Ivaldo, o pistoleiro matador de cães de Bueno Brandão

Se você encontrasse na rua um sujeito com cara de poucos amigos, levando ostensivamente na mão uma espingarda cartucheira de dois canos, o que você pensaria? Estaria o caubói indo caçar búfalo na pradaria?  Estaria ele indo para um duelo no Ok Corral? Ou estaria simplesmente indo caçar cães que se divertem acossando animais arredios no pasto…?

Bem, se você ficou em duvida quanto à resposta, o sitiante Ivaldo Pereira Golart, não. Ele tinha a resposta na ponta da língua. Ele foi visto caminhado pela rua de Bueno Brandão com o trabuco na mão e quando foi abordado pela policia militar com a característica ordem de “mãos ao alto.. Onde voce pensa que vai com esta arma”, respondeu de chofre:

– Tem uns cachorros atacando meu gado no pasto… Vou ‘matá eles’!

Cães não estão amparados no artigo 147 do Código Penal, portanto não ensejariam a prisão de Ivaldo por ameaça. Mas o sitiante de 37 anos, estava ‘desamparado’, estava no mato sem cachorro… Na verdade o delito de porte de arma tem amparo no artigo 14 da Lei 10.826.

O pistoleiro, matador de cães de Bueno Brandão, desceu para a DP de Pouso Alegre no final da tarde de sexta e ‘morreu’ em R$650 reais de fiança para poder voltar para casa. O processo que pode lhe dar de dois a quatro anos de cana, continua correndo na justiça… E o gado também, correndo assustado com os cães nos seus calcanhares!!!

 

Chiquinho da Borda manda servente matar o filho de 2 meses

O caso aconteceu na semana passada e já ganhou a mídia nacional. Tem menos glamour do que o os maus tratos e lesões corporais praticados pelo comerciante João Dacir Magalhães há três meses, quando enfiou o dedo na garganta do filho, também de dois meses de vida e quebrou-lhe a clavícula, para ver-se livre do seu choro. A menor notoriedade deve-se, talvez, ao fato da iniciativa corajosa da esposa em denunciar as agressões. No caso do bebe atirado ao chão, apesar da mãe não ser conivente, ela parece não ter noção da gravidade do ato do marido. Embora não o defenda, também não demonstra nenhuma indignação com a brutal violência contra seu filho nascido em 06 de dezembro ultimo.

A agressão bárbara ao pequeno Jhonatan Rayan chegou ao conhecimento da policia civil na segunda feira através da Assistente Social do Hospital Regional Samuel Libanio, alarmada com as múltiplas lesões faciais e cranianas constatadas pelos médicos. O bebezinho que dera entrada no pronto socorro ao pé da noite de sexta apresentava escoriações pelo corpo e hematomas no rosto e cabeça além de sangramento nasal estancado e embora respirasse, não respondia a qualquer estimulo nervoso. Estava já com morte cerebral. Aos médicos, os pais Quiterio de Lima e Valquiria da Silva alegaram que a criança havia caído do sofá da sala, cerca de 40 centímetros de altura – movimento voluntário impraticável por um bebê de dois meses, sei-o, de carteirinha – o que não condiz com as lesões constatadas. Aos detetives Balca e Teobaldo e à Delegada substituta de Crimes Contra a Vida, Lucila Vasconcelos, o paraibano Quiterio, servente de pedreiro de 25 anos e pai de outra infante de três anos, repetiu a versão dada aos médicos. Mas ainda na saída do hospital regional onde foram detidos pela dupla “Starsk & Hutch”, Valquiria fez a clássica e denotativa pergunta;

– Eu vou ser presa também?  Já na delegacia de policia, após um interrogatório mais ‘firme e estreito’ e algumas contradições, o pedreiro abriu o verdadeiro livro. Disse que estava sozinho com a criança em casa e se pôs a pensar na vida, nas dificuldades de se criar uma criança, nas privações a que estava sujeito, até que ‘ouviu’ a solução para sua insípida vida. Disse ele aos policiais;

– Antes eu tinha tempo para sair, passear, pensava em comprar uma moto, ou quem sabe um carro, agora não tenho mais condições por causa do bebê… De repente começei ouvir uma voz; “Mate esta criança…mate esta criança…

Quiterio pegou então o baby que estava ao seu lado no sofá e o jogou de costas ao chão. Tomou-o no colo ainda com o ensurdecedor “uééé, uééé´, uééé´, começou a embalá-lo e a voz tornou: “ Mate esta criança…. mate esta criança”. E ele voltou a atirá-la ao chão. Desta vez de bruços. O pequeno Jhonatam esboçou outro tipo de choro, agonizante e perdeu imediatamente os sentidos com o rostinho banhado em sangue. Quiterio levou-o ao banheiro, deu-lhe um banho para limpa-lo e voltou a sentar-se no sofá na companhia da criança que agonizava, agora silenciosa. Uma hora depois sua esposa chegou em casa e ele contou que a criança havia caído do sofá e resolveram então levá-la ao hospital.

Com os indícios do bárbaro crime e a confissão do pai, o delegado Clauber Moura, do 2º Distrito, circunscrição a qual pertence o bairro Jatobá onde ocorreu o crime, pediu e o sempre atencioso e solícito homem da capa preta, Walter Jose Vieira, expediu o mandado de prisão preventiva para o desalmado pai.

Os crimes de estupro, atentado violento ao pudor, crueldade contra crianças e idosos, costumam receber duas penas; a do código penal e as do código dos presos. Ao chegar ao hotel do Juquinha, o endiabrado Quiterio foi rejeitado e escarnecido por todos os presos. Os do ‘convívio’, que se acham mais dignos do que os outros, não o aceitaram com eles. Os do “seguro” considerado inferiores, menos dignos, justamente por crimes desta natureza, por serem caguetas, inadimplentes de drogas ou amigos dos ‘zomi’, também o rejeitaram, pois seriam obrigados pelos do convívio, a matá-lo. Restou ao pai que cumpre ordens do capeta para matar criancinhas, ir se alojar numa cela da enfermaria, onde ora se cala taciturno, ora distribui sorrisos dementes à agentes e funcionários que o fuzilam com os olhos, sem se dar conta de que sua vida está mais tênue e mais frágil do que a do pequeno Jhonatam que ele atirou ao chão.

Antes de concluir o Inquérito Policial inicialmente instaurado para apurar tentativa de homicídio, mas que deve evoluir para homicídio consumado, caso se confirme a morte cerebral do pequeno baby, o delegado Clauber Moura deverá fazer um levantamento da vida pregressa do pedreiro junto à comunidade em que ele vivia, no bairro Jatobá, para apurar como era seu relacionamento e comportamento com os filhos, esposa e vizinhança. “Direto da Policia” se antecipou. Na terça fui ao local do crime e conversei com vários vizinhos do casal de nordestinos – ele paraibano, ela pernambucana – na Rua das Quaresmeiras, onde moram com simplicidade há poucos meses. Segundo moradores do local, era um casal comum, discreto, sem alardes. Nunca ouviram nenhuma bulha vinda da casinha simples, que pudesse prenunciar o hediondo crime. A policia não encontrará nenhum antecedente sócio-familiar que justifique ou explique a atitude do servente de pedreiro.

A medica Tatiana Telles e Koeler de Matos e qualquer psiquiatra, forense ou não, encontrou. Graduada em pela Univas, pós-graduada em Impactos da Violência na Saúde, pela Fiocruz, Pós-graduada em Saúde da Família pela UFMG e pesquisadora de tudo que se relaciona a crimes, comportamento criminoso e suas causas, há quatro anos atendendo presos dentro e fora dos presídios – levada por mim para trabalhar voluntariamente no Hotel Recanto das Margaridas em Santa Rita do Sapucaí há quatro anos e há um ano trabalhando concursada no Hotel do Juquinha – Tatiana analisou o caso do servente desalmado.

– Quiterio pode sofrer de esquizofrenia, doença que advém da somatória de dois fatores: orgânico, que pode se manifestar a qualquer momento independentemente de causa e o ambiental, que pode se manifestar num momento de stress, como por exemplo, dificuldade financeira, choro da criança, etc. E não tem cura, mas tem controle, aliás, relativamente fácil, com uso continuo de anti-psicóticos neurolepticos e terapia.” – Não confundir psicóticos com psicopatas, que é o caso do João Dacir Magalhães, aquele que quebrou a clavícula do filho e enfiou brutalmente o dedo na sua garganta e foi denunciado pela esposa e aguarda sua dura sentença num presídio qualquer do Estado. Ele pode ser chamado de psicopata; não tem cura e nem controle, age consciente e calculadamente com frieza, buscando um resultado final. O ‘psicótico’ do Quiterio seria o de neurose, loucura. A esquizofrenia normalmente se manifesta depois dos 10 anos de idade e antes do 50 – Ufa, estou livre dela… já dobrei o Cabo da Boa esperança – se manifesta geralmente num momento de stress e provoca alucinação auditiva e ou visual. O servente do Jatobá teve uma alucinação auditiva – “….mate esta criança” – quando refletia sobre sua vida e as agruras e privações de pai de família, sem profissão qualificada, tendo que sustentar esposa e dois filhos com os parcos salários de servente e um calor de trinta e tantos graus à sombra e atendeu a ordem do capeta – também já estive investigando, não foi o ‘Chiquinho da Borda’ – atirou o bebezinho indefeso ao chão para ver-se livre dele.

A jovem medica ilustra o assunto contando o caso de outro homicida, que atendeu e ‘curou’ no ano passado no Hotel do Juquinha. Dono de uma respeitável ‘capivara’ com infrações a vários artigos do código penal, este matou a tiros um desafeto no aterrado e dobrou a serra do cajuru. Foi esconder e bronzear sua cara de mau e o enorme corpanzil numa praia de Ubatuba. Semanas depois ele apareceu na delegacia de policia dizendo que estava sendo perseguido pelo morto.

– Ele estava tendo alucinações auditivas e visuais –  Conta a medica. Ora se recolhia num mutismo amedrontador, ora se encolhia e choramingava com medo das ameaças do ‘fantasma’ de sua vitima que a todo custo queria abraçá-lo. Numa tentativa de trazê-lo à realidade pela força, um agente penitenciário, coincidentemente um amigo de infância, foi duramente espancado por ele na enfermaria.  Depois deste fato ele se recolheu numa greve de fome e somente aceitava o bandeco das mãos do mesmo agente que ele havia agredido. Era o único cujo rosto não lhe parecia um fantasma.

Sem se comunicar verbalmente, a muito custo ele respondeu à medica com gestos de cabeça de sim e não e admitiu que estava ‘vendo coisas’ que o incomodava. Ela o convenceu a tomar um medicamento que iria mandar as ‘coisas’ embora. O homicida foi tratado com neurolépticos prescritos inicialmente por ela e continuou o tratamento com o psiquiatra. Hoje está tão lúcido quanto eu e você …. e se arrepende amargamente, não do crime que cometeu, mas de ter ido à delegacia se entregar. Se puder, ele galga os muros do Hotel do Juquinha e dobra a serra do cajuru como um mortal comum… mas o bichinho da esquizofrenia continua, lá, incipiente, nos braços de Morfeu. Se parar de tomar o comprimidinho de nome difícil os fantasmas voltam …

O homicida matou o mecânico e depois teve alucinação. Quiterio teve alucinação e jogou o filho ao chão. Fora esta diferença, a situação do servente paraibano do Jatobá é semelhante. Ele cometeu o crime num momento de alucinação auditiva e como todo doente desta natureza, alterna momentos de lucidez e alucinação. Já sob efeito de medicação, nos momentos de lucidez, ele se acanha, se retrai e se diz arrependido do que fez. Começa entrar em depressão.

A confirmar o que você está lendo, Quiterio Lima, o homem que obedeceu ao “Chiquinho do Jatobá” deverá passar entre doze e trinta anos no manicômio judicial Jorge Vaz, em Barbacena. Isso, se sobreviver ao ‘Código’ dos demais hospedes do Hotel do Juquinha e…. aos seus próprios fantasmas.

Semana passada soube que Quiterio foi pronunciado pelo Ministério Publico por homicídio doloso. Enquanto aguarda o momento de sentar-se no Banco dos Réus ele antecipa o cumprimento da  pena – física –  na Penitenciaria de Neves, na região Metropolitana da capital.

Blog do Airton Chips e Senador Jose Bento

Este é o 466º post do “Blog do Airton Chips”, desde sua criação em 1º de setembro de 2011. A noticia – exclusiva – do garoto que colocou fogo na mãe em Senador Jose Bento em meados de janeiro, tem sido a 3ª matéria mais visitada e mais comentada do blog. O que aliás contraria a resposta de um esclarecido cidadão bentense quando eu perguntei o que os internautas de Senador estavam achando da matéria; “Em senador ninguém sabe o que é blog, não”, respondeu ele. Mais da metade da população de Senador já leu e continua acessando.

Era só uma matéria policial envolvendo um garoto carente e problemático e sua sofrida mãe tentando ser feliz. No entanto, como é do nosso estilo juntar toda informação possível em torno do fato, buscando atrair a atenção do leitor para a matéria, abordamos fatos históricos, geográficos e políticos da simpática cidade, que como todas, tem seus problemas. Foi como atirar pedra em caixa de marimbondo. Por isso tanta gente tem lido e comentado. Como eu já disse anteriormente, que bom… Atingimos nosso objetivo

O blog é apolítico, apartidário, totalmente neutro… Tem por objetivo divulgar o fato, fomentar a discussão sadia, seria e democrática, buscando despertar o sentimento de cidadania e melhorar a qualidade de vida das pessoas.

A historia de cada um é o próprio “cada um” quem faz… O Sr. prefeito acaba de escrever mais um capitulo da sua historia pessoal e política. Eu nem estava lá…

 

Prefeito de Senador José Bento e motorista sofrem acidente

Eles voltavam de Pouso Alegre quando veículo capotou.
Segundo Flávio de Souza Pinto, chovia na hora.

Do G1 Sul de Minas

O prefeito da cidade de Senador José Bento (MG) e um motorista sofreram um acidente de carro na tarde desta quinta-feira (22), na entrada do município, na AMG-1550. Segundo informações da Polícia Militar, o motorista perdeu o controle do carro em uma curva, bateu em um barranco e capotou. Nenhum deles ficou ferido. O funcionário da prefeitura ficou no local até a retirada do veículo.

Em contato com a reportagem do G1, o prefeito Flávio de Souza Pinto disse que está bem e não precisou ser socorrido. Segundo ele, o dois voltavam de Pouso Alegre e chovia na hora do acidente. “O pneu do carro deslizou e o veículo capotou na entrada da cidade. Graças a Deus não aconteceu nada. Nós mesmos saímos e chamamos o guincho e a polícia. Não precisamos nem ir ao hospital”, disse.

No fim da tarde, o prefeito deu entrada no Hospital Samuel Libânio, em Pouso Alegre, para passar por uma avaliação médica.

Guarda mamado atropela e mata adolescente na porta da danceteria

O sinistro aconteceu ao pé da madrugada deste domingo defronte a casa de shows “Consulado Music” na avenida Jose Agripino Rios, no Jardim Olímpico. O adolescente de 16 anos conversava com a amiga Carmem Lucia Ribeiro Araujo, 15 anos, a um metro da calçada, quando foram atingidos pelo VW Passat conduzido por Fabiano Fernando Francisco, mamado e sem habilitação. O jovenzinho Wallison Rodrigues Inácio, conhecido por Gigante ou Ciposinho, chegou sem vida ao PS. Carmem está internada na UTI do hospital Regional Samuel Libanio em estado grave.

Esta é mais uma daquelas cenas que vemos todo fim de semana – e as vezes no começo e meio nos ‘happy hour’ – nos “point’s” jovem da cidade. Barzinhos, danceterias, casas de shows ou algo que o valha, abarrotados de gente dentro e fora do recinto… no passeio, na beira da rua, no meio da rua, impossibilitando a passagem de pessoas e dificultando o transito de veículos. Latinha ou copo na mão, petiscando, chavecando ou simplesmente jogando conversa fora. É bonito, é gostoso, é “pra frente”, é jovial, é cheio de vida, mas… atrapalha quem quer passar e principalmente arriscado, muito arriscado ficar bebericando distraído no passeio ou na rua. A qualquer momento pode aparecer um doido estressado, uma vitima de bulling qualquer e … tudo vira tristeza e dor.

O curioso é que o estressado da vez veio do interior do próprio bar. Fabiano Fernando, nascido em maio de 81, amasiado, pai de um baby de dois anos, há três trabalhando na Guarda Municipal de Pouso Alegre, estava lá com a companheira Grace Kelly Gomes. Segundo relato de testemunhas eles tiveram uma pequena discussão. Fabiano queria ir para casa. Grace queria esticar a noite. Ele teria dito à amasia em meio ao trololó:

– Duvida que hoje eu ‘arranco’ a cabeça de uns dois…?

Grace não duvidou, mas ele quase cumpriu a ameaça.

– Ele disse que ia ao banheiro e falou ‘para mim’ ficar guardando a mesa. Minutos depois chegou um policial e falou que havia prendido meu marido, porque ele havia atropelado duas pessoas na porta da danceteria… – disse Grace à Policia.

Enquanto algumas pessoas tentavam socorrer o casal de adolescentes, outras acionaram a policia e um terceiro seguiu o tresloucado motorista com sua moto. Fabiano foi abordado a um quilometro do local do sinistro, no bairro Costa. Prende-lo deu trabalho aos homens da lei. Foi necessário rolar com ele na poeira e amarrá-lo com uma corda, tamanha era sua agitação.

Ao piano do delegado de plantão o guarda disse que bebera apenas duas doses de whisky e duas de vodka e a ultima coisa que se lembra é de ter dito à esposa que queria ir embora e de quando já estava amarrado na delegacia. De ter pego o volante do seu velho Passat e passado por cima do inocente – e incauto – casal na frente do “Consulado”, ele deletou. E deletou também a vida do garoto Wallyson Ciposinho.

O jovem guarda que tem obrigação, entre outras funções, proteger a vida do cidadão, foi autuado e indiciado no artigo 121 por crime doloso, figura existente no Codigo Penal desde 1940 mas que tem sido muito citada ultimamente por causa das infrações ao Codigo de Transito Brasileiro… com a agravante do estado de embriaguez. Neste caso vai à Júri Popular. Dificilmente pegará menos de 9 anos de cadeia.

Falando em barzinhos e similares que fazem da calçada e muitras vezes da propria rua extensão do seu comercio, sugiro um “ajustamento de conduta” entre Ministerio Publico, Acipa, Departamento Municipal de Transito e Policia Militar para disciplinar tais habitos, visando proteger o bem maior… a vida do cidadão que a cada dia busca mais estes locais tão agradáveis. As medidas não trarão o jovem Wallyson de volta, mas pode evitar que outros vão visitá-lo...

Maconha e cocaína para o “Chiquinho da Borda”

No meio da tarde quente de sábado os patrulheiros estaduais resolveram dar uma geral nos passageiros do ônibus da Gardênia que seguia de Pouso Alegre para Borda da Mata. Quanto entraram no coletivo, perceberam que o garotão Wagner Monte Barbosa – não confundir com o policial, repórter, apresentador de TV e galã carioca Wagner Montes – dispensou um embrulho no chão e mudou de poltrona. A manobra não passou batida aos olhos atentos dos patrulheiros. Eram duas barangas de farinha do capeta e vários tabletes de erva marvada, suficiente para deixar o Chiquinho da Borda doidão.

Wagner, de 19 anos, disse que havia comprado a droga de um desconhecido – é claro – no velho Aterrado para revender na capital do pijama a R$ 10 reais a baranga. Perdeu a viagem. Mas ganhou carona no taxi do contribuinte e depois de assinar o 33 ganhou também hospedagem gratuita no Hotel do Juquinha.

Gaúcha cai com evidencias do trafico

A jovem foi presa ao cair da tarde de ontem, no Jardim Olímpico, no momento em que negociava uma ‘paradinha’ com um suposto cliente de Borda da Mata.
Amigos ocultos da lei levaram uma dupla de policiais à residência de Vanessa de Moura ontem à tarde. Segundo o informante anônimo – esse valoroso colaborador da lei – a traficante costuma distribuir Maconha, Crack e Cocaína em sua própria casa, na larga e extensa avenida Prefeito Olavo Gomes de Oliveira, na altura do Bairro Jardim Olímpico. Os policiais foram para as imediações e ficaram na ‘filmagem’. Quando bordiano se aproximou, provavelmente para adquirir uma baranguinha – ou quem sabe mais – eles deram o bote. A negociação estava ainda no começo, a droga nem havia aparecido e por isso Gaucha não se importou em franquear sua casa aos homens da lei. Lá foram encontradas 34 cápsulas para acondicionamento de ‘farinha’, resquícios de ‘brita’, um estojo com restos de ‘erva’, fita adesiva e R$ 614 reais em dinheiro de boteco – mas ali não é boteco – indícios suficientes para enquadrar a moradora do muquifo no artigo 33 da Lei 11.343 – A antiga Lei 6368 era mais charmosa.
Gaucha, ao contrario de toda gaucha que costuma ser falante e arrastar o facão no chão, disse apenas;
– Bah, tchê, só vou falar na justiça…
Mesmo muda ela assinou o 33 e foi se hospedar no Hotel do Juquinha.
Ah, o jovem Carlos Cícero da Silva, conterrâneo do “Chiquinho da Borda”, o qual acompanhou a busca na casa da ‘prenda’, disse que estava apenas conversando com ela na porta de sua casa, pedindo informações sobre uns parentes que moram por ali!!! E não ficou vermelho…

Morfeu e barranco complicam vida do viajante

Apesar de saber que a combinação de  álcool e volante pode dar cana, pouca gente se deixa intimidar. Juliano Gonçalves do Prado, 30 anos, morador de Mogi Guaçu que o diga. Ele estava em Borda da Mata e tinha que voltar para casa, mas não ligou para o sábio conselho. Se amarrou no pé-de-cana, entrou no carro e pegou a estrada. Perto de Jacutinga o sono bateu, a estrada ficou reta e o carro foi se espatifar no barranco. Mas Juliano teve sorte… Além do susto, apenas alguns arranhões.
Quando os patrulheiros chegaram para socorrê-lo e registrar o B.O. ele se dispôs a soprar o bafômetro. Como era de se esperar, 9.08 dlg de suco de gerereba no sangue. E Juliano refez o caminho de volta, passou por Ouro Fino, inconfidentes, Borda e veio parar no piano da delegada de plantão de Pouso Alegre. Sem os 1.240 reais para pagar a fiança… Deu cana!!!

Estupro mal contado em Borda da Mata

A garotinha J.S.Silveira, 17 anos, procurou a policia militar no final da tarde de ontem, 23, alegando ter sido estuprada pelo cidadão Orlei Costa dos Santos. Em prantos a adolescente contou que estava na casa de amigos no bairro Buracão, quando o rapaz a levou para o quarto e disse:
– Quando eu estava preso seu namorado ficou com minha mulher… agora eu vou ficar com você. E a possuiu contra sua vontade.
Os policiais saíram em rastreamento e meia hora depois localizaram o suposto tarado nas imediações e lhe ofereceram as pulseiras de prata e o taxi do contribuinte.
Ao sentar-se ao piano do delegado de plantão em Pouso Alegre, Orlei jurou de pés juntos que era inocente. Contou que ele, a garotinha e um casal de amigos estavam na quadra do referido bairro quando resolveram ir para a casa deles ali perto e passaram a degustar um garrafa de vinho. No embalo de ‘Baco’ foram para o quarto e… se entregaram ao bem-bom. Logo depois do ato sexual consentido, passaram a discutir a relação, aí sim se desentenderam, discutiram e a garotinha saiu chorando e foi chamar a policia.
A versão do acusado de estupro foi confirmada pelo casal que a – quase – tudo presenciou. Segundo J.P. e J., o doce ‘afair’ entre Orlei e a adolescente começou na quadra, com um beijo compartilhado e somente ‘azedou’ porque o namorado dela que está preso é uma ‘pedra’ no caminho deles.
Diante de tal conjuntura, a sensata delegada de plantão, Lucila Vasconcelos, embora defensora das mulheres indefesas, deixou de ratificar o flagrante e voltaram todos para a terra do pijama.
… E a garotinha que arrume outra historia para contar ao namorado quando ele sair da prisão.

Detetive Sidraque é assassinado em Monte Sião – 22 de fevereiro

Olá meus estimados leitores.

     Já estava com saudades de vocês. Espero que tenham se divertido ou descansado muito no carnaval. O meu foi um pouco corrido. No sábado Festa da Uva em Vinhedo, domingo churrasco em família, segunda anfitrionando familiares e à noite o falecimento de uma pessoa querida me levou para o Rio de Janeiro. No final da quarta quando abri o computador recebi um convite irrecusável dos meus filhos para ver o São Paulo fazer um papelão diante do Bragantino… Só agora pude finalmente trazer alguma coisa de novo para vocês. Comecemos com o singelo tributo ao companheiro Sidraque…   

Em 1996 o capixaba Sidraque Correia da Rocha, 36 anos, veio para Minas em busca de sonhos e ingressou na policia civil. Alguns de seus colegas ouviram-no perguntar ainda na Acadepol;
– O que eu estou fazendo aqui? Por que será que entrei para a policia?
E ele mesmo responder…
– Acho que é por causa do meu senso de justiça, de heroísmo…
Esta conjectura introspectiva do jovem policial mostrou em pouco tempo a muita gente quem era Sidraque. Ele foi designado inicialmente para trabalhar em Pouso Alegre. Daqui seguiu para Extrema, de lá voltou para perto da família em Teófilo Otoni e, a pedido, voltou para o Sul de Minas… Para São Gonçalo do Sapucai, depois Careaçu, Silvianópolis e novamente Pouso Alegre.
Apesar de ter trabalhado em poucas cidades em 7 anos, ele se tornou conhecido e lembrado em todo o Estado, através do curso de formação policial que fez com outros 400 detetives de todos os rincões das Minas Gerais, na academia de policia civil. Conhecido justamente por este jeito às vezes introspectivo, outras expansivo, outras espeloteado sem dizer coisa com coisa, mas sempre com autenticidade, generosidade e bom humor.
Contam alguns colegas que, numa de suas tiradas, uma senhora chegou à recepção da delegacia de policia e disse que havia sido roubada, tendo o meliante levado todo seu dinheiro e seus documentos. Sidraque, olhando muito atentamente para ela exclamou;
– Nossa!!! E agora. O que a senhora vai fazer???
No segundo seguinte ele se deu conta de que ela estava ali em busca de respostas e atitudes e não de perguntas e tratou de registrar o B.O. para ela.
O policial de origem libanesa era na verdade um grande artista. Era musico, poliglota – falava razoavelmente sete idiomas – e nas horas de folga trabalhava de pintor de parede, cabeleireiro, dedetizador e dava aulas de grego, aramaico e latim.  Quando chegou a Pouso Alegre em l996, pintou todo prédio da delegacia regional… e não recebeu um centavo por isso!!

O domingo de carnaval, 22 de fevereiro de 2004, amanheceu chovendo em toda região. Durante uma pequena aragem por volta de dez da manha, Sidraque encontrou casualmente com seu destino. Ele voltava da feira trazendo frutas e verduras para a esposa e o casal de filhos imberbes que amava com fervor, quando surgiu à sua frente um cidadão que fora vitima de furto no dia anterior, informando que o suspeito estava num boteco ali perto e pediu providencias.
O policial que estava sempre à disposição de quem quer que o procurasse, se propôs abordar o suspeito sozinho, pois além de não dispor de tempo para buscar reforço, ele era o único investigador da cidade. O mocinho – mocinho mesmo, recém completados 18 anos, franzino – que realmente tinha culpa no cartório, passou sebo nas canelas e dobrou a serra do cajuru. Sidraque saiu nos seus calcanhares. Enfurnaram-se numa extensa área onde se começava um loteamento, em direção ao ribeirão e sumiram da vista da vitima e de dezenas de curiosos que acorreram para a porta do bar. Minutos depois ouviram três tiros vindos lá do ribeirão. Estremeceram tentando imaginar o que estava se passando. Um dos curiosos exclamou;
– Nossa… O Sidraque matou fulano…
Continuaram olhando estupefatos e no minuto seguinte avistaram o larapio – agora assassino – subindo o pasto do outro lado do ribeirão, até sumir de vista, levando a arma do policial. Quando a vitima e curiosos chegaram à beira do ribeirão, lá estava o detetive Sidraque com três tiros no peito, inerte
A chuva que ao que parece dera uma pequena trégua suficiente apenas para o sempre resoluto policial cumprir seu destino, voltou a cair torrencialmente sob o seu corpo e os de dezenas de policiais que varreram cada palmo de Monte Sião naquele domingo de carnaval, à procura do ladrãozinho pé-de-couve. Ele não foi encontrado. Oito meses depois, quando cheguei à bucólica e rica Monte Sião, tentei desenterrar o assassino do policial. Mas, sozinho, como os demais colegas, não obtive êxito.
Nunca soubemos o que aconteceu entre o policial e o meliante naquela beira de ribeirão. Só o que se sabe é que o policial tinha uma pistola carregada na cinta e seguiu a lei ao pé da letra enquanto o meliante, na primeira chance que teve … preferiu matá-lo com sua própria arma. Morreu o policial… morreu um artista, um cidadão admirável. E deixou como herança uma pensão de – descontados assistência medica, contribuição de aposentadoria, intermináveis descontos de empréstimos bancários – R$ 480 reais na época. E deixou também um colchão de casal, dois de solteiro, um fogão, um guarda roupa, um teclado, seus tesouros Mirna de 9 e Misaque de 11 anos… e sonhos, melancolia e saudade.

Vagalume quer apagar caloteiro em Borda da Mata

Numa abordagem de rotina no posto fiscal de Borda da Mata, a Policia Rodoviária Estadual flagrou o cidadão Fabio Augusto Casparino armado até os dentes. Ele levava na mochila um lustroso Taurus calibre 38 com cinco azeitonas no tambor e uma cartela extra com cinco balas da CBC. O técnico em eletrônica mora em Inconfidentes e trabalha numa empresa da capital do pijama. Como perdera o ônibus, viajava de carona com seu supervisor Raimundo Carlos Marcelino de Lima, em uma Parati.
Fabio alegou que comprou a arma há dois meses, de um desconhecido – claro – na cidade São Gonçalo do Sapucaí para se defender de ameaças de morte. Diz ele que saiu fugido de Casa Branca-SP, por causa de uma divida de R$ 30 mil reais e desde então tem recebido ameaças de um matador de aluguel conhecido por Vagalume.
Ainda que fosse ‘Dom Corleone’ que estivesse tentando ‘apagá-lo’, Fabio precisaria ter porte de arma para andar armado. Como não tem, o delegado de plantão providenciou 40 agentes armados de pistolas, escopetas e sub-metralhadoras para cuidar de sua segurança – depois que ele assinou o 14 e 16 da 10.826 – no Hotel do Juquinha…