e assinou um 33. Agora a mula de Machado sabe que terá hospedagem gratuita no Hotel do Juquinha pelos próximos 5 anos… Sem descontar naturalmente as “brechas” da lei!

 

Alexsandro, o traficante que desceu pela chaminé

Taxi do Magaiver levantando 'bandeira 2' com destino ao Hotel do Juquinha...

“Taxi do Magaiver” levantando ‘bandeira 2’ com destino ao Hotel do Juquinha…

Estava o serralheiro “Jota” nos braços de Morfeu no aconchego do seu lar na Rua Juruá, no velho Aterrado, no final da noite de quinta, quando despertou com ruídos no seu telhado. Pôs-se a escutar imaginando que talvez fosse um gato tentando dar um ‘créu’ na sua gata! Ou talvez um pássaro noturno que calculara mal o voo e tivera que fazer um pouso de emergência… Mas pensando bem, o barulho parecia muito maior do que o de um gato, e, ave, só se fosse avestruz! Por alguns instantes Jota pensou que talvez pudesse ser o coelho da pascoa trazendo os ovos com antecedência… Mas lembrou-se que esse negocio de entregar presente através do telhado é coisa de Papai Noel!! E aguçou os ouvidos esperando o bom velhinho barbudo descer pela chaminé e dizer “hohoho”! E não é que ele desceu mesmo…!!!  Desceu em cima do fogão de lenha! Mas não disse “ho-ho-ho” não!!!  Disse: “ai,ai,ai”!!! E também não era bom, nem velhinho, nem barbudo e não estava trazendo um saco de presente! Mas desceu pela chaminé em cima do fogão de lenha…!  Era Alexsandro Batista dos Santos, morador da Sapucaí, prestes a completar 39 anos… E fugia da policia como o diabo foge da cruz!

Voce leu “Aviõezinhos capotam no Arvore Grande”? Aprendeu como distribuir drogas pela cidade e conseguir ludibriar os homens da lei 99 vezes? – Uma hora a casa cai, né? – Pois agora você vai aprender a montar uma “biqueira” e distribuir todo tipo de drogas sem cair nas malhas da lei. É tão simples quanto tomar bengala de velho! Basta tomar posse de uma casa abandonada ou uma obra em construção. Fazer um buraco no portão e ficar do lado de dentro de onde possa ver a chegada dos homens da lei!

Você não precisa ir até a clientela… Os nóias vão até você em busca da farinha!

Não se esqueça de receber primeiro a “ararinha vermelha” pra depois entregar a baranga… Alguns nóias são meio distraídos!

Se você perceber que tem boi na linha, até que o boi arrebente o cadeado do portão, você sobe no muro, atravessa alguns telhados e desce na rua de trás, belo e faceiro e ainda vai “tirar um pêlo” dos homens da lei oferecendo ajuda para arrombar o cadeado… Você não mora ali mesmo!

Esse modus operandi lucrativo e eficiente de distribuir drogas funciona em vários pontos da cidade!

Funcionou 99 vezes na Rua Juruá…

Na centésima vez a casa do Jota caiu. Quer dizer, o Alexsandro caiu na casa do Jota, em cima do fogão de lenha!

É que “pote tanto vai à fonte que um dia volta quebrado”! Desta vez, antes de bater no portão da casa abandonada, os homens da lei cercaram o quarteirão.

Você achou a historia interessante até aqui? Tem muito mais. Leia o que disse Alexsandro!

Quando os homens da lei chegaram à casa do serralheiro Jota, lá estava Alexsandro belo e formoso sentado à mesa da cozinha esperando ser servido o café. E contou sua historia com calma e serenidade:

– Pois é, eu conheço o ‘seu’ Jota de vista… Sei que ele é serralheiro. Ei vim aqui contratar os serviços dele. Dizem que ele trabalha muito bem…!

– Opa, eu não abri a porta pra você, não! – Interveio o serralheiro.

– Ah, não, foi um garotinho… deve ser seu filho. Ué, ele estava aqui agorinha mesmo! Foi ele que abriu a porta pra mim e ‘mandou eu’ esperar, seu Jota!

E não ficou vermelho!!!

Enquanto uma equipe de policiais oferecia as pulseiras de prata ao suposto cliente que viera do céu contratar os serviços do serralheiro, outra equipe varria o muquifo abandonado – agora abandonado mesmo! – pelo gato em teto de zinco quente e apreendia a droga que ele deixou para trás; 17 barangas de farinha do capeta e 5 de pedra bege fedorenta e outros indícios do trafico.

Alexsandro Batista dos Santos naturalmente jurou de pés juntos que a droga não é dele, pois ele nem mora lá! Não mora mesmo, mas também não foi entregar ovos de pascoa através da chaminé da casa do serralheiro! Juntando sua historia da carochinha com sua quilométrica capivara e dezenas de denuncias de amigos ocultos da lei, o delegado de plantão o enquadrou – mais uma vez – no 33. De manhazinha ele pegou o taxi do Magaiver e foi passar mais uma temporada no Hotel do Juquinha. Sem visitas de Papai Noel ou coelhinhos de pascoa…

 

Camisa branca leva trio para o Hotel do Juquinha

A "camisa branca" do Alex o levou de volta para o Hotel do Juquinha dezessete dias depois...! E levou com ele os amigo Luiz Claudio e o padrasto Gilmar...

A “camisa branca” do Alex o levou de volta para o Hotel do Juquinha dezessete dias depois…! E levou com ele os amigo Luiz Claudio e o padrasto Gilmar…

        Era para ser apenas mais uma blitz de rotina na MG 179. Mas estava tudo errado com os três amigos de Congonhal ocupantes do Gol vermelho. Primeiro o piloto Gilmar dos Santos não tinha carteira de motorista. Depois os patrulheiros encontraram maconha no porta luvas. Em seguida o maço de cigarros que Luiz Claudio Prado de Oliveira levava na algibeira estava recheado de cocaína. Com mais um aperto apareceram seis barangas de farinha do capeta na algibeira da bermuda do passageiro Alex Delgado de Almeida.

A ladainha do trio para justificar a posse da droga foi mais ou menos parecida;

– Nós saímos cedo de casa para trabalhar em Alfenas com fibra ótica. Compramos a droga para consumir em Congonhal…

A historia do trio até poderia ser vero! Mas o passado condena… Alex Delgado de Almeida, também conhecido pela alcunha de “Dimenor”, é figurinha fácil no álbum da policia. Estava em liberdade há duas semanas e meia… Deixara o Hotel do Juquinha no ultimo dia 01. E não é “primeiro de abril”!

Durante a abordagem e confecção do B.O. o celular apreendido em poder de Alex chamou varias vezes. A voz do outro lado da linha perguntava:

– E aê, mano tá chegando? Tá trazendo a ‘camisa branca’?

Juntando os antecedentes de Alex “Dimenor” Delgado com a conjuntura obnubilada do trio do Gol vermelho e o pedido de “camisa branca” via celular, o paladino da lei não teve medo de ser feliz, enquadrou o trio no artigo 33 da lei 11.343. O Hotel do Juquinha, agora com Salão Família recém inaugurado, recebeu mais três hospedes na quinta feira santa!

 

O estupro de Ester

... Essa velha delegacia tem historia...!!!

… Essa velha delegacia tem historia…!!!

Quando descemos da viatura no final da manhã, o inspetor Ângelo esperava por nós na porta da DP. Na verdade esperava pela primeira equipe que retornasse da rua! E foi logo dizendo;

– Temos um estupro em flagrante. Aquela moça – virou ligeiramente a cabeça para indica-la sentada no banco de madeira da recepção ao lado de uma senhora de meia idade… – foi violentada por um negão na Fernão Dias, perto da Serrinha de Bela Vista. Parece que ele trabalha numa olaria ali por perto. A equipe de Crimes contra a vida está empenhada em outra diligencia. Vão até lá e vê se acha o sujeito… O Pomarola vai com vocês. Pegue mais alguma informação com ela…

A delegacia estava vazia naquele momento. Sentada no final do banco duro de madeira, a jovem negra de vinte e poucos anos, miúda, chorosa, permanecia agarrada no braço da senhora de fisionomia serena e bondosa… Conversamos, ou pelo menos tentamos,  ali mesmo no banco encardido e liso da recepção. Afinal, o tempo urgia!  Tínhamos que chegar o quanto antes ao local do crime!

– Como era o sujeito… – Perguntei para começar.

Ao ouvir minha pergunta, a jovem, extremamente tímida se agarrou ainda mais no braço da senhora de ar bondoso e desandou a chorar baixinho, como que tentando se esconder debaixo do seu braço. Foi a senhora de olhar sereno quem respondeu;

 

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“Salão Família” … A sala de visitas do Hotel do Juquinha

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A ultima segunda feira, 14, foi dia de festa no Hotel do Juquinha! É que estava sendo inaugurado o tão sonhado “Salão Família”! Reinvindicação que vinha sendo feita pelos familiares de presos desde sua inauguração em novembro de 2009. Até então quem ia ao presidio a cada quinze dias visitar seus parentes, tinha que esperar horas na fila defronte o ‘majestoso hotel’ entregues às intempéries…

– Não tinha agua para beber, não tinha onde trocar uma fralda e nem onde fazer as necessidades fisiológicas. A gente tinha que fazer xixi no pasto ali em frente – diziam mães e esposas de presos.

O espaço chamado ‘salão familia’ foi construído pelos próprios presos com donativos de ‘parceiros’ – pequenos empresários que prestam serviços direta ou indiretamente ao presidio – e donativos das prefeituras de Pouso Alegre e Congonhal. Durou quase um ano, mas finalmente teve suas portas abertas ao publico na ultima segunda. A solenidade contou a presença do Superintendente da Sape – Superintendência de Atendimento ao Preso – dos colaboradores que receberam Certificado de participação na obra social e de familiares de presos. O ponto alto da solenidade no entanto, foi a execução de musicas pela Banda Fênix formada dentro do Hotel do Juquinha, composta de oito presos.

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– Com isso estamos procurando dar caráter humanitário à prisão – enfatizou o diretor Willian Abrete Pinto, que no próximo dia 25 de abril recebe a festejada “Insígnia Tiradentes”, pelos bons trabalhos realizados à frente do Hotel do Juquinha.

Banda Fênix: Presos ressurgindo das cinzas dentro dentro do Hotel do Juquinha.

“Banda Fênix”: Presos ressurgindo das cinzas dentro do Hotel do Juquinha.

O Salão Família conta com dois banheiros, fraldário, poltronas e bebedouros.

 

Presos são pegos com celular no “fi-ó-fó”

     

Persio Pereira Martins: Ele carregava a bateria...

Persio Pereira Martins: Ele carregava a bateria…

      Durante busca geral na cela, dois presos usaram um esconderijo pouco comum para guardar os celulares… O fi-ó-fó!

A gerencia do Hotel do Juquinha chegou até os presos através de denuncias de amigos ocultos da lei. Neste momento eles estão no Hospital Regional Samuel Libanio onde deverão passar por exames de Raio X e retirada dos aparelhos.

 

 Tudo começou no ultimo domingo quando o agente na guarita percebeu um ‘ovni’ sobrevoando o presidio durante o horário de visitas… Por falta de energia do E.T. que arremessou o óvni e desceu pasto abaixo em direção à BR 459 em desabalada carreira, o objeto voador não identificado aterrissou no telhado do prédio. Capturado pelos agentes, constatou se tratar de 7 aparelhos de celular com as respectivas baterias e dois carregadores em três pacotes diferentes. Como havia a probabilidade de um ou outro ‘ovni’ ter pousado em mãos estranhas no patio, o diretor de segurança redobrou a vigilância sobre seus hospedes. Nesta quarta, depois do banho de sol, todos voltaram para suas celas, exceto Persio e Jair… Eles foram levados para a recepção e convidados a “sentar no banquinho”! Tão logo encostaram o traseiro no aparelhinho detector de metais, ele começou apitar! Persio e Jair portavam objetos estranhos às normas internas do presidio. Jair levava o celular e Persio carregava a bateria, lá… no “fi-ó-fó”!

Apesar de ‘derrubados’ foi necessário que a radiografia no Hospital Regional mostrasse os objetos em suas entranhas para que eles admitissem o crime!

Jair Moura: levava o "celulá"...!

Jair Moura: levava o “celulá”…!

Ao contrario do que dissemos na ultima vez que falamos sobre o assunto aqui no blog, portar aparelho celular no interior do presidio é crime previsto no artigo 349 do CP c/c a Lei 12.012/2010, cuja pena oscila de três meses a um ano de detenção além das sanções administrativas.

A bateria estava bem guardada...

A bateria estava bem guardada…

Os celulares 'sobrevoaram' o Hotel do Juquinha e pousaram erradamente no telhado...!

Os celulares ‘sobrevoaram’ o Hotel do Juquinha e pousaram erradamente no telhado…!

Persio Pereira Martins, 38, oriundo de São Gonçalo do Sapucaí, preso desde julho do ano passado por furto, e Jair Moura, 43, oriundo de Teófilo Otoni, preso desde agosto de 2013 por furtos, não tem parentes próximo para visita-los. Agora ficarão também sem o banho de sol durante 30 dias…!

 

O Raio X confirmou o que o "banquinho"  "X9" ja dissera!

O Raio X confirmou o que o “banquinho” “X9” ja dissera!

Um celular para o Scoobi…

Scoobi sempre bem acompanhado...

Scoobi sempre bem acompanhado…

“O relacionamento humano encerra mistérios muitas vezes incompreensíveis. Podemos encontrar em nosso caminho, em nosso dia-a-dia, por anos a fio, pessoas profícuas com as quais mal trocamos um bom dia, quiçá sabemos seu nome, o que faz e muito menos a data do seu aniversario. Outras vezes conhecemos pessoas que nada somam de pratico ou material em nosso cotidiano, mas que pela simples maneira espontânea de ser, sem que percebamos, passam a fazer parte de nossas vidas. São como “… os lírios do campo…”, sem nenhuma relação de parentesco, de trabalho ou afinidade, mas sentimos bem e nos alegramos com sua presença. Talvez seja pelo fato de elas não nos pedirem nada em troca de sua presença, de sua alegria e espontaneidade – e de pequenos favores – que as torna tão especiais. Achamos que elas são carentes e dependentes, mas na verdade nós é que dependemos delas para desfazer nossas tensões cotidianas e acabamos usando-as para troças e brincadeiras, as quais elas assimilam e retribuem de bom grado, sem maldade.

Carlos Augusto da Costa, o Scooby, é uma destas figuras que costumamos rotular de folclóricas, portadoras desta despretensiosa magia que relaxa, colore e alegra nossa vida.

Conheci Scooby na oficina do Teobaldo – pai – na rua do Rosário no final da década de 80. Ele era ainda adolescente, mas tinha o mesmo porte físico e jeitão de intelectual misterioso de hoje. Até a voz grave. Só o cabelo mudou de cor e a barba apareceu. Já era alvo de brincadeiras das quais ingenuamente participava serio ou sorrindo se fosse o caso.

Na delegacia de Policia, onde costuma passar horas a fio, não tem quem não conheça Scooby e não tenha uma palavra afetuosa e correspondida. Ele chega de mansinho e espera por alguns segundos o cumprimento. Se o ignoram, ele puxa prosa:

– Oi Batista, tudo bom?

Só para no corredor, na porta ou entra nos gabinetes e estica prosa, se lhe dão atenção. Senão segue em frente… Responde sempre de acordo com a pergunta.

– Tá de plantão hoje, Scooby?

– Tô. Vou até amanhã cedo…

– Tá de folga hoje, Scooby?

– Tô. Saí hoje de manhã…

– Ué, Scooby, não tenho te visto! Por onde tem andado?

– Eu tô de férias. O doutor João, o regional, me deu férias até o fim do mês…

Muitas vezes encorajado por colegas, em situações que não oferecem nenhum risco naturalmente, Scooby age como se policial fosse e suas ordens são regiamente acatadas por delinquentes que não ousam desobedecê-lo. Até mesmo a linguagem – inadequada na verdade – usada por alguns policiais em certos momentos de stress, Scooby repete como se fosse um dos mais temidos policiais e impõe seu pseudo respeito.

– Scooby, dá uma dura naquele folgado lá no fim do corredor!!!

Ele vai até lá, para na frente, faz cara feia – e precisa ? – e sai com esta;

– Escuta aqui seu folgado! Fica quieto aí, senão vai ser pior, hein… Vou mandar os tiras te quebrar no pau e te fechar no corró…!

… E o sujeito que não conhece Scooby, pensando que se trata de um policial veterano, baixa a cabeça e fica pianinho…

Esta singela homenagem ao amigo Scooby, publiquei no falecido FOLHA em 2004 quando ele completou 34 anos. Na ocasião Seus “colegas de trabalho” fizeram uma vaquinha e lhe deram um belo presente de aniversario. Porém, não tão belo quanto o que Scooby nos dá com sua presença. Desde então, sempre que encontro Scooby – e basta ir à delegacia ou em qualquer lugar da cidade, pois Scooby é onipresente! – ele fala da matéria;

– Hei Chips, ta chegando meu aniversario de novo. Vai ter festa? Eu vou sair no jornal?

Vai, vai sim, Scooby, você já está no jornal e agora também no Blog do Airton Chips”.

A pergunta de sempre foi repetida novamente nesta segunda,14, na DP. Scoobi, com o sorriso de sempre, avisou que o seu aniversario estava chegando e queria saber se iria aparecer no jornal. No jornal eu não prometi, mas no blog eu garanti! E aproveitei para perguntar o que ele queria ganhar de presente;

– Eu quero um celular, Chips…!

Ano retrasado Scoobi posou para a foto de aniversario ao lado do delegado regional Flavio Destro. Ano passado ele preferiu o abraço da delegada de mulheres, Lucila Vasconcelos. Este ano ele não deixou por menos… Posou para a posteridade abraçado com secretaria do inspetor Balca, Jessica Belli.

– Sua namorada não fica com ciúme de você, Scoobi?

– Eu não tenho namorada.

– Mas por quê, Scoobi?

– Sou muito novo ainda para namorar! – respondeu ele convicto.

Mentalmente deve ser mesmo. Mas biologicamente ele completa 44 anos de simplicidade e alegria nesta quarta,16. “Se haverá festa não sei, mas presente haverá ao menos um: o próprio”!

Deus te abençoe e te conserve, Carlos Augusto “Scooby” da Costa, nosso “lírio do campo”!

Ah, não esqueçam o celular do ‘garoto’…!

 

Policia Civil vai à caça e acerta três com um tiro só

"Cesinha" Milton de Souza foi o primeiro a receber as pulseiras de prata...

“Cesinha” Milton de Souza foi o primeiro a receber as pulseiras de prata…

     

 Estava a senhora V.B.Fonseca no interior de sua mercearia no bairro do Cervo, no meio da tarde do dia 24 de dezembro passado, quando um Gol vermelho parou na porta e do seu interior saltaram dois guampudos negros – desculpe, afrodescendentes – com cara de poucos amigos. Enquanto um gordo e baixo cuidou da vigilância externa da mercearia, o outro mais alto, magro e forte entrou, exibiu um trezoitão e fez uma proposta indecorosa:

– Vamos fazer um negocio bom para os dois: Você me entrega todo dim-dim do caixa e eu não aperto o gatilho…!

A proposta não era das melhores, mas era a única. Pelo menos era indolor! Por isso a comerciante preferiu não pechinchar… Entregou o que havia à disposição; R$ 2.700 em espécie e um cheque de cliente no valor de 270 reais.

Mal o gol pegou a estradinha que sobe a serra da “Praia” dona V. pegou o celular e chorou as pitangas para os homens da lei. O gol foi avistado e interceptado na estradinha sinuosa que separa a cidadezinha de Espirito Santo do Dourado do seu Distrito de Passa Quatro. O assaltante baixo e gordo era Agnaldo Estevam dos Santos, 40 anos. Sua companheira, que não chegara a descer do Gol, era Elida Silveira Coutinho, 43. O moço alto que entrara na mercearia da V. de arma em punho e fizera a proposta desigual era o pernambucano Cicero Paulo Galdino da Silva. Ele conseguiu embrenhar-se no matagal à margem da estradinha do Passa Quatro e “dar o chapéu” nos homens da lei.

Conseguiu ludibriar os policiais, mas não a justiça. Qualificado indiretamente, pois na manhã do assalto à mercearia o mesmo gol vermelho já havia se envolvido em um acidente na região, ele foi processado à revelia.     Semana passada o homem da Capa Preta decretou sua preventiva.

Cicero Paulo Galdino da Silva: O assaltante de mercearia no Cervo

Cicero Paulo Galdino da Silva: O assaltante de mercearia no Cervo

Na sexta, 11, pela manhã o delegado – triatleta –  Gilson Beraldo Baldassaris reuniu seus pupilos Teobaldo e André e foram à caça do ‘procurado’ no velho Aterrado. Antes de chegar ao assaltante de mercearia, avistaram na rua outro procurado pela justiça; Cesar Milton de Souza, com prisão antiga, decretada por trafico de drogas e mostraram-lhe as pulseiras!

A operação continuou e quando passavam pelas imediações do Estádio Municipal de Bangu no velho Aterrado, avistaram o velho conhecido João Galinha saindo do mato com pinta de somongó! Como o garotão é useiro e vezeiro na pratica de transportar erva marvada, farinha do capeta e pedra bege fedorenta de um lugar a outro nas imediações, resolveram dar-lhe uma geral. Na algibeira do garoto havia apenas uma baranga de farinha do capeta. No mato de onde o formiguinha saíra tinha mais uma dúzia de barangas da droga embalada no famigerado “ependorff”…

João Carlos Rodrigues da Silva, o “João Galinha”, não sabia até sexta feira, quantos anos tem! Mas sabia que na véspera, dia 10, fizera aniversario… Era o 18º! Portanto já era “dimaior! E assinou seu primeiro 33 como responsável criminalmente pelos seus atos…!

João Galinha: Estava saindo do ninho onde deixara os ovos de ouro!

João Galinha: Estava saindo do ninho onde deixara os ovos de ouro! Nem sabia que havia completado 18 anos!

Faltava ainda mostrar as pulseiras de prata para o assaltante do Cervo. Cicero Paulo Galdino da Silva ouviu a frase de gelar a espinha minutos depois em seu muquifo: “Teje preso”! E o trio de policiais que saíra à caça de manhãzinha, antes do almoço estava de volta à DP trazendo um trio de clientes do Hotel do Juquinha! Derrubaram três somongós com um tiro só…!

 

Açougueiro mata colega de trabalho por causa de documentos

Luzivaldo "Ceará" Santos Lima já tentou matar um desafeto no Ceará e outro em Barueri-SP.

Luzivaldo “Ceará” Santos Lima já tentou matar um desafeto no Ceará e outro em Barueri-SP.

Eles moravam todos juntos no mesmo endereço na Rua Jose Agripino Rios, no Jardim Olímpico. Luizão, Branco, Diego, Rogerio, Ceará, Kiko, Vanderleia… Alguns trabalhavam no mesmo açougue nas imediações. Estavam acostumados com o aço frio da lamina da lapiana! Apesar de serem estranhos entre si, o objetivo comum de trabalhar e ganhar dinheiro para a subsistência e para a sedutora loira gelada os mantinha unidos. Até que…

– Meus documentos sumiram! Vou cortar o pescoço de quem pegou – Dizia Luzivaldo Santos Lima, 28, o “Ceará”, afiando a lamina fria do cutelo.

– O pescoço, não… Corta só um dedo ou a mão… – Dizia com deboche o companheiro Rogerio.

Na sexta à noite, depois do trabalho tiveram uma discussão de soltar faíscas, mas os documentos do Ceará não apareceram para acalmar os ânimos. Vendo que Ceará estava mesmo disposto a fazer com alguém o mesmo que fazia com patinhos, alcatras e contrafilés no açougue, Branco e Rogerio resolveram comunicar o fato ao patrão e pedir orientação. Não houve tempo… Quando voltavam do Espetinho ali perto, o açougueiro já havia derramado sangue. Usando uma faca de cozinha, ele havia desferido vários golpes no pescoço e abdome do companheiro Agenor Alves da Costa Junior, o “Kiko”!

– Eles eram os mais amigos… Viviam brincando um com o outro enquanto trabalhavam – disse Vanderleia, a irmã de Kiko, que ouvira os gritos agonizantes do irmão no portão de casa.

Após ferir mortalmente o amigo, Ceará foi direto ao Segundo Distrito Policial – Aisp 110, perto de sua casa, levando na mão a lapiana banhada no sangue do amigo e se entregou.

– Perdi a cabeça… Fiquei nervoso demais – Confessou ele ao piano do delegado Renato Gavião. E confessou também que havia abraçado duas loiras geladas e erva marvada antes de cometer o desatino.

Apesar de ter se entregado espontaneamente aos braços da lei, esta não é primeira vez que o açougueiro exercita suas habilidades com a lapiana em pessoas. Em Brejo Santos – CE, sua terra natal, ele já havia tentado mandar um desafeto para o andar de baixo. Em Barueri na grande São Paulo outro desafeto também sentiu o aço frio de sua lamina penetrar-lhe a carne. Ceará não tem certeza se as vitimas anteriores morreram ou se ficaram apenas feridas. Tais antecedentes no entanto, aliados ao motivo fútil pelos quais matou o colega de trabalho e de moradia, ele se credencia à hospedagem gratuita por pelo menos 12 anos no Hotel do Juquinha!

Os colegas de trabalho e de teto, Branco e Rogerio, arrolados no B.O., embora soubessem que o crime estava prestes a acontecer, não tiveram participação direta nele. Por isso prestaram seus depoimentos e foram liberados.

Agenor Alves “Kiko” da Costa Junior tinha mulher e dois filhos que pretendiam vir de Atibaia morar com ele… Não virão mais!

O “mula” Douglas dos Santos e o “Raio Xis” da PRF

Douglas dos Santos: Ficará menos de 20 meses atras das grades...

Douglas dos Santos: Ficará menos de 20 meses atras das grades…

        Quando os patrulheiros pararam o veiculo Hyundai ix35 na Fernão Dias às três e meia da manhã de sexta, já sabiam o que ele levava. Só não sabiam a quantia e nem a localização exata no interior do veiculo. O dialogo travado a seguir, serviu apenas para se divertir com as contradições e tentativa do ‘mula’ em tapar o sol com a peneira…

– O carro é do meu cunhado…

– Qual o nome do seu cunhado?

– ahn… ér, não sei, não! Chamo ele de Neguinho!

-… E pra onde você está indo?

– Estou indo para BH buscar minha mãe.

– Onde ela mora lá na capital?

– Não sei bem. Ela está na casa da minha tia… Acho que é perto do Shopping…

– Você está levando alguma coisa proibida no carro do seu ‘cunhado’?

– Não, nada seu guarda!

Estava sim. Além de sem noção, o mula era naturalmente mentiroso. Dentro de um compartimento secreto do porta malas havia uma encomenda que valia muito mais do que o veloz ix35… Trinta quilos de farinha do capeta.

Como os patrulheiros sabiam que havia droga no carro? Um moderno e caro aparelhinho dedo-duro que pode ser chamado popularmente de “Raio Xis” já havia ‘caguetado’ quilômetros antes!

Opa! Quer dizer que estamos diante de um aparelho ultra moderno capaz de detectar a droga no interior de um veiculo passando a 90 por hora na estrada? Que maravilha! Então é o fim do trafico de drogas no ‘país da copa’…!?

Menos meu estimado leitor, menos…! Como eu disse acima é um aparelhinho caro. Tão caro que a Secretaria Nacional de Segurança Publica ou algo que o valha, não pode comprar um aparelho desses para equipar as policias ao menos um em cada estrada brasileira, ao menos nas federais! A Policia Rodoviária Federal do Brasil recebeu menos de meia dúzia destes revolucionários aparelhinhos viciados em drogas. E eles são itinerantes… Ora estão num posto da Fernão Dias em Minas, ora estão na Dutra, no Rio, depois viajam para a Regis Bitencourt em Santa Catarina ou Paraná, podem voltar a Raposo Tavares, em São Paulo e por aí vai!

Vocês se lembram das apreensões de drogas entre Pouso Alegre e Itapeva em meados de maio do ano passado! Pois é. O aparelhinho estava emprestado neste trecho da Fernão Dias naquele ocasião. Era a “Operação Copa das Confederações”! Em quinze dias foram apreendidos cerca de mil e quinhentos quilos de drogas diversas.

Ederson Jose de Jesus: Dirigiu a 180/hora com 870 quilos de maconha na Fernão Dias... Até bater!

Ederson Jose de Jesus: Dirigiu a 180/hora com 870 quilos de maconha na Fernão Dias… Até bater!

A apreensão mais ‘apreensiva’ e difícil foi aquela do Astra, por dois motivos. Primeiro o aparelho de “Raio Xis” quase entrou em parafuso… Teve dificuldade em separar o que era lataria, carenagem e estofamentos… da droga! 870 quilos de erva marvada! Depois os patrulheiros tiveram dificuldade em acompanhar a fuga do mula… Com 870 quilos da droga no carro ele tentou dobrar a serra do cajuru correndo até a 200 por hora em direção à Pouso Alegre! O desespero do mula era tanto que ele atravessou a valeta que separa as pistas e trafegou cerca de dois quilômetros a 180 por hora pela contramão, até que um barranco entrou na sua frente no trevo do Costinha e a droga se espatifou na pista – “Copa das Confederações… Uma goleada em Pouso Alegre”.

Na ultima sexta, 04 de abril, nosso caro amiguinho “Raio Xis” esteve visitando novamente nosso município. Ele e vários patrulheiros vieram de outras regiões para o ensaio da “Copa do Mundo”. Por isso o mula Douglas dos Santos que seguia de Campinas para Beagá caiu nas malhas da lei. Quando os patrulheiros flexionaram o braço esquerdo apontando o indicador para o acostamento, já sabiam que o Hotel do Juquinha ganharia mais um hospede!

Eficiente e produtivo esse Raio Xis, hein? Com um simples olhar de relance e um piscar de ‘olhos brilhantes’ ele evitou que a droga chegasse a milhares de nóias.

Mas não são os milhares de nóias que devem preocupar o contribuinte. Trinta quilos de cocaína precisaria de pelo menos trinta traficantes pequenos – um quilo para cada um – e um pequeno exercito de ‘formiguinhas’ para distribuir as milhares de barangas de farinha do capeta a dez reais cada uma. Cada quilo de cocaína pode demandar meses de investigação da policia civil, usando escuta telefônica, filtrando informações, viaturas e pessoal! Um quilo de cocaína, cerca de mil barangas, pode mandar 40, 50, 80 formiguinhas para trás das grades, para o Hotel do contribuinte… Para o Hotel do Juquinha! Bem mais barato equipar a policia com o moderno Raio Xis, não é? Pena que o nosso país, tão pobrezinho, coitado! não tem recursos – e políticos com vergonha na cara, que levem administração publica a serio! – para isso!

Toda essa droga estava dentro de um só carro no dia 18-06-2013! Mas não escapou do caríssimo Raio Xis da PRF...

Toda essa droga estava dentro de um só carro no dia 18-06-2013! Mas não escapou do caríssimo Raio Xis da PRF…

E já que mexi com a massa cinzenta do estimado leitor, deixe-me dar mais uma cutucada na matemática: Os trinta quilos de farinha apreendida com o mula Douglas, se tivesse passado batido na Fernão Dias – se a PRF não estivesse em treinamento! – poderia levar para a prisão cerca de 2.500 traficantes formiguinhas caso todos fossem presos no momento da distribuição de dez a vinte barangas, certo? Cada um poderia pegar de 5 a 15 anos de cana! Pois o campineiro Douglas Santos – quase santo! É a primeira vez que ele faz isso e está muito arrependido! – preso na ultima sexta com os 30 quilos, vai pegar a mesma pena, ou seja: a mínima, pois é primário!!! E depois de cumprir um terço dela já poderá respirar o ar puro da liberdade no regime semiaberto!

Enquanto isso em Brasília…!!!