Professora cai no “Conto do carro quebrado”

E transfere R$500 para a conta do suposto mecânico!

 

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      Passava pouco das onze da manhã desta terça-feira, 08,  quando a professora R.V.R.C. recebeu a chamada em seu celular. Era Rogerio, um primo que mora distante. E ele foi bem espirituoso:

– Prima, tenho duas notícias… uma boa e outra ruim!

 A boa é que estou indo fazer-lhe uma visita aí em Santa Rita do Sapucaí!

 A ruim é que… meu carro quebrou na estrada!

 Eu já chamei o mecânico, estou perto de Pouso Alegre e ele disse que chegaria em poucos minutos… Já faz quase meia hora, eu estou sem credito no celular. Voce pode ligar pra ele e ver se ele está chegando…

    Mais tarde Rogério voltou a ligar para a prima e deu outra noticia ruim:

– Prima, o mecânico cobrou R$1.300 e eu só tenho R$ 800 na carteira. Você pode me emprestar 500 reais? Quando chegar aí eu te pago. Pode transferir o dinheiro direto para a conta do mecânico. Ele vai te passar o número da conta…!

     E assim foi feito. A professora não iria deixar o primo Rogério na estrada, não é mesmo?

     Mas, como sempre acontece nestes casos, tão logo efetuou a transferência do dim-dim para pagar o conserto do carro do primo, a professora recebeu nova ligação… O carro havia apresentado outro problema e iria custar mais R$350!

    Foi nesse momento que o bichinho da dúvida sobrevoou baixo, taxiou, taxiou e pousou na cabeça da professora. E ela resolveu ligar para o primo Rogerio! … E recebeu duas notícias, uma boa e outra ruim:  Rogerio, o único e verdadeiro primo, que mora em outra cidade, não estava indo fazer-lhe uma visita! E ela havia depositado R$500 na conta de um vigarista!

     Existe mil maneiras de não cair no “golpe do carro quebrado”, que é aplicado virtualmente todo dia Brasil afora! A maneira mais simples e eficiente é: desligar o telefone e ligar para o ‘primo’!

 

Ah, ela colocou R$35 de credito no celular do ‘primo’ Rogério também…!

Aposentado é vítima de “mágica” no banco

Ele aceitou ajuda para fazer um saque e seu cartão bancário mudou de nome! e seu dinheiro mudou de conta…

      O velho golpe do ‘cartão mágico’ voltou a acontecer em Pouso Alegre. Foi no final da manhã desta terça-feira, 08, na Caixa Econômica Federal. E foi tão fácil quanto tirar doce de criança!

O sr. Joaquim, de 76 anos, travava uma batalha no caixa para fazer um saque, quando uma senhora de cerca de 30 anos, cheia de papeis na mão, lhe ofereceu ajuda. Ele aceitou, entregou a ela seu cartão, ela fez o saque de R$500, devolveu-lhe o cartão e cada um seguiu seu destino.

Quando já estava a caminho de casa seu Joaquim resolveu conferir se o seu cartão estava bem guardado e… Surpresa!!! Seu cartão havia mudado de nome!

Como estava à caminho de casa, resolveu parar na agencia do bairro Cruzeiro para comunicar a ‘mágica’! Foi lá, ao consultar seu saldo, que ele descobriu que minutos antes R$ 4 mil haviam saído de sua conta; um mil havia sido sacado e outros três mil haviam sido transferidos para outra conta!

A moça que lhe ofereceu ajuda na agência da Praça Senador Eduardo e fez a ‘mágica’ com o cartão, é branca, de cabelos pretos e lisos e estatura mediana. Na ocasião ela usava calça cinza e camisa branca e portava vários papeis na mão como se fosse funcionaria da agência.

Você viu este caminhão?

Ele foi furtado em Borda da Mata nesta segunda-feira,07.

O proprietário do caminhão Ford F. 350 placa CCZ-3091 ( da foto) estava quieto no aconchego do seu lar, no bairro Descalvado, zona Rural de Borda da Mata, na noite adolescente desta segunda-feira, 07, quando os ladrões chegaram sorrateiros. Ao ouvir o barulho do motor do caminhão estacionado ao lado da casa, o proprietário tentou evitar o furto, mas os ladrões saíram rapidamente e trancaram a porteira com corrente e cadeado. Como no local não há sinal de celular, quando o sitiante conseguiu ligar para a policia, da casa de um vizinho, o caminhão já havia dobrado a serra do cajuru, em direção ao bairro do Cajuru!

Segundo informações postagens na redes sociais, o caminhão boiadeiro foi visto pela última vez nas proximidades do bairro “Sarpão” já no município de Pouso Alegre.

Se você souber o paradeiro do caminhão roubado, entre em contato com o proprietário ou com a policia!

 

*** O caminhão foi encontrado abandonado no bairro JK em Pouso Alegre, na manhã desta sexta-feira, 11 de maio.

Roubo – quase – perfeito nos Correios

Bandidos ficaram quase uma hora na agência, atrás do trabuco, conversando com o gerente até o cofre abrir!

      Um roubo perfeito! Sem tiros, sem alarde, sem serem notados pelos clientes da agência, três assaltantes limparam o cofre dos Correios de Cambui, no meio da manhã ensolarada desta segunda-feira, 07. Nem os funcionários da recepção perceberam que o gerente estava na mira de um trezoitão!

Eram 09h40 da manhã quando o gerente, voltando da prefeitura, chegou à agência. Na entrada foi interpelado por um cidadão moreno, estatura mediana, gordo, usando boné azul de aba amarela, o qual lhe pediu uma informação pertinente à gerencia e entrou com ele para o interior da agencia. Neste momento entravam também alguns funcionários levando encomendas. Já no interior, o cliente sacou uma pistola, apontou para o gerente e demais funcionários que carregavam as encomendas, e mostrou a que veio:

– O que eu quero está dentro do cofre! Todos deitados no chão… Isso é um assalto! – disse o meliante alisando a pistola!

E disse mais:

– Onde está o botão de pânico da agência! Se ele for acionado eu mato todo mundo aqui dentro. Lá fora tem outros ‘parças’ cuidando de tudo… Se a policia aparecer vai ter troca de tiros, vai ter refém, vai morrer muita gente!

Ao ser informado pelo gerente que o cofre só abre com hora programada e que só abriria dali a 43 minutos, o assaltante ficou tranquilo.

– Sem problema. Não temos pressa. Quem tem pressa é vocês – disse o sujeito brincando com a pistola. Brincou tanto que uma bala caiu ao chão! Ele abaixou-se, pegou o projétil, colocou na arma e engatilhou… para fazer terror!

Enquanto esperava a abertura programada do cofre, o assaltante ficou à vontade, quase intimo do gerente e demais funcionários nos fundos da agência. Para matar o tempo o assaltante falou um pouco de si e das atividades criminosas do bando, como se estivesse falando das atividades de uma padaria…

– Nós só queremos o dinheiro do cofre, pois é do governo. Não vamos levar celulares e nem outros pertences de ninguém. Na nossa quadrilha não é permitido roubar os funcionários. Se alguém fizer isso será expulso da quadrilha. Eu já tive envolvido com o tráfico de drogas em São Paulo, mas parei… Agora só me dedico a roubos de correios. No mês passado fizemos um roubo na agência dos correios de Pouso Alegre, mas um parceiro nosso foi preso perto de Jacutinga…

Antes de colocar o plano em ação, os assaltantes fizeram todo o levantamento do local. Estiveram na agência na semana passada postando uma encomenda; sabiam que a agência havia sido roubada outras duas vezes recentemente; seguiram o gerente pela cidade desde sua saída às 09h20 até sua volta minutos depois; e sabiam até as marcas e modelos das viaturas nas quais os policiais estavam patrulhando a cidade naquele momento. Aliás, o único momento de tensão durante os cinquenta minutos que durou o assalto, foi quando viram duas viaturas passarem defronte a agência… Mas passaram reto sem perceber o crime em andamento!

Durante a ‘palestra’ para os funcionários, o assaltante contou que estavam na cidade em dois veiculos. No entanto, as câmeras de segurança da empresa mostram apenas o ‘palestrante’ e mais 01 comparsa saindo da agencia com o saco de dinheiro nas costas. Eles seguiram em direção à rodoviária da cidade, mas logo soverteram como num passe de mágica.

A noticia do roubo chegou à polícia militar através de uma mensagem de WhatsApp, depois que o trio de assaltantes havia dobrado a Serra da Canguava levando uma mochila recheada de dim-dim! Quanto ao montante roubado, somente os computadores dos Correios, após balanço, saberão informar.

Se existe crime perfeito, o roubo na agencia dos correios de Cambui chegou bem perto!

 

Roubo ao posto de gasolina

Em busca da chave do cofre, o assaltante solitário agrediu o frentista com o cano do trabuco.

      Se a primeira semana de maio terminou com roubo à mão armada, a segunda começou também com roubo à mão armada. Neste, no entanto, o assaltante levou a merreca de sempre: pouco mais de 100 reais!

O roubo aconteceu nos primeiros minutos da madrugada desta segunda-feira, 07. Estava o frentista do Posto Gloria II, na Com. Jose Garcia, pensando na acachapante derrota do ‘peixe’ para o Grêmio, quando a assombração da meia noite chegou, com capacete na cabeça, e disparou aquela frase de cinema:

– É um assalto! Passa o dim-dim!

Como não viu nenhuma arma o frentista pensou que fosse de fato uma brincadeira da falsa serra elétrica! Mas acreditou quando sentiu o cano do trabuco batendo três vezes no seu abdome. E a agressão não parou aí… Indagando sobre a chave de um suposto cofre do posto, o assaltante voltou a usar o revólver de cano curto, desta vez para bater seguidas vezes na sua cabeça.

Apesar da violência o assaltante teve que se contentar com a merreca de R$105 que havia na algibeira do frentista. Insatisfeito ele desceu a Com., virou na Jose Alfredo de Paula onde uma motoca o esperava e dobrou a serra do cajuru.

 

A batata assou!!!

E assou cedo! Meliante que fugiu do Hotel do Juquinha em Pouso Alegre, ontem à tarde, foi preso pela policia de Congonhal hoje de manhã!

 

      Mas conseguiu chegar longe! Ele foi preso no bairro das Almas, no município de Congonhal, tentando voltar para sua terra, Bueno Brandão. Ao tentar voltar para casa à pé, o meliante pegou um trajeto que ele conhece bem, em cujas redondezas praticou diversos delitos quando integrava a quadrilha do “Idair do Dino” seu pai.

A prisão do fujão aconteceu por volta de nove e meia da manhã desta segunda-feira, pouco mais de 13 horas depois da fuga. Rodrigo da Silva Aparecido levava nas costas uma mochila com quase tudo que um peregrino precisa para caminhar. Levava faca, canivete, isqueiros, macarrão Miojo, escova e creme dental, papel higiênico, sabonete, shampoo, suco Tang, duas garrafinhas de cerveja e uma garrafa de Rum Montilla pela metade… A outra metade da bebida caribenha já havia sido sorvida durante a volta para casa, afinal ninguém é de ferro! Levava também na mochila a chave turquesa usada para cortar o alambrado do pátio externo do presidio.

Ao ser preso Rodrigo apresentava leves ferimentos de espinhos e arame farpado por todo corpo, decorrentes da fuga através de pastos e matas.

Depois de passar pelo P.S. de Congonhal, o fujão voltou para o lar-doce-lar do Hotel do Juquinha.

 

Fuga de presos no Hotel do Juquinha

Os “garçons” aproveitaram a visita domingueira para se misturar aos visitantes e sair no pátio externo para ‘dobrar’ a tela que cerca o presidio!

      

       Josemar Pereira de Carvalho, 35, e Rodrigo da Silva Aparecido, 25, fugiram do Hotel do Juquinha no final da tarde deste domingo,06. Eles trabalham da cozinha do presidio e depois de servirem as refeições, ficaram por ali, com pintas de somongó! Mais tarde, durante a saída das visitas, eles se misturaram aos visitantes, saíram no pátio interno, se afastaram em direção à fabrica de blocos, cortaram a tela do alambrado e foram embora do presidio… sem se despedir!

A fuga foi rapidamente percebida pelos agentes e eles descobriram que os fujões usaram um alicate, conseguido ardilosamente com a nutricionista, para cortar a cerca.

Algumas horas depois a policia militar recapturou um dos fujões. Josemar Pereira de Carvalho, 35, oriundo de Itapira-SP, foi preso às margens da BR 459, quando tentava seguir à pé em direção à Congonhal. Ele estava hospedado no Hotel do Juquinha desde 2015, quando foi preso por tráfico de drogas.

Rodrigo da Silva Aparecido, 25, oriundo de Bueno Brandão, possui ‘capivara’ ainda mais gorda do que a de Josemar, na qual figuram furtos, roubos, porte de arma e tentativa de homicídio. Sua última prisão aconteceu em setembro de 2015, quando a polícia desmantelou a quadrilha do “Odair do Dino”, seu pai, em Congonhal. Ele continua respirando o benfazejo ar da liberdade… Mas a batata está assando!

Roubaram o malote do motel

Os assaltantes conheciam o funcionário do motel e sua rotina, e foram assalta-lo em sua residência!

 

         Raspava nove da noite deste domingo, 06, quando o funcionário da Cia. de Motéis recebeu a visita indesejada de dois assaltantes no bairro São Judas Tadeu, em Pouso Alegre. A dupla de lombrosianos não fez cerimônia… foi direto pra cozinha, já de arma em punho e anunciou o roubo. O assaltante alto, magro e feio, que, pelo andar da carruagem conhecia o funcionário do motel e sua rotina, deu logo a ordem:

– Passa logo o malote, Marcelo, senão alguém vai morrer aqui – disse ele apontando o trezoitão para o motorista e seus familiares que haviam acabado de chegar da igreja.

Sem disposição para questionar a ordem, Marcelo informou que o malote com o dinheiro do motel estava dentro do carro da empresa, na porta da sua casa. Não satisfeitos em pegar o dim-dim do malote, os assaltantes exigiram também o que o funcionário mantinha na algibeira: R$ 550.

Segundo a vitima, os assaltantes chegaram à sua residência em uma moto e nela dobraram a serra do cajuru levando R$2.550.

 

* Leia daqui a pouco: Fuga de presos no Hotel do Juquinha!

Assaltados no Chile

O caseiro saiu do Pará, no extremo Norte do Brasil, para trabalhar de caseiro em Concepción, no sul do Chile. Viajou 7 dias de ônibus e ao chegar à rodoviária foi assaltado. Passou 50 dias dormindo na rodoviária de Santiago à espera de uma passagem de volta para o Brasil. Tudo isso na companhia da esposa… gravida de sete meses!

       Estava eu pesando as malas na balança do aeroporto de Santiago, mês passado, quando percebi que um cidadão de camisa amarela olhava atentamente pra mim. Quando retirei o excesso de peso das malas ele disparou:

– Na mala de mão pode levar até quatro garrafas de vinho! Dona Ana falou que pode… minha mulher emprestou a mala dela para levar as garrafas…

Nós já tínhamos esta informação antes mesmo de comprar as garrafas de Casillero Del Diablo na vinícola Concha y Toro, mesmo assim troquei meio centavo de – peso – de prosa com o moço de camisa não oficial da Seleção Brasileira enquanto passava duas garrafas de vinho da mala grande para a de mão, e nos afastamos. Voltamos vinte minutos ao mesmo local, pois era ali, perto da balança, que começava a fila para o check-in. Lá estava o moço da camisa amarela na ponta da fila e foi logo dizendo:

– Podem voltar para os seus lugares… Vocês já estavam aqui antes de mim.

Assumimos a pole-position para o check-in e logo esticamos prosa. Em meio a uma fila toda embolada, tipicamente brasileira, em poucos minutos estávamos andando de norte a sul do Chile, até que o moço da camisa ‘made in Vila Xurupita’ disparou a pergunta básica, aquela que grita para sair da garganta nessas ocasiões:

– O que vocês acharam do Chile?

Enquanto as pessoas mais próximas da ponta da fila limpavam a garganta em busca da resposta, ele mesmo respondeu a pergunta:

– Eu não gostei… Eu fui assaltado logo na chegada!

      Ao dizer isso o moço da camisa amarela tornou-se o centro das atenções. Afinal, nenhum de nós havia vivido aventura tão marcante na terra dos Aliende’s, Pinochet’s, e Bachelet’s! O moço da camiseta amarela não desceu para Valparaiso, não conheceu Vina Del Mar, não subiu o Cerro Santa Lucia para venerar ‘Nuestra’ Senhora  de La Concepción, não visitou a caverna onde nasceu o mais famoso vinho das Américas, não subiu na Torre Costanera, a mais alta da América Latina, mas conheceu muito bem três ‘cartões postais’ do Chile que ele nunca mais irá esquecer: o hospital, a embaixada brasileira e a estação rodoviária! Aliás, na rodoviária ele ‘morou’ quase dois meses! O moço da camiseta amarela chama-se Marcelo Fabio Santos Freire, tem 39 anos e passou 50 dias no Chile, como um indigente, nestes três lugares.

Ao ouvir a narrativa de Marcelo, achei seu sotaque parecido com o mineirês, lembrando um pouco o nordestino, e não demorou, chegamos a Alenquer, no Pará. Foi lá que ele nasceu e vive há muito tempo numa comunidade indígena.

Foi com sotaque parecido com mineirês e nordestino que o paraense de Alenquer contou sua história, prendendo cada vez mais a atenção de pelo menos uma dúzia de turistas que bagunçaram de vez a fila do check-in para ouvir sua aventura em terras chilenas, mais precisamente na rica, bela e patriótica Santiago Del Chile.

– Eu moro numa comunidade indígena no município de Alenquer. Foi lá que eu conheci o Sr. Cortez, um engenheiro chileno. Ele me convidou para trabalhar de caseiro no seu sitio em Concepción, no sul do Chile. Eu e minha mulher. Ele me deu mil reais adiantados e pagou nossas passagens. Viemos de ônibus direto de Fortaleza para Santiago. A viagem custou quatrocentos reais e durou sete dias.

O silencio aumentou em torno do paraense… e ele continuou.

– Nós tínhamos acabado de desembarcar e seguíamos para a rodoviária arrastando as malas, de noite, quando percebi que minha mulher caiu no chão! Quando virei para socorrê-la, senti uma pancada nas costas. Uma costela está quebrada até hoje. Só no segundo chute foi que me dei conta que estávamos sendo assaltados… Eram três. Eles bateram sem dó, sem dar tempo de reagir. Enquanto dois batiam, o outro passou a mão pela minha cintura e arrancou a pochete. Só queriam a pochete. Não levaram mais nada. Eu é que tive que levar… minha mulher para o hospital. Ela ficou três dias internada no hospital… Mas graças à Deus o bebê não se machucou, apesar dos chutes que ela tomou na barriga! Na pochete que os bandidos levaram estava todo nosso dinheiro, os documentos e o endereço do patrão Cortez, no celular. No dia que minha mulher teve alta no hospital fomos procurar o consulado do Brasil para chegar até o sitio do patrão em Concepción… Mas eles disseram que não podiam fazer nada. Cortez é sobrenome no Chile…

– E aí, o que vocês fizeram…? – atalhou um curioso apreensivo com o desfecho da estória do paraense.

– Eles disseram que dariam as passagens pra nós voltarmos para o Brasil… mas só poderiam liberar as passagens no dia 20 de abril!

– E quando foi isso? – Quis saber outra turista ao lado, com a curiosidade saltando dos olhos castanhos…

– Pois é, nós chegamos no dia 10 de fevereiro e minha esposa ficou três dias no hospital. No dia seguinte nós fomos para o consulado… Antes, o pessoal do hospital fez uma vaquinha pra nós pagarmos o guarda-volumes onde nós deixamos as malas…

– E vocês ficaram hospedados no consulado do Brasil? – questionou outro.

Apesar de estar com os olhos já nodosos e brilhantes, Marcelo conseguiu dar um sorrisinho sarcástico antes de responder…

– Não. Nós ficamos, até ontem, morando na rodoviária…

– Como assim!!! – perguntou Tatiana a meu lado, com as lentes verdes quase saltando dos seus olhos.

– … o consulado nos deu 20 mil pesos e mandou a gente voltar no dia 20 para pegar as passagens…

Ah, bom! Pelo menos o consulado do Brasil deu 20 mil pesos para o casal ‘se virar’ no Chile até o dia da viagem de volta para casa…!

Vinte mil pesos equivalem a R$110 reais! No Chile, a única coisa que existe mais barato é o vinho, seu produto nacional. Os da Concha Y Toro, por exemplo, custam cerca de 40% do que custa no Brasil. O resto tudo é mais caro. Uma camisa oficial do Colo-Colo ou da “U”. custa cerca de 300 reais, ou, 55.000 pesos. Se Marcelo tivesse levado quatro camisas do Brasil ou mesmo do Paysandu para o Chile, teria levado vida de nababo nas sete semanas que passou no Chile! Ou voltado imediatamente. Bastava vender as camisas na moeda local!

– Mas como vocês viveram esses quase dois meses com cento e poucos reais? – perguntou uma jovem noiva que voltava para Goiânia, com o óculos de sol escorregando de indignação dos cabelos lisos loiros.

– Nas marquises da rodoviária sempre passam algumas almas boas, alguns anjos… – respondeu Marcelo, visivelmente emocionado. E emendou:

– O pior não foi isso. O pior é que depois do oitavo mês de gravidez eles não deixam mais a gente viajar de ônibus! A Adriana vai dar a luz no início de maio, mês de Maria. A gente não ia poder viajar de volta para casa…

– E onde está sua esposa?  Você vai voltar sem ela?

Agora o sorriso de Marcelo não foi forçado. Foi de emoção, seus olhos brilharam mais do que nunca. Ele não conseguiria segurar por muito mais tempo as lágrimas…

– Então… ontem nós conhecemos um anjo… Estava frio na estação. Minha mulher me mandou vestir uma blusa que estava na mala. Eu tinha até esquecido a blusa, porque é do Corinthians… – ele tirou a blusa da mala e mostrou. Nisso o anjo passou, viu a gente sentado ali no chão, minha mulher gravida e, ao ver a blusa do Corinthians, puxou conversa, perguntando se a gente era do Brasil… Nos contamos nossa historia. O anjo se chama “Ana” e mora em Fortaleza. É uma senhora de setenta e poucos anos. Ela pediu pra gente cuidar da mala pra ela ir ao banheiro. Quando voltou ela nos levou pra jantar. Foi a primeira vez que eu sentei numa mesa de restaurante aqui em Santiago! O anjo de Fortaleza resgatou suas milhas, juntou mais um pouco de dinheiro e comprou as passagens minha e da minha mulher. Mas só tinha um assento. Por isso minha esposa foi com ela essa ontem à noite. Inclusive emprestou a mala de mão dela para dona levar as garrafas de vinho… Eu volto para casa na próxima madrugada… se Deus quiser!

À medida que desfiava seu rosário no Chile, permeado com a fé de que tudo terminaria bem com as graças de N. Senhora de La Concepcion – cuja imagem fincada no cume do Serro Santa Lucia, de onde ele e a esposa Adriana puderam ver apenas de longe -;  coroado com a bondade da anjo Ana, as pupilas negras de Marcelo passaram do brilho ao afogamento. Quando o primeiro turista, calado, se adiantou e entregou-lhe uma garrafinha d’agua, e outro também mudo, um pacote de biscoito, seu corpo todo estremeceu… e as lagrimas caíram! Muitas pessoas em volta tiveram que baixar os óculos escuros dos cabelos para esconder os olhos molhados!

Quando a historia parecia ter chegado ao fim, Marcelo disparou:

– Minha filha vai se chamar vai se chamar Ana Vitoria. Vitoria em homenagem a nossa luta aqui no Chile… Ana em homenagem ao nosso anjo!

Se o anjo Ana garantiu sua passagem de avião para Fortaleza, o mínimo que podíamos fazer era garantir sua passagem de ônibus de Fortaleza para Alenquer. Ao tirá-lo da fila para fazer a foto acima, discretamente Tatiana entregou-lhe o que havia sobrado da nossa viagem; algumas notas de reais. Entregou até a única cédula vermelha, de 5 mil pesos, que estava guardando como lembrança do Chile.

A aventura do casal de caseiros no Chile, além do viés de esperança e fé que os manteve vivos e de cabeça erguida, mostra a inépcia da diplomacia brasileira. Enquanto o país consome uma fortuna incalculável para manter cerca de 600 mil funcionários, boa parte deles  diplomatas em suntuosas mansões, em mais de 130 países, um casal de brasileiros mortal comum, grávido, diante de uma fatalidade quando tentava melhorar de vida, só tem R$110 reais para sobreviver cinquenta dias nos saguões e marquises de um terminal rodoviário a seis mil quilômetros de casa!

Aposentada cai no ‘Golpe do Carro Quebrado’

E deposita 700 reais na conta do filho da mãe! Os depósitos na casa lotérica foram feitos pela faxineira.

     

Imagem ilustratriva

      Golpe do bilhete premiado, golpe do falso sequestro, golpe do chupa-cabra, golpe da promoção da Vivo … haja golpe para tomar o rico dinheirinho dos incautos e incautas! O mais fácil de todos, embora pouco rendoso, é o golpe do carro quebrado. A vitima é quase sempre um tio ou tia na terceira idade, que mora longe. Mas pode ser a própria mãe!

O diálogo entre a boa velhinha de 80 anos e o filho da mãe, no final da tarde desta sexta-feira,04, na terra do Menino da Porteira, foi mais ou menos assim:

– Oi mãe, sua bênção. Tudo bem com a senhora?

– Quem que tá falando?

– Ué mãe, não tá reconhecendo seu filho não, é?

– Mas qual filho que tá falando…?

– Êh mãe, quanto filhos a senhora tem?

– Uai, tem o Antonio, o Pedro, Vanderlei, o …

– Tá ficando gagá, hein mãezinha? Não tá reconhecendo a voz do seu filho preferido? Eu sou o Vanderlei, o mais bonito da família! Escuta mãe, eu estou indo visitar a senhora, vou passar o fim de semana aí em Ouro Fino. Mas teve um problema… Eu sofri um acidente de carro aqui perto de Mogi Guaçu. Eu tô sem dinheiro na carteira, só tenho cartão… A senhora pode me mandar 380 reais pra pagar o conserto do carro? Pode depositar direto na conta do mecânico! Vou passar o numero pra senhora.

Dez minutos depois Isabel, a faxineira de dona Lázara, estava na Lotérica da Sorte na praça João Pinheiro fazendo o deposito na conta do filho da mãe, quero, dizer, do suposto filho da patroa!

Como sempre acontece nestes casos, uma vez fisgada vitima, o salafrário continua aplicando o golpe até onde der… – tempos atrás teve um caso em Pouso Alegre em que um “primo” fez quatro depósitos destes na conta do golpista.

Quando a faxineira chegou à casa com o recibo do deposito na mão, a patroa continuava no telefone. Desta vez o filho da mãe precisava de R$320…

– É que amassou também a roda dianteira do carro… vou ter que trocar! Ainda bem que eu não me machuquei, né mãezinha? – chantageou o vigarista.

E lá foi a faxineira-office-boy de volta à casa lotérica fazer mais um deposito na conta do filho da mãe, quero dizer, filho da patroa…

A ficha de dona Láara só ‘caiu quando ela desligou o telefone’! Ao ligar para o filho em Campinas, constatou que ele estava belo e formoso no seu trabalho. E ela… R$700 mais pobre!

Conte essa estória para sua mãezinha… evite que ela seja a próxima vítima do ‘golpe do carro quebrado’!