Os “Meninos” estão se espalhando por aí

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Olá… Você já está lendo o livro “Meninos que vi crescer”?
Não?
Então você não sabe o que está perdendo!
Desde meados de agosto os “meninos” estão se espalhando por aí… A cada dia mais pessoas conhecem os “Meninos que eu vi crescer”.
A cada dia as pessoas se emocionam com o drama das mães de “Pedrinho e Gegê” na historia “Assim nascem os nóias”…
Mas também se divertem com “Um processo para ficar nos anais da historia forense” quando o requerente pede perdão à requerida e o juiz comemora a decisão tomando canecas de chimarrão…!
Ou então com a descontraída historia de “ O Lobo & o Carneiro”… e os carrapatos!
A cada dia as pessoas se perguntam: Será que o Robertinho poderia ter evitado a morte dos irmãos Montevecchio na beira da lagoa na Airton Sena?
Depois da pagina 91 os leitores suspiram e se perguntam: “Então foram assim “Os últimos dias de Fernando da Gata”, o mais famoso bandido que já pisou em Pouso Alegre?
Ao voltar da ‘viagem’ à pacata e bucólica Pouso Alegre dos anos 50 – quando na cidade existia apenas uma motocicleta – o leitor vai concluir: “Nossa! Mas então foi assim “A verdadeira historia do Beco do Crime”! Parece a historia de Romeu & Julieta!
Na historia “Max & Leninha… Dormindo com inimigo”, o leitor verá até onde pode ir o romance entre um jovem e perigoso bandido e uma policial!
Em “Peixinho e Eu” o leitor vai viajar para Campinas para presenciar o encontro do policial com seu algoz de infância…!
A partir da pagina 63, você meu estimado leitor, vai saber o que aconteceu em Cambui, n“O dia em que fumei maconha”! E vai saber o que aconteceu a Celso, meu parceiro de ‘baforadas’, numa casinha no alto da serra de Bom Repouso três meses depois!
O leitor de toda região do Sul de Minas vai saber finalmente quem é ou quem foi “Chiquinho”, o “Coisa Ruim da Borda”! Vai inclusive poder sentir um pouco do medo que eu senti quando visitei o carcomido casarão onde o capeta morou nos primeiros meses de 1953!
Em “Val e a Gang dos Najas” o leitor vai notar que a historia ainda não acabou!
Na historia de Godô, o garoto que aos 12 anos assaltou meu filho, o leitor vai perceber que quanto mais cedo se entra no crime, mais difícil é sair dele!
Na pagina 211 do livro o leitor fará uma pausa nas historias tristes para conhecer “O Detetive forasteiro e a medica voluntaria”, uma historia que por si só já daria um romance de final feliz!
Na pagina 309 o leitor verá que o simples furto de um aparelho celular da esposa de um detetive, por um garotinho que roubou sua primeira bolsa aos 9 anos de idade, levou a policia civil à maior apreensão de maconha do Estado… 5 toneladas! Pena que um traficante perdeu a vida naquele sábado tenso de 2007!
O leitor saudosista fará uma viagem ao inicio dos anos 80, aos quase primórdios da Policia Civil na cidade, com a historia de “Monteiro e os quase 40 ladrões do Bagdá”! E vai se chocar ao ver no pescoço de quem um cordão de ouro roubado pelo meliante, foi parar!
Verá também que a ‘rainha’ Mara nem sempre foi do mal. Na adolescência a maior traficante de drogas da região foi uma prendada dona de casa, amada e considerada da família pelos filhos do patrão!
Antes de sentir um frio na espinha com a historia de “Renanzinho, o psicopata da cabeleireira” assassinada no dia 06 de agosto, o leitor fará outra tensa viagem ao inicio do século dezenove, até parar na deliciosa década de 1970 para descobrir como “… surgiu o Ribeirão das Mortes”.
Antes de percorrer as 469 paginas do livro, o leitor terá conhecido os malvados irmãos Molina de Cambui, a vida torta de Valeria de Camanducaia, a rebeldia sem causa da aborrescente Amelinha de Santa Rita do Sapucaí, o Justiceiro do Recanto das Margaridas, Perfex o menino mal, Foguinho o meliante que comeu lichia no meu quintal, Giuliano, o “dimenor” que me fez transgredir a lei, Tuca maia, Tiziu, Renê Cabinho, Fefê, os sanguinários irmãos “Chico & e Reanir e Formigão”, Manoelzinho, Aguinaldinho, Eduardinho e tantos outros “meninos eu vi crescer” e se bandearem para a trilha sombria do crime!
Apesar disso o livro não é ‘pesado’, não é tétrico… Ao contrario, as historias são contadas sem heroísmo e com muito bom humor. Impossível não achar graça nas abordagens do detetive Teobaldo ao Engraxate Cantor! Impossível não rir com o cachorro viralatas sentado debaixo do pé de limão ‘tirando um pelo’ do detetive de primeira viagem quando “o adubo do Brejal foi por água abaixo”!
Meninos que vi crescer faz o leitor passar medo, chorar, rir e pensar: … Poderiam os “meninos” ter um destino diferente? Será que eu estou dando a meu filho a atenção que ele precisa? Onde está meu filho agora?
Cada leitor encontrará sua própria resposta. Mas para isso ele precisa ir a uma banca de jornal ou livraria de Pouso Alegre ou região! Ou, acessar www.meninosquevicrescer.com.br e adquirir seu livro por apenas R$29,90…
Não perca tempo meu estimado leitor! A historia é dinâmica e está acontecendo agora! Não espere que eu conte a ‘sua’ historia amanhã! Além do mais… A segunda edição de “Meninos que vi crescer” poderá custar um pouco mais caro!!!
OBS: Neste sábado 11 de outubro, estaremos na livraria “Letras & Livros”, em Santa Rita do Sapucaí para uma tarde de autógrafos. Venha buscar seu “Meninos” autografado e ouvir nossas historias!

 

Assassinado por separar briga de marido & mulher

Eliezer Gregorio recebeu 36 golpes de faca

Eliezer Gregorio recebeu 36 golpes de faca

O velho ditado que diz que em briga de marido e mulher, quem mete a colher pode arrumar inimizade, cadeia ou cemitério mais uma vez se confirmou. Desta vez no inóspito bairro São Benedito em Santa Rita do Sapucaí.
Depois de tentar separar uma briga de casal, o jovem presidiário Eliézer Gregório Fidelis, 28 anos foi pra casa. Às duas da manhã o suposto brigão foi até lá acompanhado de outros dois para tirar satisfações. Segundo o pai da vitima, o cidadão, que é padrasto de outro presidiário, insistiu muito para que seu filho saísse à rua;
– Ele ficou um tempão desafiando meu filho, chamando ele pra rua… – contou o pai.
Ao aceitar o desafio e sair pra rua, Eliezer foi atacado a golpes de faca. Recebeu ao todo, segundo o Instituto Medico Legal de Pouso Alegre, 36 golpes de lapiana. A maioria deles nos braços e mãos na tentativa de defender-se. O moço que havia separado briga de casal foi levado ainda com vida para o Pronto Socorro do município antes mesmo da chegada da policia, mas não resistiu aos ferimentos.
Nascido no “Abecê Paulista” em 1985, Eliezer mudou-se para o interior de Minas, talvez para esquivar-se da violência dos grandes centros, mas não conseguiu. Em 2005 o jovem torneiro mecânico conheceu as pulseiras de prata da policia mineira e andou pela primeira vez no taxi do contribuinte… Havia assaltado um ônibus da empresa que eventualmente o levava para casa no extremo norte da cidade. Tomou gosto pela coisa alheia! Desde então cometeu mais de meia dúzia de crimes contra o patrimônio. Tudo crime ‘paia’… No total dos furtos e roubos não faturou sequer mil reais. E não cometeu mais crimes porque as sentenças começaram a descer. Em quatro dos processos recebeu 14 anos e dez meses de cana. Desde então, além do Hotel Recanto das Margaridas, Elizer, conforme era chamado pelos colegas de caminhada na cadeia, conheceu as penitenciaras de Tres Corações e outras quatro da região metropolitana de Belo Horizonte tais como Nelson Hungria, Dutra Ladeira, Jason Albergaria e Ribeirão das Neves.
Apesar da liberdade tolhida até 2019, desde abril do ano passado Elizer cumpria prisão domiciliar! Foi da residência do pai no bairro São Benedito que ele saiu à rua para enfrentar o desafeto furioso e recebeu 36 golpes de faca que o levaram para o cemitério.

Presos com farinha no banheiro da rodoviária

Raspava seis da tarde desta quinta, 04, quando o trio de policiais que fazia o policiamento ostensivo no terminal rodoviário de Pouso Alegre, resolveu fazer uma visita ao banheiro publico. Afinal ninguém é de ferro! Como de praxe, entrou um de cada vez. Quando o cabo Azevedo já estava lavando as mãos para sair, eis que entra um trio de adolescente no banheiro levando uma mochila cor de rosa. Ao vê-lo todos ficaram ressabiados e um deles passou a mochila cor de rosa para o companheiro que perecia ser menor de idade. Entraram cada um num box, mas nenhum deles conseguiu fazer suas necessidades. A presença do policial ‘travou’ tudo! Ficaram lá por quase cinco minutos… Enquanto o cabo Azevedo, que já havia lavado e enxugado as mãos continuava no banheiro atento ao comportamento dos garotos. Quando finalmente saíram dos boxes, foram convidados pelo policial a mostrar o que levavam na mochila…
– Tem nada de ilegal não, ‘seu puliça’! Nós somos de Santa Rita do Sapucaí. Só estamos de passagem… – disse um deles.
A um chamado do policial os outros dois que estavam do lado de fora entraram e deram a geral no trio de Santa Rita. Um deles levava dois tabletes de erva marvada na algibeira. A mochila cor-de-rosa estava mais recheada… Continha trinta barangas de farinha do capeta prontinhas para serem vendidas a dez “real” cada uma!
Levados para DP no taxi do contribuinte sentaram todos ao piano do paladino da lei. A dificuldade maior foi saber de quem era a droga! Hemerson Gonçalves do Reis, morador do bairro Pedreira, na entrada da cidade, único imputável do grupo, tentou tirar o corpo fora. Inicialmente A.E. Desiderio assumiu a paternidade da droga. Mas, pressionado pelos pais, tentou empurrá-la para o parceiro M.M.. Considerando o relato dos policiais militares e levando em conta que os três estavam juntos, foram todos fritados no 33!

Hotel do Juquinha, o novo endereço de jovem Hemerson da mochila cor-de-rosa preso no banheiro da rodoviaria!

Hotel do Juquinha, o novo endereço de jovem Hemerson G.Reis, da mochila cor-de-rosa, preso no banheiro da rodoviária!

Os garotinhos M.M.O. Guimarães, 15 anos, morador da Rua da Pedra, e A.E. Desiderio, 14 anos, morador da Rua Nova, voltaram para Santa Rita na companhia dos pais, como manda o ECA. Hemerson que em junho ultimo completou 18 aninhos, arrependido da cagad… no banheiro da rodoviária, foi conhecer o Hotel do Juquinha.

 

 

 

 

 

 

 

Sábado 06 de setembro:  Meu ultimo dia de trabalho…

PM prende assassino do enteado em S.S. da Bela Vista

Allisson Fernando...: A batata assou cedo...

Allisson Fernando…: A batata assou cedo…

Assou cedo a batata do jovem Allisson Fernando de Souza. No final da tarde desta segunda, 28, menos de vinte e quatro horas após ter espancado até a morte o pequeno enteado, ele sentiu o aço frio das pulseiras de prata da lei. Ao perceber no inicio da noite deste domingo, que o filho de sua amasia Erika havia morrido em decorrência das pancadas que ele lhe dera, principalmente na cabeça, o ex-presidiario deixou a casa de colono na fazenda do Zé do Etti no bairro Santanal onde morava há dois meses com a mãe do menino e foi se mocosar no mato. No final da tarde desta segunda ele abandonou o esconderijo e foi até a casa do pai, na mesma fazenda, em busca de alimentos. Foi visto e em poucos minutos a policia militar chegou ao local. Aliás, chegou à tempo de evitar que ele fosse linchado por populares!

O assassino de 23 anos confessou ao delegado como e porque agrediu a criança;

– Eu fui na cidade buscar minha e levei ele comigo… No caminho a gasolina do meu carro acabou e tivemos que andar uns quilômetros até o posto. Ele começou chorar e não parava, por isso eu dei uns tapas nele…! – Choramingou Allisson ao piano do paladino da lei.

Os ‘tapas’ foram suficientes para causar a morte do garotinho que em novembro faria 4 anos… E também para garantir estadia gratuita de 12 a 30 anos a Allisson que é cliente da lei desde 2009. Por ora ele ficará hospedado no Hotel Recanto da Margaridas em Santa Rita do Sapucaí aguardando julgamento.

Arapuca p’ra pegar Franguinho em Santa Rita

Embora inadimplente de Pensão Alimentícia não seja um criminoso, tem alguns que fogem da policia pior do que o Fernando da Gata!!!

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Certa tarde recebemos a incumbência de prender um devedor de pensão que deveria estar morando no bairro Roseira, ao pé da Serra da Manoela em Santa Rita do Sapucaí. Chamava-se Reinaldo e atendia também pela alcunha de “Franguinho”! – que eu supus pelo apelido no diminutivo, que fosse um pixote! Não o achamos por lá – devedor de pensão muda mais que cigano – mas localizamos sua moradia, na casa do novo sogro no condomínio Chácaras do Vintém. – provável futuro avô de mais uma criança para reclamar pensão alimentícia! Quando paramos a viatura na frente da rua ouvimos um guaiú de cachorros no quintal. Entendemos imediatamente porque e corremos para lá, mas já era tarde. Nos fundos do quintal começava uma plantação de milho que estava até azul de tão tenra e viçosa. Subi na ponta de um mourão de eucalipto roliço e vi somente aquele mar de milho embonecando, com suas espigas de cabelos multicores e os pendões bege-mostarda saciando enxames de abelhas, marimbondos e vaquinhas com seu pólen. A brisa leve e mansa do fim da tarde balançava suavemente o milharal proporcionando um belo espetáculo da natureza ‘domestica’. Franguinho poderia estar ofegante em qualquer lugar daquela roça de meio alqueire de milho hibrido que em três semanas daria deliciosas pamonhas. Achar uma agulha no palheiro do milharal dali a três meses ou mesmo um franguinho carijó, seria mais fácil do que achar o ‘nosso’ Franguinho caloteiro naquele momento. Na volta de mãos vazias para a delegacia tive uma idéia… E fiz uma proposta aos meus parceiros, o  padrinho Benicio e o jovem Kleber.

– Vou arrancar as penas do Franguinho amanha às cinco e meia da tarde ou na quarta às oito e meia da manha. Se meu plano falhar pago meia dúzia de picolés de groselha para cada um. Se der certo quero um picolé de leite…!

Na tarde seguinte sentei diante do computador, digitei um Mandado de Intimação nos seguintes termos;

 

“… Juiz da Vara de Família ( )  intima o cidadão Reinaldo A. de O., … a comparecer ao Fórum da Comarca, à Praça Santa Rita, às 08h30 do dia tal”.

 

Dei um rabisco qualquer na linha acima do nome do juiz, coloquei um capacete fechado, montei minha motoca e fui entregar a intimação na chácara do condomínio. Se ele estivesse curtindo o final de tarde na sombra na frente da casa eu o prenderia e chamaria os parceiros para conduzi-lo. Caso contrario ele nem saberia que estive lá. Fui recebido por uma mocinha de magros 18 anos com um bebê atravessado no colo – futuro credor de pensão de Franguinho! – que mal ouviu minha pergunta e foi logo respondendo;

– Ele não ta aqui, não!

Não tinha importância que ele estivesse ou não atrás do guarda roupa ou debaixo da cama ou que tivesse voado novamente para o mlharal… Na manha seguinte daria bem menos trabalho prende-lo. No dia seguinte saí de Pouso Alegre às 7h50 para chegar em Santa Rita as 8h20 como de praxe mas, meu velho Gol – só consegui comprar carro com menos de 5 anos de uso depois de me aposentar – me deu mais trabalho do que o previsto. Furou a mangueira do radiador e tive que parar a cada cinco quilômetros para recolocar água. Cheguei atrasado ao Fórum! Parei defronte o orelhão e percebi um sujeito espigado, cerca de 1m85 falando agitado ao telefone. Parei ao seu lado como se esperasse para usar o aparelho e ouvi mais ou menos assim;

-… Eu vou voltar para casa. O juiz não vem na parte da manha… Parece que não foi intimação do Fórum…

Não, não fora. Fora intimação minha! E o Franguinho havia ‘mordido o milho’… Quando ele desligou o telefone eu joguei a peia. Peguei um pedaço de papel qualquer do bolso, olhei e perguntei sem que ele visse o que estava escrito:

– Reinaldo A. de O. mais conhecido por Franguinho, é você mesmo?

Ele ameaçou pigarrear e antes que dissesse qualquer coisa eu voltei firme à carga com a firmeza que sempre guardava para estas ocasiões:

– Venha comigo… O delegado está esperando por você na delegacia!

Franguinho tentou levantar a crista e sacudir as asas, mas eu levantei ligeiramente a barra da calça deixando aparecer o cabo lustroso de madeira do 38 especial na canela. Coloquei a mão em seu ombro e indiquei a porta do meu carro há cinco metros dali defronte a charutaria do Caruso. Cheguei à delegacia da Quintino Bocaiúva raspava nove horas e fui direto pra cozinha como de habito;

– Companheiros…! Preparem mais uma chávena! Eu trouxe o Franguinho para tomar café com a gente… – Fui dizendo.

– Meu picolé de leite quero na sobremesa do almoço – acrescentei.

Apesar de Franguinho ter dado mais trabalho do que o habitual para uma prisão tão insignificante, não o levei direto pra cadeia. Deixei que ele passasse o dia no ‘corró’ da DP enquanto seus parentes faziam a ‘correria’ para pagar a pensão. No final do expediente ele subiu para o Hotel Recanto das Margaridas, jurando de pés de juntos que já havia saudado o débito alimentício. O Alvará de Soltura demorou três dias para chegar.

Embora fizesse pintinhos nas franguinhas mais do que galo carijó, sem ter milho para alimentá-los, nunca mais foi preciso buscar Franguinho no milharal da Chácara do Vintém!

 

Holyfield não voltará mais para o ringue

Numa noite morna de inicio de 2007 um cidadão alto, atlético, de cor negra entrou num boteco do bairro Arco Iris em Santa Rita do Sapucaí e pediu um refrigerante. Sorveu o liquido lentamente meio ressabiado, meio tenso, como se estivesse prestes a tomar uma grande decisão. Logo em seguida saiu lentamente do boteco e ficou por ali, nas imediações. Não tardou o botequeiro baixou as portas e se dispos a ir para casa ali perto, acompanhado da namorada, uma bela morena… Que tinha outro pretendente! Quando o casal abraçado passava por um ponto pouco iluminado, ainda perto do bar, o ‘atleta’ do refrigerante surgiu por trás, na penumbra da noite, de arma e punho e mandou bala. Uma delas pegou de raspão na morena namoradeira. A outra acertou a nuca do botequeiro! A capsula calibre 32 certamente tinha pólvora suficiente apenas para vomitar o projetil, mas fez pouco mais do que cócegas na nuca do dono do boteco. Depois de socorrido ao hospital e fazer um curativo ele nem precisou de licença do trabalho. Nos dias seguintes continuou dirigindo o costumeiro caminhão da prefeitura, onde trabalhava… Apenas com o pescoço duro! Antes de dobrar a serra do cajuru com o revolverzinho 32 de meia tijela, o atirador arrancou o relógio prateado do pulso do algoz e levou com ele… E o relógio nos levou até ele!

No ano anterior havíamos colocado dez dos onze homicídios ocorridos na cidade em pratos limpos… A primeira tentativa de 2007 não passaria em branco. Logo pela manhã saímos na sombra do pretenso assassino e ladrão de relógio. Aliás, a primeira coisa que descobrimos é que o roubo do relógio fora um ‘acidente de percurso’! O objetivo era apenas matar o casal! O atirador negro era o cidadão conhecido por Hollyfield, morador do bairro Recanto das Margaridas, genro do Pelé. O crime fora encomendado, por motivos passionais. Um cidadão da terceira idade, morador da zona rural da cidade nutria fervorosa paixão pela baiana, mas ela preferiu o botequeiro de horas vagas, motorista da prefeitura. Com o coração partido, o sitiante resolveu mandar furar os corações da baiana e do namorado. Para isso pagara R$ 200 à Hollyfield!

Chegamos a esta conclusão por volta de três tarde daquele dia. Faltava agora chegar ao latrocida. Ele trabalhava de serviçal no Hospital Antonio Moreira da Costa – diga-se de passagem, ótimo funcionário e muito bem quisto pelos colegas de trabalho – mas deixara o local às duas da tarde. Fomos acha-lo batendo papo numa obra recém iniciada numa esquina da rua das rosas. Parecia ser uma prisão simples, em flagrante, mas foi bastante tensa. O moço fazia jus ao apelido de Hollyfield! Tinha praticamente o mesmo porte físico do campeão dos pesos pesados americano…! Éramos três, eu, o compadre Benicio e o jovem Klebinho. Parecia fácil para três policiais com deois 38 e uma .40 na cinta prender um suspeito. Parecia! Em campo aberto se ele resolvesse correr, o que faríamos? E se ele estendesse os braços lado e lado e dissesse:

– Ok! Então coloquem as pulseiras de prata e me prendam… Quer ver quem se arrisca!

Usei minha costumeira frase que carreguei comigo durante 27 anos…

– Hollyfield, o delegado está precisando de você na delegacia. Vem com a gente…! – E abri a porta lateral da velha Parati preto & branco estendendo a mão esquerda de ‘boas vindas’. Ele titubeou por um ou dois segundos olhando para a própria bermuda e perguntou:

– Agora?

Com a mão direita apoiada no cabo do 38 por baixo da camisa azul, respondi com uma firmeza que não deixava dúvidas…

– Agora!

Apenas mais um segundo de hesitação. Hollyfield se despediu do pedreiro com o qual conversava, baixou a cabeça e entrou na viatura. Preferimos nem colocar-lhe as pulseiras de prata. Só depois de algumas quadras ele abriu a boca…

– O que está acontecendo, Benicio? – Perguntou.

– Parece que teve um probleminha no Arco Iris ontem à noite… O delegado quer conversar com você. – Disse vagamente o velho policial prestes a se aposentar. Hollyfield deu uma encolhida no banco ao lado do Kleber. Pelo retrovisor percebi que ele suava frio. Alguns minutos depois, já na baixada do Maristela, ele pediu para abrir a janela da viatura – o que foi negado. Quando descemos na porta da delegacia da Quintino Bocaiuva ‘seu’ relógio ficou para tras, meio prensado entre o banco e encosto da Parati… Se a janelinha tivesse sido aberta lá atrás, o relógio teria ficado no meio da rua Juca Castelo… O relógio retirado do pulso do Ernani na noite anterior! O revolver 32 com as duas capsulas vazias achamos na manhã seguinte numa moita no pasto da fazenda que margeia a Avenida Bilac Pinto, por onde ele passou em fuga na noite passada.

Leandro "Holyfield" Mendes Mota: Afogado no Rio Sapucaí

Leandro “Holyfield” Mendes Mota: Afogado no Rio Sapucaí

A fracassada tentativa de homicídio passional seguida de roubo custou ao ‘pistoleiro’ Hollyfield 7 anos e meio de hospedagem no Hotel Recanto das Margaridas. De lá ele viu o irmão Renatinho afundar mais do que ele no crime e matar um desafeto pelo controle do trafico. Viu também o irmão caçula, Filipinho, passar de “dimenor” a “dimaior” afundado até o pescoço em crimes diversos. Viu até a irmãzinha adolescente, aquela que ficava com os olhos parados abobalhada quando me via e na despedida só conseguia dizer: “Gatão”! ser também, presa no 33 e ir fazer-lhe companhia. Viu até a sofrida mãe, sem marido, rodar no 33. Dois anos depois Hollyfield ganhou sua primeira e tão sonhada “saidinha de 7 dias”. Seus companheiros de ‘caminhada’ juraram de pés juntos que ele havia participado do famoso assalto ao Bancob de Santa Rita durante a ‘saidinha’…! E ele assinou mais um 157!

Atualmente Hollyfield estava em liberdade condicional. Até a ultima terça feira, 04, estava trabalhando numa draga retirando areia do Rio Sapucaí. Por volta do meio dia ele mergulhou nas aguas amarelas do rio e não voltou à tona. Seu corpo foi encontrado quase 48 horas depois, boiando a cerca de dois quilômetros rio abaixo. Há controversas sobre o motivo do mergulho no rio. Uns dizem que ele caiu acidentalmente entre a draga e o rebocador… Outros dizem que ele mergulhou no rio para se refrescar no intervalo do almoço. O fato é que Leandro Mendes Mota, o ‘nosso’ Hollyfield, 27 anos, definitivamente não voltará para o ringue e nem para o Hotel Recanto das Margaridas.

 

O primeiro indigente no Rio Sapucaí

Quando chegamos para o ultimo estagio antes da posse e de receber a carteira de policia, o perito Tiãozinho já estava na porta da DP com o Fiat 147 ligado esperando o colega Jadir…

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– Nós vamos recolher um ‘presunto’ perto de Bela Vista! Querem ir com a gente! – Perguntou Tiãozinho, com o bom humor de sempre.

E lá fomos nós pela Fernão Dias… Tiãozinho ao volante e o obeso Jadir e seu imenso bigode e uma tremenda cara de ressaca, com o braço apoiado na janela do Fiat, relembrando seus casos engraçados, sem abrir o sorriso. Aliás, Tiãozinho e Jadir, um ao lado do outro eram os opostos… Tiãozinho – só no nome! – era alto, forte, atlético boa pinta, conversava sorrindo! Apesar de inteligente e muito competente no que fazia, há muito parara de estudar. Estava satisfeito com o cargo de perito ‘ad-hoc’ que ocupava – pois era detetive por formação – e se aposentaria em poucos anos. Jadir era gordo, atarracado, barriga saliente… Seu bigode quase fazendo chifrinho daria para fazer sua própria peruca se ele fosse careca! Trazia no rosto uma expressão sempre séria, de ressaca! Contava piadas sem dar risadas. Tinha fama de ser um dos peritos mais ‘científicos’ e competentes da policia civil na época. Mulhereeeeengo que só ele! Era perito, fez Direito e se tornou delegado. Seu casal de filhos seguiu seus passos. A filha se tornou perita e o filho delegado!

O plantão era do Jadir, mas Tiãozinho, solteirão, prestes a se aposentar, morando no ‘canil’ da Delegacia, sem um passarinho sequer para tratar, não tinha nada melhor para fazer. Seu único compromisso naquele sábado ensolarado e quente era abraçar umas loiras… geladas, acariciar Severina do Popote para abrir o apetite e almoçar. Não importava onde! O importante era a companhia! O amigo Jadir – amizade daquelas de entrar em casa e ir direto pra cozinha fazer comida na casa um do outro, coisa cada vez mais rara entre policiais hoje em dia – certamente era ótima companhia! Aliás, eles já tinham um compromisso, que o leitor verá adiante! Atrás de nós seguia a Kombi fúnebre da funerária, salvo engano, N.S.Aparecida!

Logo que passamos o trevinho de São Sebastião da Bela Vista, na ultima saída antes do Porto São João, um pescador nos esperava…

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Motoqueiro capota na BR 459 e moto desaparece!

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O galo havia acabado de cantar pela primeira vez na madrugada de sábado, quando os homens da lei receberam a denuncia de um amigo oculto …

– Seu policia, tem um cara caído numa valeta na beira da estrada, perto do Porto Sapucaí… Parece que está bêbado e caiu da motocicleta! – dizia a voz sem se identificar.

Quando os policiais chegaram ao Porto Sapucaí, no km 119 da BR 459, lá estava o motoqueiro Israel Messias de Oliveira. Ele estava sentado à margem da via, na escuridão da madrugada, sujo de terra, esfolado e só com o capacete arranhado na mão.

– O que aconteceu? – quiseram saber os policiais.

– Eu estava de garupa da Titan do meu amigo Daniel, voltando do Chão Selvagem… Eu havia bebido ‘umas par’ de loiras… Aí ele passou na lama, derrapou a moto e eu caí! Eles me deixaram para trás… – informou o jovem de 18 anos, morador do bairro Pedro Sancho Vilela em Santa Rita do Sapucaí.

– Quem é esse seu amigo Daniel?

– Ah, seu guarda, eu só sei que ele mora do Jose Gonçalves em Santa Rita…!

Levado para a delegacia de policia só com o capacete na mão, Israel confirmou sua obnubilada historia. Ele seria autuado no 306 do CTB por dirigir embriagado, mas,  sem o veiculo não há crime. Afinal, mesmo mamado qualquer um pode sair pra passear levando um capacete na mão!  Por isso foi liberado.

Será que ele não escondeu essa moto no mato, ou afastou-e do local da queda para ludibriar a policia?

 

Severina do Popote causa acidente na Serra…

O cidadão Luiz Carlos da Silva seguia conduzindo seu micro ônibus de Santa Rita para Natercia ao pé da noite deste domingo, pela estrada vicinal entre as cidades dos santos Sebastião e Rita, quando cruzou com o fusca de placa BLE-4472 e sentiu um esbarrão na lateral traseira. O fusca conduzindo pelo cidadão Helder Viana Vicentini continuou descendo a serra e só foi alcançado no Recanto das Margaridas, onde os ocupantes da micro ônibus trataram de retirar a chave da ignição.

Helder Vicentini: Meu amigo derramou uma latinha de cerveja no carro...

Helder Vicentini: Meu amigo derramou uma latinha de cerveja no carro…

Segundo o BO que narra os fatos, Helder tinha os olhos vermelhos, a fala desconexa o andar cambaleante e o tradicional hálito etílico…

– Ele mal conseguia descer do carro – disse uma testemunha.

Apesar das alegações constantes no BO, Helder Vicentini jurou de pés juntos que não havia bebdido!

– Eu não bebo há 17 anos! Meu carro está com cheiro de bebida por que o meu amigo Pelé estava bebendo e derramou uma latinha de cerveja dento do carro…- Se defendeu Helder.

A defesa de Helder Vicentini não foi convincente… O delegado de plantão na Regional de Pouso Alegre o enquadrou no 306. Nas falta de R$ 700 reais para pagar a fiança, Helder Viana voltou esta manhã para pertinho do local do sinistro… O Hotel Recanto das Margaridas… E a prefeitura da cidade ficou temporariamente sem um dos seus motoristas!

PC e PM desmantelam o trafico em Careaçu e Bela Vista

O galo carijó estava ainda aquecendo a garganta para a costumeira serenata da madrugada, quando os policiais civis e militares do 17º Departamento de Policia de Pouso Alegre se reuniram para a “Operação Genesis”… Antes da aurora eles já estavam batendo à porta de traficantes de Careaçu e São Sebastião da Bela Vista para o café da manhã! O galo carijó estava ainda aquecendo a garganta para a costumeira serenata da madrugada, quando os policiais civis e militares do 17º Departamento de Policia de Pouso Alegre se reuniram para a “Operação Bela Vista”… Antes da aurora eles já estavam batendo à porta de traficantes de Careaçu e São Sebastião da Bela Vista para o café da manhã!Foto III - Sala de Imprensa

Os vinte e cinco detetives e escrivães chefiados pelo dinâmico delegado Mario Roberto Rodrigo Martins e os vinte e cinco soldados cabos e sargentos comandados pelo tenente Gustavo, ambos de Santa Rita do Sapucaí, levavam em mãos 12 mandados de Busca & Apreensão para drogas e objetos de furto e receptação e 05 mandados de prisão preventiva.

– Os mandados expedidos pela justiça, resultaram de cerca de três meses de investigação da policia civil de Santa Rita sobre trafico de drogas nos municípios de São Sebastião da bela vista e Careaçu, na nossa  Comarca – Esclareceu o jovem e empolgado delegado que chefia a delegacia do Vale da Eletrônica desde maio ultimo.

 Um dos mandados foi cumprido na Rua da Tijuca em Pouso Alegre. Adriano Silva Pereira, identificado nas investigações da PC pela alcunha de “Dito” foi retirado dos braços de Morfeu às cinco e meia da manha pela própria mãe…

Adriano "Dito" Silva Pereira: Eu não conheço nenhum "Dito", não. Meus amigos me chamam de "Neguinho" e "Benê"...!

Adriano “Dito” Silva Pereira: Eu não conheço nenhum “Dito”, não. Meus amigos me chamam de “Neguinho” e “Benê”…!

 

– Acorda ‘fio’… Os ‘zomi’ estão atrás docê – disse ela apavorada. Estavam mesmo atrás dele, do outro lado da cama!

– Eu já tinha escutado o barulho de uma janela quebrando mas achei que eu estava sonhando – contou Adriano, mais tarde a este repórter. E acrescentou..

– Eu não conheço nenhum “Dito”, não! Meu nome é Adriano! Os amigos me chamam de “Neguinho” e de “Benê”. Mas eu não mexo com droga, não. Eu trabalho na Bloquel … Só uso uns baseados de vez em quando.

Foi isso que disseram também os jovem Natam de Paula, 20 e Geovani Henrique Garcia ao serem surpreendidos de pijama em Careaçu. Geovani, que completa 20 anos nesta sexta 04, recebeu um presente que não vai esquecer tão cedo… O par de pulseiras de prata! Deivid Marcos Alves, também “formiguinha” do “Dito” foi preso em São Sebastião da Bela Vista.

Geovane Henrique Garcia: Ao completar 20 anos, recebeu pulseiras de prata de presente!

Geovane Henrique Garcia: Ao completar 20 anos, recebeu pulseiras de prata de presente!

Durante as buscas foram apreendidas pequenas porções de drogas, duas espingardas e um revolver, além de farta munição no município de São Sebastião da Bela Vista. Fatima Antônia de Almeida e D.F.S. foram autuada por trafico e porte de arma. Os demais foram enquadrados nos artigo 33 e 35 da Lei Antidrogas.

O delegado regional de Pouso Alegre, Flavio Tadeu destro, em coletiva à imprensa, falou do empenho de seus policiais e da participação da PM no desfecho das investigações.

Flavio Tadeu Destro: Conseguimos tirar mais sete traficantes de circulação...

Flavio Tadeu Destro: Conseguimos tirar mais sete traficantes de circulação…

– A operação conjunta das nossas policiais nesta madrugada, veio coroar o trabalho de investigação que vinha sendo feito pela policia civil de Santa Rita desde junho. A sociedade ficou livre de mais sete marginais envolvidos com o trafico de drogas. Essa é a resposta que queremos dar sempre à sociedade! – Enfatizou o delegado.

'Plataforma' de embarque para Hotel Recanto das Margaridas'...!

‘Plataforma’ de embarque para Hotel Recanto das Margaridas’…!

Dentre os presos mediante carta branca do homem da capa preta, está o “aviãozinho” D.A.M.S., 17  anos, abatido também de pijama em São Sebastião da Bela Vista. Todos os presos ficarão hospedados no Hotel Recanto das Margaridas, em Santa Rita do Sapucaí por conta do contribuinte…!

Equpe PM & PC Bela Vista