Cachorrada no Jardim America

A noticia de que uma mulher havia tentado matar um cachorro a golpes de faca, provocou um tremendo rebuliço e levou a policia, a sociedade protetora dos animais e a imprensa ao bairro Jardim America, ontem a noite.

Segundo moradores da rua Republica da Colômbia, a moradora da casa 209 teria se ‘estressado’ com seus dois cães mestiços e esfaqueado um deles, atingindo o pescoço. Quando a policia chegou ela já havia lavado a garagem da casa para retirar o sangue, mas alguns respingos na rua, para onde o cachorro fugiu, denotavam vestígios do incidente.

Encontramos o cão preto de médio porte, mestiço Rothwailler na rua Rep. Da Argentina. Apesar do sangramento estancado no lado direito do pescoço, ele desfilava belo e formoso no meio do aglomerado de pessoas que se formou em volta da viatura da PM. Parecia uma vedete, recebendo a atenção, adulação, chamego de adultos e crianças e, é claro os flasches de maquinas digitais e celulares.

O outro cão, também mestiço de porte médio, malhado, estava em posição de ‘rosquinha’, ressabiado na garagem.

Também ressabiada com presença da policia e de uma pequena multidão na porta da sua casa, dona Cristina explicou que os dois cães, o malhado que ela criou e o preto que ela adotou, se estranharam e ‘pegaram’ no tapa, quero dizer, nos dentes, tendo o preto levado a pior.

As crianças – mais de uma dezena – que brincavam na rua e chamaram os pais, tem outra versão para o ferimento no pescoço do cão:

– O cachorro pegou a chupeta da criança… Ela começou xingar, pegou uma faca e furou o pescoço do cachorro preto e chutou o malhado… – reafirmou um garoto de cerca de 10 anos.

– A garage ficou cheia de sangue….Ela lavou… – disse uma menina de 5 anos na presença da mãe.

Diante da situação onde afloravam os sentimentos de indignação e revolta pela suposta crueldade contra os bichos, os policiais Marcelo e Julio Cesar agiram com serenidade, delicadeza e bom senso. Afinal, conduzir para a DP uma senhora que vive de aluguel social, com três crianças imberbes, baseado em provas tão frágeis de um crime, não seria de bom alvitre.

O cão que mudou a rotina dos moradores do bairro Jardim America na noite do Dia Internacional da Mulher, altivo e faceiro, apesar do ferimento no pescoço, foi levado pelo vereador Helio da Van – intrépido defensor dos animais – e uma representante da Sociedade Protetora dos Animais, para avaliar a gravidade do ferimento, medicá-lo e expô-lo a adoção.

O B.O. sobre o incidente cachorídico no America está sob a mesa do delegado Bruno Lopes Pereira. Se o medico veterinario atestar que o corte no pescoço do garboso mestiço preto não foi causado pelos dentes do desafeto malhado e sim por um objeto cortante, dona Cristina da Silva Luiz, de 26 terá que prestar contas à justiça.

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