Formiguinha do Chapadão é condenado a 4 anos e meio

DAKOTA

O imbróglio aconteceu na noite ainda criança do dia 25 de outubro de 2013. Ao ser abordado pelos homens da lei na rua Vicente Calderaro, Julio Cesar de Souza Gomes tentou entregar 10 barangas de farinha do capeta para a namoradinha G.T. Isso fez dela uma infratora da lei. Por isso os policiais foram até sua residência ali perto em busca de mais drogas. Não encontraram farinha, nem erva e nem pedra… Mas encontraram um trabuco Smith-Wessom calibre 38 prontinho para vomitar azeitonas geladas! É que o trabuco de fabricação americana no século passado estava trancado a cadeado dentro de uma geladeira!  O pai da garotinha, Joaquim Teixeira Sobrinho, assumiu a paternidade da criança, quero dizer, do trabuco! Com isso ele desceu também no taxi do contribuinte para a DP onde sentou ao piano e assinou o 12 da 10.826. Somente a garotinha inimputável voltou para casa naquela noite.

As sentenças do formiguinha Julio Cesar e do ex-futuro sogro Joaquim Teixeira Sobrinho saíram no mês passado:  4 anos, 5 meses e dez dias para Júlio Cesar! E 3 anos para o sogro pistoleiro, que havia adquirido o trabuco naqueles dias para se defender de possíveis meliantes no bairro, segundo ele! Sua pena, no entanto, por se tratar de cidadão honrado e trabalhador, será substituída por prestação de serviços à comunidade pelo mesmo período. Menos mal. Já o garotão Júlio Cesar, figurinha fácil no álbum da policia por outros delitos, terá que ver o sol quadrado através das grades do Hotel do Juquinha.

 DAKOTA

 

28 anos de cana para “Panela”

Reginaldo "Panela" Severino da Silva: 20 anos de cana pelo assassinato de Nenê...!

Reginaldo “Panela” Severino da Silva: 20 anos de cana pelo assassinato de Nenê…!

O sangrento crime aconteceu na madrugada do dia 05 de dezembro de 2007, na famosa Avenida Sapucaí, o maior centro comercial de drogas do barro São Geraldo em Pouso Alegre. Não foi um simples latrocínio. Foi um tolo e inútil latrocínio, já que foi cometido diante de varias testemunhas e o objetivo era apenas um acerto de contas entre Edwal Fernando e Reginaldo Severino da Silva, o “Panela”. Segundo testemunhas que falaram nos autos, ao cravar pela ultima vez a faca no pescoço de Nenê, Panela fez questão de quebra-la com o pé, para ter certeza que ele não poderia retirá-la. Depois de ver o desafeto agonizando no chão da rua poeirenta, Panela, talvez para deixar patente sua superioridade, resolveu levar o carro do morto e saiu dirigindo

Tanto Nenê quanto panela eram figurinhas fáceis no álbum da policia. Furtos, roubos, estelionatos e trafico de drogas faziam parte do seu mitier! “Panela” já fora mais longe. Na noite do dia 25 de março de 2002 matou o delinquente juvenil Wiliam Alexandre Santana, conhecido pela alcunha de Graveto, depois de atraí-lo à uma emboscada num terreno baldio no bairro São João. Na ocasião minha equipe apurou o crime e desde então não tornei a vê-lo.

Semanas atrás esbarrei em um rapaz alegre e bonitão em um supermercado da cidade. Eu não o reconheci, apesar de ele estar na companha da mãe. Mas ele não esqueceu minha fisionomia apesar dos cabelos que pinto a cada dia de branco…

– E aê, Chips como vai? Não está me reconhecendo?  O Reginaldo… Panela! Filho do Severino…

– Ah, sim… O Panela, filho do meu amigo Severino! Do caso do Graveto lá no São João…! Como vai?

– Meu pai aposentou… Eu tô na Apac desde de maio, tô ‘diboinha’…!

Estava mesmo. Até o dia 11 de julho passado, quando sentou ao piano do homem da capa preta Walter Jose Vieira no Forum Orvietto Butti… De lá saiu com pulseiras de prata no taxi do contribuinte e seguiu para o Hotel do Juquinha. Seu cartão de hospedagem pelo latrocínio do ‘concorrente’ Edwal “Nenê” tem validade até 2042, ou seja 28 anos! “Panela” finalmente encontrou sua tampa…!

Reginaldo “Panela”, que no dia 30 pp completou 35 anos, é um dos “meninos que vi crescer” no caminho torto do crime. Seu pai, o respeitado e honrado Cabo Severino foi meu colega de trabalho na policia. Durante mais de vinte anos trabalhou na guarda do velho Hotel da Silvestre Ferraz. Se não tivesse se aposentado recentemente, agora poderia ser algoz do filho no Hotel do Juquinha…!!!

 

Tentativa de linchamento no IML de Pouso Alegre

IML de Pouso Alegre: Por muito pouco não foi necessário fazer uma necropsia que não estava agendada...!

IML de Pouso Alegre: Por muito pouco não foi necessário fazer uma necropsia que não estava ‘agendada’…!

 

O caso aconteceu no final da manha desta quarta, 30, quando o preso Allisson Fernando de Souza foi levado ao local pelos agentes da Suapi de Santa Rita do Sapucaí a fim de ser submetido a exames de lesões corporais… Os parentes do menino Carlos Alberto Neto, assassinado a socos no ultimo domingo souberam de sua presença ali e invadiram o IML tentando fazer justiça com as próprias mãos. Na verdade, a mae do menino, Erika Rosa Bento, também seria submetida a exames, no mesmo local e levou com ela demais parentes. Quando o assassino chegou escoltado por dois agentes da Suapi e dois civis desarmados, os parente revoltados investiram contra ele. Ao serem rechaçados, aos gritos de revolta incitaram pessoas que passavam e outras que estavam no ponto de ônibus ali do lado. Um grupo de revoltosos entrou pela garage do IML e somente parou diante da “Bebel”… A .40 da medica legista! que justificou seu porte de arma, para defender a vida do assassino do menino de Bela Vista.

Dado o ‘rebu’ que se fez na porta e dependências do IML, os exames no vivo tiveram que ser suspensos. Graças à presença da “Bebel” de cútis negra e lacinho cor de rosa, não foi necessário fazer exames em mortos! 

PM prende assassino do enteado em S.S. da Bela Vista

Allisson Fernando...: A batata assou cedo...

Allisson Fernando…: A batata assou cedo…

Assou cedo a batata do jovem Allisson Fernando de Souza. No final da tarde desta segunda, 28, menos de vinte e quatro horas após ter espancado até a morte o pequeno enteado, ele sentiu o aço frio das pulseiras de prata da lei. Ao perceber no inicio da noite deste domingo, que o filho de sua amasia Erika havia morrido em decorrência das pancadas que ele lhe dera, principalmente na cabeça, o ex-presidiario deixou a casa de colono na fazenda do Zé do Etti no bairro Santanal onde morava há dois meses com a mãe do menino e foi se mocosar no mato. No final da tarde desta segunda ele abandonou o esconderijo e foi até a casa do pai, na mesma fazenda, em busca de alimentos. Foi visto e em poucos minutos a policia militar chegou ao local. Aliás, chegou à tempo de evitar que ele fosse linchado por populares!

O assassino de 23 anos confessou ao delegado como e porque agrediu a criança;

– Eu fui na cidade buscar minha e levei ele comigo… No caminho a gasolina do meu carro acabou e tivemos que andar uns quilômetros até o posto. Ele começou chorar e não parava, por isso eu dei uns tapas nele…! – Choramingou Allisson ao piano do paladino da lei.

Os ‘tapas’ foram suficientes para causar a morte do garotinho que em novembro faria 4 anos… E também para garantir estadia gratuita de 12 a 30 anos a Allisson que é cliente da lei desde 2009. Por ora ele ficará hospedado no Hotel Recanto da Margaridas em Santa Rita do Sapucaí aguardando julgamento.

Minutos de sabedoria…

DSC05024

“Lembre-se que o amor ao próximo é o segredo de nossa felicidade. Não fale mal de  ninguém, não tenha raiva, não cultive ódios em seu coração!

A irritação e o ódio são venenos que atacam o fígado e descontrolam o sistema nervoso.

Aprenda a relevar e esquecer, para ter seu coração em paz e não sofrer em sua saúde.

A serenidade é o segredo das vidas longas e felizes”.

 Tenha uma semana serena e feliz…!

Uma loirinha está custando CR$ 13.750

Era preciso três destas para pagar uma loira...

Era preciso três destas para pagar uma loira…

Quando entrei no “Bar do Gomes” na Evaristo Valdetario no bairro da Saúde às dez e pouco da noite da primeira sexta feira de julho de 1994, o boteco estava lotado… É que além dos simples e saborosos tira-gostos que ele servia toda sexta feira, a loira gelada estava muito mais sensual! Estava mais suada e ‘doce’!

Não, não haviam alterado os ingredientes ou o sabor da velha companheira de comemorações! O que tinha mudado era o preço!

Na sexta anterior, ou melhor, no “dia anterior”, a loirinha gelada custava CR$ 2,750 (Dois mil e setecentos cruzeiros reais)… Agora custava apenas uma URV! Apenas uma moeda! Na verdade, na pratica era a mesma coisa, mas a impressão psicológica era outra… Apenas uma moeda de um real!

Parecia que a bebida predileta depois da pelada que a gente jogava na quadra poliesportiva Júlio Pereira Neto toda sexta feira, havia baixado! Aliás, coisa praticamente impossível naqueles tempos de inflação galopante. Uma cerveja por apenas uma moeda! Ah, podíamos beber muito mais a partir daquele mês de julho de 94…

Essa garotada que vai votar pela primeira vez no próximo dia 05 de outubro e escolher os novos governantes do país não devem estar entendendo patavina do que estou falando! E nem poderia entender, pois em 1994 nem pensavam em nascer!

Vamos trocar em miúdos!

Desde a década anterior, o Brasil vivia tentando equilibrar as finanças, atolado na divida externa, tentando dirigir a inflação e derrapando em novas moedas – cruzeiro, cruzado, cruzado novo, cruzeiro novo. Enquanto isso, o que os supermercados mais compravam  eram etiquetas novas! Os funcionários que mais contratavam eram remarcadores de preços… As lojas de eletrodomésticos, por exemplo, não tinham a menor pressa em vender seus produtos, pois no dia seguinte poderiam vender por um preço superior. “Marreteiros” de carros que tinham dinheiro compravam e escondiam… Uma semana depois vendiam seus ‘poisés’ pelo dobro do preço! Quem tinha um cruzeiro novo sobrando – raridade! – e deixasse no bolso, no dia seguinte teria apenas noventa centavos! Tudo por causa da inflação que comia mais que ferrugem! Inflação que não era medida mensamente, mas sim diariamente!

Até que o Ministério da Fazenda do presidente Itamar Franco – que coincidentemente era chefiado por Fernando Henrique Cardoso – e sua equipe arquitetou um novo plano econômico e criou uma nova moeda… O Real!

De repente uma dessa dava para agarrar a loira...

De repente uma dessa dava para agarrar a loira…

É claro que ninguém acreditou que daria certo! Seria mais um plano fracassado como os demais. Mas, como estávamos todos num barco à deriva, sendo arrastado pela caudalosa correnteza da inflação e pelos juros do FMI, qualquer ramo na beira do barranco poderia ser a salvação! E todos agarraram…

Mas antes tínhamos que aproveitar! Tínhamos que fingir que a loirinha gelada depois das peladas de sexta feira realmente tinha baixado de preço…! Ou que o nosso suado dinheirinho valia mais…!

Os primeiros anos de luta com o monstro foram os mais difíceis. E o governo venceu. O povo venceu. O plano deu certo e conseguiu tirar o Brasil do atoleiro, do pântano. E o monstro da inflação ficou lá!

Só que não foi decapitado, esquartejado e sepultado, não! O mostro foi apenas derrotado, mas continua vivo. Vira e mexe, mexe e vira, ele se remexe, solta uns ganidos sombrios e tenebrosos tentando se levantar…!

No inicio deste marcante mês de julho a vitória do Real sobre a inflação completa 20 anos! O Brasil pagou sua dividas e, segundo alguns, nos últimos anos, já tem até ‘socorrido’ vizinhos pobres como Cuba, Venezuela, Bolivia…! Se compararmos o Brasil da loirinha gelada de CR$ 2.750 com o Brasil da loirinha de uma URV e posteriormente Real, o de hoje vai bem, obrigado. Mas poderia ir muito melhor! Aliás, muuuuito melhor.

Esta tosca e mal inspirada crônica não pretende ir longe e nem mudar o rumo de nada. Dada sua pobreza de dados e argumentos, não pretende nem mesmo despertar a consciência do jovem que vai escolher seus governantes no dia 05 de outubro próximo. Na verdade, acho que eu só queria mesmo dizer que aquela loirinha que eu agarrava com ardor nas noites de sexta feira depois da pelada, no bar do Gomes há vinte anos, ao preço de CR$ 2.750, hoje, mesmo com a inflação dominada, está custando CR$ 13.750… Ou seja: R$ 5 reais! Ou 5 URVs!

Monteiro e os quase 40 ladrões do Bagdá

Só faltam alguns detalhes...

Só faltam alguns detalhes…

A maior fonte de informação sobre crimes e criminosos daquela época era a Zona Boemia. Cafetões, cafetinas, prostitutas de todo tipo, ‘viadinhos’ assumidos e outros enrustidos disfarçados de serviçais se misturavam à eclética clientela.

Jovens em grupos; comerciantes discretos; sozinhos ou em duplas, alguns deles barulhentos fazendo questão de exibir status de machões!

Homens simples da roça que ficavam uma eternidade olhando à distancia, esperando a coragem chegar para convidar a donzela para o ‘afair’!

Pequenos grupos de arruaceiros mamados que estavam ali muito mais interessados em se atracar com marmanjos do que com as mulheres de vida fácil!

Recrutas do exercito que, pela primeira vez, agora maiores de idade, se aventuravam a por os pés na mal afamada rua sem medo da policia, tentando perder a virgindade!

Tinha também os cidadãos bem sucedidos profissionalmente e frustrados no lar em busca da alegria perdida… Advogados em surrados ternos, fingindo defender alguma causa – uns levavam até uma valise para reforçar a ideia de que estavam trabalhando! – desfilavam discretamente por ali em defesa da própria ‘causa’…!

‘Garanhões’ no dorso dos seus cavalos, muito mais preocupados em montar e fustigar o alazão arreado do que ‘chegar o reio’ e domar uma potranca na cama!

A “Zona” que já nascera batizada de “Capim Gordura” era local ideal para queimar a erva marvada, aspirar a fumacinha do capeta sem ser incomodado. Em meio a todo este burburinho de emoções e comportamentos, desfilavam sorrateiros meliantes de toda especialidade!

Na velha e sombria Davi Campista o perfume de Severina do Popote se misturava com o da cafetina Margarida Leite, da Casa da Paineira – assassinada pelo cafetão turco Faissal – com a Betty da Casa Rosa, com a Cristina Melão – por causa do par de seios que assemelhava à fruta rasteira nordestina – com a Bibi Sete Fôlegos – era capaz de fazer dezessete ou mais programas numa só noite, a cinco reais cada um – com o cheiro azedo de suor, desodorante Avanço e agua de colônia barata dos amantes que ali aportavam em busca de amor… Ainda que falso, pago e efêmero!

O miúdo Vitinho, mais rebolante que uma cobra d’agua mal matada, era apenas o camareiro das mariposas lá no fim da rua. Mais tarde no Capim Gordura teria sua própria boate e quando a Aids acabou com a prostituição ‘formal’, já no crepúsculo decadente da ‘Zona’, venderia maconha num hotel da Silviano Brandão!

Após uma demanda que durou anos, defendida principalmente pelos causídicos das piranhas, Jorge Beltrão e Firmo da Mota Paes, finalmente a “Zona” da Davi Campista, no centro da cidade mudou-se para o famoso Capim Gordura. Ali, os pulguentos e fedidos prostíbulos e bordeis antes chamados de ‘casa da fulana’ ganharam o pomposo nome de “Boate”! Elas relutaram tanto para deixar o velho logradouro, receosas de perder a clientela, mas logo viram que a mudança fora um grande negocio. No local mais discreto, longe do centro, o comercio do amor ganhou clientela em quantidade e qualidade. Na velha Davi Campista qualquer grupinho de moleque, depois de abraçar umas loiras geladas, para ali seguiam em busca de uma morena quente! E chegavam a pé, a cavalo, em charretes, fusquinhas e brasílias e até em lotações de kombi. Compravam muito mais cachaça e confusão do que ‘amor’!

A distancia de cinco quilômetros do centro selecionou a clientela das ‘mademoiselles’ do Capim Gordura! Apesar da poeira, a rua larga bem iluminada e suas travessas, as casas grandes e novas afastadas da rua, tocando musicas de Joaquim & Manuel, Pedro Bento & Ze da Estrada, Leo Canhoto & Robertinho, Odair Jose, Marcio Greick ou Wanderley Cardoso em meio a fumaça e luzes coloridas, davam um tom mágico ao lugar. Parecia outro mundo.

O cheiro da cuba-libre, whisky Drurys, Campari, Menta e a tradicional Cangibrina, misturava-se ao perfume das donzelas. Algumas recém-saídas da puberdade pareciam ninfetas de revista. Olhar para elas misturava os sentimentos; vontade de agarra-las e… Pena do seu futuro!

Outras já traziam no rosto carregado de maquiagem, nas cinturas já sem contornos e nos seios caídos as marcas do tempo… E do uso!

Algumas já passadas de cinquenta primaveras usavam o sorriso largo e falso e os mais de ‘trinta anos de janela’ e lençóis encardidos para se dedicar à cafetinagem.

Esse ambiente de vícios e pecados era também um antro de banditismo. Todo bom bandido tinha uma mulher na Zona… Todo bom policial tinha uma ‘amiga informante’ na Zona!

Os meliantes daquela época eram mais espertos e corajosos; agiam sozinhos, mas…

Não sei se Freud já dissera isso;

– Todo bandido tem necessidade psicológica de contar a alguém suas bravatas… Todo bandido precisa de uma confidente!

E achavam que as prostitutas que como eles viviam à margem da sociedade, tinham algo a esconder. Tinham bons ouvidos e motivos para guardar segredos.

Santa ingenuidade!

Só bandido mesmo para achar que alguma mulher consegue guardar segredos…!

Bom para os detetives que conseguissem criar laços de amizades na zona! Ali poderiam beber qualquer tipo de informação do submundo do crime na fonte! O preço desta amizade?

Bem, ia desde pequenos favores tais como afastar arruaceiros da boate; fazer vista grossa a algum achaque de balão apagado; cobrar alguma divida ‘esquecida’ por um ou outro cliente…; e, até alguns momentos de cama!

No nosso grupo da época teve colega que quase passou dos “momentos” e por um triz não mudou sua historia pessoal…!

Mas isso já é outra historia… Voltemos para a delegacia de policia da Silvestre Ferraz para buscar as pulseiras de prata, pois policia na Zona sem um 38 no coldre e um par de algemas na cinta – com o perdão do trocadilho – está pelado!

Além do mais, Monteiro, o “Ladrão do Bagdá”, está indo para Poços de Caldas com seu Caravan Marron fazer uma fita…

Quer ler o resto desta historia?

Voce vai ter que esperar mais três ou quatro semanas! Os “Meninos” estão a caminho trazendo esta e outras 49 historias contadas com o seu sotaque e muito bom humor!

Aguarde…

 

Vovó cai no conto do benzedor

Veja o que diz o padre Quevedo sobre "ganhar dinheiro sem trabalhar"...!!!

Veja o que diz o padre Quevedo sobre “ganhar dinheiro sem trabalhar”…!!!

Com tantos contos bem contados para tirar os ‘contos’ de incautas senhoras cidade afora, compulsei o ‘pai dos burros’ em busca do conto que me explicasse o “Conto do Vigário”. Aurélio, porém, não me disse muita coisa além do que eu já sabia. Na verdade disse menos. Vigário ou padre, lá pelos idos de vovó criança – bons tempos – sem gozar dos meios de comunicação de hoje, levava sua mensagem à seus fieis – ou ateus – na marra, na garganta, falando até quase ficar rouco para convencê-los a comprar um pedacinho do ceu! Quando o vigário conseguia seu objetivo, dizia-se que a pessoa que foi dobrada, que foi convencida, ‘aceitou’! ‘caiu’ no ‘conto do vigário’…! Logo, quando alguém usava a palavra para convencer o interlocutor de determinado ponto de vista, dizia-se que ela estava aplicando o conto do vigário…

Injustamente a expressão ganhou tom pejorativo e passou a ser usada para se referir ao guampudo que tira vantagem de alguém através da palavra, convencendo-o a fazer um negocio que não faria com pouca prosa!

O mais famoso dos contos é o bilhete premiado. Mas tem também o do cheque achado, o da moeda, que foi lançado outro dia e até aquele que a Helena tentou me aplicar tempos atrás…, o da entrevista premiada: A telefonista com voz adocicada de musa de inverno liga para você e diz que aquela entrevista que você deu para uma revista especializada em educação anos atrás, foi premiada e você ganhou uma belíssima coleção de livros, totalmente de graça! Só terá que pagar o frete de Joinville para sua casa, cerca de 220 reais…!

Outro dia eu ganhei um Citroen C4 Pallas, zero bala. Eu só tinha que ligar de um telefone fixo e ouvir a orientação… de uma penitenciaria estadual qualquer!

Tem também o Conto da Cadeira de Rodas no qual você não ganha nada, mas faz uma caridade, uma boa ação! È o caso da Márcia CristinaBalestra, moradora do velho Aterrado em Pouso Alegre. Tempos atrás ela saiu pela cidade de Santa Rita do Sapucaí arrecadando dinheiro para comprar uma cadeira de rodas para sua irmã Maria Aparecida, coitada, 184 quilos e sem as pernas! Quem encabeçou a lista foi o bondoso padre Joáo, com R$ 100. Quem recusa ajudar se o próprio padre ajudou com R$100! Muita gente caridosa ajudou Márcia, porém sua obesa e aleijada irmã Maria Aparecida, pesa cerca de 70 quilos e tem as pernas tão boas quanto as minhas que sou atleta e jogo futebol três vezes por semana!

Enfim, os vigaristas de plantão pessoas que tiram até chifre de cabeça de cavalo na lábia têm sempre um conto novo para tirar seus “contos de réis”.

O ultimo lançamento do Conto do Vigário, nem o meu saudoso amigo Inspetor Ângelo, que chegou à Pouso Alegre no tempo em que o também saudoso Moacir Bocudo se fantasiava de Zorro na Rua da Zona, ouviu falar. È o “conto do benzedor”…! Não, não e o caso do casal de Alterosa, que entregou o dinheiro da venda da casa para a benzedeira tirar o mau olhado que atrapalhava o relacionamento deles, não. Neste caso pelo menos o casal tinha um motivo para benzer o dinheiro… O romance estava afundando! No caso dos velhinhos do bairro Belo Horizonte, o dim-dim estava quietinho na poupança rendendo uma merreca, menos que a inflação, mas já estava abençoado, ate o benzedor bater na sua porta!

A aposentada Dolores Almeida Viana, 82 anos bem vividos, estava quieta no seu canto cuidando do marido Sebastião, de 90 anos, no bairro Belo Horizonte, quando ali chegou um simpático cidadão moreno, alto, meia idade, bem barbeado, usando um jaleco branco e ofereceu seus serviços. O sujeito amável e fala mansa disse que era “benzedor de dinheiro” e documentos contra furtos, roubos, incêndios e principalmente contra `vigarices`! Como a cidade está infestada de ratos, gatunos e vigaristas, ele propôs benzer seu dinheiro e seus documentos para que ela não fosse roubada e nem caísse num conto de vigário!

Dolores e Sebastião disseram que o dinheiro que tinham já estava bem guardado e protegido num banco! No entanto, com meia duzia de ‘171’, o benzedor os convenceu a sacar o dim-dim para ser benzido por ele, para ficar mais seguro! Foi embora e prometeu voltar na quinta feira para a cerimonia!

Vovô Sebastião ficou muito triste, pois foi ao Itaú e não conseguiu sacar suas economias. Vovó Dolores teve mais sorte! Foi à caixa, sacou toda a economia de 80 anos e foi para casa com seis pacotinhos de mil reais.

As três da tarde o simpático benzedor usando o jaleco branco, parecendo enfermeiro ou funcionário da extinta Vigor, chegou e fez seu milagre. Diante dos olhos de Vovó Dolores, ele fez sua oração silenciosa, desembrulhou os pacotinhos, respingou água benta, tornou a embrulha-los e mandou que ela mantivesse o embrulho guardado em segredo sem toca-lo durante 7 dias!

Na sexta feira a anciã abriu a sacolinha para conferir e realmente o milagre do benzedor tinha acontecido! Os pacotinhos de notas de 50 reais haviam se transformado… Em pedacinhos de papel picado!

O bondoso benzedor de fala mansa e educada, que havia prometido voltar na semana seguinte para trazer mais água benta, há uma semana havia dobrado a serra do cajuru… Com os R$ 6 mil reais da boa velhinha!

E se você meu estimado leitor, acha que somente vovós indefesas caem no conto do vigário, abra o olho! E controle sua ganancia! Conheço uma respeitável e vivida dondoca que vive de agiotagem, que caiu como uma patinha! Não satisfeita em entregar os dois mil que guardava debaixo do colchão, ela foi ao banco e fez um empréstimo bancário de R$ 28 mil para entregar de mãos beijadas a um trio de vigaristas!

O casal Dolores & Sebastiao caiu no conto do benzedor por causa da santa ingenuidade… A ‘esperta’ agiota e tantos outros incautos caem no Conto do Vigário por causa do olho grande…!

“Vera Verão” e “Um estupro para inglês ver…”

Berguinho Sidorf  Vera Verão: Ta lôco doutor, que estupro que nada! Na pracinha da rodoviária velha está assim ó de mulher de programa por dez real!

Berguinho Sidorf Vera Verão: Ta lôco doutor, que estupro que nada! Na pracinha da rodoviária velha está assim ó de mulher de programa por dez real!

      V.B.M., 15 anos, saiu de casa por volta de oito e meia da noite de sábado e foi pra Vicente Simões bebemorar o ‘velório’ da Seleção do Felipão, que acabara de receber o golpe de misericórdia da Holanda. Voltou cedo pra casa… Por volta de cinco da tarde de domingo, acompanhada do cidadão P.C.Ramos!

Na segunda 14, a garotinha contou à irmã mais velha que, quando tentava recuperar seu celular roubado, havia sido estuprada pelo assaltante conhecido pela alcunha de “Sidorf”, na casa dele na Rua Francisco Sales! Ao tomar conhecimento do fato, dona V.A.B.M. chamou a policia… E todos desfilaram no taxi do contribuinte.

Na DP a garotinha contou então sua bela historia…

– Eu estava sozinha na Vicente Simões, no sábado, quando um rapaz se aproximou e perguntou as horas… Quando eu peguei o celular para ver as horas, ele tomou o celular da minha mão e saiu de fininho…

– Mas ele te agrediu para tomar o celular?

– Não. Ele só pegou e saiu andando… Eu segui ele até sua casa perto de uma pizzaria na Rua Francisco Sales. Eu bati na janela, mas ele não atendeu. Então eu fui dormir na casa de uma amiga, no Costa Rios. Na manhã de domingo eu voltei à casa do ladrão do celular. Quando ele atendeu a porta, me pegou pelo braço, me levou para o quarto, tirou minha, tirou a dele e cr… Depois ele falou que o celular estava num bar ali perto e saiu para buscar, pegou um atalho e eu não o vi mais…! Mais tarde eu voltei lá e o amigo dele me levou pra casa!

O “amigo” do assaltante é P.C.Ramos, que divide o quarto e cozinha com “Sidorf”. Aliás, foi ele quem atendeu a garotinha de manhã e percebendo o ‘clima’ deu uma desculpa qualquer e saiu para deixar o casalzinho à sós! Quando ela voltou no final da tarde, P.C. Ramos a levou à sua residência.

– Eu percebi que ela era “meio louquinha”… – Disse o bom samaritano!

“Sidorf” ou “Vera Verão” nada mais é do que Bergson da Silva, 34, o “Berguinho” figurinha fácil, fácil no álbum da policia. Ele começou a carreira criminosa há acerca de 8 anos, com pequenos furtos, pequenos roubos, extorsão, estelionatos, trafico formiguinha… Desde então já se hospedou em quase todos os hotéis do contribuinte da região. Aliás, ele faz questão de dizer isso. Deixou o hotel do Juquinha a menos de dois meses e atualmente tem um emprego de nome pomposo… “movimentador de cargas”! Ou seja: “Chapa” cujo ponto de referencia é a velha – e incendiada – Estação da Maria Fumaça na junção da Perimetral com a BR 459. Berguinho Sidorf Vera Verão tem uma versão um pouco mais romântica para o seu envolvimento com a garotinha V…

– Eu conheci ela na Praça Senador Jose Bento no sábado à noite… Ela perguntou se eu tinha ‘farinha’! Eu falei que arrumava, mas só tinha vinte reais! Aí nós fomos no Aterrado e ele trocou o celular por cinco pinos de farinha… No domingo ela foi à minha casa perguntando do celular e eu ‘dei uns beijos nela’… Mas ela falou que tinha 18 anos! E foi ‘diboa’…!

– Mas você não a estuprou?

– Tá loco, doutor!!! Eu conheço tudo que é cadeia do Estado! Sei o que acontece com estuprador! Além do mais, seu quiser pegar mulher é só ir na pracinha da rodoviária velha… Lá tá assim ó, de mulher de programa por dez real!

Apesar de toda capivara do suposto assaltante estuprador, o imbróglio estava por demais obnubilado. Além do mais o prazo flagrancial havia expirado sem perseguição. Por isso o delegado de plantão decidiu passar a bola para o delegado do expediente. Como ainda não vislumbrou nenhum crime a vista, o paladino da lei aguarda o resultado da investigação que será feita pelos seus pupilos, para só então escrever o epílogo da estória da garotinha V.B.M., “Estupro para Ingles ver”…!

 

Policia Civil prende mula com 220 quilos de maconha

O delegado Gilson Baldassari e os 220 quilos de erva apreendida pelos pupilos...

O delegado Gilson Baldassari e os 220 quilos de erva apreendida pelos seus pupilos…

Estavam os detetives da Delegacia Especializada de Combate ao Trafico de Drogas quietos nos seus cantos na noite ainda criança desta segunda, quando a informação bombástica chegou:

– Daqui a pouco vai chegar uma remessa de erva na cidade… A droga está sendo transportada em um gol amarelo! – Dizia a voz masculina através de um telefone cujo numero naturalmente não aparecia.

A informação aparentemente vaga, coincidia com um trabalho investigativo em andamento, acreditando a policia que o “cagueta” provavelmente seria um concorrente do mesmo ramo. Enquanto tentava processar a valiosa informação, o “cagueta” tornou a ligar insistindo…

– O mula está vindo pela Fernão Dias. Tem mais de duzentos quilos da erva no gol amarelo! Deve chegar lá pelas onze da noite…

Apesar da pobreza de detalhes, o detetive Teobaldo lembrou que foi uma informação mais ou menos assim que levou a equipe à prisão de “Gô e as cinco toneladas de maconha” em 2007. E resolveram pagar pra ver. Orientados pelo delegado Gilson Baldassari os detetives de dividiram em duas equipes e armaram a arapuca nos trevos do Costinha e da BR 459…! À meia noite o golzinho amarelo saiu do Fernandão e entrou na BR como se fosse tirar o pai da forca. Apesar da velocidade, ao ver os canos frios das ‘ponto 40’ apontando pra ele, levantou bandeira branca!

– Perdi, perdi, perdi… – Foi logo dizendo o ‘mula’ Paulo Henrique Braga de Oliveira, 32 anos, parando o golzinho amarelo na beira da pista!

A informação do “cagueta” estava correta. No porta malas e sobre o banco traseiro do gol, como se fosse rapadura ou doce de leite em simples fardos amarelos, estava a droga; 212 quilos.

No local da abordagem, defronte a Fiat, com os olhos quase saltando da orbita, Paulo Henrique disse o mínimo, somente o que lhe interessava;

– Calma aê, eu sou gente boa… Lembra de mim? Eu trabalhava de garçom no Andurah! Agora tenho um lava jato…

Ao piano do delegado Gilson, ele fechou a cara e foi ainda mais econômico nas declarações;

– Só vou falar em juízo!

Apesar da razoável quantidade de droga apreendida, o “Mula do Gol Amarelo”, se condenado for, deverá pegar a pena mínima para trafico de drogas: cinco anos! Pois é primário, tem bons antecedentes, emprego e residência fixa. Por hora o ex-garçom vai comer de “bandeco” no Hotel do Juquinha!

 

Leia daqui a pouco: Funcionários prendem ladrão de picanha no Alvoradinha