Policiais que patrulhavam o velho Aterrado no final da tarde desta segunda, 6, foram avisados que numa boca da Roberto Ramos de Oliveira o trafico de drogas estava correndo solto. Além do mais o distribuidor mantinha em casa arma de fogo.

        Durante abordagem o cidadão Willas Souza de Araujo, 23 anos, irmão de Adriano Souza Oliveira, foi logo dizendo;

– Eu tenho no bolso uma baranga de maconha, mas é para meu uso… Sou viciado!

         No interior do muquifo os policiais encontraram uma baranga de farinha do capeta, cápsulas para acondicionar droga e 11 munições para arma de calibre 20.

         Enquanto estavam no quartel redigindo o BO, ali chegou o jovem Adriano Sousa Oliveira, para assumir a propriedade das barangas e explicar as ‘azeitonas’…

– Essa droga é minha. Uso cocaína desde os dez anos. A munição pertence ao meu amigo “Afonso”, que mora na roça. Ele deixou em minha casa para buscar outro dia, mas ainda não veio – disse singelamente Adriano.

         Singelamente também o delegado de plantão fritou Adriano no artigo 28 da Lei 11.343 e no 12 da Lei 10.826. Pelo uso da droga ele vai sentar-se ao piano do homem da capa preta no dia 06 de junho. Pelas munições pagou um salário de fiança para responder ao processo em liberdade.

         A do cidadão de Monte Sião que foi pagar a fiança do amigo, foi pior…

   Nove da noite fresca de sexta. O cidadão Fabio Henrique de Oliveira estava quieto no seu canto, no aconchego do seu lar, em Congonhal, quando ouviu um estrondo vindo da rua. Ao sair à janela viu um Fiat Uno grudado na traseira do seu Honda Civic preto. Antes deles havia uma lixeira esmagada sobre o passeio…

      A policia militar foi chamada e minutos depois deteve o cidadão Ilson Mira Campos, 35 anos tentando vazar com o carro batido!

– Quando eu passei numa depressão o carro perdeu o freio, seu guarda… – Disse Ilson Mira.

       Não fora a falta de freio a causadora do acidente. Fora a falta de perna, de pé para pisar no freio… Ilson estava mamadinho, mamadinho. As marcas de Severina do Popote estavam visíveis nos seus olhos, nos seus gestos, no seu hálito! Mesmo assim ele recusou soprar o bafômetro. Os familiares assumiram todos os prejuízos pelos estragos causados por ele.

        Ilson, que assinou um 121 em 1999 e outro em 2003 e outra meia dúzia de pequenos artigos do código penal, desceu no taxi do contribuinte para a DP de Pouso Alegre, sentou ao piano e assinou um 306. Apesar de ser quase um código penal ambulante – por essas magicas da justiça brasileira – ele não tem condenação…! E irá responder mais um processo judicial em liberdade, depois de pagar R$ 680 reais de fiança!  

        Ao cruzar a Perimetral saindo do velho Aterrado à uma e meia da madrugada, Julio Cesar de Camargo, 30 anos, não conseguiu disfarçar o nervosismo. Seu olhar ressabiado, seu jeitão de somongó ao passar pela barca dos homens da lei, dizia que ele tinha culpa no cartório. Ele bem que tentou desfazer da “culpa” jogando longe o pacotinho que trazia na algibeira enquanto passava sebo na canelas mas não conseguiu ludibriar os policiais. Na entrada da Doutor Lisboa ele sentiu o frio das pulseiras de prata. Coisa pouca! Apenas nove barangas de erva marvada, que ele estava levando de um santo para outro… Do São Geraldo para o São João.

       Julio Cesar nem tentou justificar que a droga era para uso próprio. Disse que vai falar apenas em juízo! Enquanto isso vai ficar hospedado no Hotel do Juquinha