
A obra que resgata dois seculos de historia de uma das mais tradicionais famílias da região, trás a co-autoria do historiador Celso Coutinho.
O lançamento ‘popular’ do livro aconteceu no ultimo dia 15 de novembro no bairro dos Coutinhos, onde teve origem a família, durante encontro dos descendentes do patriarca. João Coutinho Portugal estabeleceu-se com a segunda esposa no município de Congonhal em 1814, dando origem à Família Coutinho no Sul de Minas. O livro impresso pela Editora Santuario, com 511 paginas, conta a trajetória dos Coutinhos e seus desmembramentos, com suas nuances e características, seus hábitos e tradições e a arvore genealógica que está na 11ª geração.
Lançado informalmente durante o IV Encontro da Família no mês passado, onde vendeu 680 copias, o livro “A Familia Coutinho no Sul de Minas” escrito pelo Professor Hilário Coutinho, será lançado formalmente pela Academia Pouso Alegrense de Letras no inicio de 2015. Os leitores no entanto, poderão adquirir a obra na “Livraria Intelecto” de Pouso Alegre ou através de ‘email’ do autor.
Ensinando Filosofia há 26 anos em escolas de Pouso Alegre e região, inclusive na ETE-Santa Rita do Sapucaí, o professor Hilario Coutinho, oitavo na arvore genealógica da família Coutinho, precisou de dez anos para escrever o livro. E conta como foi…
Airton Chips: Professor, por que escrever um livro sobre a Família Coutinho?
Hilário Coutinho: A intenção primeira é resgatar a nossa história, cujo bicentenário se completa este ano. Mas, também, temos a intenção de proporcionar mais duas virtudes à Família Coutinho: dar a ela notoriedade histórica e social, pelo tempo e ação no Sul de Minas e ainda preservar, oficialmente, sua identidade de colônia portuguesa, coisa que ninguém havia falado disso até hoje.
A. Chips: O que você espera da comunidade Coutinho, com este livro da própria história?
H. Coutinho: Considerando que o historiador apenas significa os fatos, só podemos esperar três coisas da família Coutinho: primeira, que as pessoas interessadas leiam essa obra que foi escrita muito mais com a alma que com a racionalidade acadêmica.
Espero ainda que, ao ler a própria história, cada leitor, dentro da sua realidade, valorize os nossos e seus parentes, pois é deles que a história foi construída e agora registrada.
E, por último, espero que preservem sua identidade histórica e a contem aos seus filhos, para que cada geração se veja dentro de um processo social e na dinâmica da história da humanidade.
A. Chips: Quem atuou com você para a produção do livro?
H. Coutinho: Diretamente, como coautor, foi o meu primo Celso Coutinho. Desde o primeiro momento, quando eu tive a ideia de produzir o livro, fui à casa dele, falamos sobre o assunto, e o processo ocorreu como esperávamos, até o livro ser editado, lançado e entregue à comunidade. Tivemos apoio direto ainda do amigo e parente, Isaias Claret de Lima, que assumiu o levantamento dos descendentes de Joaquim Venâncio Coutinho. Outras pessoas, conforme estão lançadas nos agradecimentos especiais do livro, nos ajudaram na coleta de dados de seus familiares.
A. Chips: Qual foi a maior dificuldade para escrever o livro?
H. Coutinho: Seguramente, foram as intermináveis pesquisas em livros das Igrejas, das cidades por mim visitadas. Gastei tempo, dedicação e até muito dinheiro para documentar tudo, comprovar os fatos e oficializar em documento acadêmico.
A. Chips: Das cidades visitadas, qual mais marcou o seu trabalho de pesquisa?
H. Coutinho: Foi a cidade da Campanha da Princesa. Lá, no solitário do saguão da Cúria Episcopal, fiquei incontáveis horas e em vários dias, passando folhas de enormes livros antigos, à caça do tesouro oculto: certidões de nascimento, casamento e óbitos dos nossos antepassados.
A. Chips: E qual foi o maior desafio enfrentado durante esses 10 anos de pesquisa?
H. Coutinho: Foi a morte da minha mãe. Mamãe faleceu dia 26 de dezembro de 2.004, quando eu já estava embalado com as pesquisas bibliográficas. A morte dela foi uma ducha de agua gelada em minha vida. Por muito pouco eu não joguei tudo para o espaço.
A. Chips: Mas, porque 10 anos, uma década para produzir esse livro, embora grande e complexo?
H. Coutinho: Bom, primeiro eu não sou nem historiador e nem escritor oficial. Sou um professor de Filosofia. Leciono mais de 50 aulas semanais e tenho que correr 400 km por semana para atender as cinco unidades escolares. Então, eu fiz o que pude, administrando os três tempos da vida: atenção à minha família, dedicação ao trabalho e aplicação às pesquisas para o livro! Outra dificuldade é a natureza da obra. Escrever livro dessa natureza, não basta ser contador de causos e ter boa vontade, é preciso conhecer mais profundamente as coisas e ir aos lugares certos e de forma responsável.
A. Chips: O livro está dividido em duas partes, uma histórica e outra genealógica. Qual das duas foi a mais difícil fazer?
H. Coutinho: Obviamente, foi a parte histórica. Essa foi preciso conhecer os fatos, confirmá-los e, o mais difícil, dar significado a eles. Isso é pura produção intelectual de quem escreve. Uma coisa é contar o fato, oralmente; outra coisa é escrevê-lo, manter a sua veracidade e colocar alma nele. Quanto à genealogia, bastava correr de duas a três vezes às casas das pessoas, e coletar os dados.
A. Chips: O livro foi lançado popularmente e entregue à comunidade Coutinho. Por acaso há projeto para um lançamento mais acadêmico?
H. Coutinho: Sim. Eu já tive contato com a ACADEMIA POUSO ALEGRENSE DE LETRAS, através da Maria do Carmo, a ‘Madu’. Estamos acertando uma data viável, para o início do ano que vem, para um lançamento acadêmico em Pouso Alegre. Na data certa, vamos comunicar a todos sobre esse evento.
A. Chips: Como as pessoas interessadas devem fazer para adquirir o livro ?
H. Coutinho: Temos, por enquanto, três meios para a aquisição do livro:
Através da Livraria Intelecto, que fica em Pouso Alegre, na Rua Comendador José Garcia, número 272. Pela internet, no email [email protected], E ainda diretamente no “Restaurante Casa da Vó”, no próprio bairro dos Coutinhos, em Congonhal.
A. Chips: Suas considerações, professor…
H. Coutinho: Aproveito para agradecer a você a oportunidade de estar aqui nesta pagina divulgando nosso trabalho e agradecer as pessoas que leram e que estão lendo o livro “A família Coutinho no sul de Minas”. Finalizando, posso dizer que a minha experiência de escrever a história é semelhante a dar um mergulho no escuro do túnel do tempo, sem a menor ideia de onde se pode chegar. E que, escrever sobre genealogia é o mesmo que correr atrás do infinito!