Adolescente morre na volta de Cachoeira

Os festejos carnavalescos de 2012 fizeram menos vitimas do que nos anos anteriores. Aliás, a criminalidade de maneira geral, deu uma folga este ano. Pouquíssimos e leves B.O.s exigindo a intervenção dos homens da lei foram registrados. Amém!!!
Mas…. como diriam alguns de meus conterrâneos; quem procura o capeta, no período de carnaval é uma boa ocasião para encontrá-lo…
O sinistro se deu na MG 173, no trecho entre o macambuzio trevo da BR 459 e Cachoeira de Minas. Os amigos Everton da Costa Sagiorato, 22, Yago dos Santos Constantino, 19, Israel Ribeiro Martins, 22, Karen Cristina da Cruz Pires, 22 e Michel Mohler Altíssimo, 17 anos, entediados com o carnaval de Pouso Alegre foram curtir a folia em Cachoeira de Minas. Quase todos beberam todas. Quando o sol ameaçou mostrar o bigode, resolveram voltar para casa no Fiat Punto prata conduzido por Everton, que dizia estar sóbrio.
O mais animado da turma era o caçula do grupo, Michel Mohler Altíssimo, morador do Jardim America. Segundo a passageira Karen Cristina, ele estava no banco da frente mas, queria viajar na janela, com metade do corpo para fora. Em dado momento o veiculo que voava baixo, a 130 por hora – você conhece a estrada de Cachoeira ? – saiu da pista, subiu no barranco, bateu nas arvores e desceu na ribanceira. Quando os que menos se feriram trouxeram Michel para cima, na estrada, ele já não respirava mais. Yago também sofreu fratura na clavícula e terá que passar por procedimentos cirúrgicos.
Quem anda de mãos dadas com a imprudência, não sabe onde vai parar…

Bebezinho desfila entre carros e carretas na Fernão Dias

Quem passou pela rodovia Fernão Dias no final da tarde desta terça teve a oportunidade de presenciar uma cena rara. Um tenro bebezinho desfilando pela pista de rolamento em meio a carros e carretas que passavam zunindo pela estrada…
Parecia cena do filme “Olha quem está falando”, com John Travolta e Meg Ryan, onde um gorducho bebezinho de menos de ano encontra a porta aberta e sai pela rua engatinhando, desviando hilariamente de incontáveis perigos. Mas não era ficção, era realidade nua e crua. O bebezinho de um ano e sete meses, que mora com a mãe há pouco mais de 50m da pista, achara a porta aberta e como era final de carnaval, resolveu fazer da rodovia sua passarela e saiu desfilando estrada afora.
Mas… você já viu criança andar sozinha? Claro que não!! Sempre tem um batalhão de anjinhos andando lado a lado, afastando os obstáculos. O anjo de Victor Hugo apareceu fardado, numa viatura azul e amarela. Ao ver a frágil criança cruzando a pista, o patrulheiro rodoviário, sem acreditar nos seus olhos, parou a viatura e tomou-a nos braços. Para garantir o sucesso do resgate, um motorista que vinha atrás parou sua carreta no meio da pista, fazendo o papel do “Boi Soberano”. Neste momento ao menos um dano se fez; Um caminhão que vinha logo atrás colidiu com sua trazeira.
Inocente como o anjo que é, Victor Hugo mostrou com o dedinho sua casa na beira da pista no bairro Furnas, município de S.S. da Bela Vista. A mãe relapsa, Vânia Lima da Silva, 21 anos somente deu pela falta do menino de fraldas quando o viu entrando em casa nos braços do patrulheiro. Disse ela que deixara o bebê aos cuidados da sobrinha L. de 15 anos enquanto fora ao banheiro.
Bem, entre mortos e feridos salvaram-se todos. Exceto Vânia que foi levada para a DP, sentou-se ao piano e assinou um B.O. por abandono de incapaz. Mais um vacilo deste e ela perde de vez o bebezinho. Ou para São Pedro ou para o Conselho Tutelar.

Adolescente coloca fogo em Senador Jose Bento

Quando despejou acetona nas costas da mãe e ateou fogo com um isqueiro, no dia 9 de janeiro ultimo, o garotinho W.W. não imaginou que estava acendendo uma polemica e colocando fogo nas opiniões dos moradores de sua pequenina e pacata cidade banhada pelo rio Cervo, ao pé da serra de Ipuiuna. O caso foi trazido à publico quatro dias depois através deste blog e além das dezenas de comentários abalizados e outros nem tanto, o post ganhou notoriedade… Desde então tem sido o mais visitado do blog. Pessoas que nem sabiam da existência de internet, em casa de amigos, vizinhos, repartições, ‘lan house’  já acessaram a matéria.
Mas o que causou tamanha procura pela noticia no blog não foi a historia deprimente do garotinho carente tentando chamar a atenção do mundo para seus próprios problemas… O que chamou a atenção foi a maneira como nós contamos o fato, situando-o no contexto histórico, geográfico e principalmente político do município. Aliás, a maioria dos internautas, pelo menos os que comentaram, somente se interessaram pelo cunho político da matéria. Que maravilha!!! Como eu fui feliz ao trazer à tona um pouco da historia política do município nesta matéria!!! Consegui chamar a atenção do cidadão senadorense – desculpem, é senadorense mesmo? – justamente em ano eleitoral… As opiniões, como tudo na vida são divergentes, mas com certeza o cidadão de Senador Jose Bento ficou muito mais politizado depois do incêndio do filho desnaturado.

A matéria sobre o pequeno Nero W.W. saiu melhor do que a encomenda. Atingiu em cheio o objetivo do blog.

 

*** Não deixem de ler o ‘comentario’ sobre os comentarios do leitor Emerson Gomes…

Detetive Sidraque é assassinado em Monte Sião – 22 de fevereiro

Olá meus estimados leitores.

     Já estava com saudades de vocês. Espero que tenham se divertido ou descansado muito no carnaval. O meu foi um pouco corrido. No sábado Festa da Uva em Vinhedo, domingo churrasco em família, segunda anfitrionando familiares e à noite o falecimento de uma pessoa querida me levou para o Rio de Janeiro. No final da quarta quando abri o computador recebi um convite irrecusável dos meus filhos para ver o São Paulo fazer um papelão diante do Bragantino… Só agora pude finalmente trazer alguma coisa de novo para vocês. Comecemos com o singelo tributo ao companheiro Sidraque…   

Em 1996 o capixaba Sidraque Correia da Rocha, 36 anos, veio para Minas em busca de sonhos e ingressou na policia civil. Alguns de seus colegas ouviram-no perguntar ainda na Acadepol;
– O que eu estou fazendo aqui? Por que será que entrei para a policia?
E ele mesmo responder…
– Acho que é por causa do meu senso de justiça, de heroísmo…
Esta conjectura introspectiva do jovem policial mostrou em pouco tempo a muita gente quem era Sidraque. Ele foi designado inicialmente para trabalhar em Pouso Alegre. Daqui seguiu para Extrema, de lá voltou para perto da família em Teófilo Otoni e, a pedido, voltou para o Sul de Minas… Para São Gonçalo do Sapucai, depois Careaçu, Silvianópolis e novamente Pouso Alegre.
Apesar de ter trabalhado em poucas cidades em 7 anos, ele se tornou conhecido e lembrado em todo o Estado, através do curso de formação policial que fez com outros 400 detetives de todos os rincões das Minas Gerais, na academia de policia civil. Conhecido justamente por este jeito às vezes introspectivo, outras expansivo, outras espeloteado sem dizer coisa com coisa, mas sempre com autenticidade, generosidade e bom humor.
Contam alguns colegas que, numa de suas tiradas, uma senhora chegou à recepção da delegacia de policia e disse que havia sido roubada, tendo o meliante levado todo seu dinheiro e seus documentos. Sidraque, olhando muito atentamente para ela exclamou;
– Nossa!!! E agora. O que a senhora vai fazer???
No segundo seguinte ele se deu conta de que ela estava ali em busca de respostas e atitudes e não de perguntas e tratou de registrar o B.O. para ela.
O policial de origem libanesa era na verdade um grande artista. Era musico, poliglota – falava razoavelmente sete idiomas – e nas horas de folga trabalhava de pintor de parede, cabeleireiro, dedetizador e dava aulas de grego, aramaico e latim.  Quando chegou a Pouso Alegre em l996, pintou todo prédio da delegacia regional… e não recebeu um centavo por isso!!

O domingo de carnaval, 22 de fevereiro de 2004, amanheceu chovendo em toda região. Durante uma pequena aragem por volta de dez da manha, Sidraque encontrou casualmente com seu destino. Ele voltava da feira trazendo frutas e verduras para a esposa e o casal de filhos imberbes que amava com fervor, quando surgiu à sua frente um cidadão que fora vitima de furto no dia anterior, informando que o suspeito estava num boteco ali perto e pediu providencias.
O policial que estava sempre à disposição de quem quer que o procurasse, se propôs abordar o suspeito sozinho, pois além de não dispor de tempo para buscar reforço, ele era o único investigador da cidade. O mocinho – mocinho mesmo, recém completados 18 anos, franzino – que realmente tinha culpa no cartório, passou sebo nas canelas e dobrou a serra do cajuru. Sidraque saiu nos seus calcanhares. Enfurnaram-se numa extensa área onde se começava um loteamento, em direção ao ribeirão e sumiram da vista da vitima e de dezenas de curiosos que acorreram para a porta do bar. Minutos depois ouviram três tiros vindos lá do ribeirão. Estremeceram tentando imaginar o que estava se passando. Um dos curiosos exclamou;
– Nossa… O Sidraque matou fulano…
Continuaram olhando estupefatos e no minuto seguinte avistaram o larapio – agora assassino – subindo o pasto do outro lado do ribeirão, até sumir de vista, levando a arma do policial. Quando a vitima e curiosos chegaram à beira do ribeirão, lá estava o detetive Sidraque com três tiros no peito, inerte
A chuva que ao que parece dera uma pequena trégua suficiente apenas para o sempre resoluto policial cumprir seu destino, voltou a cair torrencialmente sob o seu corpo e os de dezenas de policiais que varreram cada palmo de Monte Sião naquele domingo de carnaval, à procura do ladrãozinho pé-de-couve. Ele não foi encontrado. Oito meses depois, quando cheguei à bucólica e rica Monte Sião, tentei desenterrar o assassino do policial. Mas, sozinho, como os demais colegas, não obtive êxito.
Nunca soubemos o que aconteceu entre o policial e o meliante naquela beira de ribeirão. Só o que se sabe é que o policial tinha uma pistola carregada na cinta e seguiu a lei ao pé da letra enquanto o meliante, na primeira chance que teve … preferiu matá-lo com sua própria arma. Morreu o policial… morreu um artista, um cidadão admirável. E deixou como herança uma pensão de – descontados assistência medica, contribuição de aposentadoria, intermináveis descontos de empréstimos bancários – R$ 480 reais na época. E deixou também um colchão de casal, dois de solteiro, um fogão, um guarda roupa, um teclado, seus tesouros Mirna de 9 e Misaque de 11 anos… e sonhos, melancolia e saudade.

Libidinagem no bairro Limeira

Você acha que já viu tudo em termos de distúrbios de comportamento ou… sem-vergonhice? Então leia esta…
O pedreiro Geraldo Tarcisio Braga foi preso no final da tarde do dia 03 de fevereiro, acusado de praticar ato libidinoso em um menino 7 anos de idade.
No final da tarde fresca do dia 31 de janeiro, o garotinho F.A.G.Pereira, montou sua bicicleta e saiu pedalando inocentemente pela estrada do bairro Limeira. Mais adiante encontrou-se com o amiguinho J. de 14 anos – mui amiguinho – e continuaram a pedalar sem rumo. Foram parar na beira do curral da fazenda do avo de J. Lá, trabalhava o cidadão Geraldo Tarcisio Braga, 50 anos fazendo serviços rurais. Instado pelo pedreiro, o garoto J. segurou o garotinho F.A. atrás da porteira do curral e o marmanjo fez-lhe o característico gesto de masturbar o garotinho. Após alguns minutos de dupla violência, tanto a implícita quanto a física, satisfeito seu sórdido desejo, o pedreiro o garotinho, que foi correndo para casa. Passou os dias acabrunhado.
Tres dias depois, percebendo que ele não estava se comportamento bem, sua mãe resolveu levá-lo a um medico, antes, porém, deu-lhe um banho. Foi neste momento que a mãe percebeu que o garotinho tinha o pênis vermelho, esfolado e inchado. Interrogado o garotinho choroso e envergonhado contou à mãe o fato. Sem pestanejar a mãe procurou um medico que constatou as fissuras por sangramento recente, causadas por manipulação do pênis do infante.
Procurado pela indignada mãe e perplexo com a conjuntura, o delegado Bruno Lopes Pereira solicitou a prisão preventiva do pervertido.  Tudo aconteceu em tempo recorde. No final do dia o pedreiro Geraldo Tarcisio Braga, 50 anos, já estava batendo à porta do Hotel do Juquinha pedindo hospedagem gratuita, baseada no artigo 217 A do CP.
Com a rápida prisão do pedreiro tarado outros fatos libidinosos vieram à tona. Segundo sua ex-mulher E.T.Alves, que foi casada com ele durante 12 anos, tempos atrás, quando tinham um filho ainda imberbe, surpreendeu o marido em “colóquio sexual” com um rapaz de 30, dentro de sua casa. Na ocasião, com receio de que ele viesse molestar seu filho, pediu o divorcio.
Bruno, o delegado que pediu a prisão do tarado, disse que sua medida visava preservar também sua integridade, pois quando soubesse da libidinagem, o pai do garotinho certamente reagiria com violência. O Homem da capa preta parece ter concordado com ele!!!

Entrevista: O Delegado Regional de Pouso Alegre e seus desafios

        Ha quatro meses à frente da Delegacia Regional de Policia Civil de Pouso Alegre, o jovem delegado Flavio Tadeu Destro ja se tornou um pousoalegrense. Nesta entrevista para o Blog do Airton Chips ele fala um pouco dos desafios e metas da P.C., para prestar um bom atendimento à população, manter a criminalidade sob controle e combater o ‘cancer’ das drogas.

Airton Chips – Qual a maior dificuldade que o sr. encontrou ao assumir uma delegacia regional tão extensa, rica e populosa como a de Pouso Alegre com outras 34 cidades?

Delegado Regional – A Delegacia Regional de Pouso Alegre, justamente por atender 35 cidades, é a maior do Estado. São 14 sedes de comarca. Destas, apenas uma não possui Delegado de Polícia Titular. Gerir e administrar uma Regional deste porte exige dedicação em tempo integral. Todos os problemas, que não são poucos, toda demanda de pessoal, toda demanda de polícia judiciária e toda logística para fazer funcionar as Delegacias destas cidades são de responsabilidade do Delegado Regional. Por sorte, conto com o apoio e supervisão do Chefe do Departamento, Dr. João Eusébio Cruz, que foi meu antecessor na Regional e conhece muito bem os problemas da região, o que é fator facilitador para minha administração. Soma-se a esses fatores a grande área territorial que faz divisa com o Estado de São Paulo, o que necessariamente traz impactos nos índices de crimanalidade da região. Esses fatores, quando somados, nos dão a noção da complexidade que é estar à frente de uma Delegacia Regional como a de Pouso Alegre. Existem Departamentos de Polícia Civil espalhados pelo restante do Estado que são menores que a nossa Regional. Por conta de todos esses indicadores, não resta dúvida que estar como Delegado Regional em Pouso Alegre dará uma bagagem e experiência necessárias para continuar trilhando a carreira, para quem sabe, no futuro, almejar desafios ainda maiores.

A.Chips – Vimos Pouso Alegre crescer em todos os sentidos, inclusive em criminalidade. Temos no entanto, atualmente um indice muito baixo de crimes violentos, especialmente de homicidios – foram somente 9 no ano passado – A que o sr. credita este indice positivo?

F.T.D. – Ao trabalho realizado pelas Polícias Civil e Militar. Esta por prevenir. Àquela por investigar com afinco os casos de homicídio. Veja bem: a Polícia Civil é uma Polícia de exceção. Isso significa dizer que a regra é a não ocorrência de crimes através de efetiva prevenção, seja Policial ou social. Contudo, por mais que a prevenção seja eficiente, jamais ela conseguirá acabar com o crime. Isso é utópico. Mas sendo a prevenção policial ou social eficientes, o crime acontecerá em menor número. Como estamos falando em homicídio, quanto menor o número de casos maior a possibilidade de esclarecimento da autoria e materialidade, com o consequente julgamento dos autores pela justiça. O que temos experimentado em Pouso Alegre reflete exatamente isso, ou seja, como são poucos os casos de homicídios consumados, a Polícia Civil tem conseguido esclarecer 100% dos casos e com prisão dos autores. E essa sensação de efetiva punição do Estado é o que desencoraja os criminosos. Não posso deixar de reconhecer que o Poder Público em geral tem contribuído sobremaneira com esse baixo índice de crimes violentos, seja através da boa qualidade do ensino público e das demais políticas sociais, seja através do bom trabalho realizado pela Guarda Civil Municipal e também pela efetiva e eficaz atuação do Poder Judiciário e do Ministério Público em nossa Comarca.

A.Chips – O sr. Naturalmente conhece o projeto ‘48 horas’ implantado anteriormente em Pouso Alegre, com otimos resultados. No ano passado, com a carencia de pessoal e uma greve que durou mais de 70 dias, o projeto ficou meio esquecido. O sr. acredita no projeto e pretende reativá-lo?

D.Regional. – Sim, conheço esse projeto. Me lembro que no ano de 2010, quando ainda era Delegado Regional em Ouro Preto, em uma reunião de Chefes de Departamento e Delegados Regionais em Belo Horizonte, o então Chefe do 17º Departamento de Pouso Alegre, Dr. Carlos Eduardo Pinto, apresentou aos presentes o Projeto 48 horas. Confesso que fiquei impressionado com a qualidade do Projeto, mas principalmente pelos resultados obtidos. Recordo-me que no primeiro trimestre de 2010 nenhum caso de homicídio havia sido registrado em Pouso Alegre. Em situação normal, nenhuma cidade brasileira, com população semelhante a de Pouso Alegre, registraria índice zero de homicídio em espaço grande de tempo com esse. Mais importante que garantir a apuração de 100% dos casos, é não haver homicídio a se apurar. E esse Projeto fez exatamente isso: impediu, através da prevenção eficaz e também da apuração eficaz, a prática de delitos de homicídio. Para o sucesso do Projeto, contudo, há que se deslocar policiais em número suficiente para dar pronta resposta. Embora tenhamos efetivo reduzido, nada impede que esse Projeto volte a funcionar em sua plenitude. Devo registrar que mesmo com efetivo reduzido temos dado excelente resposta aos casos de homicídio que vem ocorrendo em nosso Município.

A.Chips – É publico e notorio que hoje mais da metade dos crimes em todos os quadrantes do país, esta relacionada a drogas. A equipe de combate ao trafico na cidade no entanto, está reduzidíssima, menor do que anos atras. O que o sr. planeja fazer para incrementar o combate ao trafico que cresce dia-a-dia?

D.Regional – A Polícia Investigativa, como é o caso da Polícia Civil, deve suprir sua carência de pessoal usando tecnologia. Estamos na segunda década do terceiro milênio e temos que utilizar os recursos tecnológicos disponíveis a nosso favor. Com o crescente aumento da população, crescem os problemas como desemprego, miséria, fome, o que fatalmente irá refletir na segurança pública. É muito difícil para o Estado contratar funcionários em número que imaginamos ser o ideal. São vários os obstáculos, como questões orçamentárias, Lei de Responsabilidade Fiscal, aposentadorias. O que precisamos é otimizar nossos recursos, colocando a tecnologia para fazer aquilo que demandaria vários servidores. Vivemos hoje a era da informática, da tecnologia de ponta. É impensável uma Polícia Investigativa que não faça uso desses recursos. O combate ao tráfico de drogas, por exemplo, deve ser feito com uso de recursos tecnológicos. O desafio da Polícia Investigativa é exatamente esse: realizar investigações mais eficazes em menor espaço de tempo, utilizando-se de mais tecnologia e menos policiais.

A.Chips – O setor de inteligencia da regional de P.Alegre tem sido muito eficiente e fundamental na apuração dos crimes, mas não sobram policiais para o trabalho de campo, para inibir o crime com a presença ostensiva. Como resolver isso?

D.Regional – Realizar policiamento ostensivo é atribuição da Polícia Militar. Os Policiais Civis continuam a realizar trabalho de campo como sempre fizeram. Só que o trabalho de campo realizado pela Polícia Civil não pode e não deve ser ostensivo, já que nossos policiais trabalham de forma velada. Após todo trabalho realizado, caso seja necessário, nossos policiais saem uniformizados em diligências, não com finalidade ostensiva, mas sim repressiva.

A.Chips – Pequenos roubos à estabelecimentos comerciais, praticados por motoqueiros, dificultando com o capacete, sua identificação, tem se tornado corriqueiros na cidade e região. O que a policia civil e a população podem fazer para evitar esses roubos e acabar com a farra destes assaltantes?

D.Regional – Estamos intensificando as investigações nos casos de roubos praticados nessas circunstâncias. Não pensem os bandidos que usando capacetes ou algo similar irão impedir a Polícia Civil de identificá-los. Não posso, por ora, citar as medidas que estamos adotando para identificá-los, tendo em vista o sigilo necessário para o sucesso das investigações. Logo teremos notícias sobre o encerramento desses trabalhos. Já em relação à população, pequenos hábitos podem ajudar a evitar esses roubos ou pelo menos diminuir sua incidência, como colocação de câmeras de vigilância, o que facilita a identificação dos bandidos, evitar manter nos estabelecimentos grande quantidade de dinheiro ou mesmo objetos de valor à vista de qualquer pessoa, e claro, a participação dos órgãos de segurança pública nesse processo, seja prevenindo o crime com policiamento ostensivo, seja identificando e prendendo os autores através do policiamento repressivo.

A.Chips – Visando cumprir a carga horária de 40 horas semanais prevista em lei, desde abril do ano passado não existe mais delegados de policia nos municípios e comarcas do Estado depois das 18h e finais de semana. A lavratura de flagrante de toda natureza tem sido feita nas delegacias regionais para onde são conduzidos todos os envolvidos no ilícito. Esta situação, que é prejudicial ao Estado e ao cidadão vai perdurar? Como o Sr. vê esta conjuntura?

D.Regional – Sim. A princípio isso deve continuar. Mas antes de falarmos sobre os plantões regionalizados, temos que saber os motivos que levou a sua implantação. Como todo e qualquer trabalhador, o Delegado de Polícia possui direitos e não apenas obrigações. Dentre seus direitos, existe aquele que lhe garante o descanso físico e psicológico após o trabalho diário de 8 horas, somando-se 40 horas de trabalho durante a semana. O que sempre foi de costume, era que Delegados lotados em Comarcas menores, portanto o único Delegado que atuava na cidade, após o expediente normal de trabalho, era acionado durante as madrugadas e finais de semana para atender as ocorrências que aportavam na Delegacia. Esse Delegado permanecia à disposição do Estado os 7 dias da semana e às 24 horas do dia. Ao invés de trabalhar 40 horas semanais conforme determina a lei, ele ficava à disposição por 168 horas durante a semana. Portanto, visando humanizar a atividade desenvolvida pelos Delegados, criaram-se os plantões regionalizados nas sedes de Delegacias Regionais, onde não mais se trabalha além das 40 horas semanais. Com isso, os horários que excedem essa carga normal de trabalho são compensados com folgas durante os expedientes. Esse é o motivo de algumas Delegacias não terem Delegados por um dia durante a semana. E isso também se aplica aos demais Policiais Civis, como Investigadores, Escrivães, Peritos e Médicos Legistas. É evidente que da forma como está a sociedade fica prejudicada. Tenho consciência disso e isso me incomoda muito, na medida em que não disponho de recursos para solucionar esse problema. Qualquer Delegado Regional do Estado que crie uma escala de plantão que ultrapasse às 40 horas semanais se sujeita a responder por improbidade administrativa com possibilidade de perda do cargo não de Regional, mas de Delegado de Polícia que é. Somente com concurso público visando à contratação de novos servidores é que essa situação poderá ser modificada.

Bem, agora que já conhecemos o profissional, vamos conhecer um pouco do cidadão Flavio Tadeu Destro.

* Estado civil – Casado
* Time do peito – São Paulo
* Prato predileto – Rodízio de carnes
* Melhor livro – Obras jurídicas em geral
* Melhor Filme – Os de comédia
* O que vê na TV – Esporte e notícias
* O que faz quando não “está” delegado – Trilha de moto, futebol, passeio com a família
* O que faria se não fosse policial – Se não fosse Delegado de Polícia seria advogado, mesmo porque sou inscrito na OAB
* Um fato marcante – nascimento das minhas filhas
* O que gostaria de ver – Saúde e educação públicas de qualidade.

Mesa Redonda – Futsal em debate

O departamento de Esportes da Secretaria Municipal de Esportes de Pouso Alegre realizou na ultima terça feira (14) uma “mesa redonda”, buscando traçar metas para o Futebol de Salão da cidade.
A reunião aconteceu nas dependências da Praça de Esportes Prefeito Alvarim Vieira Rios – Rosão – e contou com a participação do diretor de esportes Jose Carlos “Espoleta” do Nascimento, da funcionaria Mariangela Padilha, do presidente do Conselho Municipal de Esportes, Professor Walter, técnicos esportivos, árbitros de futebol, atletas e mães de atletas.
Durante mais de duas horas os desportistas debateram valores e carências do segundo esporte mais praticado no país, o Futsal.
Ao final dos debates, os participantes da mesa redonda apresentaram as sugestões para valorizar e incrementar a pratica do Futebol de Salão na cidade, das categorias de base ao masters.

Eis as sugestões apresentadas:

1. Criação de uma Liga de Futsal em Pouso Alegre, em todas as categorias, masculino e feminino;
2. Dividir dentro da Liga Campeonatos de 1ª e 2ª Divisão;
3. Incluir Campeonatos Masters
4. Liga Estudantil de Futsal, dividir as categorias em: 96, 97
98, 99, 2000 e 2001;
5. No TEMPA premiar todos os atletas em forma de Festival;
6. Promover cursos de Arbitragem de Futsal;
7. Reformas das Quadras dos Bairros e Projeto para cobertura das mesmas;
8. Disponibilizar horários nas quadras para os atletas da zona Rural e organizar torneios;
9. Aquisição de materiais esportivos (bolas, coletes, uniformes, etc…);
10. Transporte para os atletas dos Bairros treinarem na Praça de Esportes;
11. Escolinhas de Futsal nos Bairros com Professores/Estagiários da Secretaria de Esportes;
12. Atendimento de emergência nos eventos esportivos (ambulância, médico, enfermeira…);
13. Praça de Esportes ser transformada em um Centro de Excelência de Futsal (Seleções de Base em todas as categorias);
14. Incentivo aos atletas para treinamento: transporte, alimentação e assistência médica e social;
15. Valorização profissional: Cursos de Capacitação;
16. Criação de Torneios de Futsal para as indústrias;
17. Incentivar, patrocinando as Escolinhas de Futsal que existem nos Bairros e Escolas (dando bolas, redes, coletes, etc…);
18. Criar um projeto a longo prazo, planejado e discutido para todos que vivem o esporte amador, que possam unir a sociedade esportiva de PA;
19. Criar parcerias com as empresas da cidade através das leis existentes;
20. Disputar Campeonatos Mineiros de Futsal, valorizando os atletas locais;
21. Aproximar a relação com os treinadores de Futebol Campo, mostrando a importância do Futsal na carreira de um jogador de Futebol de Campo;
22. Incentivar a prática do Futsal Feminino com Escolinhas nos Bairros;
23. Calendário Anual dos Eventos Esportivos.

São excelentes idéias, que se colocadas em pratica, despertará o interesse e motivará velhos e novos atletas e desportistas amantes da bola pesada. A criança, o adolescente, o jovem precisa ocupar seu tempo com uma pratica esportiva. Faz bem e é necessário ao corpo e ao espírito. A cidade merece uma organização esportiva que a destaque no cenário regional.
Já vimos e já participamos de discussões e planos semelhantes… que infelizmente não foram adiante. Quiçá as sugestões não sejam fogo de palha de ano eleitoral, até porque, o fomento à pratica esportiva, a organização, o incentivo, a valorização, devem fazer parte das prioridades de toda administração municipal. É direito do cidadão, dever do Estado.
É alentador ver que o velho e experiente professor Walter, os abnegados professores Ricardinho e Vitor e outros que estão chegando ainda mantêm viva a chama de um esporte vigoroso e apaixonante na cidade. Bom também saber o vitorioso “Espoleta”, cujo talento aflorou no saudoso e brejeiro “Vasquinho” e ganhou o mundo, está de volta à terra para emprestar seu prestigio ao esporte.
Sucessos…

Assaltantes americanos dançam em Ouro Fino

Eles caíram literalmente quando tentaram furar o bloqueio policial em Jacutinga, com uma bolsa cheia de jóias roubadas em Ouro Fino.
Ontem de manhã o garotão Wesley Macedo, morador da cidade paulista de Americana convidou o comparsa M.M.Luz para fazer uma ‘fita’ na terra do Menino da Porteira. Vieram numa motocicleta Honda CG 125, trazendo na mochila vazia um trabuco e uma faca. Chegaram cedo. Passaram o dia observando o movimento do centro da cidade, esperando o momento propicio para dar o bote. As cinco e meia da tarde bateram à porta da joalheria Raffine. Para desfrutar de atendimento vip e personalizado, baixaram as portas e ficaram à vontade. Amarraram as balconistas R.M.R. Fernandes e M.R.Simoes com fita adesiva, trancaram no banheiro e fizeram a festa. Jóias, folheados, relógios, tudo que coube numa mochila e retomaram a viagem de volta para Americana, há 140 km dali.
Quando conseguiram roer as fitas com os dentes as balconistas colocaram a boca no trombone e imediatamente o cerco da PM se fechou. Suspeitando que a dupla voltaria para casa pela MG 290, os homens da lei montaram barricada e ficaram esperando na entrada de Jacutinga. Como era de se esperar os assaltantes não entregaram facilmente o ouro para os bandidos, quero dizer, as jóias para a policia… Tentaram furar o cerco e a motoca e seus dois ocupantes foram se espatifar contra a viatura policial atravessada na estrada. Com eles estava a mochila de ouro, a faca e a pistola… de brinquedo, usadas no assalto.
O garotão M.M.Luz de 16 anos, que pela segunda vez se envolve num 157 foi feliz, quebrou apenas um braço. Seu comparsa Wesley Macedo, 20 anos, conhecido em Americana pela alcunha de “Fumaça”, sofreu múltiplas lesões. Ele está internado no hospital de Jacutinga em estado grave, com serio risco de morrer. Se o ladrão americano de joias, Wesley Fumaça, não virar cinzas, deverá assinar o 157 e levar vida de bijouterias no velho hotel Menino da Porteira…

Simplória & Finória atacam em São Lourenço

Apesar da facilidade que os vigaristas cibernéticos encontram diariamente para tomar o rico dinheirinho dos ingênuos – e gananciosos – sem ter que mostrar a cara lavada e portanto sem correr riscos, através da ligações telefônicas, o velho e bom Conto do Vigário, praticado em dupla pelo “Zé coitado” – o Simplório – que atrai o otário e o Zé Arrojado – o Finorio – que dá o golpe de misericordia, continua fazendo vitimas.
O velho e mágico conto se repetiu esta semana na Rainha do Circuito das Águas, São Lourenço.  J.M.B. acabara de sair do banco Itaú, onde sacara R$ 2 mil reais quando uma mulher magra e parda de vinte e poucos anos se aproximou, jogou uma carteira recheada de papeis no chão e falou com voz mansa e olhar piedoso;
– Moço, o senhor deixou cair sua carteira…
Enquanto o eletricista de 62 anos tentava explicar que não havia perdido nada, surgiu “Finória”, cerca de 60 anos, bem vestida, boa prosa e generosa e foi logo dizendo;
– Sangue de Jesus tem poder!! Ainda bem que vocês acharam minha carteira. Está cheia de cheques que eu ia depositar no banco. Vou dar uma gratificação para cada um de vocês…
Dizendo isso e muito mais sem dar tempo  ao eletricista de ordenar as idéias, disse à “Simplória” sua comparsa;
– Minha loja Styllus fica ali depois da esquina. Leve este bilhete meu e peça ao gerente para te dar um par de sandálias da sua escolha. Deus seja louvado, foi Ele que colocou vocês no meu caminho. Deixe sua bolsa aqui que seguro para voce…
Simplória agradece muito, pega o bilhete se afasta e volta minutos depois com um par de sandálias numa caixa e torna a agradecer o presente por ter encontrado a ‘carteira’ da 171. A mesma proposta é repetida ao eletricista e ele também deixa sua bolsa, com o dinheiro que acabara de sacar no banco, R$2 mil e mais alguns trocados que tinha no bolso, nas mãos da “Finória” e também vai buscar seu ‘premio’ na loja. Quando cansa de procurar a sapataria que nunca existiu, volta ao local do encontro e não encontra mais ninguém. Só então se dá conta de que caiu no Conto do Vigário. A esta altura Simplória & Finória já estavam chegando a Caxambu em busca de mais um otario.
Parece difícil acreditar que é fácil assim tomar dinheiro dos outros não é mesmo? Pois é muito fácil. Na modalidade ‘bilhete premiado’, onde o premio pode chegar a milhões e conseqüentemente a gratificação por ter ajudado a receber o premio costuma ultrapassar três dígitos, o sujeito que cresce o olho no ‘premio’ alheio, chega a voltar ao banco para sacar mais dinheiro para entregar ao ‘simplorio’ como prova de confiança, em troca da gorjeta. Há casos em que o otario faz empréstimos bancários para entregar de mão beijada aos vigaristas. Boa parte das pessoas ludibriadas não procura a policia para dar queixa… de vergonha. E nem adianta mesmo, pois a possibilidade  de “Simplório & e Finório” cairem nas malhas da lei é a mesma de você ganhar na mega sena.
Não dê sopa para o malandro em prato fundo!!! Quer ganhar R$ 100 mil reais? Comece já a trabalhar e economizar…

Cinco quilos de maconha plantada na areia no Cidade Jardim…

A policia civil prendeu no inicio da tarde desta quinta o traficante Maycon da Silva Candido e com ele quase cinco quilos da erva marvada. Os homens da lei chegaram até o distribuidor de drogas no Cidade Jardim, com ajuda do seu maior aliado… o “amigo oculto da lei”. O amigo, no entanto, somente deu sua valiosa informação, para completar um serviço feito pela Policia Militar no ultimo sábado. Naquela ocasião os PMs, de posse de um Mandado de Prisão Temporária solicitado pelo Delegado Gilson Baldassari no primeiro dia do ano, prenderam Ronan da Silva Candido, irmão de Maycon e o encaminharam para o hotel do Juquinha. Ontem o “amigo oculto” ligou para a DP e sem saber o motivo da prisão de Ronan, disse em tom de troça;
– Vocês prenderam o cara errado…!!! O bandido lá é o Maycon. Ele tem mais de cinco quilos de maconha escondida na casa de um primo dele no outro quarteirão, perto de sua casa, para distribuir no carnaval…”.

Com as informações o Delegado Gilson Baldassari reuniu seus pupilos e foram tomar o café da tarde no Cidade Jardim.      Abordado quando tentava sair de casa pilotando uma motocicleta, Maycon se borrou todo e suou frio diante dos policiais. Nervoso, contraditório, sem conseguir tapar o sol com a peneira levou os detetives até a residência do primo G.F.S.Rodrigues há duas quadras dali, onde guardava a droga. Revirando um monte de areia no quintal, um a um os tijolos de maconha envoltos em papel alumínio foram aparecendo. Depois de assinar o 33 Maycon, de 22 anos, foi fazer companhia ao irmão mais novo no Hotel do Juquinha.
Ronan o moço preso no sábado, estava sendo procurado desde o apagar das luzes do ano passado. Segundo levantamentos do Delegado Gilson e seus agentes, ele é responsável pela morte do vizinho João Balaio na virada da noite do dia 30 de dezembro, com vários tiros no abdome. Apesar de ter sido preso por engano conforme disse o “amigo oculto da lei”, Ronan deverá se hospedar por muito mais tempo do que o irmão traficante no hotel do Juquinha.

Castelo construido na areia… tende a desabar…

Maycon da Silva Cândido