O primeiro furto, talvez o mais marcante, pela destinação da res furtiva, aconteceu ao pé da noite de sexta, 25. O segurança André Lemes estava de olhos compridos nos corredores do Supermercado Alvorada da Silviano Brandão quando percebeu a entrada sorrateira do cidadão Marcus Jose. Ele foi direto à ilha de carnes, pegou uma peça de picanha maturada, colocou na cintura por baixo na camisa, deu uma disfarçadinha básica e foi saindo de fininho… Já estava na rua paralela quando o segurança o chamou de volta para tomar um café na gerencia…
O segundo furto aconteceu às nove da manhã de sábado, 26, no mesmo supermercado! Ao chegar para o trabalho, antes de trocar de roupa, o segurança saiu desfilando como um freguês comum pelo supermercado. Ao passar pela gondola de carnes notou que a senhora Rita de Cassia tinha diversos produtos numa cesta. Casualmente resolveu seguí-la. Ao passar pelo caixa dona Rita, moradora do bairro Monte Azul, pagou uma cartela de danone, cerca e tres reais, embalou na sacolinha amarela e tentou dobrar a serra do cajuru. Tão logo pisou a rua o segurança Jeferson Peixoto segurou sua bolsa e a convidou para o café…!
– Mas eu não tenho nada aqui, moço! Você está achando que eu sou ladra, por acaso? – esbirrou dona Rita se fazendo de ofendida.
– Não minha senhora… Eu só preciso que me mostre onde foi que você deixou aquela peça de picanha que estava na cesta!
– Ara, moço, deixa eu ir embora senão eu vou chamar a policia… – retrucou ela.
– Não se preocupe, eu mesmo já chamei… – Disse calmamente o segurança.
Diante desse argumento, dona Rita de Cassia, casada, prendada dona de casa, sentiu um frio na espinha e, para evitar um vexame maior, acompanhou o segurança até a gerencia. Ao virar sua bolsa de cabeça para baixo uma bela peça de ‘maturata’ caiu sobre a mesa! Foi a primeira vez na historia que um supermercado mandou chamar um taxi para entregar em domicilio apenas ‘um danone’! Só que o taxi era o do contribuinte e levou dona Rita direto para o piano do delegado de plantão!
Rita de Cassia chorou as pitangas. Disse que tempos atrás sofreu um aneurisma e desde então toma medicação controlada e quando esquece de tomar o remédio, esquece também de pagar pelas compras nos supermercados!!! E é verdade… Sua capivara mostra que ela já esqueceu de pagar pelo menos umas cinco vezes…!
E o supermercado Alvorada da Silviano Brandão parecia ter aderido à promoção: “tente levar uma picanha na bolsa… Se ninguém vir você não precisa pagar”! Mas era promoção ‘trairagem’! Sempre tinha um segurança de olhos bem atentos para evitar que o consumidor mão leve ganhasse churrasco de graça! Por isso quando a senhora Patricia, 36 anos, residente no Jardim Yara acabou de pagar por um litro de guaraná JF e saiu do supermercado, o mesmo ‘Jeferson olhos compridos’ a chamou para um canto da loja…
– Mochila pesada esta hein dona Patricia? A senhora tem o cupom de tudo que está levando aí? – Poderia ter perguntado o segurança que seguira seus passos.
Pega com a boca na botija, Patricia, 36 anos moradora do Yara foi logo abrindo o livro… Quero dizer, a mochila! Sem pagar ela estava levando dois potes de maionese de 500g, dois tubos de creme dental Colgate Sensitiv de 100g, três salaminhos de marcas e pesos sortidos e, naturalmente a carne para o churrasco domingueiro… 1,750kg de coxão mole!
Com a cara esparramando pelo chão e o coração querendo sair pela boca, Patrícia foi original…
– Não sei o que deu em mim…!
Mas a delegada de plantão na manhã de domingo, 27, sabia … Enquadrou Patricia no 155 e arbitrou fiança em R$ 1 mil reais. Êta churrasquinho caro, sô !!!
A fiança do cidadão Marcus Jose, morador do centro, filho de uma das mais nobres famílias manduanas, também foi arbitrada em R$ 1 mil reais. Ele alegou que furtara a peça de picanha maturada para trocar por pedra bege fedorenta, pois é viciado na droga!
Dona Rita de Cassia, talvez por ter nome de santa e tendências cleptomaníacas, recebeu um castigo menor… Apenas R$ 700 reais de fiança.
Essa ‘promoção’ do Alvorada está perecendo ‘pegadinha’…!