Parabéns Croácia, você mostrou que podemos voltar a ser campeões… no dia em que não tivermos mais ‘Neymares da vida’ e nem mídia covarde e falastrã para endeusa-lo!
Quando alguém, surpreso com o resultado pífio do nosso time, franco favorito, que perdeu o jogo para um adversário teoricamente inferior, dispara a pergunta: “… mas como o seu time conseguiu perder para o Ibis”? a primeira resposta que nos vem à boca é: “futebol não tem lógica”!
Mentira! Ou falta de argumento.
Futebol tem lógica, sim.
Futebol é um jogo no qual onze jogadores tentam fazer a bola passar pelos espaços vazios até cruzar a linha do gol – se balançar a rede fica ainda mais emocionante – até morrer no fundo do gol. Como do outro lado tem os mesmos 11 jogadores, tentando impedir tal objetivo e tentando cumprir a mesma missão, vencedor será aquele que tiver mais talento, mais inteligência, mais rapidez, mais objetividade e, principalmente, mais responsabilidade profissional e mais espírito coletivo!
Responsabilidade profissional porquê, no caso de um jogador de clube – onde alguns ganham uma pequena fortuna para defender suas cores – tem a obrigação de justificar seus astronômicos salários, e fazer a alegria dos seus torcedores.
Espírito coletivo porquê, futebol se joga com 11 jogadores. E todos, desde o zagueiro cabeça de bagre, passando pelo volante truculento – que as vezes não consegue alcançar a bola, mas alcança as canelas do adversário – passando pelos meias que acariciam a pelota e a chamam de ‘meu bem’ – apenas – o suficiente para domá-la e fazê-la chegar ao atacante que vai manda-la beijar a rede, devem jogar em sintonia, em coletividade, em solidariedade…!
Se o craque-fenômeno não precisasse dos companheiros para fazer os gols e ganhar o jogo, o esporte não se chamaria futebol… Chamaria tênis, judô, golfe! Seria esporte individual. O esporte bretão, trazido para o Brasil na última década do século XIX, se joga com 11… e todos, desde o goleiro até o centroavante, devem participar do jogo.
Todo time tem um ou outro jogador que se destaca dos demais, que tem mais intimidade com a bola, que tem mais facilidade para iludir o adversário e passar por ele, mas no final, esse ‘craque’ vai se deparar com um último defensor e vai precisar de um companheiro para o qual tocar a bola… Por isso, por mais galante que seja o jogador, por mais que ele atraia o adversário, por mais que ele faça firulas, por mais que ele arranque aplausos da plateia, por mais que ele engorde sua conta bancaria com salários inimagináveis pelos mortais comuns, ainda assim, ele dependerá dos outros dez jogadores! E terá que jogar o futebol coletivo se quiser fazer a bola tocar a rede adversária, sempre!
Além do talento pessoal, é necessário jogar com objetividade, com seriedade – respeito pelo adversário – e em coletividade. Esses requisitos faltaram à seleção Canarinho. Principalmente da parte de um tal camisa 10, que entrou grande e saiu pequeno da copa da Rússia. Por falta de esportividade, por prepotência, por arrogância e por sua molecagem, nosso Camisa 10 se tornou alvo de chacota no mundo inteiro com seu ridículo ‘cai-cai’.
Mas deixemos os nossos erros de lado. Temos quatro anos para consertá-los e tentar o hexa outra vez. Afinal ainda somos o único penta do planeta.
Aplaudamos a França, aplaudamos a Croácia.
Com 26 anos de existência e ainda vivendo seus conflitos de existência, a Croácia da loira, bela e popular presidente Kolinda Grabar-Kitarović; a Croácia da camisa quadriculada em vermelho e branco; a Croácia de população e espaço equivalente ao Estado da Paraíba, jogando com talento, garra e principalmente com o coração e a bandeira do jovem país no bico da chuteira – que inveja! – chegou à final da copa. Poderia ter ganho a copa. Mas não faz mal! Ganhou a ‘medalha de prata’ da copa e ganhou mundo. Lembra um pouquinho a conquista do Brasil na Suécia em 58. Pelo ineditismo.
Parabéns à Croácia. Parabéns ao camisa 10 da Croácia, Luka Modric… sem estrelismo, sem firulas, mas com constância, muita garra e seriedade. Merecido titulo de melhor da Copa.
Parabéns França. Correu por fora, sem alarde, sem atrair o furor da imprensa… Jogou como um mineirinho ‘come-quieto’ e levou o queijo para casa.
Parabéns Mbappé, que encantou e estava sempre no lugar certo na hora certa e, – sem querer todos os holofotes para si – levou também a ‘goiabada’ para a França.
A Copa da Rússia, 21º titulo mundial de futebol, está em boas – e merecidas – mãos. E viva la france!