Assaltantes de lanchonete caem na fronteira

Com a policia sul mineira cada vez mais perspicaz e  eficiente no combate à criminalidade, resta aos meliantes – que ainda estão soltos – atravessar a fronteira para tentar a sorte em terras paulistas. Foi o que fizeram os assaltantes Alex Henrique Batista Tavares, 22 e L.M. Vilas Boas, moradores do Alto da Serra, na bocólica Monte Sião. Eles atravessaram o Portal da Divisa, inaugurado na noite de 30 de dezembro de 2004 em busca de outras opções foram assaltar a lanchonete “Nova Opção” na bela vizinha paulista, Aguas de Lindóia.

Entraram como se clientes fossem. De repente um deles sacou um trabuco HO 32 enferrujado e exigiu o dim-dim. Só havia uma merreca no caixa, cerca de 200 reais, por isso levaram também os celulares. Antes de terminar o assalto, chegaram dois clientes – verdadeiros – um deles numa motoca CG 125. Já que o caixa da lanchonete “Nova Opção” estava vazio, os assaltantes apelaram por uma segunda opção, levaram a motocicleta de Giancarlo Morais Maciel. Foi preciso distribuir alguns socos e pontapés para tomar a chave da moto, mas levaram… E voltaram para a capital das malhas por uma estrada vicinal.

Em poucos minutos a noticia do assalto à lanchonete se espalhou no Circuito das Águas paulista. Mas foi a policia mineira quem mais uma vez acabou com a farra dos meliantes. Eles foram presos quando acabavam de cruzar a fronteira, tentando se desfazer da moto e do trabuco em um terreno baldio.

Como em Minas Gerais não existe mais policia civil e nem presídios nas delegacias de comarcas nos fins de semana os assaltantes Alex Henrique e o ‘dimenor’ L.M.Vilas Boas, cujo crime cometeram em Águas de Lindóia, foram presos em Monte Sião, levados para a delegacia regional de Pouso Alegre e, deppis de assinarem o 157 foram se hospedar no Velho Hotel Menino da Porteira, em Ouro Fino.

Estelionatario suja o nome do ‘amigo’ em Monte Sião

Ele veio de Ituiutaba para esquentar o comercio da capital das malhas com cheques frios mas entrou numa gelada…

A bela e aconchegante Monte Sião está vivendo o auge do seu comercio de malhas. Ocasião propicia para comprar blusas, jaquetas e afins para se proteger do frio que está batendo à porta. Com a bucólica e rica cidade soltando clientes pela ladrão, é ocasião propicia também para vigaristas de plantão espalhar seus cheques frios no aquecido comercio local.

Foi assim que o ituiutabano Charles Martins Silva, 24 anos, encheu um quarto de hotel de mercadoria quentes pagas com cheques frios. A fotografia na identidade que Charles exibia para os comerciantes era dele, mas o nome e também o talão de cheques – naturalmente sem fundos – pertenciam a Gustavo Adriano Silva… Charles já havia comprado mais de 18 mil reais se blusas quentinhas com cheques frios dos comerciantes Rogério aparecido de Azevedo, Alessandro Aparecido Alves e Everaldo Aparecido Azevedo e de mais de dez comerciantes menores, quando entrou em fria. Foi um destes comerciantes que percebeu que a foto do Charles estava mal colada sobre o nome de Gustavo… não colou. Charles ‘cover’ de Gustavo foi preso pela PM no centro, tentando passar mais um borrachudo. Ele estava num Fox do motorista Eduardo Batista Domingues e o produto da naracutaia estava no hotel esperando completar a carga para voltar para o Tringulo Mineiro.

Ao sentar ao piano do delegado de plantão em Pouso Alegre, Charles disse na cara dura que conhece de vista a pessoa de Gustavo Adriano Silva em Ituiutaba e Gustavo teria dito a ele;

– ‘Estou a fim de sujar meu nome na praça’…

Para ajudar o ‘amigo’ que conhece ‘apenas’ de vista, Charles colou sua foto sobre a dele e saiu pelo mundo passando cheques sem fundo!!!

E já que o assunto era sujar nome na praça, o delegado resolveu sujar o do Charles! Aplicou-lhe uma fiança… de R$14,500 reais!!! Charles cara lavada assinou o 171 e foi se hospedar no Hotel do Juquinha.

Tiziu… O meliante solitário e os mulas de presídio

A rua Monte Sião, no Bairro São João, assemelha-se a uma haste de garfo. Partindo da rua Caldas, começa logo atrás do antigo Sanatório e vai fazendo uma curva até morrer numa rua que sobe defronte a P.R.E. No tempo em que se amarrava cachorro com lingüiça, no entanto, ela morria num capão de mato e pasto numa grota acima da garagem da Gardênia. Eram poucas e simples as casinhas cercadas de taquaras na ruela esburacada. Lá no final, separada das demais por alguns lotes vagos, pendurada num barranco, cercada de bananeiras, limoeiros e abacateiros ficava a choupana rudimentar do Tiziu. Morava com os pais, Dito Preto, um negro alto, soturno, quase curvado, de andar cabisbaixo e assustador pois só de perto se percebia que ele estava olhando pra gente e dona Elza, também negra obesa e alegre que a qualquer coisa respondia: “graças a Deus, né ‘fio’…”.
Apesar do porte avantajado dos pais, Tiziu era miúdo, franzino, Tigüera. Eu ainda era um entregador de gás da loja do Zézinho Gouveia, não havia sequer entrado numa delegacia de policia, mas já ouvia algumas estripulias do Tiziu. Trombava freqüentemente com ele ali pela Remonta ou Jardim Amazonas. Eu na bicicleta da loja, ele sempre a pé. Nunca nos falamos, até porque o negrinho mirrado sempre fora de pouca prosa. Nossos diálogos, sempre curtíssimos aconteceram a partir dos anos 80 na delegacia de policia ou nas quebradas da noite quando conseguíamos pegá-lo com a mão na massa ou se preparando para dar o bote. Tiziu era tão discreto que era possível passar por ele na rua encostado a um poste ou uma arvore e não vê-lo. Mas ele, como um perfeito somongó, estava sempre atento à sua volta. Percebia a aproximação da policia de longe e com um bonezinho com a aba rente aos olhos se misturava aos transeuntes, às charretes, bicicletas, às arvores aos postes e passava batido. Tem muito meliante que quando está ‘limpo’ faz questão de aparecer, cumprimenta a policia, acena, se abre igual pára-quedas. O Piabinha de Santa Rita, os Coelhos Ly e Ley do Aterrado são assim. Aguinaldinho e Manoelzinho também eram… Tiziu, mesmo que não tivesse culpa no cartório, ao cruzar com a policia lançava um olhar languido e misterioso de esgueio sob o boné, donde se dava para ver o branco dos seus olhos, mas não abria a boca.
O pretinho mirrado que deve ter ganhado o apelido de “tiziu” devido sua semelhança com o diminuto e barulhento passarinho preto, parecia no comportamento muito mais o astuto e arredio “somongó”. Andava de vez em quando com o vizinho Luiz Macaco, da Travessa Juiz de Fora – este eu nunca soube que fim levou – mas praticava seus pequenos furtos e queimava a erva maldita sempre sozinho.
Tiziu foi bandido num tempo em que era difícil ser bandido e fácil ‘pagar’ cadeia. Na sua adolescência e juventude o termo “marginal” caia como uma luva nos meliantes que como ele optaram por andar na contra-mão da lei. Eram todos conhecidos da policia e discriminados pela sociedade. Furtos de quintal, furtos de residência, furtos de lojas, furtos diurnos ou noturnos … cada um tinha sua marca registrada. Ainda que não houvesse testemunha ocular do crime, era relativamente fácil chegar ao meliante através do ‘modus operandi’, da pratica delituosa. Como antes da Constituição de 88 podia-se prender para ‘averiguação’ bastava então arrancar a confissão do sujeito e trancafiá-lo no xadrez. Aí vinha a parte mais fácil da vida de bandido… O condenado não tinha vinculo com os demais companheiros de ‘caminhada’. Bastava esperar pacientemente atrás das grades o tempo passar ou, no caso dos mais apressados, fazer um ‘tatu’ no chão ou no teto ou serrar dois ou três palitos da grade, dobrar a serra do cajuru e voltar para a rua, para fazer o quem bem entendesse da vida, sem ter que dar satisfação a ninguém.
Com a avassaladora expansão das drogas nas duas ultimas décadas e o surgimento da “globalização” a vida de preso mudou da água para o vinho. Hoje quase não existem mais meliantes solitários com o perfil do Tiziu. Eles estão de uma maneira ou outra interligados pelas drogas e pelos ‘compromissos’ da lei do cárcere. Constrangimento de dormir na praia, lavar o boi, dividir o ‘marroco’ e ou ‘bandeco’ é o menor dos delitos. Da exploração sexual e da extorsão ninguém escapa. Só para ilustrar: da ultima vez que o estelionatário e traficante Vicentinho se hospedou no Velho Hotel da Silvestre Ferraz, há seis anos, dona T. sua mãe, era a primeira a chegar para a visita toda quarta feira. Vinha de taxi. Trazia com ela quatro fardos de mantimentos; arroz, feijão, farinha para bolo, cigarro, chocolate, biscoito – dava um trabalhão revistar aquilo tudo – enfim tudo que uma boa despensa não dispensa, suficiente para abastecer uma grande ‘familia’ durante uma semana… E Vicentinho tinha até um pajem particular para empurrar sua cadeira de rodas nos banhos de sol…
Hoje ninguém sai da cadeia sem pagar pedágio. Quem sai de albergue, quem vai fugir ou trabalhar nas obras de ressocializaçao fora da cela ou do prédio é obrigado a levar celular, drogas e ‘kits fuga’ para dentro da cadeia. Estuprador já não morre mais nos presídios… são muito mais úteis vivos, para satisfação da libidinagem e extorsão. Os casos recentes da dupla “Bruno & Osmar”, que estava trabalhando no interior do 20BPM e tentou levar 400 gramas de drogas para o Hotel do Juquinha, na viatura policial; a do Anderson Ratão, que engoliu a droga na fábrica de blocos e passou dois dias à base de purgante para expelir a erva e da egressa Michele, que pagou com a vida a ousadia de colocar cocaína na vagina para levar para o presídio, são exemplos de meliantes que são obrigados pela “lei do cárcere’ a servir de ‘mula’ … ou amanhecer pendurado na ventana, em forma de ‘cotonete’…
Em “As aventuras e desventuras de Cirilo Bola Sete – Meninos que vi crescer”, publicado no ano passado, Cirilo, que passou quase trinta anos na prisão entre uma fuga e outra, um dos poucos que viveram esta transição e conseguiu sobreviver, conta com amargura como é difícil sair do cruel sistema criado pelos próprios presos nos últimos anos.
O arredio e misterioso Tiziu que jamais deu um sorriso, nem amarelo, foi contemporâneo de caminhada de Cirilo, mas não teve o mesmo jogo de cintura, a mesma sorte… Acostumado à caminhada solitária ele se rebelou contra o sistema que batia às portas do Velho Hotel da Silvestre Ferraz nos primeiros anos da década de 90. Aos 34 anos, naquele inicio de década, amanheceu tão duro quanto fora sua vida de marginal, pendurado numa grade da janela. Não viveu para ver a mãe matar o pai com golpes de machado e se hospedar também no velho Hotel da Silvestre Ferraz e nem viu o irmão Bruno, aos 14 anos, matar um amiguinho de 13 numa brincadeira de ‘Roleta Russa’, num matinho no final da Rua Monte Sião, em 2002.
Tiziu era dos bons tempos em que era fácil ‘pagar’ cadeia. Ele não se adaptou aos novos – e cruéis – tempos… Pagou com a vida!

Detetive Sidraque é assassinado em Monte Sião – 22 de fevereiro

Olá meus estimados leitores.

     Já estava com saudades de vocês. Espero que tenham se divertido ou descansado muito no carnaval. O meu foi um pouco corrido. No sábado Festa da Uva em Vinhedo, domingo churrasco em família, segunda anfitrionando familiares e à noite o falecimento de uma pessoa querida me levou para o Rio de Janeiro. No final da quarta quando abri o computador recebi um convite irrecusável dos meus filhos para ver o São Paulo fazer um papelão diante do Bragantino… Só agora pude finalmente trazer alguma coisa de novo para vocês. Comecemos com o singelo tributo ao companheiro Sidraque…   

Em 1996 o capixaba Sidraque Correia da Rocha, 36 anos, veio para Minas em busca de sonhos e ingressou na policia civil. Alguns de seus colegas ouviram-no perguntar ainda na Acadepol;
– O que eu estou fazendo aqui? Por que será que entrei para a policia?
E ele mesmo responder…
– Acho que é por causa do meu senso de justiça, de heroísmo…
Esta conjectura introspectiva do jovem policial mostrou em pouco tempo a muita gente quem era Sidraque. Ele foi designado inicialmente para trabalhar em Pouso Alegre. Daqui seguiu para Extrema, de lá voltou para perto da família em Teófilo Otoni e, a pedido, voltou para o Sul de Minas… Para São Gonçalo do Sapucai, depois Careaçu, Silvianópolis e novamente Pouso Alegre.
Apesar de ter trabalhado em poucas cidades em 7 anos, ele se tornou conhecido e lembrado em todo o Estado, através do curso de formação policial que fez com outros 400 detetives de todos os rincões das Minas Gerais, na academia de policia civil. Conhecido justamente por este jeito às vezes introspectivo, outras expansivo, outras espeloteado sem dizer coisa com coisa, mas sempre com autenticidade, generosidade e bom humor.
Contam alguns colegas que, numa de suas tiradas, uma senhora chegou à recepção da delegacia de policia e disse que havia sido roubada, tendo o meliante levado todo seu dinheiro e seus documentos. Sidraque, olhando muito atentamente para ela exclamou;
– Nossa!!! E agora. O que a senhora vai fazer???
No segundo seguinte ele se deu conta de que ela estava ali em busca de respostas e atitudes e não de perguntas e tratou de registrar o B.O. para ela.
O policial de origem libanesa era na verdade um grande artista. Era musico, poliglota – falava razoavelmente sete idiomas – e nas horas de folga trabalhava de pintor de parede, cabeleireiro, dedetizador e dava aulas de grego, aramaico e latim.  Quando chegou a Pouso Alegre em l996, pintou todo prédio da delegacia regional… e não recebeu um centavo por isso!!

O domingo de carnaval, 22 de fevereiro de 2004, amanheceu chovendo em toda região. Durante uma pequena aragem por volta de dez da manha, Sidraque encontrou casualmente com seu destino. Ele voltava da feira trazendo frutas e verduras para a esposa e o casal de filhos imberbes que amava com fervor, quando surgiu à sua frente um cidadão que fora vitima de furto no dia anterior, informando que o suspeito estava num boteco ali perto e pediu providencias.
O policial que estava sempre à disposição de quem quer que o procurasse, se propôs abordar o suspeito sozinho, pois além de não dispor de tempo para buscar reforço, ele era o único investigador da cidade. O mocinho – mocinho mesmo, recém completados 18 anos, franzino – que realmente tinha culpa no cartório, passou sebo nas canelas e dobrou a serra do cajuru. Sidraque saiu nos seus calcanhares. Enfurnaram-se numa extensa área onde se começava um loteamento, em direção ao ribeirão e sumiram da vista da vitima e de dezenas de curiosos que acorreram para a porta do bar. Minutos depois ouviram três tiros vindos lá do ribeirão. Estremeceram tentando imaginar o que estava se passando. Um dos curiosos exclamou;
– Nossa… O Sidraque matou fulano…
Continuaram olhando estupefatos e no minuto seguinte avistaram o larapio – agora assassino – subindo o pasto do outro lado do ribeirão, até sumir de vista, levando a arma do policial. Quando a vitima e curiosos chegaram à beira do ribeirão, lá estava o detetive Sidraque com três tiros no peito, inerte
A chuva que ao que parece dera uma pequena trégua suficiente apenas para o sempre resoluto policial cumprir seu destino, voltou a cair torrencialmente sob o seu corpo e os de dezenas de policiais que varreram cada palmo de Monte Sião naquele domingo de carnaval, à procura do ladrãozinho pé-de-couve. Ele não foi encontrado. Oito meses depois, quando cheguei à bucólica e rica Monte Sião, tentei desenterrar o assassino do policial. Mas, sozinho, como os demais colegas, não obtive êxito.
Nunca soubemos o que aconteceu entre o policial e o meliante naquela beira de ribeirão. Só o que se sabe é que o policial tinha uma pistola carregada na cinta e seguiu a lei ao pé da letra enquanto o meliante, na primeira chance que teve … preferiu matá-lo com sua própria arma. Morreu o policial… morreu um artista, um cidadão admirável. E deixou como herança uma pensão de – descontados assistência medica, contribuição de aposentadoria, intermináveis descontos de empréstimos bancários – R$ 480 reais na época. E deixou também um colchão de casal, dois de solteiro, um fogão, um guarda roupa, um teclado, seus tesouros Mirna de 9 e Misaque de 11 anos… e sonhos, melancolia e saudade.

Cinco quilos de maconha plantada na areia no Cidade Jardim…

A policia civil prendeu no inicio da tarde desta quinta o traficante Maycon da Silva Candido e com ele quase cinco quilos da erva marvada. Os homens da lei chegaram até o distribuidor de drogas no Cidade Jardim, com ajuda do seu maior aliado… o “amigo oculto da lei”. O amigo, no entanto, somente deu sua valiosa informação, para completar um serviço feito pela Policia Militar no ultimo sábado. Naquela ocasião os PMs, de posse de um Mandado de Prisão Temporária solicitado pelo Delegado Gilson Baldassari no primeiro dia do ano, prenderam Ronan da Silva Candido, irmão de Maycon e o encaminharam para o hotel do Juquinha. Ontem o “amigo oculto” ligou para a DP e sem saber o motivo da prisão de Ronan, disse em tom de troça;
– Vocês prenderam o cara errado…!!! O bandido lá é o Maycon. Ele tem mais de cinco quilos de maconha escondida na casa de um primo dele no outro quarteirão, perto de sua casa, para distribuir no carnaval…”.

Com as informações o Delegado Gilson Baldassari reuniu seus pupilos e foram tomar o café da tarde no Cidade Jardim.      Abordado quando tentava sair de casa pilotando uma motocicleta, Maycon se borrou todo e suou frio diante dos policiais. Nervoso, contraditório, sem conseguir tapar o sol com a peneira levou os detetives até a residência do primo G.F.S.Rodrigues há duas quadras dali, onde guardava a droga. Revirando um monte de areia no quintal, um a um os tijolos de maconha envoltos em papel alumínio foram aparecendo. Depois de assinar o 33 Maycon, de 22 anos, foi fazer companhia ao irmão mais novo no Hotel do Juquinha.
Ronan o moço preso no sábado, estava sendo procurado desde o apagar das luzes do ano passado. Segundo levantamentos do Delegado Gilson e seus agentes, ele é responsável pela morte do vizinho João Balaio na virada da noite do dia 30 de dezembro, com vários tiros no abdome. Apesar de ter sido preso por engano conforme disse o “amigo oculto da lei”, Ronan deverá se hospedar por muito mais tempo do que o irmão traficante no hotel do Juquinha.

Castelo construido na areia… tende a desabar…

Maycon da Silva Cândido

Madonna leva sua dona para o xilindró em Monte Sião

Ao separar-se do marido policial, há três anos em Monte Sião, a tricoteira Neidimar Gomes do Nascimento ganhou de presente uma cadela mestiça Pitt Bull, de cores branca e caramelo. Na época Neidimar morava no bairro Magioli e deixava a cachorra solta na rua, para evitar o stress. Estressados no entanto ficaram os vizinhos com os latidos e investidas da cadela mestiça.
Atendendo um abaixo assinado dos vizinhos preocupados com o show de Madonna, Neidimar foi chamada na chincha e sentou-se no banco dos réus. O homem da capa preta não prendeu Neidimar, mas determinou que ela prendesse a cadela e pagasse um salário mínimo a uma instituição de caridade. E foi benevolente… permitiu que ela pagasse em 5 prestações.
Para ficar livre do ‘presente de grego’ ganho do ex-marido, Neidimar imediatamente mandou Madonna cantar, quero dizer, latir em outro quintal. Atravessou o “Portal da Divisa”, cuja fita de inauguração presenciei o corte na noite de 30 de dezembro de 2004 – e foi morar no bairro dos Francos, na vizinha e bela Águas de Lindóia – Que saudade!!!
Como estava morando em outro Estado Neidimar, ‘esqueceu’ de pagar o restante das prestações pecuniárias determinadas pelo juiz … Mas o juiz não se esqueceu dela. Expediu Mandado de Prisão. No crepúsculo desta terça Neidimar voltava para casa na garupa do novo companheiro, quando avistaram uma blitz da PRE. O motoqueiro, sem carteira, acelerou fundo, furou o bloqueio e somente parou sua motoca Suzuki na porta lateral de uma viatura no outro lado da fronteira. Além de ter a mota apreendida e de ter que pagar pelos danos na viatura, o motoqueiro ficou sem a amasia. Neidimar recebeu pulseiras de prata e desceu no taxi do contribuinte para a delegacia regional de Pouso Alegre.
Tudo por causa do ‘show’ que Madonna branca e caramelo propiciava aos vizinhos no velho bairro Magioli…

Noite de fúria em Monte Sião

A jovem Fabiana Munis Santos, 31, passou momentos de desespero e terror no inicio desta madrugada na Capital das Malhas. Ela dividiu os cobertores com o comerciante Denisson Ricardo de Jesus Beloni, 33, mas – por que será ? – o romance acabou e cada um seguiu seu rumo. Quer dizer, ela está tentando seguir sozinha… ele insiste em seguir junto!!
No final da noite de ontem ele foi “… à casa dela ai, ai… falar do seu amor pra ela, vai…” e não conseguiu “se segurar…”
Ou ouvir batidas na porta Fabiana saiu na sacada, viu que era o ex-amasio e recusou-se a abrir a porta. Disposto a entrar na marra Denisson pegou um paralelepípedo e arrombou a porta na pedrada. Ao chegar até a ex-cara metade no segundo andar do predio, tomou-lhe o celular através do qual ela pedia socorro à policia e o esmagou no chão. Não satisfeito desceu para a cozinha dizendo que iria pegar uma faca para cortar seu pescoço. Nesta hora o desespero bateu forte e Fabiana pediu socorro a toda vizinhança. Quase pulou a sacada. Quando os homens da lei chegaram, o preterido no coração da moça continuou fazendo juras… de separar sua cabeça do corpo…
No piano do delegado de plantão em Pouso Alegre – o leitor já sabe: todo B.O. que começa nas cidades da região depois do expediente e finais de semana, termina na Delegacia Regional, pois nas comarcas não tem delegado – Denisson assinou três artigos leves do CP; 150, 163 e 147, apimentados por “Maria da Penha, a Defensora das Mulheres Oprimidas”. Na hora de arbitrar fiança, a caneta do manjura, no entanto, foi mais pesada que as penas de violação de domicilio, danos e ameaças; R$ 5 mil reais. O furioso de Monte Sião não tinha tanto dinheiro no bolso… Por isso foi se hospedar no Hotel do Juquinha.

Caseiro mata Assaltante em Monte Sião

O crime em legitima defesa do patrimônio de terceiro aconteceu numa fazenda do bairro da Pontes na madrugada de ontem. O caseiro telefonou para o patrão que mora em campinas e contou que foi arrancado dos braços de Morfeu com o guaiú da cachorrada e ruídos vindos da casa sede da fazenda. Armado com uma carabina calibre 20 ele saiu para defender o patrimônio do patrão e deparou com dois vultos na penumbra. Um deles atirou em sua direção sem contudo acertá-lo. O caseiro então teria dado um tiro na direção do assaltante, derrubando-o ao chão enquanto o outro fugiu numa motocicleta deixando o moribundo trás. Ao constatar que o assaltante estava morto, o caseiro informou o caso ao patrão e dobrou a serra do cajuru – ou seria do Morro Pelado? – para fugir do flagrante.
Chamada pelo fazendeiro a policia militar esteve de manhazinha na fúnebre fazenda onde constatou que o assaltante morto com apenas um tiro de cartucheira entre o peito e a costela, sem nenhuma identificação, tinha com ele alguns pertences recém furtados da sede.
No dia 18 de setembro de 2006 o caseiro Henrique do Santos Marques – ver ; Meninos que vi crescer, “O Justiceiro do Recanto das Margaridas” – também chamou seu patrão Alfredinho na fazenda em que trabalhava no bairro Pouso do Campo e contou historia semelhante. Em seguida dobrou a serra do cajuru para não me dar entrevistas. Não adiantou. Menos de vinte quatro horas depois, eu e os companheiros Kleber e Benicio já havíamos desfeito toda a farsa e trancafiado o “Justiceiro” no novo Hotel Recanto das Margaridas. O assassinato a pauladas e facadas acontecera após desentendimento entre Henrique e outros dois amigos que passaram toda a tarde nos braços de Severina do Popote.
Será que a historia do caseiro de Monte Sião aconteceu mesmo como ele contou ?!?!?

Caseiro mata Assaltante em Monte Sião

O crime de legitima defesa aconteceu numa fazenda do bairro da Pontes na madrugada de ontem. O caseiro telefonou para o patrão que mora em campinas e contou que estava nos braços de Morfeu quando despertou e ouviu barulhos vindos da casa sede da fazenda, além do incessante ladrar dos caes. Ele armou-se de uma carabina calibre 20  e ao verificar do que se tratava, viu dois vultos na penumbra. Um deles atirou em sua direção sem contudo acertá-lo. O caseiro então teria dado um tiro na direção do assaltante, derrubando-o ao chão enquanto o outro fugiu numa motocicleta deixando o moribundo trás. Ao constatar que o assaltante estava morto, o caseiro informou o caso ao patrão e dobrou a serra do cajuru – ou seria do Morro Pelado? – para fugir do flagrante.
Chamada pelo fazendeiro a policia militar esteve de manhazinha na fúnebre fazenda onde constatou que o assaltante morto com apenas um tiro de cartucheira entre o peito e a costela, sem nenhuma identificação, tinha com ele alguns pertences recém furtados da sede.
No dia 18 de setembro de 2006 o caseiro Henrique do Santos Marques – Meninos que vi crescer, “O Justiceiro do Recanto das Margaridas” – também chamou seu patrão Alfredinho na fazenda em que trabalhava no bairro Pouso do Campo e contou historia semelhante. Em seguida dobrou a serra do cajuru para não me dar entrevistas. Não adiantou. Menos de vinte quatro horas depois, eu e os companheiros Kleber e Benicio já havíamos desfeito toda a farsa e trancafiado o “Justiceiro” no novo Hotel Recanto das Margaridas.
Será que a historia do caseiro de Monte Sião é esta mesmo?!?!?

O Misterio do Coisa Ruim da Borda

       Olá… Feliz ano novo.

       Que a benção de Deus Pai criador caia sobre voce, meu estimado leitor e que seu filho, nosso irmão Jesus, continue a iluminar seu caminho e guiar seus passos. Que Ele te dê força, perseverança e sabedoria para vencer seus desafios com seu trabalho digno e honrado, sem derrotar ninguem. Amém.

       Como o leitor deve ter percebido, estou ausente do meu ‘habitat’, longe de casa, alheio aos fatos cotidianos. Mas, mesmo sem novidades no blog, os leitores continuam acessando… Por isso eu também resolvi dar-lhes um presente, que na verdade eu vinha guardando a sete chaves para o meu ‘primeiro livro’… Uma das melhores historias da serie “Meninos que vi crescer”; ‘O Misterio do Coisa Ruim da Borda’, exaustivamente investigada e escrita no final de 2009 e inicio de 2010, com fotografias do ‘palco’ do Chiquinho da Borda tiradas na semana passada.

      Boa leitura.

O mistério do Coisa Ruim da Borda

O Morro dos Cães uivantes

E os anjos e demônios nossos de cada dia

       Parei meu carro na praça ao lado da jovem Basílica de Nossa Senhora do Carmo – jovem no titulo de Basílica a que foi elevada em 2005, pois a majestosa construção tem varias décadas. Foi concluída em 1954 – as duas e meia da tarde quente de sábado e desci. Entrei na primeira loja que vi aberta. Completamente vazia. Um rapaz e uma moça estavam de frente um para o outro acertando contas, com papeis, dinheiro e anotações sobre o balcão. Cumprimentei-os e antes que eu dissesse mais alguma palavra, do nada surgiu uma vendedora, abriu um sorriso ligeiramente forçado e perguntou delicada; “Posso ajudar”? Com um leve pigarro, esbocei também um sorriso de boca fechada, esperei propositalmente o ponteiro do relógio caminhar alguns segundos e respondi perguntando; “ O que vocês me contam sobre o ‘Coisa Ruim da Borda’”? Uma bomba teria causado menos impacto. Os três olharam ao mesmo tempo para mim, olharam um para o outro, olharam de novo para mim cada um tentando formular uma resposta ou uma pergunta. Eu já havia chamado a atenção necessária, desisti da maldade e acrescentei; “Desculpe… eu sou colunista policial em Pouso Alegre e estou aqui investigando a historia do tal Coisa Ruim da Borda, para publicar em minha coluna e no meu blog”. Soltando a respiração, cada um dos três tentou falar ao mesmo tempo, para dizer que nada sabiam a respeito. Uma das jovens tinha ‘ouvido falar há muito tempo’. A outra disse que seu ‘pai contava uma historia dessas’ mas ela não se interessara ou não se lembrava. O rapaz já refeito do susto disse que ‘talvez o padre ou o sacristão ali do lado soubesse alguma coisa’ e recomeçou a contagem perdida das cédulas sobre o balcão. Eu estava começando desvendar o mistério do Coisa Ruim ou Capeta da Borda.

Ao ver que as portas da Basílica estavam fechadas segui pela mesma calçada da loja em direção à Casa Paroquial. Na esquina havia um senhor septuagenário sentado no portal térreo de um sobradinho aproveitando a sombra da Basílica e eu não fiz cerimônia; pedi licença, sentei-me ao seu lado e puxei prosa. Mas poupei-lhe o susto. Antes de entrar no assunto que me interessava eu disse quem eu era e o que queria. O simpático e desembaraçado velhinho contou-me tudo que sabia – o que não era muito – realidade e folclore. Foi ali, vendo o tempo mudar e uma cortina branca despencando sobre o Distrito do Sertãozinho, se aproximando da cidade, que eu soube que o Coisa Ruim da Borda nunca passou da “Ponte de Pedra” e que se voltasse para a fazenda de onde foi expulso seria chamado de “Coisa Ruim de Tocos do Mogi”. Depois do solícito velhinho, cheguei ao muro da Casa Paroquial, mas o sacristão, zelador, camareiro ou mordomo dos padres não se deu o trabalho de falar pessoalmente comigo. Usou o frio interfone para informar que não havia padres em casa, mas que talvez eu conseguisse receber a benção de um deles no Centro Pastoral ou na igreja, na missa da cinco.

Cheguei com três beatas bem maduras ao Centro Pastoral. Uma delas até quis falar alguma coisa sobre o tal capeta, mas quando a outra mais acanhada e desconfiada descobriu que algumas pessoas já estavam reunidas nos fundos do Centro, elas me deixaram falando sozinho. No ponto de táxi, agora sob os primeiros pingos grossos de uma chuva que se espalhou e não banhou a cidade, devolvendo o sol forte a todo o município em poucos minutos, enriqueci bastante o dossiê do Coisa Ruim e sua saga e levantei nomes de pessoas que poderiam me dar muitos capítulos de sua historia. Com menos de duas horas de investigação na cidade do grande desportista Rogerinho Medeiros, eu já poderia desvendar e escrever quase todo o mistério do Coisa Ruim. Mas, não teria graça nenhuma se não conhecesse o palco de sua exibição e não sentisse seu bafo quente em minha nuca. Por isso só deixei a cidade no apagar das luzes do astro rei, depois de visitar o sombrio casarão do alto da colina, na estrada que vai para Bom Repouso, onde precisei segurar com força minha cruzinha dourada no peito e quase cair numa vala da estrada em obras, para desviar de um fusca velho que se jogou de porta aberta sobre mim numa descida.

Bem, antes de prosseguir com esta historia cheia de controversas, tabus, superlativos, perturbação do sossego, folclore e muito medo, para melhor entendimento do leitor e evitar a incansável repetição do termo Coisa Ruim da Borda – que pode acabar assustando alguma criança – batizemos personagens e locais desta historia arrepiante e até aqui mal contada. O palco das exibições do chifrudo, tinhoso, bode velho, saci ou simplesmente Espírito Brincalhão chamaremos de ‘Colina ou Morro dos Cães Uivantes’ – Não confundir com o clássico “O Morro dos Ventos Uivantes de Emily Bronté – O fazendeiro que fez o pacto com o espírito perturbado será chamado de “Portuga”, homenageando sua origem além-mar, o pá. A jovem noiva prometida chamaremos apenas de “Donzela”. O irmão dela, único remanescente vivo da família, testemunha ocular e auditiva da macabra historia chamaremos pela inicial de seu nome,  “R.”. O “dito cujo” já tem nome. Muito além das cercanias da Borda as pessoas que ouviram, mesmo que por alto sua historia, já sabiam que ele se chamava “Chiquinho”. Ele próprio se apresentou ao seu anfitrião com este epíteto carinhoso quando veio buscar sua donzela prometida, em 1953.

Bom, agora que nos tornamos mais íntimos, vamos falar francamente; “…Que atire a primeira pedra….” quem nunca viu o capeta!!! Ora, ora, ora, todos já vimos e cada um de nós o pintamos de acordo com nossa conveniência. Eu já estive cara a cara ou ‘costas à cara’ – Sua principal característica é a traição – com ele inúmeras vezes. Apesar de conhecer ‘an passant’ a historia do Coisa Ruim da Borda, só na capital do pijama esbarrei neles umas quatro vezes.

A primeira vez foi em 1970. Eu estava no forro da casa do Sr. Jairo, no bairro Santa Rita, para continuar lendo essa historia, acesse ‘www.meninosquevicrescer.com.br’!