Final de semana marcado por crimes famélicos em supermercado de Pouso Alegre

O primeiro furto, talvez o mais marcante, pela destinação da res furtiva, aconteceu ao pé da noite de sexta, 25. O segurança André Lemes estava de olhos compridos nos corredores do Supermercado Alvorada da Silviano Brandão quando percebeu a entrada sorrateira do cidadão Marcus Jose. Ele foi direto à ilha de carnes, pegou uma peça de picanha maturada, colocou na cintura por baixo na camisa, deu uma disfarçadinha básica e foi saindo de fininho… Já estava na rua paralela quando o segurança o chamou de volta para tomar um café na gerencia…

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O segundo furto aconteceu às nove da manhã de sábado, 26, no mesmo supermercado! Ao chegar para o trabalho, antes de trocar de roupa, o segurança saiu desfilando como um freguês comum pelo supermercado. Ao passar pela gondola de carnes notou que a senhora Rita de Cassia tinha diversos produtos numa cesta. Casualmente resolveu seguí-la. Ao passar pelo caixa dona Rita, moradora do bairro Monte Azul, pagou uma cartela de danone, cerca e tres reais, embalou na sacolinha amarela e tentou dobrar a serra do cajuru. Tão logo pisou a rua o segurança Jeferson Peixoto segurou sua bolsa e a convidou para o café…!

– Mas eu não tenho nada aqui, moço! Você está achando que eu sou ladra, por acaso? – esbirrou dona Rita se fazendo de ofendida.

– Não minha senhora… Eu só preciso que me mostre onde foi que você deixou aquela peça de picanha que estava na cesta!

– Ara, moço, deixa eu ir embora senão eu vou chamar a policia… – retrucou ela.

– Não se preocupe, eu mesmo já chamei… – Disse calmamente o segurança.

Diante desse argumento, dona Rita de Cassia, casada, prendada dona de casa, sentiu um frio na espinha e, para evitar um vexame maior, acompanhou o segurança até a gerencia. Ao virar sua bolsa de cabeça para baixo uma bela peça de ‘maturata’ caiu sobre a mesa! Foi a primeira vez na historia que um supermercado mandou chamar um taxi para entregar em domicilio apenas ‘um danone’! Só que o taxi era o do contribuinte e levou dona Rita direto para o piano do delegado de plantão!

Rita de Cassia chorou as pitangas. Disse que tempos atrás sofreu um aneurisma e desde então toma medicação controlada e quando esquece de tomar o remédio, esquece também de pagar pelas compras nos supermercados!!! E é verdade… Sua capivara mostra que ela já esqueceu de pagar pelo menos umas cinco vezes…!

E o supermercado Alvorada da Silviano Brandão parecia ter aderido à promoção: “tente levar uma picanha na bolsa… Se ninguém vir você não precisa pagar”! Mas era promoção ‘trairagem’! Sempre tinha um segurança de olhos bem atentos para evitar que o consumidor mão leve ganhasse churrasco de graça! Por isso quando a senhora Patricia, 36 anos, residente no Jardim Yara acabou de pagar por um litro de guaraná JF e saiu do supermercado, o mesmo ‘Jeferson olhos compridos’ a chamou para um canto da loja…

– Mochila pesada esta hein dona Patricia? A senhora tem o cupom de tudo que está levando aí? – Poderia ter perguntado o segurança que seguira seus passos.

Pega com a boca na botija, Patricia, 36 anos moradora do Yara foi logo abrindo o livro… Quero dizer, a mochila! Sem pagar ela estava levando dois potes de maionese de 500g, dois tubos de creme dental Colgate Sensitiv de 100g, três salaminhos de marcas e pesos sortidos e, naturalmente a carne para o churrasco domingueiro… 1,750kg de coxão mole!

Com a cara esparramando pelo chão e o coração querendo sair pela boca, Patrícia foi original…

– Não sei o que deu em mim…!

Mas a delegada de plantão na manhã de domingo, 27, sabia … Enquadrou Patricia no 155 e arbitrou fiança em R$ 1 mil reais. Êta churrasquinho caro, sô !!!

A fiança do cidadão Marcus Jose, morador do centro, filho de uma das mais nobres famílias manduanas, também foi arbitrada em R$ 1 mil reais. Ele alegou que furtara a peça de picanha maturada para trocar por pedra bege fedorenta, pois é viciado na droga!

Dona Rita de Cassia, talvez por ter nome de santa e tendências cleptomaníacas, recebeu um castigo menor… Apenas R$ 700 reais de fiança.

Essa ‘promoção’ do Alvorada está perecendo ‘pegadinha’…!

Jhonnatan Edson escorrega na farinha em Cambui

Amigos ocultos da lei digitaram o 190 e avisaram que um sujeito moreno alto e feio, trajando bermuda Jeans, camisa verde e boné cor de rosa, estava na esquina da rua de uma famosa ‘boca de fumo’ distribuindo drogas a preços módicos… Ao chegar ao local os homens da lei depararam com o velho conhecido Jhonnatan Edson da Silva, 24 anos, morador da Padre Caramuru, com um embrulho na mão. Era droga… Cinco barangas de farinha do capeta. Na algibeira levava R$ 199 reais em dinheiro semelhante a esmola arrecadada na bacia das almas, própria do comercio varejista!

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Jhonnatan não se apavorou;

– A droga é minha mesmo, seu policial… Eu sou usuário desde os 17 anos! Acabei de chegar na ‘boca’ e comprei a paradinha para meu uso.

– Comprou de quem?

– Sei o nome dele não, seu policia…!

Eu não estava lá mas sei de quem ele ‘comprou’! Foi do João Tapira…!!!

A capivara de Jhonnatan, no entanto não corrobora com suas declarações. Segundo o douto paladino da lei, que respondia pelo plantão da Delegacia Regional de Pouso Alegre na noite desta fresca segunda, 28, seu depoimento destoa dos fatos trazidos ao seu conhecimento – gostei da colocação literária do nobre delegado! – os quais não coadunam – essa é de minha autoria! – com o artigo 28 da Lei 11.343. Por isso fritou o formigão de Cambui no costumeiro artigo que ele já conhece bem… O 33!

Jhonnatan Edson deve estar chegando neste momento ao velho Hotel de Extrema, onde passará uma longa temporada, visto que é useiro e vezeiro na pratica do comercio de drogas…!

Valentão dos Vitorinos vai morar no Hotel do Juquinha

Mesmo numa cidade de 140 mil habitantes a policia militar tem certos clientes fixos, que costuma atender com frequência, daqueles que quando o policial ouve o nome já exclama desacorçoado…

– Oh não, de novo!!!

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O casal Gilmar Cassemiro da Luz & Fatima Inacio Pereira, ambos de 41 anos, residentes no final da Rua Antonio Lemes da Silva no Fatima Velho é um desses! Treleu não deu, o moço nascido no famoso bairro dos Vitorinos, entre o Sitio e o Água Quente, terra de gente valente – saudade deste lugar! – nas margens do Rio Sapucaí, em Silvianopolis, enche o caneco, perde as estribeiras e derruba o barraco da amasia Fatima Inacio. Diz ela que eles não vivem sob o mesmo teto, mas mantem um relacionamento amoroso ha 8 anos como se marido e mulher fossem.

Ao pezinho da noite desta segunda, 28, Gilmar Cassemiro mais uma vez se amarrou num pé de cana e estranhou a cara metade! Sem mais e nem porque soltou-lhe os cachorros verbais e ameaçou cortar sua garganta com uma lapiana “numero nove”… Não conseguiu porque Fatima Inacio, que devia estar sóbria, enfurnou-se debaixo de um carro estacionado em via publica.

Quando os homens da lei chegaram ao local costumeiro Gilmar estava desarmado, mas estava amarradinho no pé de cana. Levado para a DP, sentou-se ao piano do paladino da lei e acrescentou mais um 147 na sua coleção de delitos leves contra a namorada-amasia.

Na falta de R$ 678 reais para pagar a fiança, ao pé da manhã desta terça, Gilmar pegou o “Taxi do Magaiver” e subiu para o Hotel do Juquinha…

“Véio” pega 2 anos e meio de cana

Lembram do Gleyson dos Santos Rodrigues, o “Véio”? Ele foi preso vendendo pedra na janela da casa verde no dia 26 de fevereiro? Vejam como foi sua prisão:

Gleyson "Véio" dos Santos Rodrigues: Eu ganho 200 reais por 'noite de trabalho' para vender a droga.

“Ele só tem 18 anos, completados no inicio de dezembro ultimo, mas é conhecido por “Véio”. Foi esta a referencia que amigos ocultos da lei deram à policia ao pé da noite desta terça.

– Ele fica na janela da “Casa Verde” na Rua Nova. Lá não mora ninguém… É passar na frente da casa e pedir que ele entrega!

A informação era ‘meia’ verdade! Quando os policiais chegaram e pediram Gleyson dos Santos Rodrigues, o Véio, não entregou nada… Saiu correndo em direção aos fundos da Casa Verde tentando alcançar um porto seguro! Tropeçou e caiu nos braços da lei.

De fato a casa verde estava quase vazia. Apenas um sofá surrado junto à janela. Afinal, nos momentos de pouco movimento na ‘boca’ o ‘vendedor da janela’ precisa descansar o esqueleto! A outra parte era verdade. A droga fica bem à mão, junto á janela. No momento havia 18 barangas de pedra bege fedorenta e oitenta e poucos reais em ‘notas de bacia das almas…’

– A droga não é minha, não doutor. Eu vendo para o patrão. Ganho 200 reais por ‘noite de trabalho’ – disse Gleyson como se isso fizesse alguma diferença.

“Veio” é mais um formiguinha da Rua Nova que vai envelhecer no Hotel do Juquinha por conta do 33.

E agora, quem será que vai cuidar do sofá velho na Casa Verde…?”

Segundo nossos atentos leitores, alguém reassumiu seu posto e continua entregando a ‘rocha’ na janela…

Já o jovem “Véio” Glayson ainda tem uns meses para se hospedar de graça no Hotel do Juquinha! Ele foi condenado a 2 anos e 6 meses de detenção!

Queda do ‘peladeiro do Maracanã’ custou 2 anos e meio de cana

No inicio do ano passado, a convite de um amigo, joguei algumas peladas no campo do Hotel Maracanã, no São João. No nosso time havia um mulato forte, alto, habilidoso de chute forte. Quase toda bola que ele recebia redundava em gol ou pelo menos levava perigo à meta adversaria. Só havia um problema! Se a pelota passasse a meio metro do espigadão forte e jovem, ou se escapasse dos seus pés, ele desistia dela… Parecia estar constantemente cansado, sem forças ou com preguiça – às dez da manha – para correr atrás da bola! Todos nós criticávamos:

– Como pode um meninão desses, de uns 18 anos – e tinha mesmo 18 – ser tão preguiçoso assim! Ele não tem animo para correr nem um pouquinho atrás da bola…!

Na semana seguinte entrei na DP e fui informado pelo delegado Gilson Baldassari…

– Acabei de autuar um formiguinha que foi preso na Tijuca com 7 barangas de drogas. Faça uma foto dele e me passe uma copia para o nosso arquivo…!

Quando entrei no ‘corró’ para fazer a foto, ele me olhou com cara de cachorro caído de mudança, como se conhecesse e me contou sua historia a seu modo. Apesar de achá-lo familiar, não o reconheci. Dois dias depois quando publiquei sua foto no jornal Folha de Pouso Alegre, o Teobaldo comentou comigo;

– Ei, você publicou a foto do nosso companheiro de pelada no Maracanã…!

… Entendi porque Milton Bruno me olhava de esgueio quando fiz a foto. Entendi porque ‘meu’ centroavante não conseguia pegar uma bola se ela não fosse colocada à seus pés.

Milton Bruno Teixeira Messias, na época com 18 anos, retomou a liberdade algum tempo depois, mas não voltou a jogar peladas conosco no Maracanã. Nove meses depois, no dia 1º de dezembro, caiu novamente na Rua Rubi com uma pedra de 35 quilates na algibeira… Mas não era pedra preciosa! Era pedra bege fedorenta…

A prisão do inicio de março – “Aviãozinho cai no Jardim Europa” – desconheço o desfecho. A segunda prisão, “A pedra da Rua Rubi… Era bege fedorenta” rendeu ao ‘meu atleta’ peladeiro Milton Bruno 2 anos e seis meses de cana…!

Jovem recupera bicicleta roubada cinco meses depois …

Hamon Felipe: Comprei do 'Alemão' por cem reais...

Hamon Felipe: Comprei do ‘Alemão’ por cem reais…

Carlos é um daqueles jovens que adoram bicicleta. Até cinco meses atrás ele tinha uma Sundown  Axis, preta fosco com detalhes amarelos, 21 marchas, com amortecedor e todos os detalhes que diferenciam uma bicicleta de outra. Comprou na Bike BMX por R$ 1,2 mil reais. Cuidava da magrela com todo carinho até que um larapio mão leve a surrupiou. Sua Sundown estava amarrada com corrente e cadeado ao lado da loja em que trabalha na Levindo Ribeiro do Couto, no centro da cidade quando o meliante passou por lá entre uma e duas da tarde do dia 14 de maio, serrou o cadeado e dobrou a serra do cajuru levando sua paixão. Carlos registrou o BO e fez sua investigação particular pela cidade. Mas não obteve sucesso. Nunca mais viu sua magrela preta e amarela … Mas jamais a esqueceu!

Na ultima segunda fera 21, cinco meses e sete dias de saudade depois, Carlos estava na porta do seu trabalho, pensando …

– “Bem que minha Sundown podia aparecer”… Eu ficaria tão contente! Sou capaz até de ir nela pedalando até Aparecida do Norte…

E não é que apareceu! Apareceu bela e faceira na avenida nos braços de um rapaz gordinho, de cor negra!

Ao vê-la seu coração disparou! Carlos se aproximou para conferir… Reconheceu pelo quadro. Mas, coitada da bicicleta! Estava em frangalhos! Toda modificada! A magrela estava com outra cara. Antes era preta e amarela, agora estava preta e vermelha! Tinha outros manetes, outros pedais, outra seleta e outros acessórios! Mas o coração era o mesmo da sua amada Sundown Axis. Ele reconheceu justamente por causa de uma solda saliente que une o quadro em “v”!

Quem ama sua bike a reconhece de longe...

Quem ama sua bike a reconhece de longe…

Antes de chamar a policia Carlos quis saber do biker onde ele havia conseguido a bike.

– Eu comprei do Pablo Alemão por R$ 100 reais… – informou Hamon Felipe da Silva

Carlos quase teve uma síncope! Que ofensa! Sua amada bicicleta que lhe custara R$ 1,2 mil reais, sem os acessórios, vendida assim à preço de banana!!! Isso deixou Carlos ainda mais indignado e ele imediatamente chamou a policia.

Abordado pelos homens da lei na Três Corações, no bairro São Joao, Hamon Castro Reis, 23 anos, trocou a Sundown Axis do Carlos pelo taxi do contribuinte. Na delegacia de policia ele confirmou ter comprado a bike por R$ 100 reais de um tal Pablo ‘Alemão’ Rivelli.

– A discrepância entre o valor real e o valor pago pelo bem, deixa claro a – má – intenção do comprador em obter vantagem ilícita e portanto caracteriza o crime de receptação previsto no artigo 180 do código penal. Ele será autuado em flagrante e terá a fiança arbitrada em um salario mínimo. – informou o delegado Gilson Baldassari, plantonista do dia.

Na falta de R$ 678 reais para pagar a fiança e se ver processar em liberdade, Hamon, o moço que diz ter comprado a bike  de R$1.200 por R$ 100 reais, poderá ganhar mais uma carona no taxi do contribuinte para o Hotel do Juquinha!

Minutos de Sabedoria… Dia do Funcionario Publico

 

“Seja na terra a pequenina chama que ilumina as trevas em que jazem milhares de criaturas.

Seja a agua benéfica que dessedenta todos aqueles que atravessam o deserto da existência, sequiosos de carinho e amor.

Seja o alimento dos que nos procuram famintos de compreensão e de incentivo.

Procure servir e amar, para ter a alegria de haver passado na terra distribuindo benefícios a todas as criaturas”

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Tenham todos uma abençoada semana!

PM fecha ponto comercial do “Flavinho” no Guadalupe…

Foi o que disse Flavio Barreiros da Silva ao dançar com 13 pedras beges fedorentas…

Flavio Barreiro

Esta foi a prisão mais fácil que a policia militar fez neste ‘ano do galo’ de 2013… Bastou bater na porta, pedir uma curta entrevista, informar o motivo da visita e o traficante formiguinha foi logo abrindo o livro e entregando a droga.

Parecia até uma entrevista de pesquisadores do IBGE…

– Olá, boa tarde! Nós somos da policia… Gostaríamos de falar com o senhor! O Sr. tem dois minutos? – Teriam dito os policiais.

– Pois não, entrem… Desculpe a bagunça… É que temos criança em casa, sentem-se por favor – teria respondido Flavio Barreiros da Silva meio ressabiado, pressentindo que ia ‘moiá’! E ‘moiô’…

– Sr. Flavio, o sr. é conhecido também por Flavinho, não é? Perguntou o sargento.

– Sim – respondeu Flavio Barreiros se sentindo importante.

– Pois é Flavinho… Nós temos diversas denuncias de amigos ocultos da lei informando que o Sr. está vendendo crack na sua casa… Pense bem antes de responder, porque já está tudo anotado aqui! É verdade que o Sr. está vendendo crack, Sr. Flavio?

Flavinho sentiu um calor subir no rosto. Corou…! Sentiu um frio na espinha, coçou a cabeça, olhou a amasia de 17 anos, olhou para o filhinho de 3 meses no colo dela, coçou a barba por fazer, olhou a ‘arca de Noé com mais 4 policiais na porta de sua casa… Pensou, pensou, pensou, baixou a cabeça e respondeu…

– É verdade, sargento… Eu tô vendendo droga. Eu não queria fazer isso, mas eu fiquei desempregado, tenho mulher e filho pra criar… Por isso eu resolvi vender umas pedras “para levantar algum dinheiro”… Sabe como é, né?

– Neste momento você tem algum dinheiro de drogas e tem drogas em casa?

– Tenho 200 reais e algumas pedras beges fedorentas…

– Podemos procurar a droga?

– Pode. Mas nem precisa… Elas estão na cômoda no corredor. O dinheiro está no bolso de uma blusa no guarda roupa…

Flavinho foi honesto! Não mentiu. No bolso da blusa havia duas notas de cem… Na gaveta da cômoda no corredor havia 13 pedras beges fedorentas prontas para comercio…

A franqueza de Flavinho Barreiros não evitou que ele assinasse o 33 na DP! Mas evitou que a ‘boca de fumo’ fosse revirada de pernas para o ar. Se ele estava vendendo droga para colocar o leitinho das crianças em casa, agora é que o leite secou de vez. Deveria ter montado uma banquinha para vender chupa-chupa, pipoca, salgadinho de isopor, guarapa… Isso dá dinheiro e não dá cana! Desde o final do dia de quarta feira, 23, ele está morando no Hotel do Juquinha…!!!

Mula tropeça na PRF com 9 quilos de maconha

A jovem Katiusce Gomes de Aguiar é o que se pode chamar de garota viada, desculpe, viajada! Ela tem 26 anos, nasceu em Rondonia, mora do Mato Grosso e roda o Brasil fazendo ‘programas’… Mas se a fome apertar ela não se aperta, faz também o trabalho de ‘mula’. Aliás, muito mais rendoso. Uma mala preta recheada de drogas de São Paulo para Belo Horizonte pode render de mil a mil e quinhentos reais sem fazer força, confortavelmente instalada no interior de um ônibus da Gontigo com ar condicionado e tudo mais. E ainda com direito a trocar de poltrona onde possa tirar um cochilo sem ser perturbada. Só tem que torcer para que os patrulheiros federais não resolvam escolher aleatoriamente seu ônibus para uma geral! De quilo em quilo a mula já deve ter transportado uma tonelada de droga de uma capital a outra do Brasil.

Katiusce Gomes de Aguiar, 'mula profissional': Nasceu em Pimenta Bueno,, mora em Dourados e levava 9,3 quilos de cannabis sativa de Linneu de São Paulo para Belo Horizonte...

Katiusce Gomes de Aguiar, ‘mula profissional’: Nasceu em Pimenta Bueno,, mora em Dourados e levava 9,3 quilos de cannabis sativa de Linneu de São Paulo para Belo Horizonte…

Mas, como todo pote que muito vai à fonte um dia volta quebrado, o pote da Katiusce quebrou na manhã desta quarta no Posto da PRF do bairro Cruz Alta, na Fernão Dias. Estavam os intrépidos patrulheiros na beira da pista pensando em quem iriam parar quando um deles esticou o braço, apontou para o ônibus que rodada sereno pela pista e cantou, apontando o fura-bolo:

– Uni, duni, tê… O escolhido da vez foi vo… cê! – E apontou para o ônibus de placa OQH-2672 da Gontigo!

Todos os passageiros desceram do ônibus com suas bagagens de mão e apresentaram o comprovante de viagem.

Katiusce desceu de mãos vazias e disse que havia perdido sua passagem…! Revistando o ônibus os patrulheiros encontraram uma maleta preta, com um perfume adocicado de erva… Ao abrí-la surgiram 18 tabletes  de maconha enrolados em uma blusa branca com estampa de oncinha…!

– Esta mala não é meeeeennnhhhaaa ! – Apressou-se em dizer Katiusce. Eu estou viajando na poltrona 41!

Estava mesmo, atestou uma testemunha. Mas a testemunha que viajava na poltrona 43 atestou também que quando o ônibus parou e os homens da lei entraram, Katiusce levou as mãos desconsoladas à cabeça e falou para ela mesmo…

– Não acredito que isso está acontecendo!!!

É dona Katiusce, “moiô”…!

Moiô mesmo. O motorista tinha o canhoto da passagem da mula – nos dois sentidos – comprovando que sua poltrona era a 25, onde estava a mala preta com blusa estampada de oncinha e quase dez quilos de erva marvada…

A viajada garota de programa continuou jurando de pés juntos que era bode expiatório, mas assinou o 33… Por uns tempos a mula terá que fazer uma parada para descansar… No Hotel do Juquinha!

O encontro do fã com o ídolo

Eram nove da manhã quando empurrei a pesada porta de aço e entrei. Parece até que ele estava me esperando! Abriu um largo sorriso no rosto cansado, estendeu imediatamente a mão através das grades e foi despejando o vocabulário fora de ordem…

– Olá seu Chips! Você por aqui? Eu acesso todo dia seu blog… Gosto do jeito que você conta as historias, tira um ‘pelo’ dos cara…! Olha o que aconteceu comigo! Veja onde eu fui parar… Atrás das grades! Mas a culpa foi minha… Eu tinha abraçado umas loiras geladas, como você fala… Agora eu vou aparecer no seu blog, né? Como você vai contar o meu caso?

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Sem me dar espaço para entrar na conversa, Antonio Marcius de Melo Pereira, 44 anos, mudou o tom do monólogo e passou a chorar as pitangas…

– Olha onde eu fui parar? Minha família é de gente boa, de sucesso… Eu já tive quatro empresas, mas joguei tudo fora… Tudo por culpa dos ‘p’… Pedra, pinga e putaria! Agora estou trabalhando de garçom, não tenho mais nada! Mas o blog eu leio todo dia… Eu sou seu fã! Vai ser engraçado! Como você vai escrever o encontro do fã com seu ídolo?

Apesar do monólogo desconexo, Antonio Marcius não disse uma mentira. Filho de um respeitado e bem sucedido empresário do ramo de imóveis, irmão de outros bem sucedidos, ele também já viveu dias melhores. Como ele mesmo admite, a droga o levou para o abismo. Fora pego conduzindo um Fiat Palio da irmã de um amigo no meio da tarde na Vicente Simões, mamadinho mamadinho. Não tinha carteira de motorista e nem portava os documentos do veículo. Depois de quase atropelar uma senhora defronte o Alvorada, foi preso pela PM, recebeu seis multas, teve o carro guinchado e foi sentar-se ao piano do delegado de plantão.

– O delegado arbitrou fiança de mil reais, mas eu não tenho dinheiro para pagar! Quanto tempo eu vou ficar preso, Chips? Será que meus irmãos vão pagar minha fiança?

Antonio Marcius não conseguiu esconder sua alegria ao me ver de dentro da cela! Eu consegui… ocultar minha tristeza ao vê-lo ali! Mais um menino que vi crescer!

Quando eu ia saindo ele me chamou a atenção…

– Ei, espere aí! Você esta esquecendo de tirar a minha foto para a matéria no Blog… – E fez a pose acrescentando.

– Aê Chips, valeu, capricha na matéria…!

Antonio Marcius foi um pouco exagerado, mas não é o primeiro a pedir para aparecer no Blog. Mesmo que seja nestas circunstancias!  Alguns quando ‘caem’ uma segunda vez, chegam a me cobrar …

– Vacilão hein Chips? Eu fui preso no mês passado e você não falou nada…!

Aí esta sua historia meu estimado leitor Antonio Marcius… ‘menino que vi crescer’! Espero encontrá-lo em breve gozando a benfazeja liberdade, em paz, com saúde, no seio da família, com seus verdadeiros amigos.

Que Deus o abençoe!