Bora Viajar!

“Nas páginas dos livros passeamos, conhecemos lugares, pessoas, vidas, histórias…

Nas páginas dos livros sorrimos, emocionamos… às vezes choramos!

Nas páginas dos livros descobrimos, identificamos, formamos opiniões, valorizamos, respeitamos, amamos…

Nas páginas dos livros nos divertimos, relaxamos, espairecemos…

Nas páginas dos livros ficamos mais ricos… de cultura, de conhecimentos!

Airton Chips”

Gregório estava perdido nos papeis da empresa no seu escritório quando o celular vibrou sobre a mesa. ‘Desconhecido’, leu ele na tela colorida, antes de tocar no aparelho. Mas resolveu atender assim mesmo. Quem sabe esquecia um pouco as contas. Tocou na tela e levou o aparelho à orelha.

– Cê tá maluco, mano!  Que doidera é essa de confessar o sinistro?… – disse a atabalhoada e abafada voz do outro lado da linha.

– Quem está falando?

– É o Pafúncio, cara! Chegou uma ‘pipa’ aqui pra mim que você vai abrir o suicidamento pros tiras! Cê tá louco? Isso dá cana pra cacete!!!

– Ô,ô,ô… que ‘pipa’, que ‘abrir’, que ‘suicidamento’? Não estou entendendo!

– Escuta aqui, vacilão… eu tô preso em Jabuti. Caí numa parada aí fazendo uma mula, assinei um BO ferrado! Pior, eu estava de saidinha de uma cana de 33! Agora sou reincidente. De repente chegou uma fita aqui pra mim que os ‘zomi’ descobriu tudo… Foram lá na cidade vizinha; foram no buteco que a gente apagou o cara; acharam o chumbinho no estômago do mané; te enquadraram e você abriu o bico, seu talarico! – falou a voz agressiva no aparelho.

Gregório se levantou rapidamente e trancou a porta do escritório. Não podia correr o risco de alguém ouvir aquela conversa. Estava apavorado. Suava frio. Voltou a sentar-se atrás da mesa, mas não conseguiu ficar sentado. O que estava acontecendo? Que conversa era aquela? Quem descobriu o quê? Já fazia um mês que Jacinto havia sido enterrado e com ele todo o macabro segredo. Desde o sepultamento ninguém mais tocou no assunto da morte dele. Aliás, suicídio era tabu na cidade… Ninguém ousava comentar! Ele nem se lembrava mais de Pafúncio. Espere! – pensou – como ele conseguiu meu celular? Tentou se acalmar… E acalmar seu interlocutor.

– Não entendi… Se você está preso, como você está me ligando?

– Deixa de ser mané! Celular na cadeia é mais fácil do que nota de dez! Mas afinal, o que está acontecendo nesta biboca de cidade? Como acharam o rastro…

– Eu não sei. Estou tão surpreso quanto você. Não ouvi nem o mais leve rumor a respeito… Fui à missa de sétimo dia com minha tia. Ninguém tocou no assunto. Como você achou meu celular? Eu joguei o velho no rio naquela noite!…

– O número do novo estava na pipa que trouxe a caguetagem. Resolve essa parada aí, mano. Não tô a fim de passar trinta anos vendo o sol nascer quadrado aqui, não…

 

*** Se você quer continuar essa viagem, navegue pelo livro “Quem Matou o Suicida!”

Bora Viajar!

“Nas páginas dos livros passeamos, conhecemos lugares, pessoas, vidas, histórias…

Nas páginas dos livros sorrimos, emocionamos… às vezes choramos!

Nas páginas dos livros descobrimos, identificamos, formamos opiniões, valorizamos, respeitamos, amamos…

Nas páginas dos livros nos divertimos, relaxamos, espairecemos…

Nas páginas dos livros ficamos mais ricos… de cultura, de conhecimentos!

Airton Chips”

“Virei-me no vão da porta da inspetoria e dei de cara com o molecão gorducho e cabeludo olhando pra mim. “Pomarola”, que alguns anos mais tarde também se tornaria Detetive, meio sem jeito falou:

– Policial, saiu um cara correndo algemado ali no beco da delegacia…

Não fiz nenhuma pergunta! Nem precisava… Entendi de imediato que Peixinho havia fugido. Virei nos cascos e saí no encalço do fujão com toda velocidade que podia. Ao sair na porta da delegacia os olhares dos curiosos me mostravam a direção a seguir. Desci a Herculano Cobra, virei a João Basílio, cruzei a Mal. Deodoro e quando cheguei à linha férrea que margeava a avenida Brasil tive que ser novamente guiado por um transeunte. Antes que eu perguntasse, ele respondeu esticando o braço para a Rua Antônio Vasconcelos.

– Foi pra lá…!

Desci dos trilhos e continuei em frente com meu velho HO enferrujado na mão, sem avistar Peixinho, seguindo apenas o olhar dos curiosos – afinal, não é todo dia que um sujeito passa na frente da nossa casa com um par de pulseiras de prata nos braços correndo como se fosse tirar o pai da forca!

A rua acabou, um terreno baldio surgiu à minha frente e logo em seguida a Perimetral, em obras. Mais Alguns metros cheguei à foz do maior esgoto da cidade, conhecido pelo apelido irônico e nojento de “Pão de Açúcar”, no Rio Mandu. As águas da enchente haviam baixado, mas tinham deixado as margens do rio mais lisas do que bagre ensaboado. Era preciso diminuir a velocidade e redobrar os cuidados para se manter em pé. Finalmente, desde a delegacia, avistei meu peixe trotando lentamente na lama fina na margem do rio em direção à ponte do velho Aterrado. Corri pela duna que margeava o rio, menos barrenta, e quando desci das dunas para agarrar o fujão, ele assustou-se com o barulho da capituva e virou-se para mim. Ao ver o cano do velho trabuco a um metro do seu nariz, sem pestanejar e sem pensar nas consequências, o meliante algemado pulou no rio que ainda exibia um resto de enchente. Tive que parar um segundo para pensar.

– “E agora? Se pulo na água com a arma na mão, não conseguirei nadar… e talvez tenha que usá-la! Se pulo sem ela, talvez não dê conta do meu prisioneiro! Se não pulo, ele atravessa o rio e vai embora levando minha pulseira de prata… me deixando com cara de tacho! Que fazer”?

 

*** Se você quer continuar essa viagem, navegue pelo livro “Meninos que vi crescer!”

“Quem matou o suicida”

O crime que deu titulo ao livro…

O pescador pedalava lentamente sua bicicleta pela trilha batida que saía na estrada, quando sentiu necessidade de fazer xixi. Passara as primeiras horas da manhã dando banho na minhoca na beira do rio e mal pescara meia dúzia de mandis. Na verdade, ele sabia que seria assim. As águas do Rio Lambari estavam muito sujas para pescar alguma coisa além de mandi. Só foi para a beira do rio por dois motivos: para manter o hábito… e para ficar longe da mulher! Encostou a velha bicicleta roxa com cesto na traseira e as varas de pesca amarradas ao quadro, em um arbusto na beira da trilha, entrou no mato e foi logo abrindo a braguilha.

Enquanto a bexiga lentamente esvaziava, deixando aquela sensação de alívio, deixou os olhos divagarem para o interior da mata. Observou os galhos, os cipós, um pássaro marrom de calda longa… – dizem que é alma-de-gato! De repente seus olhos pararam em um vulto pendurado num galho. Antes mesmo de fechar a braguilha inclinou o corpo tentando ver melhor o vulto. Sentiu um calafrio. Deu dois passos à direita, levantou um galho que dificultava a visão e… Arregalou bem os olhos!

Era mesmo uma pessoa!

A cena era macabra!

O corpo rijo pendurado na forquilha da árvore, com os pés a menos de um metro do chão, parecia balançar suavemente, não tanto pela brisa suave que penetrava através da folhagem, mas pela nuvem de mosquitos que se deliciava com o corpo em putrefação.

Martim Pescador, 55 anos, já vira pessoas mortas, inclusive por causas externas, mas a visão o deixou impressionado. Ainda com os pés fincados no chão, percorreu os arredores num raio de cento e oitenta graus procurando alguém com os olhos. Não viu ninguém e o silêncio confirmou: estavam sozinhos! Deu alguns passos à frente e foi circulando o palco, até ficar de frente para o pendurado…

– “Meu Deus! É o Jacinto…

…………………………………………………………………………………………………………………………

Um corpo inerte e sem vida pendurado na ponta de uma corda, no galho de uma árvore no meio do mato, acima de um banquinho jogado de lado, certamente encerra a história do enforcado! Mas pode começar uma intrigante história de mistério, de amor, de paixão, de dinheiro… – ou falta dele!

O que, aos olhos dos familiares, dos amigos, dos curiosos e até da polícia – aquela que se limita a cumprir o ‘horário de expediente’ – parece um típico suicídio, para um policial de verdade, aquele que ama o que faz e busca esclarecer os fatos e colocá-los na mesa do Homem da Capa Preta, pode ser um crime! Um crime covarde, tramado e executado pelo vizinho do lado, por um desconhecido ou até pelo amigo de baladas!

      No controverso título “quem matou o suicida”, mais importante do que saber quem é o assassino, é perceber a fragilidade da investigação policial que, por isso mesmo, na maioria das vezes deixa o assassino impune. O tino policial, a argúcia do velho detetive e o desfecho da história de “Quem matou o suicida”, no entanto, ‘pagam o ingresso’!

     “Quem matou o suicida” é apenas uma das histórias deste livro, que desnuda o heroísmo do policial, que o exibe como um mortal comum, sujeito a erros, medos, deslizes profissionais e… traições. “O último dia do policial”; “Por que os cães não atacavam Fernando da Gata?”; “O batateiro do bigode falho”; “Os fantasmas do velho hotel da Silvestre Ferraz”. Histórias macabras como “O esquartejador de Silvianópolis”; “O assassinato de Silvio Santos”; “Larissa de Extrema”; “Larissa de Pouso Alegre” são uma amostra disso.

      E tem muito mais.

      Além dos casos policiais, vivenciados ou investigados pelo autor, o livro traz histórias de vida tais como: “Maria, 90 anos de solidão”, “Guermina e o Catre”, “O menino que dormia sobre as caixas de maçã”…

      É impossível não se emocionar com o drama vivido por “Paulinho & Mariana, os pais do nóia JC”. Ou não ligar o sinal de alerta com a precocidade com que os adolescentes iniciam nas drogas, e seus riscos, em: “Tragicomédia no Hospital Frei Caetano”.

      Traz também histórias hilárias como “A múmia de Bueno Brandão e os Três ossos pequenos”; “O louco e a cascavel” …

      O bucolismo, o saudosismo e a transformação sociocultural de Pouso Alegre no último meio século pode se ‘pegar com a mão’ nas histórias “Ribeirões da minha infância”; “A lenda do Zorro da Zona Boêmia”; “O mistério do Corpo Seco” – que misteriosamente ‘sumiu’ do primeiro livro do autor – e; “Anos 70, a década de ouro da humanidade”.

     Enfim, uma obra para matar a saudade dos tempos idos, desnudar a alma do ser humano, e constatar que ainda existem profissionais que amam o que fazem – profissionais capazes de levar uma “Mensagem à Garcia” -, mas estão cada vez mais escassos!

     Tudo isso narrado com bom humor e de um jeito gostoso de ler, por alguém que viveu a vida toda em contato com as pessoas, nas ruas, há décadas contando casos policiais na imprensa de Pouso Alegre.

     Boa leitura!

     Airton Chips

* Para continuar a ler e saber “Quem matou o suicida”, adquira seu livro físico numas das livrarias ou bancas de jornais de Pouso Alegre, ou através da nossa loja virtual. Você pode ler também ‘online’, na Amazon.com.br

Verdades e mentiras sobre a loira gelada!!!

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   * O uso continuo do álcool pode levar ao uso de drogas mais pesadas?

– Não. Pois o álcool já é a droga mais pesada das drogas. Observe que uma garrafa de cerveja pesa cerca de 900 gramas!

      * A cerveja causa dependência psicológica?

– Não. 89,7% dos psicólogos e psicanalistas entrevistados afirmam que preferem whisky!

     * Mulheres gravidas podem beber sem risco?

– Pode. Está provado que nas blitz da policia, gestantes nunca são testadas. E quando elas tem que andar em linha reta, os guardas acham que ela está torta pelo peso da barriga. Ou seja, não há risco de ser presa.

     * Cerveja pode diminuir os reflexos dos motoristas?

– Não. A Universidade do Oregon fez a seguinte experiência com mais de 500 motoristas: Foi dada uma caixa de cerveja para cada um e, em seguida, colocaram um por um diante e um espelho. Em nenhum dos casos os reflexos foram alterados.

     * Existe alguma relação entre bebida e envelhecimento?

– Sim. A bebida envelhece muito rapido. Para se ter uma ideia, se você deixar a cerveja aberta sobre a mesa por muito tempo sem um acondicionamento especial, ela perde o seu sabor em aproximadamente quinze minutos.

      * A cerveja atrapalha no rendimento escolar?

– Não. Pelo contrario. Alguns donos de faculdades estão aumentando suas rendas com a venda de cerveja na proximidades de bares universitários.

     * Bebida mata?

– Sim. Anos atrás, em São Raimundo Nonato-PE, um rapaz que passava pela rua foi atingido por uma caixa de cerveja que caiu de um caminhão de entrega, levando-o à morte. Além disso, casos de infarto do miocárdio em idosos tem sido associados às propagandas de cervejas com modelos gostosas!

      * O que faz com que a bebida chegue aos adolescentes?

– Inúmeras pesquisas vem sendo feitas em laboratórios de renome tais como Burigo, Padrão, Pasteur, etc. Todas indicam que em primeiro lugar estaria o garçom.

    * A cerveja causa diminuição da memoria?

 – Que eu me lembre, não…!

 

     Então viva a loira gelada!!!

 

Um assalto com vários sotaques

Assaltante gaúcho:

– Ô, guri, ficas ‘atiento’, bá! Isto é um assallllto… Levantas o braço e te aquietas, tchê! Não tente nada e tome cuidado que este facão corta que é uma barbaridade! Passa os pilas pra cá e te manda a la cria, senão o ponto quarenta fala, tchê!

Assaltante cearense:

– Ei, bixim… Isso é um assalto! Arriba os braços e num se bula nem faça munganga… Passa vexado o dinheiro senão eu planto a peixeira no teu bucho…! ‘Pesdão’ meu Padim Ciço, mas é que eu tô cuma fome da mulestia…!

Assaltante mineiro:

– Ô sô, prestenção… Isso é um assartim, uai… Levanta os brass e fica quietim que esse trem na minha mão tá cheio de bala… Mió passa logo os trocados que eu num tô bão, hoje!… Vai andando! Tá esperando o que, sô…?

Assaltante carioca:

– Seguiiiinte, merrrrrmão… Tu tá lascado! Isso é um assalto bacana! Passa a grana e levanta os braços, porra… Não fica de bobeira que eu atiro pra caraca… Vai andando e se olhar pra trás vira presunto, morô…?

Assaltante baiano:

– Ô meu…………………… isso é um assaaaaalto………….. Levanta o braços, mas não se aveeeeeexe, nãaaaao……………… Se não quiser, nem precisa levantaaaaaar,……………pra num ficar cansaaaaado…………….. ! Vai passando a grana, bem devagariiiiiinho……….. Num repara, não, se o berro está sem baaaaaaala………. Mas é para não ficar muito pesaaaaaado!………. Não esquenta, meu irmãoziiiiiiiiinho, vou deixar teus documentos na próxima encruzilhaaaaaaada…………….!

Assaltante paulista:

 – Ôrra, meu… Isso é um assalto, cara… Levanta os braços rápido! Ôrra, meu… Passa a puta da grana logo!!! Ôrra meu, tá esperando o que? Mais rápido, meu, que eu ainda preciso pegar a puta da bilheteria ‘abeita’, ‘pá’ comprar a porra do ingresso do jogo do Curintia, meu…!

                                                                                                           Assaltante candango:

– Caro povo brasileiro…, no final do mês aumentaremos as seguintes tarifas: energia, água, esgoto, gás, IPTU, IPVA, IPI, ICMS, PIS, licenciamento de veículos, seguro obrigatório, gasolina, álcool, Imposto de Renda, passagem de ônibus, de charrete, de bicicleta, de trolinho, de tapete voador…!!!

Dilma Roussef

 

O espermograma do velhinho

Ao receber a recomendação medica para fazer um espermograma o velhinho passou na farmácia, comprou o potinho e foi pra casa. Parecia fácil… Entrou no banheiro, tentou com a mão direita, tentou com a esquerda e até com as duas e nada! Então chamou sua mulher para ajudar. Ela tentou com a mão direita, com a esquerda, com as duas e até com a boca e também não conseguiu.

Não vendo outra opção, ela chamou a vizinha. Esta, querendo ajudar, mesmo bastante constrangida, tentou com a direita, tentou com esquerda, com as duas mãos e, muito sem graça pediu licença e tentou com a boca… Mas também não obteve sucesso…

A vizinha, não se dando por vencida, chamou a filha, que tinha 19 anos e era a menina mais encantadora do bairro! E mais uma vez as tentativas infrutíferas: mão direita, mão esquerda, as duas, boquinha com todo cuidado, mas… Também não conseguiu!

O velhinho triste, cabeça baixa, voltou à farmácia devolveu o potinho dizendo:

– Dá pro senhor me ver outro potinho? É que lá em casa ninguém conseguiu abrir este…!!!

O prefeito e o papagaio da padaria do Jordão…

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Toda vez que entrava na padaria do Jordão, durante a campanha politica, Quincas , como todo bom – e falso – candidato à prefeito – cumprimentava um por um os presentes, chamando-os pelo nome – embora as vezes chamasse Pedro de Paulo, Antônio  de Antenor e Francisco de Francisley… E distribuía largos sorrisos! Enquanto isso um papagaio maroto, como todos os papagaios, andava para lá e para cá no poleiro perto da porta, observando a falsidade do politico…!

Passadas as eleições vencidas por Quincas, seis semana depois ele assumiu a prefeitura. Como a padaria do Jordão era ali perto do ‘palácio publico’, toda manhã o novo alcaide parava na padaria para o desjejum. Mas quanta diferença no comportamento! Entrava mudo, pedia um pingado e um pão de queijo, comia fingindo olhar para a TV, pagava com moedinhas que trazia já separadas na algibeira – antes das eleições pagava com nota ‘grande’ e não fazia questão do troco! – e saia calado! – tenho a impressão que conheço alguém assim! – Quando passava pela porta o maroto papagaio soltava um palavrão;

– Fiadaputa…!!!

Quincas percebia que era com ele, mas nada dizia, achando que aquilo fosse uma malcriação do louro, até que um dia se ‘queimou’! Depois de mais um sonoro “fiadaputa”, resolveu reclamar com Jordão… Pelo telefone, é claro!

– Ô, Jordão, você precisa dar um jeito nesse seu papagaio! Todo dia é mesma coisa… Primeiro ele fica me olhando com cara de deboche, depois, quando eu saio da padaria ele me xinga de fiadaputa! Isso não pode continuar! Afinal eu sou autoridade máxima nessa cidade…!

– Ahn… Sabe Quincas! É que o louro tem uma certa razão… Ele estava acostumado a vê-lo sorrindo e cumprimentando as pessoas, agora, depois que as eleições passaram você entra na padaria e não sorri e nem cumprimenta mais ninguém…! – obtemperou Jordão.

– Ah… Então é isso!? Já sei como resolver…

No dia seguinte o prefeito entrou na padaria do Jordao, abriu um sorriso de um palmo e meio, fingiu um pouco mais do que durante a campanha politica e foi cumprimento todo mundo. Depois do ‘pingado’ com pão de queijo, deu uma olhadinha discreta para o louro que andava inquieto no poleiro de um lado a outro e saiu sorrindo satisfeito. Quando deu os primeiros passos na rua ouviu lá atrás um sonoro;

– Aprendeeeeeu, né … ‘Fiádapuuuuuta’!!!

Pedrinho e a carta para Deus… Atendida por Brasilia!

Quando Pedrinho, um garotinho de 7 anos, sapeca e bom de bola, morador ao pé da serra do cajuru, viu a potrinha pampa que nasceu no pasto do seu vizinho, logo se apaixonou. Queria a todo custo comprar a potrinha! Quebrou seu cofrinho de porquinho, pegou as moedas e foi pessoalmente procurar ‘seu’ Honorio para comprar a potrinha;

– Quanto quer pela pampinha, seu Honorio? – Perguntou o garoto.

– Quero R$ 140.

Pedrinho enfiou a mão no bolso da bermudinha listrada, pegou as moedas e contou… Quarenta reais! Faltava cem! Coçou seus cabelinhos encaracolas até o ombro e falou para ‘seu’ Honorio:

– Não vende ela pra ninguém! Eu vou arrumar os cem reais e volto no mês que vem p’ra buscar a pampa.

Enquanto voltava para casa cabisbaixo pela estradinha de terra batida, Pedrinho foi pensando. Pensou, pensou, pensou e chegou a uma conclusão… Só Deus poderia lhe dar os cem reais que faltavam para comprar a potrinha pampa! Chegou a sua casa, foi direto para o quarto, ajoelhou-se diante do crucifixo pendurado na parede, juntou as mãozinhas como convém a um cristão e se pôs a rezar! Repetiu o gesto durante uma semana, pedindo à Deus para lhe dar R$ 100 para comprar a potrinha pampa. Depois de dez dias rezando diariamente ajoelhado, de mãos postas, sem ver a cor do dinheiro, Pedrinho começou desanimar… Andava cabisbaixo de um lado a outro do sitio, pouca prosa, sem querer brincar! Nem Leleu, seu Fox Paulistinha viralatas o animava mais! Até que teve uma ultima ideia…

– Faz duas semanas que estou rezando pedindo cem reais pra Deus e não recebi sequer um sinal! Pois vou escrever uma carta para Ele agora, pedindo ao menos uma explicação!

E assim o fez.

– Querido Deus… Conforme nossa conversa anterior durante duas semanas, estou formalizando meu pedido de cem reais para comprar a eguinha pampa do ‘seu’ Honorio. O Senhor sabe que eu sou menino batuta! Faz tempo que não amarro palha de milho no rabo do gato, não fico jogando graveto no ribeirão para o Leleu buscar, e no mês passado apaguei o quadro negro da ‘tia’ Leninha três vezes e ainda ajudei ela levar aquela sacola de cadernos para corrigir até a porteira da casa dela! Se tiver faltando alguma boa ação para me equilibrar na sua balancinha é só falar que eu faço! Mas se não tiver, me manda os cem reais porque o Totonho do ‘seu’ Antero já está de olho na ‘minha’ potrinha pampa!

Terminou a carta, fechou com carinho, escreveu no envelope; “Para Deus/Brasil”.

 

Ao receber a carta com aquele destinatário; “Deus/Brasil” o sempre eficiente correio brasileiro encaminhou a carta para Brasilia. Ao abrí-la e lê-la, Dilma ficou muito comovida e resolveu atender o pedido de Pedrinho. Mas como não havia dotação orçamentaria para tal, ordenou ao primeiro secretario que passou na sua frente:

– Faça uma ‘vaquinha’ aí entre vocês e atenda o pedido deste menino… Tome aqui meus dez reais!

Não se sabe se pela avareza, incompetência ou por força de habito de desviar dinheiro publico, o envelope foi fechado com apenas os dez reais e foi enviado para a Serra do Cajuru. Apesar da decepção, como bom brasileiro que não desiste nunca, Pedrinho sentou-se novamente, para agradecer a merreca, e escreveu:

– Querido Deus, muito obrigado por me mandar o dinheiro que pedi… Contudo, eu pediria que, na próxima vez, o Senhor mandasse direto para o meu endereço, porque quando passa por BRASÍLIA, aqueles filhos da puta ficam com 90%!!!

 

Garotinho de 7 anos pode ser preso por sequestro e extorsão…

Quando viu o pequeno presépio e as arvores e enfeites natalinos prontos para receber o menino Jesus, o garotinho Wandergleydson – há fundada suspeita, ainda não confirmada, de que seja um torcedor do Timão – resolveu escrever a tradicional cartinha para o Papai Noel pedindo uma bicicleta. E começou assim…

– Querido Papai Nuel, fui um otimu minino eçi ano… ajudei meu pai, minha main e até meu irmãuzinhu… Quero ganhar uma bicicreta!

Depois de um minuto de exame de consciência, o garotinho pensou consigo mesmo…

-“Ele num vai acreditá nimim! Vô refazê a carta…” – e começou de novo.

– Papai Nuel, acho qi num fui muito bão eçi ano, mais axu qi mesmo açim meressu uma bicicreta…

Quando foi colocar a cartinha debaixo da arvore, ele parou, pensou outra vez e concluiu que talvez não tenha feito jus ao presente que estava pedindo. E decidiu tomar outra atitude! Embolou a cartinha, jogou num canto da sala, foi até o presépio, pegou a solene imagem de Maria ao lado de Jose, colocou dentro do sapato e escreveu o seguinte:

– Jesuis, se liga na parada aí, meu… Tô com tua mãe, firmeza mano? A treta é a seguinte… Se quisé vê a tua véia dinovu, manda o véio da carroça cos viado mim dá uma magrela novinha… cinão o bicho vai pegá pro lado da coroa, morou brodi…!?

Note que Maria não está ao lado de Jose...

Note que Maria não está ao lado de Jose…

O BO de extorsão e ameaça foi registrado no 5º DP do Carandirú e está sendo investigado pela Delegacia Especializada em Crimes Natalinos Infantis. Até o momento, nem o pré-meliante – suspeita-se que ele ainda use fraldas e chupe bico amarelo da Lillo escondido dos amiguinhos da rua – nem o cativeiro da mae de Jesus foram localizados…

*Fonte desta informação: Chefia do cartório da 13ª DRPC/E.K.Noveli

Pra relaxar… Em dia de protestos tensos Brasil afora!

Telefonema de uma empregada domestica

Aproveitando a ausência dos patrões, Dircineia pega o telefone e fofoca com a amiga Claudete:

– Oi Crau, hoje de manha eu fui à feira. Antes de sair meu patrão me pediu para eu trazer figo. Aí eu perguntei:

– Figo fruta ou bife de figo?… O Homem ficou uma fera!

Gente fina, seu Adamastor. Num ligo não. Ele tem o sistema nervoso. Também, com um emprego chato daqueles! Vou te contar…! Ele é fiscal da receita. Deve ser um saco ficar conferindo receita de medico o dia inteiro.

Depois chegou o Adamastorzinho, o filho mais novo deles. Acabou de ganhar um carro todo equipado. Tem roda de maionese, farol de pilha, teto ensolarado e trio elétrico…! Não sei por que trio elétrico num carro. Deve ser porque ele gosta de musica baiana…!

– Cê num sabe da úrtima? Eu discubri que aqui nessa mansão que eu trabaio, é tudo fachada!

– Como assim Dircineia ? – Pergunta a colega Claudete, confusa.

– Nada aqui é dos patrão! Tudo é imprestado! Tudo! Cê cridita numa coisa dessas? Òia só: A rôpa que o patrão usa é dum tal de Armani… A gravata é dum tal de Perre Cardine… Os moveis são do tal Luiz Quinze. O carro é de uma tal de Mercedes…! Nadica de nada é deles!

– Noooosa que pobreza!

– E além de pobre eles são muito inzibido! Magina que outro dia eu escutei o patrão no telefone falando que tinha um Picasso…

– E num tem…?

– Que nada, fia… É piquinininho que dá dó!!