P’ra quem pensa que a vida de traficante é sombra, água fresca, mulheres violão e dinheiro no bolso, eis a prova do contrario. Para chegar a ostentar cordões de ouro no pescoço, guarda-costas e carrões importados é preciso transportar muitas barangas do mato até os nóias, uma de cada vez, como se fosse uma verdadeira formiguinha… E correndo o risco de a qualquer momento tomar um pisão dos homens da lei!!!
Foi exatamente assim que aconteceu com os garotões Willian Kennedy Guerra, Enio Carlos Junio Vieira, A.C.A. e L.A.B. de 17 anos, em Cachoeira de Minas.
Enquanto o baile corria solto na boate Millenium na madrugada fria, na capital do biscoito, os policiais à distancia observavam o movimento. Notaram que um grupo de garotos, de vem em quando se afastava da boate, iam a um local escuro na entrada da cidade e logo voltavam. Depois de concluir o que eles estavam fazendo resolveram dar o bote. Primeiro pegaram o jovem Maicon Fernando Mateus Pinto. Ele levava no bolso uma baranga de farinha do capeta. Encostado na parede, Maicon contou que havia comprado a droga do cidadão Willian Kennedy por quinze reais. O próximo a receber ordem para encostar na parede e abrir as pernas foi Willian Kennedy. Ele tinha na algibeira duas barangas da mesma farinha. Questionado sobre a procedência da droga e o que eles tanto iam fazer no mato, inexperiente no ramo que é, Willian foi logo abrindo o livro…
– Eu e meus amigos Enio e A. e L. compramos a droga em Pouso Alegre para revender no baile. Nós compramos na Avenida do Aterrado por dez reais e estamos vendendo por quinze…
– Onde está o restante da droga? – Perguntaram os policiais já sabendo a resposta.
– Tá lá no pátio da ‘Fogueira’… – Confessou Willian.
E estava mesmo. Ao pé de uma moita no escuro, estava um pacote com mais 43 barangas de cocaína. Enio Junio e os dois ‘dimenor’ também confessaram o trafico e o modus operandi…
– A gente escondeu no mato e busca de duas em duas barangas de cada vez… Assim se for pego com pouquinho pode alegar que é para usar! – Justificou o sócio da empresa ‘formigueira’ de cocaína de Cachoeira de Minas.
E o esquema funciona mesmo! Willian, que parecia ser o chefe da quadrilha, levava na algibeira R$ 1.200 reais em três pacotes separados, um em cada bolso! Disseram os garotos que esta foi a segunda vez que venderam a drogas em Cachoeira!
Se é verdade ou não a firma já quebrou. Pediu falência antes de pedir concordata! Fechou as portas. Maicon, o nóia que entregou a quadrilha de formiguinhas assinou o 28. Os dois “dimenor” assinaram o AFAI e voltaram para casa. Willian Kennedy e Enio Junio foram fazer ‘estágio’ no Hotel Recanto das Margaridas.
Para entrar no ramo comercial de drogas, basta ter uma nota de dez no bolso, comprar uma baranga e vender por quinze… Mas crescer neste ramo ilícito e pernicioso não é tão fácil assim… Além de muito arriscado!