Chop & Susi põe assaltante para correr

Semanas atrás um casal de cães viralatas, apareceu ressabiado num posto de combustíveis em Juiz de Fora. Os frentistas conversaram com os animais, fizeram alguns afagos, deram comida e o casal adotou os frentistas. Agora passam o dia todo no posto. De dia cochilam aqui, cochilam acolá, dão uma voltinha pelas imediações, para colocar a fofoca em dia e à noite vão para o escritório fazer companhia ao frentista de plantão.

Ontem o simpático, folgado e belo casal de cachorros, batizado pelos frentistas de Chopp e Suzi, demonstrou a gratidão aos donos. No inicio da modorrenta e fria madrugada, o frentista cochilava sentado no sofá, diante da televisão, quando um gatuno sorrateiro entrou no escritório brandindo uma faca de cozinha. Antes que ele encostasse a fria e afiada lamina no pescoço do frentista distraído e exigisse o dim-dim, os cães saíram de trás do balcão, avançaram sobre ele, agarraram sua calça e o puseram para correr.

O ataque durou menos de um minuto. Foi o tempo que o gatuno demorou para dobrar a serra do cajuru com os cachorros mordendo seus calcanhares, até a beira da rua. Encorajado pelos fiéis ‘guardas’, o frentista muniu-se de um pedaço de pau e saiu correndo atrás do gatuno. Ele não foi alcançado e não foi preso mas dificilmente voltará ao posto. Pelo menos enquanto Chop & Suzi estiverem por lá…

… E tem gente que ainda faz cachorrada com seus cachorros!!!

Linda, a cadela de Conceição dos Ouros

Eu estava no jardim quando o telefone tocou. Era minha esposa. Pela voz percebi que ela ia chorar. Pensei por alguns segundos antes de dizer qualquer palavra que rompesse o dique de lagrimas. Não consegui… e o pranto caiu!

-… Ela está horrível! A perna esquerda está toda esmagada e ela está respirando com dificuldade… acho e que não vai sobreviver!!!

Tentei ordenar as idéias e procurar palavras para entrar no dialogo. Uma medica, por pior que seja o quadro do paciente, contem as emoções, não se deixa abalar. Qual parente dela estaria em situação tão deplorável a ponto de derrubá-la do salto? Não era ninguém da família… Por enquanto! Mesmo que tivesse perguntas bem formuladas eu não conseguiria fazê-las. Conheço as mulheres. Elas não respondem perguntas, não deixam falar, elas simplesmente desfiam o rosário… especialmente quando sob efeito de fortes emoções. A minha é particularmente assim. Resumi minha parte do diálogo dizendo apenas: conte-me tudo!

– Alguém abandonou uma Waimaraner aqui perto do hospital. Ela foi atropelada, está com a perna esmagada, perdeu muito sangue, está anêmica… magrinha, pele e osso. Já faz vários dias. As feridas já cicatrizaram com os ossos fora do lugar. O pior é que ela é velhinha, está muita fraca…

– Você já fez o que tem que fazer?

– Já… Posso levá-la para casa – aumentou o soluço para fazer pressão!

– Ahnn – fiz suspense, só para valorizar, pois o ‘não’ seria totalmente desaconselhável – Tudo bem – disse finalmente.

– Ahhh… – Exclamou ela mudando as emoções da água para o vinho. Há quarenta quilômetros dali pude vê-la dando pulinhos de alegria como uma criança que ganha um brinquedo e seu sorriso de canto a canto da boca. Acho que o Daniel quando senta-se numa moto não fica tão efusivo!!

A velhinha atropelada chegou em casa na hora do almoço… com status de estrela. Quando desci para vê-la, ela já estava confortavelmente instalada numa caminha nova, na lavanderia tendo ao alcance do focinho afunilado duas tigelas novas, uma com água e outra com ração. Toda tristeza de minha esposa pela aparência deplorável da cadela, dera lugar a sorrisos de satisfação por adotá-la. Quando olhei para aquela figura triste, quase moribunda estirada na caminha macia e ouvi a pergunta da Tatiana sobre o que eu achava, olhei bem e entre incrédulo e sarcástico pronunciei em bom tom: Linda!!!

Exclamação geral! Para nossa surpresa, a cachorra até então sem eira e nem beira e naturalmente sem um nome, moveu o languido e magro pescoço, tentou abanar o cotó de rabo, levantou a cabeça e fitou-me sorrindo ao tempo que perguntava:

– Oi, você me conhece…?

Deduzimos todos ali naquele instante… Seu nome era “Linda”.

Dois dias depois fui à Conceição dos Ouros investigar a origem da Linda. Não foi difícil chegar ao seu antigo – e cruel – dono. Cães das raças Waimaraner, São Bernardo, Dog Alemão ou mesmo o Mastim Napolitano, pelo porte e beleza, não passam despercebidos. Linda tinha até família… Tinha uma filha idêntica – sem as marcas dos anos e as do atropelamento, claro – Era um mecânico. Quando lhe perguntei o nome da garbosa cadela ele respondeu todo orgulhoso:

– Esta é a Bela…

De chofre emendei:

– … E onde está a mãe dela, a Linda?

Já peguei muita gente nesta armadilha!

Pego de surpresa, só aí o mecânico percebeu minha presença. Olhou-me de soslaio, desconfiado, pensou rápido e soltou:

– A Linda…? Eu ‘dei ela’ para um amigo de São Jose dos Campos. Faz uns três meses. Nunca mais vi!

Estava desfeita a curiosidade e confirmado o nome de batismo da cadela atropelada. Não havia mais nada a fazer. Fingi que acreditei na historia do ex-dono da Linda e fui embora.

Não perguntei a idade da Linda, pois o mecânico certamente não saberia e se soubesse não diria. Mas não era necessário. Seus bigodes, seu jeito lento de andar agravado pelos ferimentos do corpo e da alma, seu latido fundo e rouco e seu desinteresse pelas coisas do quintal – até porque havia quase uma dúzia de cachorros mais novos e fortes para fazer isso – denotavam sua idade: oito ou nove anos. Viveria feliz o resto dos seus quase oitocentos dias…

Linda é a de óculos!

Viveu mesmo. Após um rigoroso, paciente e esperançoso tratamento na “Clinicao” – A dedicadíssima  e competente Cris achou que seria necessario amputar-lhe a perna, mas resolveram tentar primeiro o procedimento menos doloroso – curou as feridas do corpo. Mudou-se da lavanderia para a garagem. Passava os dias modorrentos no jardim e à noite dormia junto à porta de serviço. Era preciso levantar o pé para não pisar nela. Ficou naturalmente manquitola, mas se movia com certa facilidade. Quando nossa numerosa matilha saia no rastro de uma lebre, lagarto ou outro bicho pelo cafezal, Linda se aventurava também na perseguição. Ia no fim da fila, mancando e gritando triste:

– Esperem por mim seus moleques …

Vez por outra Linda voltava às suas origens primitivas; sorrateiramente encantoava uma galinha gorda na tela do galinheiro, matava e quando percebíamos, só as penas… Um puxão de orelha, que ela parecia entender muito bem, baixava a cabeça e voltava para garagem tentando esconder o cotó entre as pernas.

      Certa dia chegamos em casa de madrugada e levamos um susto. A garagem parecia um campo de guerra, cenas de terror… Havia sangue espalhado por todo lado. Era impossível descer do carro sem pisar nas poças e manchas de sangue. Sob uma lona que servia de cama estava linda… o que restava dela. Estirada na lona já não obedecia aos chamados. Trazia um extenso corte na cabeça e havia perdido muito sangue. Conseguimos um veterinário no meio da madrugada e uma hora depois ela voltou para casa

com a cabeça costurada e  cheia de bandagem. Ainda respirava mas nunca mais ouvimos sua voz triste que parecia vir do fundo de uma caverna. Na manha seguinte sepultamos seu corpo ossudo num canto do jardim.

Na pressa de socorrer Linda de madrugada, nem investigamos o ‘cachorrocidio’. Na certa foi a Lassie, que embora morasse do outro lado da casa, debaixo de minha janela, não gostava de dividir meus cafunés ou então o Jack, o pastor Belga que foi adotado já adulto e nunca fez amizade com a ‘família’. Era sábado. Vai ver o caseiro esqueceu de abastecer sua tijela – ele também morava  do outro lado da casa, debaixo da janela da Rhayane e na disputa pela comida  da Linda acabou praticando lesões graves seguida de morte.

Linda, a Waimaraner de Conceição dos Ouros sucumbiu à luta pela sobrevivência… animal, mas morreu como viveu seus últimos anos…. com dignidade.

Cachorros & cachorradas

O vira-lata Malhadinho e o saco do dono

       Quando chegou da escola trazendo minha filha, meu caseiro colocou a cara na janela do escritório e sem cerimônia foi informando:

– Abandonaram mais um cachorrinho lá perto da porteira. Cedo quando eu fui para a cidade ele já estava lá… Agora continua no mesmo lugar…

Tirei lentamente os olhos do computador onde tentava escrever “O mistério do Corpo Seco” e antes de virar a cabeça para a janela, o caseiro emendou:

– …E ‘brabo’! Eu tentei chegar perto dele para ver se estava machucado, ele avançou ‘nimim”!

– É. Este pessoal já pegou o jeito, mesmo… Eles sabem que a gente acaba recolhendo os pobres coitados, por isso abandonam justamente no portão da fazenda…

– Mas acho que este não vem pra cá, não. Parece que ele está vigiando alguma coisa la perto da porteira…

– Faz o seguinte, Tadeu… Quantos cachorros tem aqui em casa no momento?

– Ah, contando os pequenos, os quatro que tem lá em casa e os dois filhotinhos da Dominique, são… catorze.

– Então leve comida para ele. Se ele comer e depois te acompanhar, tudo bem, se não acompanhar, amém…

Naquela mesma quarta 6 de abril de 2011, saí para jogar futebol ao pé da noite e lá estava o vira lata malhadinho, deitado de rosquinha num bueiro, um metro fora da estrada, no pasto, sob a galhada rala do frondoso eucalipto. Voltei duas horas depois. O cãozinho continuava fingindo dormir no mesmo lugar. Desci do carro e tentei me aproximar só para ver a reação dele… Levantou-se imediatamente e me desafiou mostrando os dentes. Eu não queria briga. Fui embora. Na manha seguinte desci à pé com um porretinho na mão, preparado para briga, mas duvidando que o vira-lata ainda estivesse lá. De longe o avistei. Estava na beira da estrada olhando atentamente para o morro que levava à cidade. Quando me aproximei ele resmungou e foi se deitar exatamente no lugar que estava na noite anterior. Tentei puxar prosa… ofereci casa, comida e roupa lavada. Ele fitou-me com os olhos compridos, mas nada respondeu. Respeitei seu silencio e mantive distancia. Apoiei um pé na cerca de arame farpado que eu mesmo fizera dois anos antes e fiquei alguns minutos meditando e estudando o comportamento do malhadinho valente de olhar languido. “Nos últimos anos abandonaram dezenas de cachorros neste lugar…” – Pensei. “No mesmo dia eles sobem a alameda e vão parar, com cara de cachorros caídos de mudança, lá em casa, em busca de comida!” “Porque este insiste em ficar aqui?” Me afastei e chamei o cãozinho. Ele se levantou, deu dois passos olhando atentamente para mim… e disse:

 

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Rothweiller mata idosa em Lavras

Há meses venho ensaiando criar uma nova categoria no blog, para contar velhas historias de cachorros e cachorradas. Temos historias de amizade, de abandono, de maus tratos do melhor e mais fiel amigo do homem, cuja recíproca nem sempre é verdadeira.

Você já teve um cachorro ou cachorrinho, peludo, pelado, malhado, marron, preto, branco, bege…? Nunca? Nem quando era criança lá nos Coutinhos ou em Barbacena? Nunca teve um Lulu, um Campeão, uma Nala ou Nero, uma Lassie ou um simples Totó? Nunca teve um bichinho destes para recebê-lo sorridente e saltitante, abanando o rabinho quando você chega do escola, do trabalho ou da viagem? Para vigiar sua casa e avisar que chegou visita? Ou para alertá-lo de madrugada e afugentar os gatunos? Nunca teve um cachorro que enfrenta até ouriço e enche a boca de espinho para defender seu quintal? Nunca teve um cachorro amigo? Nem mesmo um amigo cachorro??? Seu caso é serio… Mas tem tratamento!!!

Cachorro é bicho bão dimais, sô!!!

Toda pessoa deveria ter um, para aprender, dentre outras coisas, duas de suma importância na vida: a viver com simplicidade, com pouca coisa, sem ostentação. Água, comida, um tapetinho e um cafuné. O cachorro nos ensina também uma coisa que ele nem sabe que existe – muito comum nos dias de hoje – mas  que pode torná-lo assassino: o stress!!!

Além da água, comida, tapetinho e cafuné, a única coisa que nos preocupa no canino amigo é justamente o Stress. A partir desta semana teremos sempre uma historia de cachorro para contar aqui no blog. Não precisa ser só a minha, pode ser a sua historia também. A historia inaugural desta coluna era para ser outra, de um cãozinho covardemente abandonado na beira do estrada, pelo seu dono. No entanto, a historia do titulo acima veio a calhar, pois trata-se exatamente do Stress.

Uma senhora de 71 anos morreu após ser atacada na noite desta terça feira,10, em Lavras-MG. Ela morava sozinha com o robusto cão há 10 anos. Maria Aparecida de Lima recebeu mordidas no pescoço e foi socorrida pelos bombeiros, chamados por vizinhos que ouviram seus gritos desesperados, mas chegou sem vida ao hospital. O robusto e velho Rothweiller de bigodes brancos, já no fim da vida – cães de grande porte vivem de 9 a 11 anos – está em observação e deverá ser levado para o centro de zoonose da cidade, já que os familiares da aposentada, por questões obvias, não pretendem adotar o assassino.

E onde entra o stress? Exatamente nesta curva. Todo ser vivente, inclusive as plantas, precisa de água, comida, roupa lavada e novos ares!!! Todo animal, incluindo eu e você meu estimado leitor, se ficar muito tempo fechado em um canil, num só cômodo, num mesmo quintal ou mesmo numa só casa, vai acabar se irritando, se estressando.

Levar o bichinho de estimação para passear na rua não é fricote de madame e nem boiolagem… é cuidar da saúde mental do fiel amigo.

Se você é uma das raríssimas pessoas que nunca teve um Totó, um Lulu, Atila ou Tigrão, ainda há tempo de adotar um. O ideal é pega-lo ainda no berço, entre quatro semanas e seis, no máximo sete meses de vida, momento de ser adestrado. Criá-lo desde a infância, para acostumá-lo com seu cheiro, sua voz, suas mãos, seus cafunés.

Dona Maria Aparecida, de Lavras, fez a coisa certa, adotou o rothweiller do sobrinho ainda criança, só se descuidou de um detalhe: passear com ele para desfazer o stress.

O rothweiller de Lavras fez “cachorrada” com a dona…

Cachorrada no Jardim America

A noticia de que uma mulher havia tentado matar um cachorro a golpes de faca, provocou um tremendo rebuliço e levou a policia, a sociedade protetora dos animais e a imprensa ao bairro Jardim America, ontem a noite.

Segundo moradores da rua Republica da Colômbia, a moradora da casa 209 teria se ‘estressado’ com seus dois cães mestiços e esfaqueado um deles, atingindo o pescoço. Quando a policia chegou ela já havia lavado a garagem da casa para retirar o sangue, mas alguns respingos na rua, para onde o cachorro fugiu, denotavam vestígios do incidente.

Encontramos o cão preto de médio porte, mestiço Rothwailler na rua Rep. Da Argentina. Apesar do sangramento estancado no lado direito do pescoço, ele desfilava belo e formoso no meio do aglomerado de pessoas que se formou em volta da viatura da PM. Parecia uma vedete, recebendo a atenção, adulação, chamego de adultos e crianças e, é claro os flasches de maquinas digitais e celulares.

O outro cão, também mestiço de porte médio, malhado, estava em posição de ‘rosquinha’, ressabiado na garagem.

Também ressabiada com presença da policia e de uma pequena multidão na porta da sua casa, dona Cristina explicou que os dois cães, o malhado que ela criou e o preto que ela adotou, se estranharam e ‘pegaram’ no tapa, quero dizer, nos dentes, tendo o preto levado a pior.

As crianças – mais de uma dezena – que brincavam na rua e chamaram os pais, tem outra versão para o ferimento no pescoço do cão:

– O cachorro pegou a chupeta da criança… Ela começou xingar, pegou uma faca e furou o pescoço do cachorro preto e chutou o malhado… – reafirmou um garoto de cerca de 10 anos.

– A garage ficou cheia de sangue….Ela lavou… – disse uma menina de 5 anos na presença da mãe.

Diante da situação onde afloravam os sentimentos de indignação e revolta pela suposta crueldade contra os bichos, os policiais Marcelo e Julio Cesar agiram com serenidade, delicadeza e bom senso. Afinal, conduzir para a DP uma senhora que vive de aluguel social, com três crianças imberbes, baseado em provas tão frágeis de um crime, não seria de bom alvitre.

O cão que mudou a rotina dos moradores do bairro Jardim America na noite do Dia Internacional da Mulher, altivo e faceiro, apesar do ferimento no pescoço, foi levado pelo vereador Helio da Van – intrépido defensor dos animais – e uma representante da Sociedade Protetora dos Animais, para avaliar a gravidade do ferimento, medicá-lo e expô-lo a adoção.

O B.O. sobre o incidente cachorídico no America está sob a mesa do delegado Bruno Lopes Pereira. Se o medico veterinario atestar que o corte no pescoço do garboso mestiço preto não foi causado pelos dentes do desafeto malhado e sim por um objeto cortante, dona Cristina da Silva Luiz, de 26 terá que prestar contas à justiça.

Policia apreende 46 cães de raça trancados dentro de casa

Dona dos bichinhos poderá ser processada por furtos e maus tratos

      Vi de relance, no Jornal Regional, a imagem de dezenas de cãezinhos saltitantes curiosos em busca de comida e liberdade, numa residência de Poços de Caldas. Os animaizinhos, 46, estavam trancados na casa em meio a sujeira e lixo, com galinhas e até um gato morto, sem ventilação, sem banho, sem água e sem comida. Os inocentes bichinhos foram apreendidos pela policia militar e vigilância em saúde e entregues provisoriamente à Sociedade Protetora dos Animais. A dona – será que é mesmo dona? – dos peludinhos que encantam crianças e adultos, quando for localizada, será processada por maus tratos de animais. A policia civil, no entanto acredita que os cachorrinhos sejam produto de furtos. E isso é mais comum do que se imagina. Dentro da casa da madame de Poços pode ter mais de R$ 50 mil reais em cachorros das raças Poodle, Bichon Frizé, Yorkshire Terrier, Schnauzers, Pinschers … Cães de raça que fazem girar, dentro ou fora da lei, uma pequena fortuna entre madames de meia idade que não podem mais ter filhos ou que preferem a companhia dos de quatro patas – Outro dia vi uma comerciante em Gonçalves recusar R$ 20 mil reais por uma belissima  matriz de Border Collie, o mais inteligentes dos caninos.

     Anos atrás conheci Madame Jack, especialista em furtos desses animaizinhos de ‘cama & sofá’, muito mais bem documentados e bem tratados do que crianças, cuja ninhada a cada seis meses pode render à ‘mamae-dondoca-perua’ algo em torno de R$ 10 mil reais.  Madame Jack era uma refinada ladra de cachorros de raça, conforme foi apurado pela PC e publicado por mim no Jornal do Estado na ocasião, não sem alguma dificuldade, pois a madame meliante fora casada com  um ‘figurão’ da cidade que poderia fechar o jornal ou processar este colunista. Veja a matéria:

  “Madame “Jack” e suas cachorradas

*Publicada por Airton Chips no Jornal do Estado em 01 de dezembro de 2000

 

       Atenção madames desavisadas e defensores de latildos indefesos. Apertem as coleiras, tranquem os portões e fiquem ligadas em Direto da Policia. Um novo golpe está na praça. Uma fina madame, um motorista trajado “a la Jarbas”, uma infante impúbere e muito papo de aranha podem levar seu cãozinho de estimação para um pulguento canil da rua São Jose ou para Ouro Fino..

      Procuraram a Delegacia de Crimes Contra o patrimônio da 13a DRSP, duas madames paulistanas e uma manduana, para dar queixa de furto de seus cãezinhos. E não se trata de pulguentos e mal nutridos viralatas, não. Trata-se de mimados peludinhos ou não, acostumados a colos, mimos e berços de cetim, todos do mais fino pedigree. São cachorrinhos das raças Yorkshire Terrier, Poodle, Bichon Maltez, Schnauzer, Shih Tzu e Bichon Frizê. ‘Latildos’ cujos filhotes  custam entre R$ 800 e R$ 2 mil reais.   

     Há duas semanas a senhora Luzia Teixeira Costa da Rocha recebeu em sua residência no bairro Santa Terezinha em São Paulo, a visita de uma simpática, bonita e bem vestida mulher dos seus trintaa e alguns anos, 1,68 de altura, falando alto e rápido de cima de um salto alto. Sem mais delongas a 171 foi logo abraçando, beijando e jogando confetes em seus cãezinhos dizendo que eram os mais lindos do mundo e que ficariam ricas com eles. Na verdade estava apenas preparando uma tremenda cachorrada. Depois de meia hora de monólogo – só ela fala – a caridosa amante canina, ex-esposa de um bem sucedido empresário de Pouso Alegre, levou do canil de Luzia 08 filhotes e quatro matrizes de Yorkshire, Poodles e Bichon Frizê.

       Dona Maria Consuelo Vecchi da Silva, moradora da Penha, São Paulo, também recebeu a visita da “perua”. Depois de alguns minutos de 171 envolvendo o motorista Vanil e a filha de 09 anos, lá se foram três filhotes de Schnauzer no palio da Finória.

       O drama da viúva Leila Aparecida de Paula Roman, moradora de Pouso Alegre é ainda mais comovente. Ela entregou sua cadelinha maltez, 08 anos de carinho e minos, de nome “Finha” à madame cadela, para acasalamento e nunca mais a viu. Sua filhinha Natalia, de 13 anos, criada com Finha, recentemente órfã de pai, ao perder a peludinha branca, ficou traumatizada. Depois de desfilar por vários canis na capital paulista, a cadelinha foi passada nos cobres e recheou a guaiaca da  finória.

     E falando na madame, a 171 que impressiona pelo seu comportamento religioso – onde chega fala de Deus, ajoelha diante de imagens sacras, se benze e pede a benção para os donos da casa – chama-se J. L., atende pela alcunha de “Jack”,  mora num apartamento alugado na Rua São Jose, onde mantem um canil com cerca de 20 cãezinhos em situação precária de higiene. Seu principal argumento para levar na lábia incautas criadoras de caes de raça é a exaltação de seu canil de primeiro mundo. Mas foi num canil úmido, escaldante e fétido de fundo de quintal que os detetives Geraldo, Balca e Ozanam encontraram e apreenderam 43 Poodles, Schnauzer, Bichon Maltez e Shih Tzu em Ouro Fino, quase todos apropriados indevidamente em São Paulo, reconhecidos pelas vitimas Luzia Teixeira, Maria Consuelo e Leila Romam.

       Jack foi convidada a visitar a Delegacia de Policia, onde sentou-se ao piano do delegado Gilson Baldassari e assinou um 168 do CP. Se condenada for, Madame Jack poderá se hospedar por até 4 anos no velho hotel da Silvestre Ferraz, tão soturno, abafado e fétido quanto o que mantinha os caros fofuchos em Ouro Fino”.

        A ‘Madame Jack’ de Poços de Caldas deve ter muito mais a pagar à justiça do que uma simples cesta basica. Se fosse dona, provavelmente ela nao deixaria seus quase R$ 50 mil reais peludinhos misturados com xixi, cocô, galinha e gato morto, não….

Quem quer adotar o Pluto? …..Acabei de ser adotado.

    

Oi, eu sou o Pluto.

 

     Tenho quase dois anos de idade e sou da família dos “Pastorvira”. Por isso tenho este porte altivo de Pastor e a fidelidade dos viralatas. Sou alegre e dócil com crianças, mas ninguém entra na minha casa sem ser convidado.

      Meu antigo dono me abandonou numa estrada de terra porque eu comia muito. Meu ‘dono provisório’ me recolheu, me deu água, comida e alguns afagos, mas não pode ficar comigo porque já tem o Atila, o Tigrão, a Dominick, o Chocolate e a Léssie.

   

  Você não quer me adotar?

 

     Prometo fazer o ‘um’ e o ‘dois’ nos lugares certos e só latir para avisar quando chegar alguém. Além de comida, tudo que eu quero são alguns cafunés quando você chegar do trabalho… para matar a saudade.

     Meu telefone é 9802.3113

 

     Me leva para sua casa…?

    Olá… Acabei de de ser adotado, neste domingo.  Vou morar na casa do Decio e do Pedro, no bairro Maristela.

     Obrigado a voce que se interessou por mim e a voce que cuidou de mim durante a semana e me arrumou uma casa nova. Tchau….

 

Cachorrada no bairro da Saúde

      Amigos ocultos da lei levaram a policia militar do meio ambiente à residência de C.A. Pereira no bairro da Saúde, no final da tarde de ontem, por conta da cachorrada que ele vinha fazendo com seus animais. Segundo vizinhos, C.A. mantem três cães de grande porte num espaço onde mal caberia um Yorkshire e para completar a malvadeza, constantemente maltrata os bichos com pauladas, banhos gelados e choques elétricos!!!

     Chegando ao local os policiais de chapéu grande constataram a veracidade das denuncias ao se depararem com três cães; um pastor belga e um pitt-bul, amarrados em meio metro de corrente e um elegante pastor alemão preso num cubículo sem higiene, onde mal podia se virar.

      Interpelado sobre os crimes que teriam cometido os pobres cães para tão cruel castigo, C.A. respondeu placidamente que os cães eram muito bravos, por isso tinham que ficar presos e tomar “uns puxões de orelha” de vez em quando.

     C.A., o pior amigo do cão, recebeu pulseiras de prata e desceu no taxi do contribuinte para a DP, onde sentou-se ao piano e assinou os artigos 29 e 32 da Lei 9605/98, mas voltou para casa logo em seguida, pois a pena por maltratar animais é de detenção de três meses  a um ano e multa. Os três respeitáveis latildos mudaram-se para o canil municipal onde ao menos ficarão livres do flagelo.