3ª Copa de Futsal de Base de Cachoeira de Minas

As equipes de Futsal de Base Sub 13, Sub 15 e Sub 17 iniciaram no dia 20 de março de 2012 a disputa da 3ª Super Copa de Futsal de Base da cidade de Cachoeira de Minas.

Neste primeiro jogo a equipe da Prefeitura Municipal de Pouso Alegre enfrentou a cidade de Conceição dos Ouros, obtendo os seguintes resultados:

 

Categoria Sub 13 –Pouso Alegre 4 x 1 Conceição dos Ouros

Categoria Sub 15 –Pouso Alegre 2 x 5 Conceição dos Ouros

Categoria Sub 17 – Pouso Alegre 7 x 3 Conceição dos Ouros

 

Para os Técnicos da Equipe, Professores Ricardo Paula de Luna e Vitor Gomes da Silva, foi uma boa estréia onde puderam observar melhor o desempenho de cada atleta e corrigir as falhas apresentadas.

Os próximos jogos serão:

 

Dia 29/03 – quinta-feira

Sub 13 – Pouso Alegra x Cachoeira de Minas

Sub 15 – Pouso Alegre x Cambuí

Sub 17 – Pouso Alegre x Cambuí

 

Dia 03/04 – terça-feira

Sub 13 – Pouso Alegre x Independente (Cachoeira de Minas)

Sub 15 – Pouso Alegre x Independente (Cachoeira de Minas)

Sub 17 – Pouso Alegre x Independente (Cachoeira de Minas)

 

Sorria!!! Você está sendo filmado

Até o carrinho de pastel da esquina do mercado tem um lembrete deste mas nem todo mundo dá bola para isso. Até que…

Final da manhã de domingo. O garotão Giovani Aparecido Querubim, 24 anos morador de Cambuí, entrou no supermercado Braizinho, percorreu alguns corredores com os olhos compridos nas gôndolas, parou no corredor de bebidas, olhou como quem não quer nada para a direita, olhou para a esquerda… barra limpa. Pegou dois litros de whisky Passport – o menos pior produzido em terras tupiniquins – colocou dentro da calça – calça de ‘mano’, daquelas que cabem dois, é claro – deu mais uma olhadela para os lados e foi saindo de fininho. Quando passou o corredor dos caixas sem cumprimentar as meninas, foi abordado pelo segurança e convidado para tomar um trago na gerencia…

Giovani Aparecido Querubim, que não parece nem um pouco com o anjo mitológico, fez uma pequena viagem no taxi do contribuinte até a Delegacia Regional de Pouso Alegre onde sentou-se ao piano e assinou mais um 155 na caminhada.

Furto simples. Um a quatro anos de cana – mesmo que o furto seja de whisky – cabe fiança arbitrada na própria delegacia. Mas se o anjo dos pés sujos não tinha 62 reais para comprar um litro de whisky nacional, naturalmente não tinha R$ 1.500 reais para pagar a fiança. Foi se hospedar no Hotel do Juquinha.

Em 2003 Wanderly Ferreira da Silva, o “Coelho Ly”, gêmeo do Coelho Ley, fez a mesma coisa no Supermercado Central em Pouso Alegre. Conseguiu chegar até a avenida perimetral com o litro de Drurys esquentando debaixo do braço. Dali quebrou para a esquerda e foi de carona no taxi do contribuinte, hospedar-se no velho Hotel da Silvestre Ferraz. Dias depois mandou uma ‘pipa’ cheia de ‘chorumelas’ para o gerente do supermercado pedindo desculpas e alguns pacotes de bolachas e fumo Trevo. Valdecir, o gerente na epoca atendeu o pedido. No dia seguinte entregou-me a encomenda na porta da cadeia.

Será que o Braizinho também vai receber uma ‘pipa’ do Querubim???

Cambuí… Por causa da namorada, desceu o borralho na mãe e na irma

Ao visitar o netinho outro dia em Cambuí, a empresaria paulista Aparecida Santana Gonçalves não gostou do que viu e resolveu levar o neto com ela. Depois de uns dias de reflexão decidiu devolver o neto ao seu verdadeiro responsável, o filho Alexandre da Costa Vale. Quando chegou na casa dele não gostou do que viu… Ele estava namorando a ex-funcionária da empresa de nome M. C. C. da Silva, – que a tudo assistia do interior do VW Pólo estacionado na garage – a qual segundo Aparecida havia lhe causado problemas na empresa e que, segundo ela, não é pessoa adequada para seu filho – coisa de novela das seis.

Ao tentar convencer a mãe de que é dono do seu nariz, Alexandre perdeu as estribeiras e desceu a manguara na genitora. A irmã Tatiane, tentou ajudar a mãe… e ajudou, a apanhar.

Os homens da lei foram chamados e desceram todos para a delegacia de policia de Pouso Alegre.

O valor da fiança, como é do conhecimento do estimado leitor, varia de acordo com a gravidade do delito e principalmente das condições econômicas do infrator da lei. Como Alexandre é um prospero empresário, o delegado de plantão arbitrou fiança em R$ 8 mil reais. Era muito para a guaiaca do empresário e como ele não podia recorrer à mãe, foi se hospedar no Hotel do Juquinha.

Agora sim, a vovó terá que cuidar do netinho!

Congonhal: PM derruba membro do PCC com drogas na pousada

A bucólica e aconchegante ‘Pousada Carolina’, ao pé da serra de São Domingos em Congonhal recebeu um reforçada equipe da policia militar ontem ao pé da noite. Mas os policiais não foram descansar da Operação Carnaval, não senhor. Pelo contrario, atendendo denuncia de amigos ocultos da lei, foram completar a Operação Carnaval Sem Drogas.
O anfitrião dos homens da lei foi o ‘doutor’ Adilson Teixeira, de 26 anos, que diz ter curso superior completo. Ele tem um belo currículo. Nascido em Guarulhos-SP, morando no alto da serra em Senador Amaral, Adilson já caiu por furto, roubo a mão armada crimes de transito e estava vazado do velho hotel de Cambuí desde o dia 11 de fevereiro. Além de ser fujão, Adilson, conhecido na Pousada por “Lausane” mantinha com ele no quarto da pousada – esta não foi a primeira vez que um traficante caiu ali –  62 gramas de farinha do capeta e 135 gramas de erva marvada.
Apesar de todas as evidencias, Lausane esperneou e tentou arrancar as grades da viatura e da cela na DP com os pés e com a cabeça, até parecer desmaiar. Acabou no pronto socorro do Regional, mas era tudo ‘chilique’. A simulação de desmaio, segundo a policia militar, foi uma tentativa de relaxar a vigilância, para facilitar um possível resgate por membros do PCC paulista ao qual, suspeita-se que ele pertença. Não teve chance. Com pulseiras de prata nos braços e nas canelas, peiado como um garrote bravo, Adilson “Lausane” Teixeira sentou-se ao piano, assinou um 33 e foi se hospedar desta vez no Hotel – cinco estrelas – do Juquinha.

“Mineirinho” joga droga fora em Cambuí

A historia do Mineiro garupeiro é bem parecida com a do João Baratão, mas o prejuízo foi maior…
Policiais militares passavam pelo bairro Taquaruçu em Cambuí, quando resolveram abordar uma dupla de motoqueiros com pinta de somongós no domingo à noite. Ao ver a aproximação dos homens da lei, o piloto Marcio Ribeiro de Sá, 21 anos, que guiava a motoca, acelerou e pegou a Fernão Dias em direção a Camanducaia. Não conseguiu se distanciar e foi abordado pelos policiais. Mas foi esperto, parou repentinamente, permitindo ao garupa saltar e se enfiar no mato à margem da estrada.

Para conseguir aliviar o peso, o fugitivo resolveu dispensar as mochilas que levava nas costas. Além de roupas usadas, levava três embrulhos de crack, cocaína e maconha, totalizando quase um quilo de drogas.
Marcio jurou de pés juntos que era inocente!!! Estava apenas dando carona… As mochilas com a droga pertencia ao garupa que ele conhecia apenas pela alcunha de Mineiro, foragido da justiça.
Bem, se não era dele, sobrou para ele. Recebeu pulseiras de prata e desceu para a DP de Pouso Alegre para assinar o 33.

O mineirinho ensaboado, por ora conseguiu dobrar a serra do cajuru. Ou seria da Cambuava…??? Mas não perde por esperar, a batata está assando pra ele….!

Caminhão de aguarrás tomba em Itapeva… motorista morre carbonizado.

 

         Ha dois quilômetros de Camanducaia fui obrigado e pisar no freio hoje pela manhã. Duzentos metros antes do ultimo retorno começava o engarrafamento. Minha esposa que assumiria o plantão na Santa Casa de Misericórdia às 07h teve que chegar ao trabalho na garupa de um motoqueiro que ziguezagueava entre os veículos parados… sem capacete.

         O acidente que interditou a rodovia sentido São Paulo até as 10h da manhã aconteceu no município de Itapeva. A uma da manha o motorista Flavio Menezes da Silva, de 38, bateu sua carreta tanque carregada com aguarrás no ‘guard rail’, perdeu o controle e tombou na pista. As faíscas geradas no atrito com o asfalto pegaram fogo instantaneamente. O motorista morreu carbonizado e foi retirado da cabine por volta de 07h da manhã.

        A pista sentido Belo Horizonte chegou a ser interditada e acumulou seis quilometros de engarrafamento, mas foi liberada duas horas depois de controlado o incêndio. Já no sentido São Paulo o congestionamento foi maior e mais demorado, chegou a mais de vinte quilômetros. Com a liberação da pista por volta de 09h, às 11h o transito ainda continuava lento.

       Industriários de Cambuí, Camanducaia e Itapeva que trabalham no emergente Distrito Industrial de Extrema tiraram folga forçada nesta terça feira…

* fotos: Polícia Rodoviária Federal

Necrofilia…. A lenda do papa-defunto de Santa Rita

        O agente funerário, alto, magro, com um imenso bigode e a barba por fazer, usando calça de tergal azul e camisa branca cheirando a dias de uso, como se fosse motorista de ônibus, feliz da vida com o infortúnio alheio, fechou a cara como se partilhasse a mesma dor que os parentes estavam sentindo, fechou maquinalmente a porta trazeira do carro fúnebre e seguiu para a funerária. Por dentro estava quase sorrindo… havia acabado de pegar mais um defunto para a empresa, para preparar e velar. Na verdade era uma defunta. Sessenta e poucos anos, havia morrido de enfarte agudo no hospital. Ao despir a mulher sobre a maca nos ‘bastidores’ da funerária para prepará-la para o velório, o ‘papa-defunto’ encheu-se de desejos. Começou acariciar o corpo sem vida da mulher ainda quente, sentiu um calorão e resolveu também se despir. O cadáver flácido da pobre mulher lhe pareceu atraente e o magrelo papa-defunto não resistiu… ‘papou a defunta’!!!

Quando estava em cima da maca sobre a mulher, eis que surge o filho dela. A tristeza de perder a mãe ainda jovem, aliada com a indignação com o comportamento do agente funerário, cegou o rapaz e a única coisa que ele viu foi a faca sobre a mesa ao lado. Avançou sobre ela, pegou-a e cravou-a repetidas vezes sobre as costas do tarado necrófilo. O Papa-defunto morreu nu sobre o cadáver que estuprava.

Cena de suspense policial de Agatha Christie ?  Cena de filme de Alfred Hithcock?

Não!!! O estupro de uma defunta, praticado por um agente funerário sobre uma maca teria acontecido esta semana nos fundos de uma funerária em Santa Rita do Sapucaí!!!! Esta é a noticia que corre de boca em boca em Pouso Alegre desde sexta feira. Alguns dos fomentadores de Lenda Urbana têm até uma versão diferente para o final da historia. Para eles os familiares da defunta seguraram o estuprador no momento do vilipendio e o entregaram para a policia.

Mas aconteceu mesmo??????

Não. È claro que não!!! Tudo não passa de mais uma lenda urbana, curiosamente nascida em Pouso Alegre, vivenciada em Santa Rita. É a segunda num curto espaço de tempo. Ano passado os fabricantes de boatos e lendas inventaram outra. Por ocasião do carnaval, uma enfermeira de Santa Rita teria se deixado seduzir por um Dom Juan e mantido relações sexuais com ele em Pouso Alegre. Porém o Dom Juan era de ‘outro mundo’, do além tumulo e no dia seguinte ao coito as partes pudendas da mulher começaram apodrecer tal qual o Don Juan com o qual ela transara. Lenda, pura lenda…

Vez por outra, quando falta assunto surge uma nova lenda. No inicio da década o Detetive Paixão foi ‘assassinado’ mais de uma vez por seus inimigos. Quando ele realmente morreu tentando prender um trio de assaltantes de uma casa lotérica, no final de 2003 os meliantes já haviam gasto quase todo o estoque de foguetes comemorando sua morte.

Em 2003 ‘mataram’ também o nosso querido “Cavucada”, lembram? Em todo canto de Pouso Alegre só se falava na morte do alegre e inofensivo Cavucada. Cada um que contava o conto aumentava um ponto e o matava num lugar diferente da cidade. A ‘lenda’ mais propagada na época é que ele havia sido morto por um mendigo na Serrinha de Bela Vista. É bem verdade que o Cavucada anda mais do que noticia ruim por toda cidade, mas na Serrinha de Bela Vista era muito longe!!! Na ocasião eu apresentava Direto da Policia na Radio Difusora e desfiz o mistério. Fui até sua casa no Belo Horizonte, convidei Cavucada para uma entrevista, coloquei meu amigo Cavú no carro e o ‘ressuscitei’ às seis e meia da tarde numa entrevista de 10 minutos na radio.

Dêem-me o nome do papa-defunto de Santa Rita que eu vou ressuscitá-lo aqui nesta tela. Enquanto isso, fiquem tranqüilos. Tudo não passou de “Lenda Urbana”. Nenhum agente funerário estuprou defunta em Santa Rita… ainda.

A propósito, a figura descrita no inicio desta matéria, não é fictícia. Um moço com estas características existe de verdade. Ele é um tremendo ‘papa-defunto’, mas só no sentido figurado comercial. Não se tem noticia de que ele tenha papado nenhuma defunta no sentido figurado alimentício e nem mesmo no sentido sexual….

Mário Roberto de Oliveira - "Seu Madruga" , e a gerente da Funerária Ferraciolli em Santa Rita

 

Airton Chips e Mário "Seu Madruga"

 “Estou vivo… e sou inocente”

 

A matéria acima foi postada no sábado, depois de alguns levantamentos preliminares e desde então tem sido a mais acessada do blog. Algumas pessoas tem ligado para o meu celular para confirmar em ‘off’  se é mesmo boato ou não. Como eu disse no ultimo parágrafo da matéria, “dêem-me o nome do papa-defunto de Santa Rita que vou ressuscitá-lo nesta tela”. Deram-me. Aliás, foi meu proprio filho quem ligou de São Paulo na companhia de amigos querendo saber a ‘veracidade da lenda’, informando que o suposto estuprador de defunta seria o agente Mario Roberto, conhecido por “Seu Madruga”. E questionou:

-Porque então ele está sumido de Pouso Alegre?   

      Bem, toda investigação começa a partir da ‘notitia criminis’, mas só começa caminhar a partir do momento que se puxa o fio da meada. “Mario, ‘Seu Madruga’” era o fio que faltava.

      Na manhã desta quinta fui tomar um cafezinho com o defunto Mario Roberto de Oliveira, o “Seu Madruga” na filial da Funerarria Ferracioli em Santa Rita. Como se pode ver pelas fotos ele está vivo, bem vivo. Só um pouco triste com os boatos do ‘seu crime’ e principalmente de sua ‘morte’.

        Seu Madruga é conhecido em Pouso Alegre e região, não só pela semelhança com o grotesco e trapalhão personagem do eterno seriado do SBT, que perde todas para o retardado Chaves, mas também pelo seu jeitão inquieto, impaciente, prestativo e ‘faz tudo’. Trava uma incessante batalha para ganhar o ‘cliente’ morto em acidentes nas estradas. Chega antes dos patrulheiros e às vezes briga com eles pela posse do morto, providencia a remoção do corpo, corre atraz do delegado até na sauna para liberar a guia do IML, se vacilar ele mesmo faz a necropsia, cuida da higiene, da maquiagem, do ‘enfeite’, do documento ‘post mortem’, do velório, conduz o féretro para o cemiterio e só falta chorar no tumulo. Tudo isso feito, apesar de maneira educada e zelosa, em ritmo acelerado, como se tivesse outro ‘cliente’ na fila. Sua vida é lidar com mortos. Faz isso há trinta e seis anos. Doze só na funerária de Pouso Alegre.

       Mario conta que depois de 12 anos trabalhando em Pouso Alegre, por motivos pessoais, resolveu mudar de ares e depois de alguns meses em Cambuí, o antigo patrão o chamou de volta, para trabalhar em Santa Rita. Está no vale da eletrônica há dois meses e a única coisa que tem a reclamar é da escassez de clientes, segundo ele resultado da indicação desleal de funcionários do hospital local que encaminha os clientes para a concorrente, desobedecendo a escala previa de plantão das funerárias. Fora isso não teve, em Santa Rita e nem em qualquer outro lugar nenhum tipo de problemas, nem com vivos nem com mortos. Mas acha que;

– Este boato que surgiu em Pouso Alegre, ta me prejudicando. To com medo de ir lá. Até meu patrão ligou falando ‘para mim não ir’, porque as pessoas estão revoltadas com esta historia…

        Na delegacia de policia civil e na policia militar não existe registro de nenhum caso de estupro ou vilipendio de cadáver e muito menos homicídio ou tentativa contra agente funerário por qualquer motivo.

– Em Cachoeira de Minas ouvi este boato, mas nem sabia que o fato estava ligado à Santa Rita – disse o sargento Elder, que mora em Cachoeira e trabalha em Santa Rita. 

       A maneira estabanada e a gana de “Mario Madruga” para agenciar novos clientes, tem sido sua marca registrada e nem sempre bem vista, principalmente pelos concorrentes. O comportamento acentuou a pecha de Papa-defunto pregada nos agentes funerários e pode ter lhe custado a lenda, não muito glamourosa que ora circula em Pouso Alegre e região.

       Mas como se vê… Tudo não passa de mais uma “Lenda Urbana”, nascida de parto natural e órfã de pai e mãe, que tende a morrer à míngua…

           Enfim… Qual a semelhança entre Mario “Madruga” e Elvis Presley?

         O charmoso Rei do Rock morreu de overdose em 1977 e milhões de pessoas acreditam que “Elvis não morreu”!!! Mario Roberto “Madruga” está vivo de Oliveira trabalhando na funerária de sempre em Santa Rita, mas na boca do povo ele teria praticado vilipendio de cadáver e teria ido se juntar aos seus ‘clientes’…

Cálice sagrado ressuscita “Já Morreu”

     Ele tem 34 anos e desde os 16 vive na rua. Aos dezessete matou um colega de ‘ponte’ – moravam embaixo da ponte – e conseguiu casa, comida e roupa lavada de graça. Desde que deixou o hotel do contribuinte de Cambuí, há quase 15 anos, vive nas ruas de Pouso Alegre, no velho hotel da Silvestre Ferraz e agora no Hotel do Juquinha. Seus delitos são leves. Consumo imoderado de suco de gerereba, uma ou outra pedra bege fedorenta de vez em quando, uma briguinha com uma namorada  e um furtozinho pé-de-couve aqui e acolá. Nada que faça dele um bandido, mas sem duvida um marginal, destes que mais incomodam do que metem medo. Mas ele já teve momentos de fama.

         Em 2002 passava eu pela perimetral com o parceiro Fernando Jardim, quando deparamos com um tumulto na beira do velho Mandu, defronte a tapera da Vigor. Nas duas margens do poluído rio, com a enchente baixando, havia mais de mil pessoas sem contar uma dúzia de policiais militares e outra de Bombeiros. Lá no meio do rio segurando uma bela tocha e agarrado a uma corda atirada pelos prestativos bombeiros, com a água pelo pescoço, Adriano Carlos do Carmo, o JA MORREU, dava seu show. Havia brigado com a namoradinha Luciene e dizia que queria ‘morrer por amor’. A brincadeira era ameaçar soltar a corda e afundar se os bombeiros se aproximassem. Os bombeiros até que achavam divertidos os apupos da platéia. Além do que, nadar àquela hora da tarde, embora em águas sujas de enchente, era refrescante. Mas os PMs já estavam com água pela tampa com a zombaria do nóia. A esta altura Adriano Já Morreu temia sair das águas mornas do rio, pois sabia que ficaria com o lombo quente da manguara dos policiais. Eu conhecia Já Morreu de outros carnavais. Em diversas ocasiões eu havia sido seu anjo bom, inclusive numa delas, levei vestimenta completa do meu guarda roupa para ele quando a PM o conduziu completamente nu para a delegacia. Por isso, ao ouvir minha voz na beira do rio, mamado que estava, desandou a chorar e viu em mim a tabua de salvação. Veio nadando lentamente em minha direção, sem soltar a corda, tentando explicar em meio a chorumelas o que estava acontecendo, sob calorosos aplausos da galera. Parecia coisa de cinema. Ao chegar à margem, no entanto, o inevitável aconteceu. Enfurecidos com o dramalhão do nóia e enciumados com o desfecho inusitado – estavam ali há mais de meia hora tentando sem sucesso por fim ao show do pé-de-cana, de repente a um simples aceno de um civil, o nóia vem para seus braços!!!. – os policiais o agarraram e o arrastaram – literalmente – para a barca. Achei mais sensato não intervir naquele momento e segui para a delegacia. Bastava cruzar a Avenida Perimetral – que ainda não tinha canteiro divisório – e seguir em frente para chegar à DP, quatro quarteirões depois, cerca de dois ou três minutos de viagem. Chegaram com ele duas horas mais tarde. As marcas de botina e cacetete não apareciam tanto porque ele – acostumado a comer soberdas marmitas e PFs oferecidos por donas de casa nas imediaçoes do centro, muito mais por medo dele do que por solidariede –  era um mulato encorpado e marrudo. Estava só de calção e como não conseguia andar, foi novamente arrastado na sarjeta até o saguão da delegacia. Não recebeu mais sopapos, pontapés e borracha no lombo porque eu o levei imediatamente para o interior da DP. 

        Depois de passar algumas temporadas no velho hotel da Silvestre Ferraz e no Hotel do Juquinha, por crimes pés-de-couve, Já Morreu retomou a leve e descompromissada vida de indigente e voltou ao lar doce lar das vielas, marquises, prédios abandonados e pracinha da catedral, na companhia de outros colegas de ‘filosofia’.

        Outro dia ele e outros dois colegas de copo, resolveram ajudar o sacristão na coleta durante a missa na Catedral. E o dizimo, é claro se destinava à obras  assistenciais … dele e do seu grupo, naturalmente. Como já estavam mamados, sujos e maltrapilhos um seminarista julgou inconveniente suas presenças na Casa do Pai e pediu à Guarda Municipal que os convidassem a se retirar. Eles desistiram da coleta e se foram de mãos abanando. Mas já Morreu não estava morto. Voltou para a coleta no final da tarde, antes da missa das cinco, com a casa santa ainda vazia. Para evitar aborrecimentos e transtornos com a sacolinha, resolveu levar sua parte em ouro e prata. Sorrateiramente pegou um cálice no altar, colocou debaixo da camisa e foi saindo de fininho. Esbarrou numa Ministra de Eucaristia e para disfarçar, fez cara de pelamordedeus e perguntou se ela por acaso não tinha uma cesta básica para presenteá-lo. Lá fora encontrou os amigos Agnaldo Acassio Reis e Evaldo Camargo da Silva e antes de trocar o valioso cálice por duas ou três ‘pedrinhas’ beges fedorentas e um ‘litrão’ da marvada com um intrujão qualquer no velho Aterrado, convidou-os para um trago de suco de gerereba. Não seria com certeza nenhuma Anisio Ferreira e muito menos uma Havana de Salinas, mas o copo? Ah, este era especial, muito especial… Seria no cálice de ouro com detalhes de prata, surrupiado da igreja. Ao passar pela Praça Senador Bento com pinta de somongós, foram abordados pelos homens da lei. Não foi difícil para os policiais deduzirem a procedência do cálice sagrado, dourado e prateado, quase tão valioso quanto o do Indiana Jones. Em poucos minutos o seminarista Wellington Caproni, que já os expulsara da igreja de manhã, reconheceu o caríssimo artefato furtado na igreja.

       Tudo resolvido? Não. Ao sentar ao piano, Adriano Carlos do Carmo, que há muito não sabe o que é documentos, disse que se chamava Carlos Henrique do Carmo e com o nome do irmão mais velho foi autuado em flagrante e levado para o limbo do umbral da BR 459. Passou batido na PM e na PC, mas caiu na malha fina ao fazer o ‘check  in’ no hotel do Juquinha. Na terça ele voltou à DP para assinar mais um B.O.. Artigo 297 do CP, falsidade ideológica.

        Já Morreu e seus dois colegas de copo, embora não vivam sem o famigerado suco de gerereba, devem estar cantando Chico Buarque…. “Pai, afasta de mim este cálice…”.

Perfeito, a pistola e o panetone

      Cheguei a Pouso Alegre há 40 anos, quando a população mal somava 40 mil habitantes. Não cresci ainda o suficiente para retribuir as possibilidades que Deus me deu, mas cresci e vi a cidade crescer e quadruplicar. Sempre me alegrei com o crescimento das pessoas à minha volta, especialmente aquelas do meu convívio que se tornaram social e profissionalmente homens bem sucedidos, alguns com os quais tive a felicidade de compartilhar parte de minha infância, adolescência e juventude. 

        Se me alegro com o sucesso, me entristeço com a decadência de meninos, que do meu convívio estreito ou não, vi crescer à minha volta. Não sei dizer quantos, mas vi crescer muitos garotos certamente com sonhos iguais aos meus ou de meus amigos, mas que nas encruzilhadas da vida fizeram a opção errada. Muitos na verdade não fizeram opção alguma. Apenas não ouviram uma palavra amiga, não tiveram um afago paterno ou um braço firme e generoso no ombro para mostrar o caminho certo e seguiram sem rumo. Desviaram-se para o que parecia mais fácil, mas que se tornou doloroso, lamacento e quase sem volta caminho do crime. 

     C.A. da Silva era um desses garotos. Esperto, sonhador, franzino, criado numa rua estreita do bairro São João com vários outros irmãos. Tinha medo dos outros garotos de sua idade, pois era menor e mais fraco que eles, mas logo descobriu que se batesse primeiro poderia amedrontar os outros. Ainda impúbere C.A. ganhou um apelido que o acompanharia pela –  curta – vida toda; Perfeito.

     Conheci Perfeito por acaso numa situação totalmente inusitada. Certa manha de meados de dezembro descia eu lentamente uma rua do bairro São João, conduzindo a 6252 juntamente com meu parceiro e futuro afilhado Fernando, quando avistamos à nossa frente um garotinho de cerca de doze ou treze anos, entre outros da mesma faixa etária, exibindo uma pistola oxidada, como se estivesse prestes a disparar azeitonas quentes. Exibindo mesmo, tanto que me aproximei com cautela e com a mão esquerda, de dentro da viatura tomei-lhe a reluzente pistola… de plástico. Assustado, não tanto pelo fato de ser surpreendido pela policia, muito mais por ter perdido seu brinquedo, Perfeito mostrou-nos sua casa, alguns metros rua abaixo. Instantes depois sua mãe, sem muito constrangimento, explicou que dera ao filho dois reais para comprar um brinquedo e não sabia que ele queria comprar uma arma – E certamente não se importaria se ele tivesse dito.

         Depois do ameno sermão seguimos nossa rotina pelo bairro. Uma semana depois passamos novamente pela mesma rua, na ágil 6252 e lá estava Perfeito sentado na sombra da própria casa ladeado pelos amigos e irmãos. Como da vez anterior, de dentro da viatura fizemos o inverso. Entregamos ao franzino garoto uma bola de futebol e um panetone. Não disséramos nada quando tomamos a pistola, mas parece que Perfeito estivera ali todos os dias esperando por ‘aquela compensação’. Um dos garotos correu para dentro da casa para entregar à mãe o panetone e os outros imediatamente fizeram a bola rolar e quicar na rua poeirenta defronte sua casa como se fossem crianças!!! Não precisávamos de palavras, o gesto já dissera tudo mas, ao nos afastarmos, Perfeito desviou por um instante os olhos da bola que já estava manchada de poeira, levantou um dos braços e… acho que ele disse “obrigado”. Foi o melhor presente de Natal que já dei a alguem.

      Anos depois, ao folhear os BOs na Delegacia de Policia a procura de assuntos para meu programa “Direto da Policia”, encontrei um BO da noite anterior que narrava uma tentativa frustrada de assalto a um supermercado do bairro Santa Luzia. Segundo o relato dos policiais, o comerciante percebera a presença de um sujeitinho com pinta de somongó, espreitando sorrateiramente o estabelecimento e chamara os homens da lei. Na abordagem fora encontrado com o ‘futuro’ gatuno um trezoitão meia-vida, porém devidamente municiado, pronto para ameaçar e vomitar azeitonas quentes se fosse necessário. O frustrado assaltante era C.A.da Silva, o Perfeito, agora com 15 anos e… uma arma de verdade.

         Embora Perfeito já fosse conhecido por outros delitos mais leves, este foi meu primeiro contato com ele depois do presente de Natal. Muitos outros ainda aconteceriam. Furtos, uso e trafico de drogas, roubos, tentativas de homicídio ainda engrossariam a ficha criminal deste menino que vi crescer. Certa manha ao chegar para trabalhar no CPD, lá estava no banco da velha delegacia, o garotinho Perfeito, esperando uma formalidade para ser liberado, pois caíra nos braços da PM, fazendo um “aviãozinho” na madrugada e como ainda era inimputável, depois de enquadrado em ‘procedimento especial de menor’ voltaria para as ruas. Ao ver-me puxou prosa e com sorriso infantil e maroto de gato que acabou de comer o toucinho, desfiou a velha ladainha; “…parei com a nóia”. Vou arrumar um ´trampo´ e mudar de vida”. Eu ainda conversava com ele no corredor quando Teobaldo veio apagar seu sorriso, já um pouco sacana de quem diz: “fica na tua mané, daqui a meia hora ´tô´ na rua e já vou fazer outra parada”, “vocês nunca vão me pegar”. Neste momento ele foi pego. O detetive estendeu-lhe pulseiras de prata ao mesmo tempo que informava a mim e a ele; “ Você completou 18 anos ante-ontem ”. Agora você é “dimaior”. Vai ser fritado no 12 e ´subir´. E Perfeito que naturalmente já conhecia o velho hotel da Silvestre Ferraz por temporadas de custodia de 45 e  90 dias, perdeu completamente a vontade de exibir os alvos dentes. Subiu uma hora depois para o ‘lar, doce lar’ para uma temporada de 4 anos.  

         Na verdade não ficou tudo isso não. Dias depois na calada da noite fez um ´tatu´ no teto, subiu ao telhado, desceu pela ´tereza´ na frente do velho hotel e dobrou a serra do cajuru. Entre outras coisas, Perfeito foi pra rua acertar uma treta com Zezinho Fernandes, um velho desafeto do bairro… mas não foi perfeito. Na briga recebeu um golpe de lapiana na região abdominal e teve que adiar o acerto de contas. Levado para o PS, ele não morreu, mas voltou para o velho hotel e durante muitos meses carregou uma bolsa de colostomia presa à cintura. Mas nem isso tirou-lhe a mobilidade e nem abrandou seu coração insensível e sedento de poder. Jogava futebol daquele jeito mesmo no pateo da cadeia nos dias de banho de sol e certa vez quase matou um preso ´pé-de-couve´ que assistia a pelada da ´ventana´ do xadrez, apenas para mostrar que podia faze-lo. O homicídio por asfixia junto às barras de ferro da janela só não se perpetrou porque ouvimos os gritos abafados da vitima e de seu irmão que tentava puxar o homicida pelas pernas de volta para o pátio.

         Aos vinte e dois anos, um metro e sessenta, 52 quilos, ágil como um gato preto que era, Perfeito era um dos meliantes mais conhecidos da Policia e um dos mais temidos e respeitados do velho hotel. Mas ele não podia parar, pois a lógica é simples: quem para é ultrapassado e como liderança na prisão se conquista com força, violência e maldades, quem perde a liderança se torna um mortal comum e poderá ser a próxima vitima de quem busca o poder. Para manter-se em evidencia, na crista da onda, o pequeno meliante agitava diariamente o velho hotel, arrumando confusão com outros presos e a com a carceragem. A solução encontrada pela administração para baixar-lhe o facho foi transferi-lo para outra cadeia. Em Bueno Brandão Perfeito não tardou a colocar as manguinhas de fora… e superou-se, exagerou… colocou fogo na cadeia. Foi transferido para Cambuí. Local perfeito para a aprendizagem de Perfeito. Com meliantes paulistanos que todo dia descem a Fernão Dias com grandes cargas de drogas e acabam caindo nas malhas da séria e eficiente policia mineira, o garotão do panetone faria pós-graduação no crime. Na terra dos Lambert, Perfeito naturalmente quis mostrar que era um perfeito líder… um perfeito homem mau. Ao ouvir o comentário de um colega de hospedagem de que não gostava de tatuagem, embora tivesse varias pelo corpo, Perfeito tratou de ajuda-lo a desfaze-las e para isso usou uma lamina de gilete… sem anestesia. A ‘cirurgia’ pegou mal e causou agitação e revolta no velho hotel de Cambuí. Perfeito tornou-se ‘persona non grata’ e sua permanência ali perigava explodir o caldeirão. Com a superlotação reinante na região e a fama de agitador de cadeia, Camanducaia, Santa Rita, Albertina, Extrema, Ouro Fino, Borda ou São Gonçalo não o queriam nem pintado de ouro. O jeito foi devolve-lo à origem. E o pequeno grande meliante recebeu seu ultimo ‘bonde’; retornou a Pouso Alegre. Chegou numa sexta feira no final da tarde para sua ultima viagem. Seu destino já estava traçado.  Quem vai ao vento, perde o assento… Ele havia perdido seu posto de lider. A noite transcorreu aparentemente normal na cadeia. Apenas um som de ‘rap’ ou de tv mais alto numa ou noutra cela mas nada que fugisse à rotina. E ainda que a guarda fosse alertada, o que fazer quando vinte homens embrutecidos e fedidos num cubículo que cabem seis colchões estendidos no chão, decidem acertar suas contas? Na manha de sábado ao entrar na cadeia para a inspeção de rotina, o carcereiro foi informado que havia um “probleminha” no X 08. Enrolado em ‘cotonete’ – um lençol imitando uma camisa de força – Perfeito agora parecia perfeito; calado, inexpressivo e frio jazia pendurado por uma ´tereza´ na ventana.

      Uma bola de futebol e um panetone às vésperas do Natal, não foram suficientes para mostrar a C.A. da Silva, o Perfeito o caminho perfeito a seguir. No ‘torto’ ele não foi longe…

Tarado estupra enteada no banheiro

Ao levantar-se pela manhã de quinta, a domestica I.C. moradora do bairro São Judas em Cambuí, percebeu a ausência da filha P.P. de 14 e também do amasio R.A.S. de 31 anos à mesa do café. Chamou, procurou, chamou e sem obter respostas, pediu ajuda ao filho, também adolescente e arrombaram a porta do banheiro. Lá estava o tarado, mantendo relações sexuais com a pequena enteada.

     Indignada, revoltada e enfurecida a domestica soltou os cachorros no amasio e chamou os homens da lei. O padrasto tarado recebeu pulseiras de prata e desceu no táxi do contribuinte para a DP onde sentou-se ao piano e assinou o 217 A e foi se  hospedar  no hotel do contribuinte.

      Este tipo de crime hediondo costuma ter duas penas; a do codigo penal, que varia de 8 a 15 anos e a do presidio, onde o estuprador paga sempre na mesma moeda, com juros e as vezes com a vida. Dificilmente um estuprador escapa de ser estuprado na prisão.

      A garotinha, desta vez pilhada em flagrante, admitiu que esta foi a segunda vez que foi estuprada pelo amasio da mãe!!!!