A mesma escola municipal havia sido furtada na madrugada do dia 14 de junho…!

Às nove e meia da noite de sábado, 11, o alarme do CIEM do Fatima disparou. Ao chegar ao local para verificar o motivo do barulhão que incomodava a vizinhança, o funcionário da empresa de segurança deparou com um gatuno saindo da escola e o afugentou.

Chamada a  vice-diretora da escola, constatou-se que o gatuno havia furtado cerca de 15 quilos de carne; dois de salsichas e 13 de acém – olha a carne de segunda aí de novo!

Procura dali, procura daqui, acabaram encontrando a res furtiva – que no caso era rês mesmo! – jogada no mato, do lado de fora da escola.  Depois de recolher e guardar o produto do frustrado crime, todos foram para casa cuidar da vida. Menos a policia que tinha muita cidade para patrulhar, e o gatuno…  que ainda tinha carne para furtar!

Meia hora depois o alarme da escola voltou a disparar. Acredite ou não, o criminoso havia voltado à cena do crime! Desta vez ele foi preso no interior da escola.

O ousado gatuno Jason Amarante Pereira, morador do Bairro São Jose, que há duas semanas completou 18 anos, desta vez recebeu as pulseiras de prata e foi sentar-se ao piano do paladino da lei.

– Onde seria o churrasco Jason? – Quis saber o delegado.

– Não doutor… Eu não ia fazer churrasco, não! Eu sou viciado em drogas… Eu ia vender a carne para comprar maconha! – disse o garotão, que antes de fazer 18 aninhos já era estrela no álbum da policia!

E lá foi Jason estrear idade nova no Hotel do Juquinha!

Jeronimo, o ‘anti-herói de Munhoz’ e seu parça Cubinha, ligeiramente arranhados, seguiram no Taxai do Claudinei para o velho Hotel de Bueno Brandão…!

A pequena Munhoz de pouco mais de seis mil habitantes, incrustada nas escarpas da Serra da Mantiqueira, há 85 quilômetros de Pouso Alegre, não me trás boas lembranças! A ultima vez que estive lá, em 1991, saí escoltado por cerca de 50 pessoas! Todas querendo achatar meu carro… e minha cabeça! Tudo porque eu carregava no meu Escort o trio de arbitragem de um jogo que o time da casa não conseguiu ganhar! Tudo bem… Saímos ilesos sem que eu precisasse exibir meu trezoitão! Mas gastei um grande estoque de créditos com meia dúzia de santos e anjos naquela tarde de domingo!

No inicio da madrugada deste domingo, 12, a cidade do meu amigo Garcia Perez, um dos anjos que nos acompanhou na saída do estádio municipal naquele crepúsculo, viveu cenas de filme pastelão… Filme pastelão temperado com alguma violência!

Eram pouco mais de duas da madrugada quando alguém viu dois vultos sorrateiros caminhado no telhado de um bar no centro da cidade. Os homens da lei foram chamados e teve inicio a perseguição! Os gatunos pularam vários telhados, quintais e residências causando danos por onde passavam. Mas finalmente caíram nas malhas da lei.

Eles haviam entrado pelo telhado bar do Sr. Benedito e furtado o que se furta em bares… Moedas, cigarros, suco de gerereba…!

O mais difícil foi colocar-lhes as pulseiras de prata! Os larápios Jeronimo Jose Pedro – que não é herói do sertão! – e Fernando Carlos Rodrigues, o “Cubinha”, deram muito trabalho para a policia! Foi necessário até chamar reforços da vizinha Toledo!

Vários policiais ficaram feridos. Mesmo algemados, Jeronimo e Cubinha danificaram a viatura policial e as instalações do quartel da PM. Tudo isso enquanto vociferavam ameaças aos homens da lei! Já no fim da madrugada desceram no Taxi do Contribuinte para a Delegacia Regional de Pouso Alegre.

Jeronimo “o anti-herói de Munhoz”, processado varias vezes por desobediência e resistência, e seu parceiro Fernando  Cubinha, – que havia saído da cadeia a pouco mais de semana em liberdade condicional, – são escolados… Quando perguntei por que foram presos, responderam na lata:

– Estão dizendo eu a gente roubou um bar! Mas não pegaram nada com a gente…!

Mas vocês certamente vão pegar ao menos 4 anos de cana por infringir os artigos 155, 129, 329, 331 e 163 do Código Penal!

O sinistro aconteceu ao meio dia e meia deste domingo, 12, numa estrada vicinal do bairro Imbuia, a treze quilômetros de Pouso Alegre. Em meio a uma discussão com a namorada Juliana de Fatima Lopes, Leandro Oscar Alves pegou uma faca de cozinha que trazia debaixo do tapete do carro que conduzia e tentou mata-la!

A mãe da jovem, Benedita de Fatima Camargo, que estava no banco do trás do GM Astra prata, tentou ajudar a filha e também recebeu vários golpes de faca. Na tentativa de defender- se da fúria homicida, Juliana pegou no volante tomando-lhe a direção e o carro acabou batendo num barranco e capotando na beira da estrada. Havia também uma criança de 6 anos no interior do carro.

Apesar do acidente com o carro, os ferimentos mais graves foram causados pelos golpes de faca desferidos pelo namorado furioso. Ele conseguiu sair do carro e tentou fugir do local, mas foi contido e preso pelo detetive Marcelo Ferreira Rosa e populares que estavam no Pesqueiro São Jose ali perto. Quando os policiais militares chegaram ao local Leandro estava detido e amarrado no interior do pesqueiro à espera das pulseiras de prata.

Juliana e a mãe também foram socorridas por populares e levadas para o Hospital Regional Samuel Libanio. Ambas receberam vários golpes de faca. Juliana foi atingida nos braços e no tórax. A mãe Benedita, recebeu golpes nos braços e no abdome. Um dos golpes perfurou o pulmão. O estado clinico de mãe e filha é grave.

Segundo Leandro Oscar Alves, 36, morador do Bairro Jardim Amazonas em Pouso Alegre, o desatino aconteceu por questões financeiras.

– Eu investi muito dinheiro no negocio da minha namorada e ela não me deu valor! Hoje de manha ela me ligou terminando o namoro! Por isso eu fui buscá-la na casa da tia dela para conversar e durante o trajeto para casa, nos desentendemos e eu perdi a cabeça… – Contou Leandro Oscar aos policiais no local dos fatos e repetiu a mesma versão ao piano do delegado de plantão.

Leandro Oscar é reincidente na pratica criminosa. No dia 20 de dezembro de 1998 ele matou o desafeto Evandro Adriano Aparecido.

Ele assinou o 121 c/c 14 do código penal e foi se hospedar nalgum Hotel do Contribuinte da região de Pouso Alegre! Juliana e a mãe Benedita continuam internadas no Hospital Regional!

‘Seu’ Antonio continua sentado no banquinho vendo a vida passar… Mas a bufunfa agora está guardada na poupança!

Quem vai para os bairros São João, Guadalupe, Jardim Brasil, Vista Alegre e Amazonas, entrando pela Remonta, tem duas opções: Rua Tres Corações, ou Rua Piranguinho!

A velha Rua Piranguinho tem casas só do lado direito sentido bairro… Do lado esquerdo existe uma restinga de arvores ornamentais, entre a Piranguinho e a rodovia MG 290.

Um dos vizinhos construiu ali sob as arvores um tosco banco de madeira. Moradores e aposentados sem ocupação, costumam ficar horas ali, observando o movimento da rodovia MG 290.

Seu Antônio, 79 anos, é uma dessas pessoas que costumam passar horas no banquinho de tabua contando os carros que vem e vão para Borda da Mata! Gordinho como todo aposentado, singelo, fisionomia típica da gente do Pantano ou Estiva, semblante doce… O tipo do vovozinho que todo criança gostaria de ter! Ele tem vários filhos. Um deles tem uma oficina mecânico no bairro ali perto.

No final da tarde de quinta, seu Antonio estava, como de costume, sentado no “banquinho do ócio”, quando um carro parou atrás dele. Antes de descer do carro o passageiro tirou um cheque no bolso e falou:

– Seu Antônio… Eu fui pagar uma conta na oficina do seu filho Fernando ali embaixo, mas ele não tinha troco…! Ele pediu para o sr. descontar este cheque de dois mil e cobrar aqui os R$ 700 que eu devo para ele!

Seu Antônio, velhinho ‘bão’, honesto e sem maldade, nem pestanejou! Enfiou a mão na algibeira da calça larga, sacou um pacote de notas de 50 e 100 amarradinhas com elástico, começou contar e… Zaz! O moço que enquanto conversava havia descido do carro, deu um safanão na sua mão, pegou o maço inteiro de notas, entrou no carro e saíram cantando pneus rua abaixo! Quase atropelaram duas sobrinhas do seu Antonio que iam passando. Em menos de um minuto a dupla de ladrões de velhinhos virou a esquina e dobrou a serra do cajuru deixando seu Antônio só com o cabo do guarda chuva na mão!

Na sexta estive – no quase bucólico – local do crime! Seu Antônio estava lá como sempre e contou como foi…

– Mas porque o Sr. mantinha tanto dinheiro assim no bolso?

– Ah, é costume, né! Não me ajeito com banco, não…

– Levaram todo os dois mil reais, seu Antônio?

– R$ 2.650… La em casa tinha mais! A sorte que não ‘tava’ tudo na ‘gibeira’ ontem! Senão tinha ficado sem nada…!

– E o Sr. continua carregando dinheiro no bolso?

– Não. Hoje cedo as ‘fia’ pegaram e levaram tudo pro banco!

Ah, “bão”!

A policia ainda não tem pistas da dupla de ladrões de velhinhos indefesos. Mas, como o leitor pode perceber, eles conheciam o Sr. Antonio, seus hábitos e seu filho…! A policia tem o ‘fio da meada’. Portanto a batata está assando pra eles!

Luiz Felipe(de azul) pegou carona na bike do amigo Lucas para entregar cocaína para o cliente na rodoviaria…!

O termo “tirocínio policial” anda restrito aos dicionários e cursos acadêmicos, notadamente às academias de policia. Na pratica, o tirocínio  policial – que nada mais é do que a percepção que vai além dos 5 sentidos habituais, – vez por outra aflora no dia-a-dia de policiais comuns e trás bons resultados. É o caso do cabo Ferreira e seu parceiro soldado Alex Sander…

Passavam eles pela Perimetral no meio da tarde desta quinta, 09, quando avistaram dois guampudos engarupados numa bicicleta seguindo em direção ao terminal rodoviário de Pouso Alegre. O bom e zeloso tirocínio policial entrou em cena e disse:

– Abordem aqueles dois… Eles tem culpa no cartório!

E tinham mesmo! Atravessaram a avenida e tentaram dobrar a serra do cajuru pela contra mão dos policiais… Mas caíram nas malhas da lei!

A ‘culpa’ dos dois moços, Lucas Emanuel Beraldo Teixeira, que pilotava a bike e Luiz Felipe Máximo de Andrade, na garupa da magrela, estava na cueca! Cinquenta barangas de farinha do capeta.

Luiz Felipe, de 20 anos, o moço da farinha na cueca, até que foi original na sua versão…

– Foi um cara que encomendou. Ele está na rodoviária esperando a droga. Vai me dar 100 reais para entregar as barangas pra ele –  Contou o mula como se isso isentasse seu ato criminoso previsto no artigo 33 da Lei 11.343!

– E quanto ao seu parceiro Lucas! Qual a participação dele na entrega da droga? – Quis saber o delegado de plantão!

– Não doutor, o Lucas não tem nada a ver com a parada não! Eu só peguei uma carona com ele na bicicleta para chegar mais rápido na rodoviária!

A farinha dedurada pelo Sr. Tirocínio Policial…!

Lucas Emanuel Beraldo Teixeira, 21, estava com sorte! O paladino da lei que o sentou ao piano era justamente o delegado de Tóxicos. Gilson Baldassaris também colocou seu tirocínio policial em pratica e concluiu que ele de fato era apenas um gaiato! O 33 da perimetral foi assinado apenas pelo mula da farinha na cueca.

Luiz Felipe Máximo de Andrade, morador da Sapucaí, deve seguir no final da tarde desta sexta,10, para o “Hotel do Contribuinte” de Itajubá ou de Alfenas! Graças ao velho e bom ‘tirocínio policial’…!