Ela foi presa pedindo esmola para o tratamento de saúde de uma ‘tia’ doente, internada no Hospital do Cancer… Mas esqueceu de combinar a doença com a tia!
Imagem Ilustrativa
Ao atender a porta de sua casa no final da manhã deste sábado, 06, a sra. Dirce se deparou com uma senhora loira, cinquentona, que foi logo dizendo:
– Oi dona Dirce, a sra. está me reconhecendo? Sou filha do Ze Bodinho! Meu pai entregava leite pra senhora! Aconteceu uma coisa muito triste… minha tia, Maria Aparecida, está com Cancer. Ela está internada no hospital de Barretos. Ela precisa fazer uma cirurgia mas não tem dinheiro! A senhora não pode ajudar a minha tia com duzentos reais?
Dona Dirce não se lembrava muito bem do Zé Bodinho e nem podia ajudar com R$200 reais. Mas dez reais ela podia. Mesmo sem lembrar do Zé Bodinho! Depois que a pedinte cinquentona foi embora levando a nota de dez, dona Dirce se lembrou que o tal Zé Bodinho, de fato tinha uma cunhada com o nome de Maria Aparecida e ligou para a casa dela, para saber do seu estado de saúde dar-lhe as condolências pela doença. E ficou sabendo que M. Aparecida está em casa, muito bem, obrigada, gozando de excelente saúde!
Diante da obnubilada conjuntura a policia militar foi chamada para esclarecer o imbróglio. Quando os homens da lei chegaram Marcia ainda estava nas imediações, mas já havia abordado outras três pessoas, todas septuagenárias, pedindo dinheiro para a cirurgia da ‘tia que está com câncer’. De uma idosa ela havia conseguido o ajutório de 50 reais. De outro senhor, este octogenário, a pedinte havia recebido duzentas pratas.
A pobre coitada que arrecadava dinheiro para o tratamento da irmã doente é Marcia Cristina Balestra Pereira, figurinha fácil no álbum da polícia por crimes semelhantes. Esta não foi a primeira e certamente não será ultima vez que ela aplica o golpe da irmã doente para arrecadar dinheiro. Ela “interna” uma irmã idosa no hospital do câncer ou no asilo e sai pedindo dinheiro de casa em casa para ajudar no tratamento. As vítimas geralmente são homens e mulheres septuagenárias! Em 2011 ela saiu pela cidade de Santa Rita do Sapucaí arrecadando dinheiro para comprar uma cadeira de rodas para sua irmã, essa ‘mesma’ irmã, Maria Aparecida. Coitada, na época Maria Aparecida não tinha câncer! Mas pesava 184 quilos e vivia numa cadeira de rodas… sem as pernas! Em Santa Rita do Sapucaí, quem encabeçou a lista de doações foi o bondoso padre João, com R$ 100. Quem se recusa a ajudar se o próprio padre ajudou com R$100? Muita gente caridosa ajudou Márcia Cristina, porém sua obesa e aleijada irmã Maria Aparecida, pesa cerca de 70 quilos e tem as pernas tão boas quanto as minhas que sou atleta e jogo futebol três vezes por semana! Aliás, foi numa dessas idas e vindas de Santa Rita do Sapucai que o celular da minha empregada desapareceu… na mesma poltrona em que Marcia Cristina viajava!
Em 2012, Marcia Cristina pediu donativos na idade de Ouro Fino. Na ocasião a mesma irmã, Maria Aparecida, “tinha” uma enorme ferida na perna e precisava de tratamento. Para sensibilizar as boas velhinhas e ganhar cinquenta aqui e cem acolá, Marcia disse que trabalhava no asilo da cidade, para cuidar melhor da irmã obesa e morfética!
No final do ano passado, Marcia e dois ‘parças’ – Rodolfo Felipe e Denis Roberto – desfilaram em um Ford Escort velho pelo município de São João da Mata, vendendo rifa de duas TVs. Marcia de apresentou como filha de um conhecido ‘seu’ João, de Silvanópolis, dizendo que dois netos dele haviam nascido grudado (siameses) e precisavam de dinheiro para fazer uma cirurgia para separa-los. A fraude foi descoberta pela polícia e o trio de embusteiros recebeu as pulseiras de prata.
Segundo levantamentos da policia militar, antes de abordar os bondosos velhinhos, Marcia Cristina levanta informações sobre eles na vizinhança, procurando saber nomes, profissão, hábitos, etc…
No ultimo sábado, enquanto a policia de Borda da Mata oferecia as pulseiras de prata, outra equipe em Pouso Alegre foi checar o estado de saúde da ‘tia’ Maria Aparecida, no velho Aterrado em Pouso Alegre, onde Marcia Cristina mora. E constatou que a ‘irmã’ ou ‘tia’ Maria Aparecida, apesar de viver modesta e precariamente com dois netos, felizmente goza de boa saúde e não tem câncer. E Marcia Cristina Balestra Pereira, 59, moradora da ‘baixada do Mandú’, desceu para a DPC de Pouso Alegre para assinar – mais um – 171!