… Periquito manso de poleiro

Semana passada, quando contamos a historia do Periquito amigo da onça – menino que vi crescer nos campos de futebol – pensei ter deixado claro que ele era o ‘traíra’ que usava da sua pseudo amizade com policiais para se dar bem no trafico de drogas. Pois a matéria não ficou suficientemente clara, não pelos menos para alguns leitores ou leitoras de… cabelos coloridos artificialmente – brincadeiriiiinha.

Não sabemos exatamente quando Andersom Periquito, ‘boleiro velho’, manso de poleiro, passou para o outro lado da lei. Quando ele se enveredou para o outro – perigoso – campo; o da caguetagem… A pretexto de passar suas valiosas informações, ele continuou se acercando de policiais e portanto a jogar nos dois times. Buscando abrir caminho no mundo do crime, ele usava esta amizade e muitas vezes o nome deste ou daquele policial. O preferido era o do detetive Teobaldo, bom de bola e incansável combatente do trafico, parceiro inseparável do também intrépido Fabio Balca, de igual estirpe, policiais que fizeram do combate ao crime, sua religião.

A prisão de Periquito na manha de terça 27 era para ser a terceira da quadrilha, mas ele próprio escolheu ser preso mais cedo. Quando viu o amigo, que ele injustamente ‘vendia’ aos traficantes, saltar da viatura, Periquito levantou vôo e foi se esconder no quarto do pai enfermo, onde passa semanas sem entrar. Como não sabia que tinha sua prisão decretada pelo homem da preta, tentou dobrar a serra do cajuru por outro motivo… Por causa do quilo de farinha do capeta que tinha mocosado em casa.

No mundo do crime é assim; o meliante pode vencer muitas batalhas, mas sempre perde a guerra. Especialmente se caluniar, difamar e sacanear policiais dignos e honrados como os da dupla “Starsky & Hutch” manduana…

Hotel do Juquinha, de portas abertas… para as drogas

A primeira vez que falei do novo e imponente presídio de Pouso Alegre e o batizei de “Hotel do Juquinha”, quando de sua inauguração em 2009, embora não tenha sido convidado para ver a fita vermelha ser cortada, me referi ao complexo prisional como clinica de tratamento de drogados – a gente tem cada sonho !!! – pois se meliante viciado em drogas ficar dois, três, quatro anos em abstinência total de drogas, ele pode se curar. E, atrás das grades, espera-se que os entorpecentes não cheguem. Vã esperança!!!

O primeiro capitulo da historia do Hotel do Juquinha foi marcado pela truculência, brutalidades e outras violências. Os carrascos da administração passada tomaram um bico no traseiro…

O segundo capitulo, ainda curto, já tem marcas de podridão no combate ao trafico de drogas e de objetos proibidos em seu interior. Outro dia ouvi agente comentar, que a circulação de aparelhos celulares no interior do presídio era tanta, tão fácil e corriqueira que os hospedes mais abastados estavam competindo para ver quem tinha o aparelho mais moderno. Ontem ouvi um policial dizer que no garboso Hotel do Juquinha, com quase 600 hospedes, começando aparecer os puxadinhos para aumentar o espaço, um aparelhinho pode custar R$ 3 mil reais. Será? Ouvi também que a atual administração, contraria à cara feia da anterior, ‘abriu as pernas’… liberou a entrada de eletroeletrônicos e outros bichos – lícitos. Porém, enrustidos nos objetos lícitos, os ilícitos escapam ou dificultam sua fiscalização.

Concomitantemente à fiscalização, que pode ser displicente ou conivente, há aqueles agentes penitenciários que abraçaram o emprego exclusivamente para atuar na traficância, ou mais propriamente, há aqueles bandidos que conseguiram emprego no presidio, para fomentar o trafico e atender sua seleta clientela. E antes que os inúmeros colegas, conhecidos e amigos honestos e dignos que ali trabalham que é imensa maioria, me atirem farpas, vou usar deixar claro; estou falando da banda pobre, dos maus profissionais que existe em todo lugar, do joio que existe em todo trigal.

       Mas deixemos de prosorio, afinal o assunto ainda vai dar pano para manga. Vamos aos motivos que nos trouxeram aqui.

Uma equipe de agentes do setor de inteligência do próprio Hotel do Juquinha fez uma varredura em duas celas ontem no final da manha. Na 24 acharam  23 barangas de maconha, quatro chips, bateria e carregador de celulares, com os detentos Christopher Rodrigues Santana e Vagner da Silva. No apartamento 27 havia 41 barangas de cannabis sativa de Linneu e 4 chips, com os presos Leandro Rodrigues dos Santos, Reginaldo Nunes Rosa e  Rondisley Pereira da Silva.

A droga e objetos ilícitos encontrados no interior das celas, tem as mais estapafúrdias procedências; um achou no corredor, outro achou no pátio do bando de sol, outro trouxe de outra cadeia… Teve um que recebeu as barangas de um disco voador e outro através de mágica… Cortam o pescoço – do vizinho – mas não caguetam o fornecedor.

Bem, os presos, detentores de extensa capivara, continuarão presos, sem as drogas e os chips. Mas fizeram um pequeno tour pela cidade, para assinar mais um 33 na DP.

Que merreca de droga!!! Será que todas as celas foram vistoriadas???

Tiros aceleram os passos da criminalidade em Passos

O blog nem havia ainda divulgado o oitavo homicídio do ano, acontecido no ultimo dia 08 e já chegamos ao nono.

O crime aconteceu no bairro São Benedito na noite desta quarta (11). Desta vez a vitima não foi abordada por motoqueiros numa esquina qualquer… Foi alvejada no interior de sua residência. Jose Geraldo Benedito, 42 anos, foi atingido nas costas, no tórax e na cabeça. Morreu antes da chegada da ambulância.

Era para ser o nono e o décimo assassinato do anao com uma só cajadada. O décimo não aconteceu porque S. companheiro de Jose Geraldo, ao receber um tiro no rosto, fingiu de morto. Ele havia deixado o velho hotel do contribuinte no mês passado e reconheceu os atiradores, dois irmãos, que vieram em busca de vingança. Apesar do tiro na cabeça o sobrevivente não corre risco de perder a vida e passará por cirurgia na tarde desta quinta para extração do projétil. Através de suas informações os homens da lei prenderam os irmãos assassinos com os trabucos ainda fumegantes, um no bairro Casarão, outro no bairro Colégio de Passos.

O décimo homicídio em Passos em 2012 já escapou de duas tentativas. Na madrugada desta quinta, B. também esteve na mira do trezoitão e recebeu azeitonas quentes. O moço de 25 anos, com passagens pela policia, disse que estava no cruzamento das ruas Bahia com São Paulo, no bairro Bela Vista, quando dois motoqueiros engarupados emparelharam e mandaram bala. Apenas uma azeitona acertou de raspão seu braço. Ele jura de pés juntos que não sabe porque tentaram mandá-lo entrevistar-se com São Pedro. Eu acredito!!!

O oitavo passense a sentar-se na balancinha de São Pedro para pesar seus pecados foi o cidadão F. de 32 anos. Envolvido com o trafico de entorpecentes e um homicídio, ele foi encontrado crivado de balas na manha de domingo, 08, no bairro Carmelo.

Dos nove assassinatos do ano bissexto em Passos, ano do fim do mundo, três aconteceram neste mês de abril… que ainda não chegou à metade.

Mãe desacorçoada manda filho para o Hotel do Juquinha

A policia militar foi chamada ao bairro da Saúde, no meio da madrugada desta quarta, para socorrer mais uma vitima amparada por Maria da Penha. Ao chegar ao local, dona Georgina Maria Tertuliano, 55 anos, banhada em prantos contou seu triste drama. Disse ela que estava nos braços de Morfeu, quando o filho Douglas Alexandre chegou chapado e como de habito chegou querendo  comida quente e chamego e foi logo chutando moveis e eletrodomésticos e ameaçando chutá-la  também. Para não entrar na manguara ela saiu correndo para o relento da madrugada em trajes menores e procurou o primeiro orelhão para pedir socorro.

Georgina contou ainda que já cansou de internar o filho para curá-lo do vicio das drogas, mas toda vez que ele volta para casa, volta ainda mais violento. Contou também que o filho nóia, há anos faz dela “gato & sapato”, toma seu dinheiro e a obriga a lavar, passar e cozinhar para ele e agradece com xingamentos, socos e pontapés.

A baderna e valentia do filho ingrato ficou comprovada quando os policiais entraram na casa e viram cacos e destroços de moveis espalhados pelo chão.

É a droga da droga meu estimado leitor!!!

O Douglas da droga ou a droga do Douglas Alexandre Tertuliano, 37 anos e uma imensa capivara de pequenos delitos tais como 155, 129, 147, 163 e 21 da LCP, egresso do Hotel do Juquinha, sentou-se mais uma vez ao piano do delegado de plantão e assinou o 147.

Graças à Maria da Penha, Georgina pode mandar o filho de volta para o hotel do Juquinha. Mas o vicio continua incurável…

Rothweiller mata idosa em Lavras

Há meses venho ensaiando criar uma nova categoria no blog, para contar velhas historias de cachorros e cachorradas. Temos historias de amizade, de abandono, de maus tratos do melhor e mais fiel amigo do homem, cuja recíproca nem sempre é verdadeira.

Você já teve um cachorro ou cachorrinho, peludo, pelado, malhado, marron, preto, branco, bege…? Nunca? Nem quando era criança lá nos Coutinhos ou em Barbacena? Nunca teve um Lulu, um Campeão, uma Nala ou Nero, uma Lassie ou um simples Totó? Nunca teve um bichinho destes para recebê-lo sorridente e saltitante, abanando o rabinho quando você chega do escola, do trabalho ou da viagem? Para vigiar sua casa e avisar que chegou visita? Ou para alertá-lo de madrugada e afugentar os gatunos? Nunca teve um cachorro que enfrenta até ouriço e enche a boca de espinho para defender seu quintal? Nunca teve um cachorro amigo? Nem mesmo um amigo cachorro??? Seu caso é serio… Mas tem tratamento!!!

Cachorro é bicho bão dimais, sô!!!

Toda pessoa deveria ter um, para aprender, dentre outras coisas, duas de suma importância na vida: a viver com simplicidade, com pouca coisa, sem ostentação. Água, comida, um tapetinho e um cafuné. O cachorro nos ensina também uma coisa que ele nem sabe que existe – muito comum nos dias de hoje – mas  que pode torná-lo assassino: o stress!!!

Além da água, comida, tapetinho e cafuné, a única coisa que nos preocupa no canino amigo é justamente o Stress. A partir desta semana teremos sempre uma historia de cachorro para contar aqui no blog. Não precisa ser só a minha, pode ser a sua historia também. A historia inaugural desta coluna era para ser outra, de um cãozinho covardemente abandonado na beira do estrada, pelo seu dono. No entanto, a historia do titulo acima veio a calhar, pois trata-se exatamente do Stress.

Uma senhora de 71 anos morreu após ser atacada na noite desta terça feira,10, em Lavras-MG. Ela morava sozinha com o robusto cão há 10 anos. Maria Aparecida de Lima recebeu mordidas no pescoço e foi socorrida pelos bombeiros, chamados por vizinhos que ouviram seus gritos desesperados, mas chegou sem vida ao hospital. O robusto e velho Rothweiller de bigodes brancos, já no fim da vida – cães de grande porte vivem de 9 a 11 anos – está em observação e deverá ser levado para o centro de zoonose da cidade, já que os familiares da aposentada, por questões obvias, não pretendem adotar o assassino.

E onde entra o stress? Exatamente nesta curva. Todo ser vivente, inclusive as plantas, precisa de água, comida, roupa lavada e novos ares!!! Todo animal, incluindo eu e você meu estimado leitor, se ficar muito tempo fechado em um canil, num só cômodo, num mesmo quintal ou mesmo numa só casa, vai acabar se irritando, se estressando.

Levar o bichinho de estimação para passear na rua não é fricote de madame e nem boiolagem… é cuidar da saúde mental do fiel amigo.

Se você é uma das raríssimas pessoas que nunca teve um Totó, um Lulu, Atila ou Tigrão, ainda há tempo de adotar um. O ideal é pega-lo ainda no berço, entre quatro semanas e seis, no máximo sete meses de vida, momento de ser adestrado. Criá-lo desde a infância, para acostumá-lo com seu cheiro, sua voz, suas mãos, seus cafunés.

Dona Maria Aparecida, de Lavras, fez a coisa certa, adotou o rothweiller do sobrinho ainda criança, só se descuidou de um detalhe: passear com ele para desfazer o stress.

O rothweiller de Lavras fez “cachorrada” com a dona…

Saque forçado em caixa eletrônico de Natercia

      Trio de ratos de caixa eletronico levou R$10 mil reais. Dois ja estão atras das grades

A pequenina Natercia, escondida atrás da serra de Heliodora, recebeu uma visita inesperada na madrugada desta quarta. Três guampudos, com mão de obra especializada, vieram fazer um saque no caixa eletrônico de um banco e como não são correntistas, não portavam cartão magnético e nem tinham a chave do caixa, usaram marretas e maçaricos para abri-lo. Para ficar a vontade no interior da pequena agencia sem ser denunciados pela luz quente e azulada do maçarico, a dois ou três gatos pingados que por ventura perambule trocando as pernas pelas ruas desertas da cidade, penduraram um baner em um tripé na frente do caixa. Coisa de profissionais paulistas.

O trabalho especializado dos arrombadores varou a madrugada e somente foi descoberto com o chegar da aurora. O trio levou na guaiaca cerca de R$10 mil reais. Dois foram presos tentando deixar a bucólica cidade na jardineira que os levaria para Pouso Alegre e com eles, metade da bufunfa surrupiada no maçarico.

O terceiro meliante vazou num carro com placas de Guarulhos, abandonou o possante no bairro do Brejão e seguiu a pé com intenção de dobrar Serra da Manoela, em direção à Santa Rita. Neste momento uma equipe da policia militar vasculha o local com cães rastreadores. O ladrão de banco está com as barbas de molho. A batata está assando para ele…

Intolerância, truculência, falta de juízo e … a morte do adolescente em Santa Rita

Agora que a poeira da vaidade, da discórdia, da revolta, do disse-me-disse, do “ele era tão bonzinho”, do “eu quero justiça”, se assentou, voltemos ao assunto com mais calma e com um centavo de bom senso. Senão não sobrará nenhuma lição da morte prematura do garotinho!

Muito se cobrou da policia, dos seguranças da festa de pagode, das autoridades e da justiça. Pouco ou nada se questionou sobre o fato em si. Vamos a ele:

Quase três da madrugada, interior do prédio do DA-Inatel, recinto próprio para bailes, onde não se houve uma palavra do que fala a pessoa que se enrosca na sua cintura e se vê apenas a silhueta disforme das pessoas sob a luz que muda de cor e tom no ritmo da musica. De repente um esbarrão. Não há bom senso, não há pedido de desculpa. É preciso gritar, se impor, tomar satisfação, exigir desculpas ou então revidar com outro empurrão ou porrada. “Então vamos lá fora, seu babaca”. E vão… cada um mais ansioso que o outro para distribuir socos e mostrar sua força!!! Não há mais dialogo. O garoto recebe um empurrão de provocação, se equilibra, dá uma rasteira, o outro cai, se levanta rapidamente mas o orgulho ferido continua se contorcendo no chão, exigindo vingança. Um soco mais potente joga o garoto no chão. Para evitar que venha nova rasteira, um chute bem dado na cabeça e mais um… para ter certeza que não haverá revide. Não haverá mesmo… Não do garoto, pelo menos. Ele nunca mais moverá um membro sequer.

O marmanjo de 21 anos mostrou sua força, venceu o garoto de 16! Matou o garoto de 16 com dois chutes na cabeça enquanto ele ainda estava aturdido pelo soco, no chão. Pode bater as duas mãos no peito, levantar a cabeça e urrar para a lua cheia e para as fêmeas e machos ao seu redor. Ele é o novo chefe da tribo. A ele cabe agora organizar a produção de pedra lascada, polir tacape, quem sabe, inventar a roda… Foi uma luta para ver quem era o mais forte. Qualquer um poderia subir a “Rua da Saudade” no dia seguinte e o outro vestir o uniforme vermelho-fogo do Hotel Recanto das Margaridas. Ambos aceitaram o desafio…de matar ou morrer. “Quando um não quer dois não brigam”. Afinal estamos na idade da pedra…!!! É preciso provar quem é mais truculento!!!

Tudo que o homo sapiens precisa provar, é que evoluiu, cresceu, anda em pé. E isso não se prova com socos e pontapés

Estar no pagode, com apenas 16 anos, às três da manha por conta do próprio nariz é apenas um detalhe. O âmago da questão é: estar preparado para estar ali.

A primeira vez que sai de casa para ir a um evento sozinho, sem meus pais foi há muito tempo. Vesti a calça comprida de ir à missa, uma camisa de flanela xadrez, um paletozinho caqui muito largo, que ganhei não sei de quem e lá fui eu pelo trilho do pasto com os pés descalços pisando o orvalho gelado de um mês de maio. Minha mãe dissera na véspera:

– Voce já pode sair de casa sozinho… Já é um hominho.

Na saída ela se abaixou com fisionomia seria e brava e disse:

– Lembre-se do que eu falei, tenha juízo!!! – E acrescentou – Não volta tarde não, viu!

A festa foi debaixo do bambuzeiro do Benedito Totó, na bifurcação da Estrada do Córrego da Pedra. Acho que éramos uns oito. Os irmãos Pascoal, Zé Arlindo e Beto, o Messias do Cirilo, o Zé do Chico, o Hilário Coutinho, o Gervasio e o Geraldo, meu primo. Quase todos malungos. Ficamos horas em volta da fogueira de bambu seco, conversando, contando historias de assombração e comendo pinhão assado. Quando cheguei em casa minha mãe esperava na janela da casa alta, de pau a pique, sob a luz tênue da lua cheia. Meu pai estava na taipa do fogão de lenha cozinhando o feijão para o dia seguinte, enquanto esquentava os pés.

– ‘Tava bão’ lá, filho – Perguntou alegre me vendo entrar na cozinha iluminada pela lamparina.

– A semana que vem você pode ir de novo – emendou minha mãe, orgulhosa.

Eu havia passado no teste de sair de casa sozinho. Fui e voltei na hora combinada. Fui e voltei com juízo. Eram nove da noite. Eu tinha nove anos de idade.

Não existe receita para se criar filhos. Uma coisa é certa: eles precisam de muito mais do que casa comida e roupa lavada. Precisam de tolerância, equilíbrio e juízo, Precisam de cuidados, orientação e amizade. Precisam de carinho, atenção e participação. Precisam de liberdade, respeito e confiança. Precisam ter seus limites respeitados, suas conquistas exaltadas e seus dons incentivados. Eu arriscaria até um gracejo: “Não basta ser gelol… tem que participar” da vida do filho, saber onde ele vai, com quem vai, conhecer seus amigos, suas alegrias, suas dores e… participar de suas alegrias e curar suas dores. Ser pai é um presente se Deus … Não se pode brincar só no dia do aniversario e depois jogá-lo num canto…

Você sabe onde está seu filho, agora?????

Ivaldo, o pistoleiro matador de cães de Bueno Brandão

Se você encontrasse na rua um sujeito com cara de poucos amigos, levando ostensivamente na mão uma espingarda cartucheira de dois canos, o que você pensaria? Estaria o caubói indo caçar búfalo na pradaria?  Estaria ele indo para um duelo no Ok Corral? Ou estaria simplesmente indo caçar cães que se divertem acossando animais arredios no pasto…?

Bem, se você ficou em duvida quanto à resposta, o sitiante Ivaldo Pereira Golart, não. Ele tinha a resposta na ponta da língua. Ele foi visto caminhado pela rua de Bueno Brandão com o trabuco na mão e quando foi abordado pela policia militar com a característica ordem de “mãos ao alto.. Onde voce pensa que vai com esta arma”, respondeu de chofre:

– Tem uns cachorros atacando meu gado no pasto… Vou ‘matá eles’!

Cães não estão amparados no artigo 147 do Código Penal, portanto não ensejariam a prisão de Ivaldo por ameaça. Mas o sitiante de 37 anos, estava ‘desamparado’, estava no mato sem cachorro… Na verdade o delito de porte de arma tem amparo no artigo 14 da Lei 10.826.

O pistoleiro, matador de cães de Bueno Brandão, desceu para a DP de Pouso Alegre no final da tarde de sexta e ‘morreu’ em R$650 reais de fiança para poder voltar para casa. O processo que pode lhe dar de dois a quatro anos de cana, continua correndo na justiça… E o gado também, correndo assustado com os cães nos seus calcanhares!!!

 

Sexta feira do capeta em São Gonçalo

A Sexta Feira Santa da minha infância na ‘roça’ era um dia muito especial. Dia de penitencia. Não se podia ouvir musica, até porque, radio era coisa rara, TV só em meia dúzia de casas de ricos na cidade. Era o único dia do ano em que não se comprava leite, pois a única atividade permitida era a ordenha das vacas, mas o leite não era levado para a Vigor,  que guardava o Dia Santo, então era distribuído de graça a quem buscasse na fazenda. Era um dia de paz, quietude, silencio… Só se ouvia o gorjear dos passarinhos e a cantilena chorosa da pequena cachoeira do ribeirão ao pé da restinga. A vendinha do bairro passava o dia inteiro com a única porta de madeira fechada. Xingar alguém, brigar??? Era inferno na certa!!!  Falar mal de alguém ausente já era motivo suficiente para criar rabo!…

Quanta mudança nos hábitos e costumes da sociedade em tão pouco tempo!!! Sim, pois ainda sou um menino… grisalho.

Jose Sebastião Celestino, 54 anos, saiu do boteco e entrou em casa em São Gonçalo do Sapucaí, pouco depois do meio dia. Sentou-se à mesa para almoçar mas ao invés de agradecer o maná, foi logo dizendo;

– Capeta, demônio… Esta casa está cheia de demônios…

A enteada S.C.M.Souza, 16 anos, foi a primeira a chamar-lhe a atenção pedindo compostura. O palavreado improprio, no dia improprio, na hora impropria, teria sido menos pior. Parece que havia de fato um demônio na casa… e ele virou literalmente a mesa jogando tudo ao chão ao tempo que retrucava:

– Falo o que quiser, esta casa e minha…

Era mais ou menos, pois a amasia Clarice Pereira Martins, 42 anos, depois de oito anos  dividindo os cobertores, agora pediu separação dos cobertores. Este era o motivo da presença do capeta…

Depois de virar a mesa em cima da ex-familia, Jose Sebastião resolveu virar o rosto da enteada S. com um soco. Virou, mas um copo atirado por Clarice também virou sua orelha em sangue.

A PM chegou em poucos minutos e Jose Sebastião e seus capetas desceram para a Delegacia Regional de Pouso Alegre, onde ele assinou um 129 e um 147.

Com R$ 622 de fiança ele pode voltar para o lar. Lar???????

Varada e machadada em São Gonçalo do Sapucaí

… E não foi somente a casa do Jose Conceição que o capeta visitou na Sexta Feira Santa, não. A família do Itamar Conceição Candido, 40 anos, na mesma São Gonçalo, também recebeu a visita do chifrudo. Ele chegou da pescaria e aproveitando que estava com a vara na mão, desceu a manguara na esposa. E queria mais, muito mais. Tentou furá-la com a faca peixeira.

Enquanto Juliana Valentim Conceição corria para o quintal, seu filho conseguiu tomar a faca do pai furioso. Ele então pegou um machado e saiu estrada afora correndo atrás da esposa brandindo a pesada ferramenta. Ainda bem que Severina do Popote havia deixado Itamar meio lento e sem fôlego. Assim Juliana desesperada com o celular no ouvido chamando o 190, conseguiu vazar ilesa.

Quando os homens da lei chegaram ao bairro Santa Luzia, Itamar já voltava pela estrada, com o machado cheio de nódoa de madeira nas costas. Ele também assinou um 147 e ficou R$ 622 mais pobre.

O machado cheio de nódoa de madeira, poderia ter deixado uma nódoa bem mais pesada em sua ficha criminal…

“Não se faz” Sexta Feira Santa como antigamente!!!