O velho ditado que diz que os filhos unem o casal, é verdadeiro. Mas há exceções. No Jatobá um rechonchudo bebezinho de um ano e pouco foi o causador da discórdia entre os pais.
Camilla Matozzo Lino, 21 e Otavio Queiroz Santos, 24, namoraram durante quatro anos. Quando o fruto do amor do jovem casal deu o ar da graça, resolveram finalmente juntar as escovas de dentes. Agora o baby já tem um ano e começa dar os primeiros passinhos. Como toda criança saudável, não para quieto – graças a Deus – quer explorar o mundo à sua volta. Numa destas aventuras suas perninhas ainda frágeis o traíram e ele caiu de cara no chão…
Otavio acha que foi negligencia de Camila e teve inicio o trololó. Da troca de violência verbal, o moço passou para a física. Distribuiu socos e pontapés na cabeça, no tórax, no ombro e onde mais pode alcançar antes que a cara-metade saísse correndo para rua em busca de socorro. Quando os homens da lei chegaram Camila ainda estava na rua, enquanto Otavio fingia dormir. Ele disse que apenas gritou com a companheira porque ela foi buscar pomada e estava demorando. Tem gente que acredita… Mas o delegado de plantão não acreditou. Otavio sentou ao piano assinou o 129 e só não foi terminar a noite no hotel do Juquinha porque pagou R$ 1.244 reais de fiança.
Tudo por causa de um tenro bebezinho, saudável e aventureiro …
Vagalume quer apagar caloteiro em Borda da Mata
Numa abordagem de rotina no posto fiscal de Borda da Mata, a Policia Rodoviária Estadual flagrou o cidadão Fabio Augusto Casparino armado até os dentes. Ele levava na mochila um lustroso Taurus calibre 38 com cinco azeitonas no tambor e uma cartela extra com cinco balas da CBC. O técnico em eletrônica mora em Inconfidentes e trabalha numa empresa da capital do pijama. Como perdera o ônibus, viajava de carona com seu supervisor Raimundo Carlos Marcelino de Lima, em uma Parati.
Fabio alegou que comprou a arma há dois meses, de um desconhecido – claro – na cidade São Gonçalo do Sapucaí para se defender de ameaças de morte. Diz ele que saiu fugido de Casa Branca-SP, por causa de uma divida de R$ 30 mil reais e desde então tem recebido ameaças de um matador de aluguel conhecido por Vagalume.
Ainda que fosse ‘Dom Corleone’ que estivesse tentando ‘apagá-lo’, Fabio precisaria ter porte de arma para andar armado. Como não tem, o delegado de plantão providenciou 40 agentes armados de pistolas, escopetas e sub-metralhadoras para cuidar de sua segurança – depois que ele assinou o 14 e 16 da 10.826 – no Hotel do Juquinha…
Piloto mamado… dimdim no cofre do Estado
O artigo 306 do CTB bem que poderia ser chamado de “fonte emergencial de renda”, “captação rotineira de recursos” ou algo parecido. Precisou de uma grana extra, basta uma viatura policial parar numa sombra da beira da estrada, acenar para meia dúzia de veículos que passarem e ao menos um dos motoristas vai trocar as pernas, falar mole e jurar de pés juntos que bebeu apenas um copinho da loira gelada. Mas o sisudo bafômetro vai acusar que foi muito mais do que isso e o bom moço, ordeiro e trabalhador ou arruaceiro e perturbador vai sentar-se ao piano do delegado de plantão e ‘morrer’ em pelo menos um salário mínimo de fiança, além de ficar a pé. Pois é!!! Brasileiro não liga muito para leis…
O Sr. Adão Ribeiro Alves, 36 anos morador do bairro dos Fernandes – deve ser vizinho do meu compadre Benicio – em Santa Rita do Sapucaí, trafegava pela Fernão Dias no seu fusca branco, quando na altura do bairro Cruz Alta os patrulheiros ‘pediram pra parar, parou’. Os documentos estavam em ordem mas o hálito do Adão estava de matar!!! Os olhos? Parecia que ele havia comido pimenta… O ‘quatro’ com as pernas? Só se fosse sentado. 0,79 mg/l de álcool no sangue, segundo o medidor de teor alcoólico. Isso custou R$ 1.244 reais de fiança na DP de Pouso Alegre.
Muito mais abusado – para não dizer irresponsável – foi o lavrador Vinício Carlos da Silva, 37 anos,morador do bairro Bom Jardim em Cachoeira de Minas. Ele passava pelo bairro Alto das Cruzes pilotando sua motoca quando foi convidado a parar numa blitz da policia militar. Além de não possuir habilitação para conduzir motos, Vinício estava mamadinho mamadinho. 0,95 mg/l de suco de gerereba no sangue – deve ser a Suindara envelhecida daquele alambique que fechou ali perto… Mais R$ 1.244 reais
Só nesta paradinha de ontem à noite o Estado arrecadou quatro salários, R$ 2.488 reais, sem falar das multas administrativas. Taí uma boa fonte de arrecadação de receita para o Estado que somente quem anda na contramão da lei vai reclamar…
Droga nas ‘regiões pudendas’ leva Samelo para o hospital
Ao chegar para o trabalho na Delegacia Regional hoje pela manhã o sempre atuante delegado Gilson Baldassari recebeu a informação do plantonista noturno que uma ex-presidiária do bairro São João havia sido conduzida para o hospital regional com dores abdominais… Em tempos de mulas levando drogas para parentes e namorados na prisão, seria mais um caso de “perereca recheada?” A droga seria levada para o hotel do Juquinha? A quem se destinava a droga?
O B.O.P.M dizia apenas que a cidadã Francisca Eliana da Cruz, conhecida no meio policial por “Samelo”, chamara a policia à sua residência no inicio da madrugada, se queixando de dores na barriga. Ao ser interpelada pelos policiais, dissera que havia colocado 50 gramas de farinha do capeta e 75 gramas de erva marvada … no anus.
Antes de qualquer providencia o eficiente delegado contatou o hospital para saber o estado de saúde da mula e fomos lá nos inteirar da situação in loco. Era alarme falso. Samelo estava bem. Fora submetida a exame de toque e lavagem intestinal e nenhum tipo de droga foi encontrada. Ela já estava de alta hospitalar, aguardando apenas a chegada do delegado.
Interrogada informalmente Samelo disse que passara mal durante a madrugada e quando foi socorrida pela PM estava muito chapada, por isso não sabe o que falou para os policiais.
Se a mulata realmente estivesse levando drogas no corpo, como fez na semana passada a falecida Michele, ela assinaria o 33 da lei anti-drogas, pelo verbo “transportar”. Ela estava ‘limpa’. A droga que provavelmente usara e a deixara ‘chapada’ já se misturara ao sangue. Mas ela não ficará sem chumbo. Gilson Baldassari vai enquadrá-lo no artigo 340 do CP, “comunicação falsa de crime”, cuja pena varia de 1 a 6 meses de detenção.
Francisca “Samelo” Eliana da Cruz, 35 anos, tem dois irmãos hospedados no Hotel do Juquinha. Ela própria deixou o ‘hotel’ recentemente, depois de longa temporada, por pequenos furtos e trafico de drogas. Na próxima visita que fizer aos irmãos, é bom ficar de olho nela… mais precisamente na ‘pererec…’
Mais uma mão leve é ‘eliminada no paredão’ do Baronesa
A dona de casa L.A.F. da Silva, 31 anos, moradora do bairro Chácara em Conceição dos Ouros, não deve assistir as baboseiras do Big Brother e nem ler o Blog do Airton Chips. Se o fizesse ela saberia que hoje em dia até na vendinha do Quinzinho na curva da estrada do Albertão, tem uma Câmera indiscreta apontada para ela, vigiando seus passos. Lú Mão Leve da Silva entrou no Hipermercado Baronesa e resolveu brincar de “um pra você… outro prá mim”. A cada mercadoria que ela colocava no carrinho, colocava uma também na bolsa. Enquanto isso os ‘expectadores’ do big brother filmavam seus passos. Ela passou serena pelo caixa, pagou as mercadorias do carrinho e quando ja estava no estacionamento o segurança apareceu e falou com firmeza;
– Desculpe, acho que a senhora esqueceu alguma coisa na bolsa. Venha tomar um cafezinho conosco na gerencia…
Lú, coitada, sentiu um frio na espinha e foi abrir a bolsa na delegacia de policia. Ela tinha mesmo esquecido de pagar 4 protetores solar, 3 frascos de gel para o corpo, 1 frasco de loção Nívea, 1 sabonete intimo e um frasco de Sundown. Tão preocupada com a higiene pessoal e tão distraída..!!!
Ao sentar ao piano do delegado e assinar o 155, Lú Mão Leve da capital do polvilho, estava tão nervosa que não queria nem lembrar a besteira que havia feito. Isso lhe custou, além de um pequeno processo, um salário mínimo de fiança. Dá para encher dez bolsas de produtos de higiene pessoal.
Se tivesse lido a historia da ‘Caixeira de Armazem’ , da semana passada, teria evitado o vexame e o prejuízo…
Larapio dorminhoco furta vizinho em Conceição dos Ouros
Você já ouviu aquela expressão; “… beber até perder o rumo de casa!!!” Pois é. O Fabiano Moreira, 30 anos, morador do bairro Chacara em Conceição dos Ouros, capital do polvilho é a expressão viva do jargão… Perdeu a linha com carretel e tudo…
No domingo ele desfilou-se pelos bares da vida, amarrou-se num pé-de-cana e ao voltar para casa resolveu pegar um atalho pela casa do vizinho. Pulou o muro mas estava tão mamado que caiu na horta e já que estava ali, entrou na casa do comerciante Aparecido Felix Marcos, pegou dois pacotes de cigarro, um aparelho DVD e saiu de fininho pelo portão da frente. Bem, não foi tão de fininho assim, pois ele saiu trocando as pernas, com a calça caindo, a res furtiva debaixo da camisa e seguiu para casa. Antes de sumir de vista, no entanto, um vizinho do comerciante ligou para sua casa e avisou que o larapio havia pulado seu quintal. O comerciante estava dormindo no sofá da sala, por isso não percebeu a presença do gatuno.
Quando a policia chegou na casa de Fabiano, minutos depois do furto, ele já estava nos braços de Morfeu. Ao ver os homens fardados perdeu a fala, ficou completamente mudo. Mas o cigarro e o DVD estavam ao lado da cama. Desceram todos para a Delegacia Regional de Pouso Alegre. Depois de sentar ao piano e assinar o 155, finalmente o larapio que furtou quase dormindo, pode enfim curar a manguaça em paz… no Hotel do Juquinha
Chineladas em Heliodora levam padrasto para o xadrez
Com a “Lei da Palmada” ainda tramitando no Congresso Nacional, os “tapinhas de amor” já doeram no cidadão Jonai Cordeiro de Assunção, em Heliodora. Na verdade não foram tapinhas de amor, mas sim “chineladinhas furiosas” que ele desferiu no enteado R.A. da Silva.
O garoto de 9 anos estava deitado no sofá da sala e Jonai queria que ele ficasse sentado… O garoto recalcitrou e acabou recebendo chineladas nos braços e nas costas. E o pior é que ele estava com o braço engessado de uma fratura anterior… A mãe do menino foi chamada, chamou o Conselho Tutelar, pediu providencias e… Deu B.O.
Mais tarde dona Monica que vive há 7 anos com Jonai se arrependeu e quis retirar a queixa mas já era tarde. O garotinho com o lombo ardendo e a calcificação do braço interrompida foi parar no hospital regional de Pouso Alegre e o caso foi parar na DP. Jonai Cordeiro – que virou leão – tem um filho e três enteados com Monica e costuma corrigir a criançada na sola do chinelo. Desta vez sentou-se ao piano do delegado de plantão e assinou o 129.
Agora, ‘tapinha de amor’ dói sim senhor… em quem bate e em quem leva… Em Cordeiro-Leão doeu um salario minimo.
Tributo à Hailton Custodio
Outro dia recebi um daqueles chatos telefonemas de telemarketing querendo me vender alguma coisa. Quando a voz aveludada do outro lado da linha perguntou:
– Eu estou falando com Sr. Ailton Ferreira de Matos…? eu respondi na bucha;
– Não, é com ‘Airton’ Ferreira de Matos…
– Sr. Ailton… – e foi entrando na conversa. Eu repeti alto e bom som:
– Airrrrton…
– Como? Não entendi, Sr. Ailton
– Não. Meu nome é Airrrrton…
– Ah, desculpe, não estou entendendo… – E desligou o telefone.
Coloquei o aparelho no suporte e dei uma gostosa gargalhada. Primeiro pela ignorância e dificuldade da senhorita “voz aveludada” de pronunciar meu “r”. Depois de três vezes ouvindo claramente ‘Airton com r’, sem conseguir dobrar a língua, ela simplesmente desistiu de vender-me qualquer coisa. O motivo maior da gargalhada foi que eu descobri como me livrar de chatas e inconvenientes ‘vozes aveludadas’ que tentam nos vender até seguro de avião caindo. Agora quando alguém liga e pergunta;
– Eu gostaria de falar com o Sr. “Ailton” eu respondo calmo e sereno;
– Não tem ninguém aqui com este nome… – e desligo. Não tem mesmo. Eu não me chamo Ailton.
O fato é verídico e pode ter alguma utilidade pratica no dia-a-dia para quem tem nome que se modifica com uma letrinha, para se ver livre de chatos vendedores de maravilhas via telefone. Mas eu peguei o ‘gancho’ foi para falar do meu saudoso amigo Hailton Custodio, falecido precocemente em 2003.
Convivi desde o inicio dos anos 80 até a ultima sexta feira que antecedeu sua morte, com Hailton Custudio. Eu o chamava sempre de xará. Ele plagiava o nosso amigo comum Masaharu Sato, que só me chamava de “Sô Chips”.
Quando serviu o exercito, onde se engajou por alguns anos, Hailton foi um dos melhores atletas do 14º GAC e se tornou ‘peixinho’ do coronel, pela sua velocidade e habilidade com a pelota na ponta esquerda – como seu irmão Rieli. Ele era palmeirense de coração e chegou a jogar uma temporada no America-RJ. Foi um dos mais renomados e zelosos eletricistas de Pouso Alegre. Mas o que o projetou para o ‘estrelato’ de Pouso Alegre e região e em muitos dos grandes clubes de futebol do país, foi exatamente o futebol. Futebol de base, da garotada. Tinha faro para a descoberta de talentos e habilidade rara para lapidá-los. Hailton Custodio é da mesma geração dos boleiros que fizeram a historia do futebol de base da cidade. É do tempo do Agostinho, do Pingüim, do Tião Cueca, do Corinho, do João Cavalo, do arqui-rival Carpinetti, Salvador Lopes… Todos deixaram – alguns ainda estão em atividade – um imenso legado para o futebol amador. Pouso Alegre tem hoje o melhor ‘plantel de veteranos’ na faixa de 35 a 45 anos na regiao, graças às escolinhas de futebol destes professores.
Com todo respeito e admiração pelos demais, com certeza Hailton Custodio foi o mais apaixonado, mais organizado, mais polemico, mais brigador em defesa de seus pupilos. Era apaixonado também pelo Rubro Negro do qual era sócio e estava preparando o terreno para assumir sua direção no final de 2003. Tanto que mesmo depois de deixar a escolinha do clube, nos novos clubes CRAC e Manchester que criou e dirigiu,manteve as cores rubro-negras. Ganhou notoriedade nas preliminares dos jogos do ‘Pousão’ no campeonato da Segunda Divisão, na década de 80. Mas não hesitava em tirar seu time de campo se o adversário colocasse ‘gato’ – jogador mais velho – para jogar contra seus garotos. Ele não ensinava apenas futebol, ensinava também cidadania a seus pupilos de 9 a 19 anos. Fazia questão de levar autoridades aos locais de treino e jogos para mostrar o seu trabalho. No intervalo trazia os garotos em fila para cumprimentar respeitosamente o visitante. Quando meu pai faleceu, fui surpreendido pelo xará e seus alunos. Em pleno domingo à tarde ele levou dezenas de atletas do Manchester, devidamente uniformizados ao velório. Um a um os garotos vieram me cumprimentar. Não dá para esquecer! Fora de campo, em todas suas empreitadas, Hailton Custodio fazia um trabalho social com seus garotos, dando apoio e assistência material às suas famílias embora ele próprio não tivesse nada sobrando. Adorava rádios, tanto os aparelhos quanto “falar no radio”. Tinha rica coleção de rádios e vitrolas antigas em sua casa.
Certa noite de 1987 eu estava quieto no meu canto quando um Corcel II branco parou na porta de minha casa. Era Hailton Custodio.
– A Roberta Miranda vai cantar em Inconfidentes. Vamos lá… O prefeito vai colocar a gente no camarote – disse ele.
Fomos. Não tinha camarote. O show foi em cima de um caminhão Mercedes lonado. Ficamos atrás dela no caminhão, misturados com a parafernália de fios de microfones. Quando Roberta parou de cantar, nos distraímos com a platéia e quando nos viramos ela já havia desaparecido atrás do caminhão. Ah, quem nos colocou no palco com a cantora brega-romantica foi o vereador João Língua, amigo dele…
Em 88 fui jantar na casa do professor. Ele fazia questão de levar seus novos amigos à sua casa, servi-los bem e apresentar sua família. Depois do jantar ele nos levou ao terraço do singelo sobradinho em que morava, no alto do bairro da Saúde, olhou para a direção sul da cidade, esticou o braço e orgulhosamente falou;
– Olhe, aquele clarão vermelho é a cidade de São Paulo. Quanto mais escura estiver a noite, mais dá para ver as luzes da cidade. Vire um pouco de lado… dá para ouvir um pouco da balburdia da grande metropole!
Não consegui ouvir nada, mas a mancha rosada na direção de Estiva, bem poderia ser mesmo reflexos das luzes de São Paulo. Assim era Hailton Custodio. Se fazia eternamente lembrado pelos pequenos detalhes …
Hailton era uma pessoa simples, bondosa, caridosa, mas uma coisa que ele fazia questão – aliás como quase todas as pessoas de temperamento forte – da pronuncia e da grafia correta do seu nome. Certa vez ele recebeu uma homenagem do PAFC pelos relevantes prestados ao futebol de base do clube – coisa rara, pois o glorioso Rubro Negro do Mandu morreu justamente por não valorizar o futebol das categorias básicas. Ele ‘queria morrer’ quando pegou o diploma e lá estava com esmero desenhado à mão… “AYRTON” Custodio.
Na ultima vez que conduzi o programa “Direto do Esporte” na Radio Difusora, recebia quase toda tarde sua visita. Na época ele havia tido um revés financeiro – tivera furtada sua caminhonete carregada de fiação e material elétrico – estava com a escolinha inativa, mas ia sempre ao programa, querendo participar dele como comentarista. Ficava do outro lado do vidro, na sala de tecnica conversando com Luiz Gonzaga, esperando ser convidado. Numa semana de agosto o Flamengo estava treinando no CT do Oscar em Aguas de Lindoia. Eu e o parceiro Jose Henrique fomos lá entrevistar alguns jogadores para o programa. Hailton Custodio iria junto. Quando passei em sua casa de manhã ele estava deitado no terraço. Estava indisposto – coisa rara – era o prenuncio do aneurisma cerebral que o levaria na terça feira seguinte. Antes porém, um ultimo gesto, muito próprio do gentil Hailton Custodio! Quando chegamos para o programa na sexta feira, o estúdio estava aberto… sob a bancada, atrás dos microfones estavam duas viçosas laranjas pocãs… uma para cada um. Sem saber era sua discreta despedida.
Está acontecendo desde o dia 08 e vai até março a Copa “Airton Custodio” de Futsal, cujo responsável pela organização é o Sr. Jose Regis Catarino. Uma justa homenagem ao boleiro, ao cidadão Hailton Custodio que dedicou sua vida a ensinar futebol e cidadania aos garotos de Pouso Alegre e região. Meu amigo com certeza deve estar muito orgulhoso da homenagem. Mas, de lá da cabine de radio de São Pedro, ele deve estar com os braços cruzados olhando feio cá para baixo esperando que os organizadores e imprensa corrijam sua grafia. Se o homenageado for ele mesmo, seu nome é ““HAILTON Custodio””, por favor. Sua viúva Leonor e os filhos Danilo, Domenica, Douglas e Duílio – e este amigo – orgulhosamente agradecem.
Saudades, Hailton Custodio…
Mãe arma arapuca para o filho traficante
Baseado em denuncias de amigos ocultos da lei, autorizados pelo homem da capa preta, policiais militares fizeram uma visita ao jovem Dener Rafael da Silva Ribeiro, na rua Joao de Barros, no Jardim São João, anteontem. Ele não estava em casa mas sua mãe recepcionou os homens da lei e os deixou a vontade. Debaixo da cama do mocinho foi encontrada a prova do crime, 29 pedras beges fedorentas.
Dona Maria disse aos policiais que já puxou a orelha do filho do causa da droga mas ele não se emenda. Em novembro ele completou 18 anos e ela lhe deu o cartão vermelho. Disse ao filho:
– Se você não me obedece, quer sujar o nome da família e estragar sua vida!!! Tudo bem, mas vá fazer feiúra longe daqui. Pegue sua mala e … rua!!!
Mas o menino não ligou para a bronca. Continuou fazendo da casa da mãe o seu QG de drogas.
Como ele estava ausente, dona Maria pediu ao filho menor para chamar o mini-traficante pelo telefone. Ele veio. Chegou minutos depois e caiu direto nos braços da lei. Mas como todo mundo que o dá o tapa e esconde a mão, ele também tentou tapar o sol com a peneira… Disse que era apenas usuário e que a droga era do irmão, de 15 anos. Não colou. Se ele não saiu de casa numa boa quando sua mãe mandou, agora saiu na marra… direto para o hotel do Juquinha.
O Leleu também vai cair …
Aproveitando que estavam com a mão na massa, os homens da lei visitaram também o muquifo do garotão Leonardo Martins Bernardes, o Leleu, morador da rua Viçosa, no São João. Lá a prova do crime era ainda mais rica. Além de 24 pedras de crack prontinhas para venda, encontraram também um revolver HO calibre 32 com cinco munições. Como Leleu não estava em casa, naturalmente esquivou-se das pulseiras de prata, mas foi devidamente qualificado. Para não cair nas malhas da lei, só se soverter na face da terra. Agora a batata está assando pra ele…
‘Caixeira de armazém’ roda com R$ 150 no sutiã
Antigamente – aliás, bem antigamente – quando eu era um pequerrucho lindo e loiro, de cabeça chata, descalço e calça curta lá no meu amado Coutinhos, e ouvia alguém dizer “fulano agora é caixeiro no armazém do sicrano”, eu ficava tentando entender o que era isso. Mais tarde entendi que caixeiro era aquele funcionário de confiança, que cuidava do caixa, do dim-dim do patrão… E o dinheiro era guardado na algibeira da calça larga de brim caqui, azul chumbo ou verde bosta de vaca.
O jovem Tadeu, um mulatinho espigado que se tornaria contador, advogado e comerciante de ‘peso’, foi um destes caixeiros do armazém do Geraldo Correia, na esquina da praça Com. Ferreira de Matos – meu antepassado – em Congonhal. Quanta confiança o patrão tinha no empregado!!! Quanta mudança para os dias atuais. Hoje ‘os’ caixas e ‘as’ caixas de supermercado, com tudo automatizado, trabalham vigiados por câmeras que acompanham todos seus movimentos – Por que será??
Pois é, mas nem toda vigilância evitou que a jovem “caixeira”, N.C.S.Brunorio, 20 anos – hoje chamada de “operadora de caixa” – caísse em tentação… Ela começou trabalhar no Baronesa no mes passado e desde então seu caixa tem apresentado pequenas diferenças… Sempre para menos. Preocupados com este ‘desnível de caixa’ que pode abalar a economia da mina de ouro do patrão, um encarregado fiscal passou a monitorar seus passos, quero dizer suas mãos leves. Ontem, através do famigerado “Big Brother” que somente a ‘caixeira’ não sabia que existia, ele viu quando ela separou duas notas, uma de 50 e outra de 100 e depois de olhar ressabiada de um lado para outro, dobrou e colocou no sutiã. Na hora de fechar o caixa N. foi convidada a tomar uma ‘cafezinho na gerencia’. De lá desceu para a DP, sentou-se ao piano e assinou o 155. Mas não deu o braço a torcer… Disse que o dinheiro era troco de um celular novo que havia comprado, mas que ainda estava na loja. Ainda bem que era cedo da noite e nenhum ‘boi dormiu’….!!!
…Saudade dos tempos do ‘caixeiro de armazém…’