
O macambúzio crime aconteceu no inicio da tarde no bairro N.S.Aparecida em Cambuí. A menina de 10 anos, vizinha de Antonio Adão da Silva, amigo da família, foi encontrada morta dentro de sua casa, com marcas de estrangulamento e ferimentos na cabeça, causados provavelmente por uma mão-de-pilão.
Eram cerca de duas da tarde quando a garotinha Isabelly de 10 anos, disse à mãe que iria à casa do vizinho e amigo Antonio Adão, buscar um brinquedo que ele havia prometido fazer p’ra ela. Passados vinte minutos, a mãe da garotinha, preocupada com sua demora foi buscá-la. O aposentado nascido em 1963, recebeu-a na porta entreaberta e informou em poucas palavras que a menina não estava ali. A mãe insistiu no dialogo e neste momento percebeu pingos de sangue em seus pés… Entrou em desespero! Tentou entrar na casa! Foi impedida e chamou a policia!
Quando os homens da lei chegaram, Antonio Adão continuou impassível! Fincou o pé e impediu a entrada dos policiais. Diante da forte suspeita de que a garotinha estava na casa e estaria ferida ou talvez já morta, a policia imediatamente comunicou o fato à Juíza da Comarca, Patricia Vialli Nicolini solicitando o mandado para entrar na casa do aposentado. Neste ínterim, enquanto tramitava a ordem judicial, a casa do artesão, até então suspeito de assassinato, foi sendo cercada por vizinhos e populares revoltados com a suspeita. Policiais que naturalmente cuidavam para que ele não se afastasse, agora cuidavam para que ele não fosse linchado!
Ao entrar na casa de Antonio os policiais depararam com o corpo de menina já sem vida, no chão. Ao lado do débil corpinho sangrando, estavam um pedaço de arame, um cadarço de sapato e uma mão de pilão. No pescoço as marcas de estrangulamento e forte hemorragia na cabeça. O medico legista que necropsiou a pequena Isabelly no IML de Pouso Alegre, concluiu que ela morreu asfixiada com o próprio sangue após o traumatismo craniano.
Ao ser pilhado em flagrante, Antonio Adão, que antes estava quieto diante dos policiais e da multidão ainda em duvida, agora ficou completamente mudo. Não disse uma palavra sobre os acontecimentos.
Sem testemunhas oculares do violento e bárbaro crime e sem qualquer versão do assassino, aposentado por invalidez, artesão nas horas vagas, pai e avô e amigo da menina e de sua família, Antonio Adão sentou-se em silencio ao piano e assinou o 121 triplamente qualificado.
Freud, se vivo fosse, diria que o artesão teve um surto psicótico e matou a vizinha pensando estar matando um terrível inimigo que somente ele via. Lembra muito a historia do pedreiro Quitério de Lima, que no inicio de fevereiro do ano passado recebeu ordens do capeta para matar o filhinho Jonatham Ryan. Na ocasião ele ouviu uma tenebrosa e cavernosa voz dizendo:
– Mate esta criança, mate esta criança… – E atirou o filhinho ao chão até matá-lo – (Chiquinho da Borda manda pedreiro matar bebê de 2 meses). E há outros casos. Aliás, a esquizofrenia é muito mais comum do que parece. Estamos cercados de esquizofrênicos pacíficos e outros nem tanto e nem nos damos conta.
Se o artesão matou a garotinha a mando do capeta invisível, ou não, sua pena foi bem visível. Na ocasião, ao abordar o tenebroso crime aqui no blog, dissemos que ele pegaria de 12 a 30 anos de cadeia. Ele foi condenado nesta segunda feira a 29 anos – 8 pelo estupro de vulnerável e 21 pelo assassinato triplamente qualificado.
Antonio Adão da Silva, o homicida de Cambui, que levou uma multidão revoltada para a porta do Fórum nesta segunda, aguardou o julgamento na Penitenciaria Estadual de Tres Corações. É p’ra lá que ele deverá voltar para cumprir os outros vinte e sete anos e meio… Ou enquanto viver!