Elias Paulo Dantas : – Eu comprei de outros para revender… Não sabia que eram falsos!

O que era para ser uma noite de pura alegria, musica e diversão, acabou em indignação, revolta, irritação e quase em linchamento na delegacia de policia! Pior, além de perder o show musical, mais de trinta pessoas ficaram sem seu dim-dim, pois embora os estelionatários tenham sido presos, o dinheiro apreendido com eles foi juntado ao I.P. e encaminhado à justiça!

À medida que os shows musicais vão se expandindo para o interior do país, vai expandindo também o derrame de ingressos falsos. São quadrilhas inteiras vendendo ingressos que são barrados no baile. Só para o show de Jorge Mateus na ultima sexta feira, 16, no recinto da Pavan Eventos em Pouso Alegre, foram lotadas duas vans com vendedores de canecas, camisetas, pôster dos cantores e, é claro… Ingressos falsos! E não falta clientela! Sempre há os foliões que deixam para comprar ingressos de ultima hora, no local do show, de preferencia mais barato!

No show de Jorge & Mateus os fãs vieram de toda região. E muitos não passaram pela catraca.

Kleber de Oliveira de Conceição dos Ouros pagou R$150 para ver a dupla cantar, de camarote, onde custava R$170… Acabou assistindo o show no camarote do delegado de plantão!

Kamila de Cassia e Rodinei Araujo vieram de Borda da Mata e pagaram R$ 80 no ingresso que custava R$130! A área VIP que eles curtiram foi o corredor interno da DP no final da madrugada enquanto prestavam depoimento!

Mateus Jose de Sousa e Max da Silva Pinto vieram de Santa Rita do Sapucaí… Eles compraram seus ingressos de R$ 50 com dez por cento de desconto nas mãos do estelionatário Mauro Lucio, mas também não passaram da portaria da Pavan Eventos!

Crei Tobias da Silva…

E não foi somente os fãs de ultima hora ‘de fora’ de Pouso Alegre que ficaram a ver navios…

Gilberto Gonçalves, morador do bairro dos Afonsos economizou dez reais num ingresso de cinquenta e ficou sem nada. Seu conterrâneo Felipe Fernandes da Silva teve um prejuízo ainda maior, comprou seu camarote do estelionatário Elias Paulo Dantas por R$150;

Pablo Ruggero Pereira, morador do Jardim Yara também caiu na lábia do Elias Paulo e jogou no espaço R$ 150 por um camarote! Todos ficaram na saudade…!

Mauro Lúcio Soares Rodrigues da Costa: Eu nem conheço os caras! Tem gente que vem trabalhar e não trás nada para vender…!…

Renan Aparecido dos Santos Silva

A delegacia de policia da Silvestre Ferraz ficou pequena para tanta gente na madrugada de sábado. Um grande tumulto se fez logo na entrada com mais de trinta vitimas e seus parentes e amigos querendo linchar o sexteto de 171 que vendeu os ingressos falsificados.

Crei Tobias da Silva, Elias Paulo Dantas, Givaldo dos Santos, Juliano Mota de Souza, Mauro Lucio Soares Rodrigues da Costa e Renan Aparecido Silva Santos, todos residentes na periferia de São Paulo, orquestraram a mesma resposta para o derrame de ingressos falsos no show sertanejo:

– Nós compramos de outras pessoas para revender… Não sabíamos que eram falsos!

Na verdade os seis presos e outros tantos que não foram identificados, vivem de vender camisetas, canecas e outras lembranças dos artistas. Chegam a fretar vans na capital paulista para leva-los aos locais dos shows. Alguns se dedicam exclusivamente à atividade mais rendosa; a venda de ingressos falsos. Outros vão além… Não trazem nada, mas levam!

Segundo apurou a policia civil, em conversa reservada com alguns membros do sexteto e em outras ocasiões, tem alguns que vem nestas vans com o pretexto de vender alguma coisa, mas não trazem nada para vender, mas levam… Carteiras, cordões de ouro, celulares! Eles se juntam em quatro ou cinco, cercam uma vitima, armam uma confusão entres eles e roubam a pessoa sem que ela perceba.

Juliano Mota de Souza: – Eu só vendo canecas, camisetas…

O sexteto de estelionatários que veio cantar os foliões de ultima hora no show de Jorge & Mateus, desafinou ao piano do delegado de plantão, assinou o 171 e desde a manhã de sábado está hospedado no Hotel do Juquinha.

Givaldo dos Santos…

No entanto, é bom lembrar que estelionatário não costuma criar raízes na cadeia! Embora a pena para este crime varie de um a 5 anos, as brechas da lei para eles costumam ser flácidas… Se você vai ao próximo show de Jorge & Mateus ou qualquer outro ‘sertanejo universitário’ na semana que vem, não deixe para comprar seu ingresso no cambio negro. Você pode terminar dançando sem musica numa delegacia de policia de madrugada…!

Com estes ingressos não da para entrar nem no banheiro…!

Erico Vitor Francisco: De Técnico em informatica a assaltante de adolescentes e donzelas…

O roubo dos celulares e R$ 10 dos garotos aconteceu no centro da cidade, na Com. Jose Garcia, por volta de duas e meia da tarde. Para convencer os garotos de 15 e 16 anos a entregar seus bens, o assaltante usou a cara feia e avisou que levava um cano por baixo da camisa polo de corno, quero dizer; ‘cor sim, cor não’! Só não explicou se o cano era de plástico, de madeira ou de bambu! Na verdade era de carne e osso… do seu dedo indicador!

Tão logo o assaltante dedo-duro se afastou à pé os garotos colocaram a boca no trombone. Imediatamente a policia militar passou a observar os transeuntes de baixa estatura, de cor negra e cara de mau, usando calça jeans e camisa polo listrada nas cores do America Mineiro, andando com pinta de somongó pela cidade. Não tardou um sujeito com estas características passou por uma blitz de transito próximo à ponte do Rio Mandu na entrada do velho Aterrado montado numa Honda Titan 150 preta, placa HGY-2480. Era Erico Vitor Francisco. Documentos da motoca ele não tinha, mas os dois celulares e os dez reais dos garotos da Comendador Jose Garcia estavam na sua algibeira.

Ao ser reconhecido pelas vitimas no quartel da PM Erico Vitor Francisco não tentou tapar o sol com a peneira. E já que estava ‘derrubado’, confessou vários outros roubos do gênero na cidade nas ultimas semanas. Depois de assinar o 157 Erico Vitor Francisco, nascido em Tres Corações em 1979, voltou para o convívio dos manos no Hotel do Juquinha!

O assaltante de transeuntes, principalmente de garotos e de donzelas indefesas é velho conhecido da policia, especialmente deste blogueiro. Ele conheceu as pulseiras de prata da lei em 2001 por uso de drogas quando a Lei 6368 ainda mandava maconheiros p’ra cadeia. Como não conseguiu sustentar o vicio com recursos próprios, Erico Vitor, como – quase – todo viciado em drogas lançou mão dos recursos do vizinho! Foi preso por furto em 2007 e passou uma temporada por conta do contribuinte no Velho Hotel da Silvestre Ferraz.

Ao sair na véspera do Dia das Mães em 2009, para visitar a mãezinha na terra do Rei Pelé, sem recursos, o mais longe que ele chegou foi à ponte do velho Mandu no Aterrado. Naquele inverno uma serie de furtos assolou o centro da cidade, sempre no final das madrugadas de neblina gelada com ares de ‘fog londrino’. Para entrar nas lojas o ladrão usava o método do tempo do Piteco, o personagem pre-historico das revistas infantis do Mauricio de Souza… Pedras! Ele atirava pedras, tijolos ou qualquer objeto rombudo para ‘abrir’ as lojas e fazer suas compras! Antes de o sol mostrar os bigodes ele já havia trocado por pedra bege fedorenta nas incontáveis biqueiras do velho Aterrado.

As câmeras de segurança das lojas arrombadas mostravam seu perfil comum usando capuz. Não seria fácil identifica-lo em meio a tantos nóias que perambulam pela cidade nas horas mortas! Até que um dia, depois do quinto arrombamento, ele cometeu um deslize fatal! Ao invés de trocar toda a res furtiva por drogas, Erico Vitor segurou uma blusa roubada de uma loja e passou a usá-la. Foi preso usando a prova do crime na manhazinha de um sábado gelado, no momento em que se preparava para arrombar a Polo Play da Dr. Lisboa!

O ex-destruidor de vitrines nas madrugadas geladas de 2009 e atualmente assaltante de meninas e donzelas no centro da cidade, nem sempre foi ladrão. Houve um tempo em que ele levava uma vida normal e prospera… Até conhecer a famigerada ‘pedra bege fedorenta’ e desandar no crime. Do meio de uma família de quatro irmãos ordeiros e trabalhadores, Erico Vitor é tecnico em informática e já teve vários empregos bons em Pouso Alegre. Segundo me contou em 2009, ele já trabalhou com carteira registrada como auxiliar de produção nas empresas Invicta, Cimed, Princesa do Sul e Wise Case. Depois de desandar no crack e perder quase tudo que tinha a família ainda tentou ajuda-lo e o internou numa clinica de Tratamento e Recuperação em Três corações. Ali ficou ali 6 meses ouvindo falar de Deus, cuidando de horta e de trabalhos manuais. Conseguiu abster-se da droga neste período, mas, quando saiu não tinha o quer fazer, não tinha mais emprego e nem dinheiro. Em poucas semanas reencontrou a sedutora e cruel amiga… a pedrinha bege!

Sem grana para sustentar o vicio, o jeito foi apelar para a grana dos outros! Sem jogo de cintura para o crime logo caiu nas malhas da lei e se o problema era apenas hospedagem e alimentação, ele conseguiu de graça. O homem da capa preta o mandou para o velho hotel por 2 anos e 11 meses. Tendo cumprido um sexto da pena Erico ganhou o beneficio legal previsto na LEP, a saidinha do Dia das Maes”! Saiu de “alvarau” na véspera de um dos dias mais lindos do ano para ir visitar a genitora.

Mas o glamour de ter alguém te esperando na porta da cadeia no dia em que você sai, é coisa de cinema. A realidade é bem mais nua e crua. E Erico se viu do lado de fora da cadeia, sem lenço, sem documento e sem um tostão furado na algibeira nem para um PF, muito menos para viajar para a terra do Rei Pelé para dar um abraço na mãezinha. A viagem mais longa que ele fez sem dinheiro foi até a ponte do velho Mandu no Aterrado. Dormindo debaixo da ponte e no mato ali perto o técnico em informática voltou ao velho habito de surrupiar os bens alheios para sustentar o vicio trocando roupas e qualquer outro objeto furtado por crack na Toca do Lobo, até cair novamente nas malhas da lei.

Entre 2009 e 2012 Erico recebeu quatro condenações: Uma de 7 meses, outra de 2 anos e 4 meses, outra de 4 anos e a mais pesada, de 6 anos e 8 meses pelos arrombamentos das vitrines nas madrugadas de 2009. Esteve hospedado no Hotel do Juquinha até o inicio deste ano. No dia 28 de janeiro saiu em liberdade condicional. Se no começo da carreira criminosa achar caminho de casa já era difícil, depois de quase cinco anos vendo o sol nascer quadrado o recomeço foi ainda pior. Se é que ele tentou recomeçar! Desde então o ex-técnico de informática vive de bicos… Bica o celular de um aqui, de outro acolá e vai ‘bicando’, apenas bicando a vida!!!

Depois que os leitores virem estas fotos, é bem provável que o numero de vitimas que foram ‘bicadas’ por Erico com o dedo em riste por baixo da camiseta aumente e procurem a delegacia de policia para prestar queixas!

E tudo começou com uma bicada na erva marvada quando a lei que combatia o uso e trafico de drogas ainda era a charmosa 6368!

Estava o garotinho Elias Pinto nas dependências do Colégio Estadual Dr. Jose Marques de Oliveira, na Mons. Jose Paulino quando foi atacado. Ele descansava distraidamente o braço na janela do velho prédio quando um sujeito passou por ali acompanhado de uma mulher e sem mais e nem porque, enfiou a mão por entre as grades da janela, pegou seu frágil braço e puxou violentamente para baixo sem nenhuma explicação.

A tortura durou menos de um minuto, mas foi o suficiente para causar hematomas e escoriações no bracinho do garoto de 10 anos, morador da Rua Maria Jose Serpa no bairro São Geraldo.

A policia militar foi chamada pela direção da escola para registrar o fato e conduziu o pequeno estudante para a Policlínica do bairro São Geraldo onde foi medicado.

O monstro que tentou arrancar o bracinho do estudante através da grade da janela da escola e dobrou a serra do cajuru ainda não foi identificado, mas não ficará sem chumbo. Ele é moreno claro, estatura mediana, cabelos lisos e trajava na ocasião camiseta branca e bermuda escura. Sua cara de mau, bem como da mulher que o acompanhava ficaram gravadas na câmera de segurança da escola. A batata está assando pra eles…

A viagem que deveria ser tranquila entre as capitais mineira e paulista durante a madrugada desta segunda, quase acabou em tragédia no bairro Cruz Alta em Pouso Alegre! Dentre os passageiros estava o jovem Tarik Rafael dos Santos Felix, 20 anos, morador de Sabará, seguindo para São Paulo. Em dado momento ele entrou em delírio e passou a perturbar os passageiros com rezas e citações bíblicas…

Incomodado com o comportamento do jovem que se fazia acompanhar do pai Sidnei Luiz Felix, o motorista da expresso Cometa parou no posto da PRF do bairro Cruz Alta e pediu providencias.

Ao entrar no ônibus os patrulheiros Eric e Fernandes viram o capeta… Apesar de Tarik dizer que falava em nome de Deus! Na verdade o jovem surtado não dizia quem era seu deus, ele dizia que ‘tinha o poder’! E pelo jeito tinha mesmo… Ao menos força física! Muita força!

Quando os dois patrulheiros tentaram imobilizá-lo para leva-lo a um hospital, foram rechaçados com chutes, socos e mordidas! Em meio à tentativa de conter o doido que invocava sua ‘força’ dizendo que ia matar os policiais, a pistola do patrulheiro Fernandes caiu ao chão. Apesar de ter apenas uma mão livre, pois a outra já estava com pulseiras de prata, Tarik conseguiu pegar a arma e mesmo com o punho seguro rente ao chão disparou quatro tiros no interior do ônibus. Pandemônio geral! Porém, todas as azeitonas quentes se cravaram no assoalho do coletivo e ninguém se feriu!

Uma vez dominado – apesar da insistência e resistência em contrario dos ‘seus deuses’ – Tarik recebeu a outra pulseira de prata e já na maca da ambulância da Auto Pista Fernão Dias recebeu uma dose de Sossega leão – aliás, uma dose cavalar! E sossegou.

Segundo contou o pai do psicótico aos patrulheiros, ele teria feito de tudo para impedir o embarque do filho perturbado em Belo Horizonte, mas não conseguiu.

– Eu falei para o motorista não tirar a passagem pra ele… – disse desacorçoado Sidinei.

Tarik Rafael Felix foi levado para o setor psiquiátrico do Hospital Regional Samuel Libanio de Pouso Alegre onde permanece internado até que possa ser encaminhado a um CAPS para tratamento ambulatorial. Para o setor ‘não psiquiátrico’ do mesmo nosocômio seguiram também os patrulheiros Erik e Fernandes, para curar as escoriações e hematomas impingidas pelos ‘deuses’ de Tarik no interior do ônibus…!