“Toquinho” tenta dobrar a serra do cajuru em Cambui

Apesar da pouca idade e do pequeno porte físico, o meliante Fernando Cobra da Cunha, tem capivara de gente grande. Desde que posou para o álbum da policia de Cambui em 2001, ele já colecionou uma renca de artigos do código penal tais como 155, 171, 180, 297, 304, 69, 288 e os artigos 33, 35 e 40 da lei Antidrogas! Se é bom de crime, o garoto que responde também pelas alcunhas de “Toco” e “Toquinho”, é bom de fuga!

 

Na posse de um mandado de prisão preventiva expedido pelo Homem da Capa Preta da Comarca de Cambuí, embasado em investigações da Policia Civil sobre trafico de drogas, os policiais Rodrigo e Wellington foram fazer-lhe uma visita no final da tarde desta quarta, no bairro Santa Cruz. Ao ver a chegada dos policiais e receber o sinal de parada, Toquinho fez o inverso… Pisou fundo o acelerador do seu carro e tentou dobrar a serra do cajuru! Teve inicio uma alucinante perseguição policial…! Debaixo de sirene e sinais para parar, Toquinho enveredou-se pelas ruas dos bairros São Judas Tadeu, Santa Cruz, Jardim Américo, Santa Edwirges, pegou a Fernão Dias e acabou entrando numa estrada vicinal sem saída. Quando saiu dos bairros dos ‘santos’ e viu que finalmente cairia nas malhas das leis, Toquinho abandonou o carro e enfurnou-se num matagal. Só foi alcançado quando escorregou e caiu de um barranco na beira do Rio das Antas. Mesmo assim rolou com os policiais na poeira antes de oferecer os braços para as pulseiras de prata!

Toquinho não foi preso atoa!

Toquinho não foi preso atoa!

Levado para a Delegacia Regional de Pouso Alegre, Toquinho sentou ao piano e assinou o 329.

– Já paguei tudo que eu devia p’ra justiça num ‘12’ de 2001… – Disse ele enquanto esperava a chegada do Taxi do Magaiver para leva-lo para o velho Hotel de Extrema.

Para quem está quites com a justiça, mesmo tendo engordado uma bela  ‘capivara’ em pouco mais de dez anos, Toquinho é um ótimo fujão… Só podia cair na beira do Rio das Antas…!

Maria da Penha manda eletricista para o Hotel do Juquinha

Carlos Renato: - Eu fui lá levar o dinheiro das crianças...!

Carlos Renato: – Eu fui lá levar o dinheiro das crianças…!

Carlos Renato de Almeida, 41 anos, atualmente morando com os pais na Rua Xavantes, foi casado com R.Barreto durante 16 anos. Mas, por causa da sedutora e ‘tonteante’ Severina do Popote, o casamento chegou a fim. R., menina que vi crescer no bairro da Saúde, pediu o divorcio em 2011. Enquanto aguarda a tramitação da ‘papelada’, ela conseguiu na justiça a “Medida Protetiva” prevista na Lei Maria da Penha, tantos foram os destemperos do marido, que aliás, tem sangue do mesmo tipo do meu correndo em suas veias.

Ao chegar em casa ao pé da noite desta quarta lá estava o ex-marido Carlos Renato belo e formoso sentado no sofá da sala. Ele havia entrado com anuência dos quatro filhos imberbes do – ex –casal. Para variar, teve inicio mais um daqueles diálogos recheados de ofensas e ameaças que sempre acabam na DP.

Sem conseguir falar com a policia. R. apelou para o pai. Quando seguiam para a delegacia de policia, toparam com uma viatura da PM na rua e pediram providencias. Carlos Renato recebeu as pulseiras de prata nas imediações da casa da ex-mulher.

– Eu não fiz nada. Só fui ‘lá em casa’ levar o dinheiro das crianças. Eu só tive uma discussão atoa com minha mulher! – chorou ele as pitangas.

Pode até ser, mas R. está protegida pelos braços fortes de Maria da Penha…!

Mas Carlos Renato de Almeida, no entanto não precisa desesparar… Tão logo consiga R$ 3 mil reais para pagar a fiança arbitrada pelo delegado de plantão, ele poderá voltar para casa… Dos pais!

Candidato a motociclista é preso por tentativa de suborno em Pouso Alegre

Célio Claudio Tavares: - Faz três anos que eu to tentando tirar carteira de moto...!

Célio Claudio Tavares: – Faz três anos que eu to tentando tirar carteira de moto…!

Célio Claudio Tavares, 55 anos é um sujeito honesto, pacato, trabalhador … Ele possui carteira de motorista categoria “D” e portanto dirige carros de passeio e caminhões há mais de 20 anos. Só lhe falta a carteira categoria “A”, para conduzir motos. Ao pé da manha desta quinta, 14, Célio foi fazer o exame de motociclista pela Ciretran de Pouso Alegre… pela oitava vez!!

– Faz três anos que estou tentando tirar carteira, mas sempre acontece alguma coisa errada… As  vezes um simples ‘jogo de corpo’, e eu sou reprovado – Diz ele.

Com receio de ‘levar pau’ no exame mais uma vez, Célio decidiu pedir uma ‘ajuda’ para o examinador… E também ofereceu sua ajuda!

– Eu preciso muito desta carteira, pois estou trabalhando no trevo da Fernão Dias e fica mas barato r para o trabalho de moto. Por  isso eu peguei um empréstimo de mil reais no banco… Eu falei que eu ia deixar um “cafezinho” com o Nenem para ele repartir com os colegas, para ele ‘facilitar’ o exame… – Justificou humildemente Célio Claudio.

Só que teve um probleminha! O examinador sofre de gastrite… Não pode tomar café! E Célio Claudio ouviu aquela velha frase que faz o sangue sumir do rosto e gelar a espinha:

– O Sr. está preso!!!

Célio recebeu pulseiras de prata e desceu no táxi do contribuinte para a delegacia de policia. Foi o próprio delegado diretor da Ciretran, Tomás Edson Resende quem o sentou ao piano. Ele assinou o 333 do Código Penal, cujo ‘cafezinho’ é amaaaaaaaaaaarrrrrrgo! De 2 a 12 anos de cana…!

No Hotel do Juquinha, onde Célio deverá passar uma temporada sem necessidade de carteira de motociclista, pelo menos o cafezinho é de graça!

Assembleia de Minas elogia policiais civis de Pouso Alegre

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Na ocasião, depois de prender a ‘mula’ Júnia Eufrásio Fernandes chegando de São Paulo com 22 quilos de ‘erva marvada’, os detetives Teobaldo e Andre foram com ela, de táxi, para Silvianópolis, onde a droga seria entregue e prenderam também a traficante de Maria de Fátima Castro Morais.

Segundo os detetives apuraram, a droga trazida da capital paulista pela ‘mula’ Junia Eufrasio, pertencia ao traficante Jeferson de Jesus Castro Moraes, o velho Cepada, recém batizado de “Santista” pela faccão criminosa PCC.

Por conta desta droga que seria distribuída pelo traficante de dentro do Hotel do Juquinha, o filho de dona Maria de Fatima ganhou ‘bonde’ para a Penitenciaria Nelson Hungria, de Contagem, no mês passado.

O elogio da Assembleia Legislativa de Minas Gerais se estende aos delegados Gilson Baldassari, da Especializada de Combate ao Trafico de Drogas de Pouso Alegre, chefe imediato de Teobaldo e André e Cibele Molinari, delegada de Silvianpolis.

Parabens aos abnegados policiais

Estupro de incapaz em Congonhal…

Thomas Fernando do Prado: -

Thomas Fernando do Prado: – Eu só queria fazer uma brincadeira diferente…

O sinistro aconteceu no meio da tarde desta terça, 12, na terra da batata, na casa do autor, onde o garoto W.G. de 5 anos, passa os dias aos cuidados de uma prima, enquanto os pais trabalham. Mas foi descoberto ao pé da noite quando os pais chegaram do trabalho e a criança reclamou de dores, para a mãe.

Segundo o garotinho, ele estava brincando com o primo, quando este disse que o deixaria brincar com seu celular, se ele o deixasse colocar o pênis no seu bumbum. Segundo ainda o garoto, o primo interrompeu o ato quando ele gritou de dor.

A policia militar, no entanto, só foi acionada por um tio, pois os pais da criança queriam ‘abafar’ o caso.

– Eu não tenho certeza se o rapaz realmente abusou sexualmente do meu filho – Alegou o pai.

– Isso só vai trazer constrangimento para meu filho na escolinha que ele estuda e na comunidade de Congonhal, cidade pequena, onde as pessoas se intrometem na vida dos outros – Disse a mãe aos policiais.

Antes de ser levada para a Delegacia de Policia, a criança passou pelo Pronto Socorro da cidade. De acordo com a medica de plantão que realizou os exames superficiais, W.G. apresenta leves sinais de violência na região pudenda.

O estuprador, Thomas Fernando da Silva, 18 anos, que na presença do motorista da ambulância teria dito: – “Meu Deus do céu… Que loucura que eu fiz! – não tentou esconder o fato. Quando os policiais chegaram em sua casa pra prendê-lo, ele não reagiu…

– Eu já estava esperando por vocês. Eu já tinha percebido a loucura que havia feito… – Disse ele

Ao sentar ao piano do delegado de plantão na Delegacia Regional de Policia Civil de Pouso Alegre ele admitiu arrependido o crime.

– Eu estava brincando com ele enquanto minha irmã tomava banho… Aí eu propus deixa-lo brincar com meu celular se ele me deixasse fazer uma ‘brincadeira diferente’ … Quando ele falou que estava doendo, eu parei – Declarou Thomas Fernando.

Brincadeira ou não, o que ele assinou foi sério. Pode dar de 8 a 15 anos de cana. Desde o final da manha desta quarta ‘azul’, ele está hospedado no Hotel do Juquinha!

Farinha do capeta com suco de gerereba dá cana no Aterrado

Alex Andrade Pereira

Passavam os homens da lei por uma quebrada do velho Aterrado no final da noite deste sábado 09 quando avistaram um cidadão debruçado na janela de um veiculo possivelmente realizando uma transação comercial… Proibida!

Ao perceber a chegada da Arca de Noé, o vendedor passou sebo nas canelas e dobrou a serra do cajuru, dispensando a muamba num terreno baldio. O comprador não teve tanta agilidade. Durante abordagem os policiais constataram o obvio… Ele acabara de comprar uma baranga de farinha do capeta por dez reais! Além do delito do artigo 28 da Lei 11.343 o motorista Jose Hamilton Soares Coutinho, 43, morador do Chapadão, se enquadrpou também o 306 do CTB… É que ele estava mamadiiinnnho, mamadiiiiinnnnho!

– O sr. se importa em soprar o bafômetro, sr. Jose Hamilton? – Perguntou o policial.

– Precisa não, sargento… Eu bebi mesmo uma cerveja!

Depois de prender o motorista cheirador de farinha, os policiais resolveram vistoriar o terreno baldio onde o vendedor de drogas havia dispensado a muamba e encontraram uma sacola com varias barangas da mesma droga. Alex de Andrade Pereira, como estava com as mãos limpas, confiando na impunidade, ficou belo e formoso por ali… E recebeu as pulseiras de prata.

Na DP Jose Hamilton assinou o 28 e o 306. Depois de pagar R$ 1,5 mil reais de fiança, no meio da madrugada voltou para casa. Alex de Andrade Pereira, figurinha fácil no álbum da policia por crimes desta natureza, assinou mais um 33 na carreira e foi se hospedar no Hotel do Juquinha.

 

Treze de novembro… 10 anos sem Paixão!

Raspava treze horas do dia 13 de novembro de 2003… Eu estava deitado no sofá, diante da TV, iniciando minha costumeira ‘siesta’ quando ouvi passos apressados subindo a escada em direção à sala…

– Pá… mataram o Paixão – disparou arquejante meu filho mais velho!

– De novo, meu filho! É a quarta vez que ‘matam’ o Paixão… No começo do ano já mataram no Aterrado! Onde foi desta vez…? – Perguntei sem abrir os olhos.

– É serio, pá … O Chinelinho acabou de chegar ali no Minguinho, contando! Parece que ele foi prender um assaltante, mas eram vários assaltantes… Acabou de acontecer perto da Cemig…

Não tanto pelas informações em si, mas pelo estado de nervosismo do meu filho, resolvi acreditar. Sentei-me no sofá e liguei o 199… Foi o Lelis quem atendeu. Quase não conseguiu soltar a voz. Compreendi que havia perdido um colega de trabalho…

– É verdade… Não sabemos como aconteceu! Parece que ele presenciou um assalto à casa lotérica, foi intervir e acertaram um tiro na cabeça dele! Eram três. Um já foi preso… Ta todo mundo tentando prender os outros dois…

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Policia civil prende dupla por tentativa de extorsão de motoqueiro

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Ao chegar em casa, no Jatobá, às nove da noite de domingo, o jovem Elvis Presley  cometeu um pequeno vacilo! Esqueceu a chave da motoca na ignição e entrou na residência para tomar um copo d’agua. Antes mesmo de o liquido precioso escorrer pela garganta ele ouviu o ronco da NXR 150 Bros  preta indo embora, sem ele, nos braços de outro!

Elvis – que agora está mais que provado… não morreu! – procurou a policia, registrou o BO e ficou na expectativa de receber um telefonema de alguém avisando que sua quase inseparável companheira de aventuras havia sido encontrada. E recebeu mesmo o telefonema. Na verdade vários telefonemas! Atras do aparelhinho móvel – maravilha do século – o interlocutor dizia:

– Eu sei onde está sua moto!  Mas eu estou precisando de uma grana! Quanto você está disposto a pagar para reaver sua moto?

Diante da obnubilada conjuntura, pego de surpresa, Elvis ‘cantou’ que dispunha de R$ 200 reais.

Mas o dono da voz, que ele identificou como seu antigo vizinho, Allyson da Silva Martins, queria mais. Ele e o sócio, cuja voz aparecia nas ligações telefônicas, diziam que sabiam quem havia roubado a motoca e queriam R$ 1 mil reais para devolvê-la. E naturalmente ao estilo dos grandes bandidões, a dupla orientava  Elvis a não levar o caso à policia, senão “mandariam a moto de volta em pedacinhos, dentro de um saco preto”.

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No entanto, como todo caso de extorsão na vida real, Elvis, preocupado com sua segurança – e muito vivo – procurou o segundo distrito policial, Aisp 110 e comunicou o segundo crime do qual estava sendo vitima em menos de 24 horas. Desde o meio da tarde desta segunda os detetives Fernando Borghi, Fernando Souza e o escrivão David Pinto, passaram a monitorar as ligações feitas por Allyson ao motoqueiro descuidado Elvis Presley e o orientaram a fazer o jogo dos meliantes.

O encontro foi marcado para as quatro da tarde desta segunda, atrás da igreja do Foch. O trio de policiais se postou estrategicamente no local e logo apareceram, Allyson Martins e o comparsa Marcelo Antonio da Silva em um VW Gol. Mas ao invés de dim-dim, a dupla recebeu pulseiras de prata!

Deu pra perceber o quanto Allyson é tímido, não é...? Ele não gosta de aparecer...!

Deu pra perceber o quanto Allyson é tímido, não é…? Ele não gosta de aparecer…!

Allyson, 27 anos, morador do bairro rural dos Ferreiras e Marcelo Antonio da Silva, 33 anos residente no velho Aterrado, pilhados em flagrante com três aparelhos celulares que comprovam as ligações com os pedidos de dinheiro ao jovem Elvis Presley, inicialmente admitiram a tentativa de extorsão. Quando sentaram ao piano do delegado não quiseram mais ‘cantar’… Preferiram o silencio! Ao pé da manha desta terça de chuva fina, eles embarcaram cabisbaaaaaiiiiixos, desenxaviiiiiidos no Taxi do Magaiver com destino ao Hotel do Juquinha. Como o crime previsto no artigo 158 do Código Penal prevê pena de 4 a 10 anos, com agravante da cumplicidade, a dupla terá muito tempo para ver filmes de gangster no presidio e quem sabe aprimorar o ‘modus operandi’ para a próxima vez…!

* A ligação que Elvis tanto queria ouvir aconteceu! Alguem ligou para o seu celular informando que sua Honda Bros preta, com alguns arranhoes e sem a chave estava abandonada numa rua do bairro Cidade Foch. A motoca ja voltou para os braços do dono…

E a batata do gatuno que furtou a moto no domingo à noite está assando. Ele ainda não posou para nossa câmera, mas sabemos seu nome, endereço e sabemos que ele está em liberdade condicional, por ter sido condenado a 1 ano e 9 meses por outras gatunagens…!

… E o dim-dim do caixa da Univás foi p’ro espaço!

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Este foi o 60º caixa eletrônico assaltado pelos bandidos na região em 2013. Aconteceu no final da madrugada desta terça, 12, na porta da Univás, defronte o Marques Plaza, único hotel 5 estrelas de Pouso, a menos de 40 metros de um posto da policia militar. Quando os quatro assaltantes explosivos chegaram na caminhonete os vigias da Universidade que estavam na guarita tentaram se enfurnar no ‘campus’ mas foram convidados por eles para assistir o espetáculo.

– Perdeu coroa… Fica na sua aí que a operação vai ser rapidinha.. Não vai doer nada! – Teria dito um dos assaltantes.

Um minuto depois a frente dos caixas foi pelos ares. As costas foram jogadas de costas no campus da escola! – O estrondo das dinamites quase me derrubou da cama há poucos quarteirões dali!

Os quatro assaltantes trocaram de carro no bairro Belo Horizonte, deixando para trás a caminhonete Fiat usada para carregar as gavetas recheadas de dim-dim. – Inclusive os recibos das contas que eu paguei lá ontem à tarde.

Quando eu fazia estas fotos hoje pela manhã, passaram por ali meus amigos Zeca Juru e Ze do Povo. Tivemos uma rápida conversa…

– … Dia seu Chips, tem andado sumido, ôme! Mais qui disgracêra é essa aqui, sô? Inté onti parece que havia um caxa letrônico aqui…!

– Olá Zeca Juru … Voce é quem anda sumido! Dona Zefina não tem te deixado mais sair de casa?

– Pois é seu Chips, lá nu meu sitinho tem carmaria… Na cidade só venho quando tem precisão… O povo tá muito violento, muita droga, muito chofer correndo quinem doido pur aí abraçado c’oa Severina do Popoti…! Mais mi conta, o caxa foi atropelado, é?

Nisso chega outro velho amigo, o Ze do Povo e entra na conversa…

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– Não Zeca Juru, os bandidos explodiram mais um caixa eletrônico e levaram todo o dinheiro…

– Mais num é pussive, Ze…! Ali na naquela praca – diz apontando para a placa com o logotipo da Policia Militar – ali num é um posto policiar?

– É sim Zeca Juru, mas não havia nenhum policial ali no momento do roubo. Aliás, ali nunca tem policial! – responde Ze do Povo, com uma pitada de acidez.

– Uai sô, mais intão pra que qui servi o posto policiar, sem policia?

– Serve de enfeite, né – responde Ze do povo, com uma ponta de cinismo.

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– Mas intão danô…! Eu vim inté aqui pra sacá uns trocados no caxa, mais si’eli foi pru beleléu…! Vô tê qui i inté o caxa do Baronesa… – diz Zeca Juru, o bom matuto.

– Se eu fosse você não ia, não, Zeca Juru… Só este ano já colocaram “chupa-cabra” nos caixas de lá duas vezes… – emendou Ze do Povo.

– Mai intão ferrô…! Pra que qui servi caxa letrônico si a gente num podi confiá…? Mió fexá tudu duma veiz…!

– O Coronel Dimas, chefe de segurança da Univás, acabou de dizer que vai mandar retirar de vez o caixa daqui da frente da escola, pra evitar danos como este. – Diz Ze do Povo.

– Maispera um poco… Ocêis tão misturano aqui meus ‘tico e teco’ na cabeça… Qué dizê intão qui invêiz di miorá a segurança na cidade p’ra evitá os robô, eis vão mandar tirá us caxa e dexá di presta uma comodidade p’ra população? – emanda Zeca Juru coçando os cabelos cor de prata debaixo do chapeuzinho de palha.

Zé do Povo se limita a abrir os braços e fazer uma careta desconsolada. Zeca Juru continua com sua incredulidade, fazendo a pergunta que não quer calar.

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– Meu amigo Airton Chips, meu amigo Ze do Povo, nossa amizade remota lá no nosso tempo de carça curta… Mi escrareça uma coisa! Toda semana eu e a Zefina iscuitamo no radio, na televisão, eu vejo nos jorná, qui Posalegre é ondi o jove tem mais segurança, qui Posalegre istá cada veiz mas rica! Entre as mais rica do Istado! Qui mais arrecada imposto, ondi num tem disimprego, e cada veiz cheganbdo mais indústria…! Mai intão cumé qui a cidade num tem segurança…!!! Pur acaso os jorná istão falano mintira…! Ói qui o nariz podi crescê, quinem Pinochio!

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-… Papel aceita tudo, Meu amigo Zeca Juru – responde Zé do Povo, esclarecedor.

– Num é pussive, meus amigos! A minha querida Posalegre banhada pelo véio Mandu, tão bem localizada no mapa di Minas Gerais i inté do Brasir… Uma princesa, que quarqué governo federar qué investir, pur caso do seu progresso qui ninguém põe freio, uma cidade que recebe visita do guvernador do Istado três quatro veis pur ano… Uma cidade que pode servi di ispeio p’ra quarqué diministração… Cumé qui podi fica a mercê da bandidagem!? – desabafa o bom matuto.

Olhamos um para o outro e concluímos.

– Não sabemos responder este questionamento, amigo …

Zeca Juru olha para os destroços do caixa eletrônico espalhados para todo lado – até a lixeira da fundação virou caco! – olha fixamente na direção da placa do posto policial há poucos metros dali, olha para o imponente Marques Plaza, onde se encontram com frequência os homens mais influentes do país, olha para a bela Avenida Tuany Toledo, maior point gastronômico de Pouso Alegre, olha pra nós, meio desacorçoado, estende a mão e diz:

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– Seu Chips, Ze do Povo… Foi um prazer incontrá ocêis aqui… Vô vortá p’ro Cajuru. Lá, eu e meu fiel Gigante – seu vira-latas malhadinho, do tamanho de um Chihuahua – e minha velha Maria Trovão – sua espingarda de carregar pela boca! – cuidamos da nossa segurança! Apareçam p’ra biliscá um torresminho… A Zefina fáis gosto. Inté! – e vai embora ajeitando o chapeuzinho de palha no alto de sua sapiência caipira.

 

Assaltado pelo carona na BR 459 em Congonhal

O cidadão Altielis Denis do Nascimento, 28 anos, residente no bairro Terra Queimada zona rural de Ipuiuna, se viu na pele de um daqueles personagens de filme americano de quinta, onde o sujeito bom samaritano dá carona para um podre coitado na beira da estrada deserta e depois de uns quilômetros de suspense, o caronista encosta uma arma no seu pescoço e o obriga a parar o carro num local ermo… Com Altielis aconteceu mais ou menos assim!

Quando voltava para casa no final da tarde de sexta, 08, ao diminuir a velocidade para passar pelo radar no bairro Cantagalo, ele resolveu parar seu veiculo e dar carona para um desconhecido que acenava na margem da via com cara de pidão. Quando chegou próximo ao pesqueiro do Flavio, em Congonhal, o sujeito encostou uma tesoura no seu pescoço e prometeu não cortar nem um fio do seu cabelo se ele entregasse todo o dim-dim que levava na algibeira. De posse de R$ 227 reais e do aparelho celular do incauto motorista, o ladrão foi honesto! Cumpriu o prometido! Foi embora sem provocar um arranhão sequer.

Depois que o ‘assaltante mãos de tesoura’ voltou para a BR, Altielis chegou ao pesqueiro do Flavio, pálido, sem forças nem para ligar para a Policia. Foi um desconhecido, a quem ele contou os fatos que acionou os homens da lei.

Leandro Alves Lage, 28 anos, foi preso minutos depois caminhando pela margem da rodovia… Tudo que ele havia roubado do bom samaritano ainda estava em seu bolso. Inclusive a tesoura usada para convencer o cidadão a abrir mão do seu dim-dim e do celular.

– “Graças às denúncias recebidas do cidadão de bem ao trabalho integrado promovido pelo comandante Regional da 17ª RPM e ao deslocamento inteligente de recursos humanos e logísticos tendo por base dados georeferenciado, fato que possibilita destinar os recursos escassos onde ele é necessário, foi o que possibilitou que a guarnição comandada pelo Major Dantas estivesse nas proximidades onde ocorreu o fato delituoso e em conjunto com a guarnição de Congonhal, mais uma vez, de forma muito rápida, lograram êxito em prender o cidadão infrator agressor da sociedade, e ainda, recuperaram todo material roubado” – comentou o empolgado sargento Rodirlei, comandante da PM em Congonhal.

Leandro Alves Lage – que, pelo visto puxou ao pai, o velho ex-cafetão e nóia Vitinho Lage, figurinha fácil no álbum da policia desde os anos 80 – sentou-se ao piano do delegado de plantão, assinou o 157 e teve sua trajetória de andarilho assaltante interrompida. Por ora ele tem endereço fixo… O Hotel do Juquinha!