Por Tati Telles
Na verdade, meu grande amigo sempre foi uma estrela. Dono de um sorriso largo e de uma risada inconfundível, que alegrava o dia de qualquer um. Sério e firme em seus princípios, ao mesmo tempo, doce e amável.
Tive o prazer de ser apresentada ao excelentíssimo senhor prefeito de Santa Rita do Sapucaí no final do ano de 2002. E como ele mesmo fez questão de dizer: “Sim, eu pareço Mestre de Obras, mas sou o prefeito…” e emendou com a gargalhada que era sua marca registrada e que nunca mais saiu de minha mente…
Dalí para frente começamos uma amizade que nunca soubemos explicar. Aparentemente não tínhamos nada em comum, mas na verdade percebemos que tínhamos muito mais assunto do que poderíamos imaginar…
Tantas foram as tardes que passamos comendo poncã sentados na escada da minha cozinha, tantas outras tardes sentados no para-choques do fusca que ele insistia em andar… assuntos mil… qual será a cor da praça? Não sei, que cor você gosta? E na semana seguinte a praça estava azul…
Ele saiu da prefeitura e nossa amizade sempre continuou. Confesso que foi quando ele estava fora da prefeitura que percebemos o quanto éramos amigos. Ele me dizia que os verdadeiros amigos eram os únicos que permaneciam quando ele não estava sentado na cadeira de prefeito… os demais só apareciam quando no próximo mandato.
Certa vez ele operou do coração e eu tive um súbito pensamento que deveria visita-lo. Travamos uma longa briga porque queria o levar de volta para o hospital. Ele estava com febre, tosse, recém operado!!! Mas a teimosia de achar que era um touro não o deixava perceber que estava mau… venci a briga. Diagnosticado com uma pneumonia, foi tratado e tudo transcorreu bem. Mas nunca mais pude conversar com ele sem que ele lembrasse deste episódio…
Todas as vezes que nos encontrávamos, ele fazia questão de bradar para todos que fui eu quem salvou a vida dele… que ele poderia ter morrido de pneumonia se eu não tivesse o levado para o hospital… sempre fazíamos piadas acerca disto e dizíamos que os adversários políticos deviam me odiar por isto…
A vida acabou levando a nos distanciar, e os momentos de longas conversas foram ficando mais raros… mas os abraços quando nos encontrávamos sempre foram muito apertados… e as gargalhadas, sempre muito sonoras! Afinal, nunca conseguimos explicar o porque nos gostávamos tanto…
Sabe aquelas pessoas com as quais você tem afinidade e simplesmente gosta muito, e que o tempo voa quando está perto, que a conversa não acaba, que a alma sorri… este era meu amigo… esta era a nossa amizade… e ele fazia sempre questão de dizer a todos: “Esta é a minha grande amiga, Tati Telles!”
Meu amigo hoje se mudou para outro plano, mas jamais deixará de ser meu grande amigo… Porque eu não vou mais escutar a sua gargalhada, mas ela jamais estará longe de mim. Ela está gravada em minha memória e em minha alma.
Jefferson Gonçalves Mendes, Jeffinho, meu grande amigo, faça uma boa viagem, e guarda meu lugarzinho por aí, que assim que eu terminar as coisas por aqui, estou indo para comermos mais poncãs sentados em alguma escada… Vamos sentir sua falta por aqui…
Força Rita, Leandro, Junior e toda família… estamos em oração para que Deus os ampare neste momento tão difícil…