Uma loirinha está custando CR$ 13.750

Era preciso três destas para pagar uma loira...

Era preciso três destas para pagar uma loira…

Quando entrei no “Bar do Gomes” na Evaristo Valdetario no bairro da Saúde às dez e pouco da noite da primeira sexta feira de julho de 1994, o boteco estava lotado… É que além dos simples e saborosos tira-gostos que ele servia toda sexta feira, a loira gelada estava muito mais sensual! Estava mais suada e ‘doce’!

Não, não haviam alterado os ingredientes ou o sabor da velha companheira de comemorações! O que tinha mudado era o preço!

Na sexta anterior, ou melhor, no “dia anterior”, a loirinha gelada custava CR$ 2,750 (Dois mil e setecentos cruzeiros reais)… Agora custava apenas uma URV! Apenas uma moeda! Na verdade, na pratica era a mesma coisa, mas a impressão psicológica era outra… Apenas uma moeda de um real!

Parecia que a bebida predileta depois da pelada que a gente jogava na quadra poliesportiva Júlio Pereira Neto toda sexta feira, havia baixado! Aliás, coisa praticamente impossível naqueles tempos de inflação galopante. Uma cerveja por apenas uma moeda! Ah, podíamos beber muito mais a partir daquele mês de julho de 94…

Essa garotada que vai votar pela primeira vez no próximo dia 05 de outubro e escolher os novos governantes do país não devem estar entendendo patavina do que estou falando! E nem poderia entender, pois em 1994 nem pensavam em nascer!

Vamos trocar em miúdos!

Desde a década anterior, o Brasil vivia tentando equilibrar as finanças, atolado na divida externa, tentando dirigir a inflação e derrapando em novas moedas – cruzeiro, cruzado, cruzado novo, cruzeiro novo. Enquanto isso, o que os supermercados mais compravam  eram etiquetas novas! Os funcionários que mais contratavam eram remarcadores de preços… As lojas de eletrodomésticos, por exemplo, não tinham a menor pressa em vender seus produtos, pois no dia seguinte poderiam vender por um preço superior. “Marreteiros” de carros que tinham dinheiro compravam e escondiam… Uma semana depois vendiam seus ‘poisés’ pelo dobro do preço! Quem tinha um cruzeiro novo sobrando – raridade! – e deixasse no bolso, no dia seguinte teria apenas noventa centavos! Tudo por causa da inflação que comia mais que ferrugem! Inflação que não era medida mensamente, mas sim diariamente!

Até que o Ministério da Fazenda do presidente Itamar Franco – que coincidentemente era chefiado por Fernando Henrique Cardoso – e sua equipe arquitetou um novo plano econômico e criou uma nova moeda… O Real!

De repente uma dessa dava para agarrar a loira...

De repente uma dessa dava para agarrar a loira…

É claro que ninguém acreditou que daria certo! Seria mais um plano fracassado como os demais. Mas, como estávamos todos num barco à deriva, sendo arrastado pela caudalosa correnteza da inflação e pelos juros do FMI, qualquer ramo na beira do barranco poderia ser a salvação! E todos agarraram…

Mas antes tínhamos que aproveitar! Tínhamos que fingir que a loirinha gelada depois das peladas de sexta feira realmente tinha baixado de preço…! Ou que o nosso suado dinheirinho valia mais…!

Os primeiros anos de luta com o monstro foram os mais difíceis. E o governo venceu. O povo venceu. O plano deu certo e conseguiu tirar o Brasil do atoleiro, do pântano. E o monstro da inflação ficou lá!

Só que não foi decapitado, esquartejado e sepultado, não! O mostro foi apenas derrotado, mas continua vivo. Vira e mexe, mexe e vira, ele se remexe, solta uns ganidos sombrios e tenebrosos tentando se levantar…!

No inicio deste marcante mês de julho a vitória do Real sobre a inflação completa 20 anos! O Brasil pagou sua dividas e, segundo alguns, nos últimos anos, já tem até ‘socorrido’ vizinhos pobres como Cuba, Venezuela, Bolivia…! Se compararmos o Brasil da loirinha gelada de CR$ 2.750 com o Brasil da loirinha de uma URV e posteriormente Real, o de hoje vai bem, obrigado. Mas poderia ir muito melhor! Aliás, muuuuito melhor.

Esta tosca e mal inspirada crônica não pretende ir longe e nem mudar o rumo de nada. Dada sua pobreza de dados e argumentos, não pretende nem mesmo despertar a consciência do jovem que vai escolher seus governantes no dia 05 de outubro próximo. Na verdade, acho que eu só queria mesmo dizer que aquela loirinha que eu agarrava com ardor nas noites de sexta feira depois da pelada, no bar do Gomes há vinte anos, ao preço de CR$ 2.750, hoje, mesmo com a inflação dominada, está custando CR$ 13.750… Ou seja: R$ 5 reais! Ou 5 URVs!

Monteiro e os quase 40 ladrões do Bagdá

Só faltam alguns detalhes...

Só faltam alguns detalhes…

A maior fonte de informação sobre crimes e criminosos daquela época era a Zona Boemia. Cafetões, cafetinas, prostitutas de todo tipo, ‘viadinhos’ assumidos e outros enrustidos disfarçados de serviçais se misturavam à eclética clientela.

Jovens em grupos; comerciantes discretos; sozinhos ou em duplas, alguns deles barulhentos fazendo questão de exibir status de machões!

Homens simples da roça que ficavam uma eternidade olhando à distancia, esperando a coragem chegar para convidar a donzela para o ‘afair’!

Pequenos grupos de arruaceiros mamados que estavam ali muito mais interessados em se atracar com marmanjos do que com as mulheres de vida fácil!

Recrutas do exercito que, pela primeira vez, agora maiores de idade, se aventuravam a por os pés na mal afamada rua sem medo da policia, tentando perder a virgindade!

Tinha também os cidadãos bem sucedidos profissionalmente e frustrados no lar em busca da alegria perdida… Advogados em surrados ternos, fingindo defender alguma causa – uns levavam até uma valise para reforçar a ideia de que estavam trabalhando! – desfilavam discretamente por ali em defesa da própria ‘causa’…!

‘Garanhões’ no dorso dos seus cavalos, muito mais preocupados em montar e fustigar o alazão arreado do que ‘chegar o reio’ e domar uma potranca na cama!

A “Zona” que já nascera batizada de “Capim Gordura” era local ideal para queimar a erva marvada, aspirar a fumacinha do capeta sem ser incomodado. Em meio a todo este burburinho de emoções e comportamentos, desfilavam sorrateiros meliantes de toda especialidade!

Na velha e sombria Davi Campista o perfume de Severina do Popote se misturava com o da cafetina Margarida Leite, da Casa da Paineira – assassinada pelo cafetão turco Faissal – com a Betty da Casa Rosa, com a Cristina Melão – por causa do par de seios que assemelhava à fruta rasteira nordestina – com a Bibi Sete Fôlegos – era capaz de fazer dezessete ou mais programas numa só noite, a cinco reais cada um – com o cheiro azedo de suor, desodorante Avanço e agua de colônia barata dos amantes que ali aportavam em busca de amor… Ainda que falso, pago e efêmero!

O miúdo Vitinho, mais rebolante que uma cobra d’agua mal matada, era apenas o camareiro das mariposas lá no fim da rua. Mais tarde no Capim Gordura teria sua própria boate e quando a Aids acabou com a prostituição ‘formal’, já no crepúsculo decadente da ‘Zona’, venderia maconha num hotel da Silviano Brandão!

Após uma demanda que durou anos, defendida principalmente pelos causídicos das piranhas, Jorge Beltrão e Firmo da Mota Paes, finalmente a “Zona” da Davi Campista, no centro da cidade mudou-se para o famoso Capim Gordura. Ali, os pulguentos e fedidos prostíbulos e bordeis antes chamados de ‘casa da fulana’ ganharam o pomposo nome de “Boate”! Elas relutaram tanto para deixar o velho logradouro, receosas de perder a clientela, mas logo viram que a mudança fora um grande negocio. No local mais discreto, longe do centro, o comercio do amor ganhou clientela em quantidade e qualidade. Na velha Davi Campista qualquer grupinho de moleque, depois de abraçar umas loiras geladas, para ali seguiam em busca de uma morena quente! E chegavam a pé, a cavalo, em charretes, fusquinhas e brasílias e até em lotações de kombi. Compravam muito mais cachaça e confusão do que ‘amor’!

A distancia de cinco quilômetros do centro selecionou a clientela das ‘mademoiselles’ do Capim Gordura! Apesar da poeira, a rua larga bem iluminada e suas travessas, as casas grandes e novas afastadas da rua, tocando musicas de Joaquim & Manuel, Pedro Bento & Ze da Estrada, Leo Canhoto & Robertinho, Odair Jose, Marcio Greick ou Wanderley Cardoso em meio a fumaça e luzes coloridas, davam um tom mágico ao lugar. Parecia outro mundo.

O cheiro da cuba-libre, whisky Drurys, Campari, Menta e a tradicional Cangibrina, misturava-se ao perfume das donzelas. Algumas recém-saídas da puberdade pareciam ninfetas de revista. Olhar para elas misturava os sentimentos; vontade de agarra-las e… Pena do seu futuro!

Outras já traziam no rosto carregado de maquiagem, nas cinturas já sem contornos e nos seios caídos as marcas do tempo… E do uso!

Algumas já passadas de cinquenta primaveras usavam o sorriso largo e falso e os mais de ‘trinta anos de janela’ e lençóis encardidos para se dedicar à cafetinagem.

Esse ambiente de vícios e pecados era também um antro de banditismo. Todo bom bandido tinha uma mulher na Zona… Todo bom policial tinha uma ‘amiga informante’ na Zona!

Os meliantes daquela época eram mais espertos e corajosos; agiam sozinhos, mas…

Não sei se Freud já dissera isso;

– Todo bandido tem necessidade psicológica de contar a alguém suas bravatas… Todo bandido precisa de uma confidente!

E achavam que as prostitutas que como eles viviam à margem da sociedade, tinham algo a esconder. Tinham bons ouvidos e motivos para guardar segredos.

Santa ingenuidade!

Só bandido mesmo para achar que alguma mulher consegue guardar segredos…!

Bom para os detetives que conseguissem criar laços de amizades na zona! Ali poderiam beber qualquer tipo de informação do submundo do crime na fonte! O preço desta amizade?

Bem, ia desde pequenos favores tais como afastar arruaceiros da boate; fazer vista grossa a algum achaque de balão apagado; cobrar alguma divida ‘esquecida’ por um ou outro cliente…; e, até alguns momentos de cama!

No nosso grupo da época teve colega que quase passou dos “momentos” e por um triz não mudou sua historia pessoal…!

Mas isso já é outra historia… Voltemos para a delegacia de policia da Silvestre Ferraz para buscar as pulseiras de prata, pois policia na Zona sem um 38 no coldre e um par de algemas na cinta – com o perdão do trocadilho – está pelado!

Além do mais, Monteiro, o “Ladrão do Bagdá”, está indo para Poços de Caldas com seu Caravan Marron fazer uma fita…

Quer ler o resto desta historia?

Voce vai ter que esperar mais três ou quatro semanas! Os “Meninos” estão a caminho trazendo esta e outras 49 historias contadas com o seu sotaque e muito bom humor!

Aguarde…

 

Vovó cai no conto do benzedor

Veja o que diz o padre Quevedo sobre "ganhar dinheiro sem trabalhar"...!!!

Veja o que diz o padre Quevedo sobre “ganhar dinheiro sem trabalhar”…!!!

Com tantos contos bem contados para tirar os ‘contos’ de incautas senhoras cidade afora, compulsei o ‘pai dos burros’ em busca do conto que me explicasse o “Conto do Vigário”. Aurélio, porém, não me disse muita coisa além do que eu já sabia. Na verdade disse menos. Vigário ou padre, lá pelos idos de vovó criança – bons tempos – sem gozar dos meios de comunicação de hoje, levava sua mensagem à seus fieis – ou ateus – na marra, na garganta, falando até quase ficar rouco para convencê-los a comprar um pedacinho do ceu! Quando o vigário conseguia seu objetivo, dizia-se que a pessoa que foi dobrada, que foi convencida, ‘aceitou’! ‘caiu’ no ‘conto do vigário’…! Logo, quando alguém usava a palavra para convencer o interlocutor de determinado ponto de vista, dizia-se que ela estava aplicando o conto do vigário…

Injustamente a expressão ganhou tom pejorativo e passou a ser usada para se referir ao guampudo que tira vantagem de alguém através da palavra, convencendo-o a fazer um negocio que não faria com pouca prosa!

O mais famoso dos contos é o bilhete premiado. Mas tem também o do cheque achado, o da moeda, que foi lançado outro dia e até aquele que a Helena tentou me aplicar tempos atrás…, o da entrevista premiada: A telefonista com voz adocicada de musa de inverno liga para você e diz que aquela entrevista que você deu para uma revista especializada em educação anos atrás, foi premiada e você ganhou uma belíssima coleção de livros, totalmente de graça! Só terá que pagar o frete de Joinville para sua casa, cerca de 220 reais…!

Outro dia eu ganhei um Citroen C4 Pallas, zero bala. Eu só tinha que ligar de um telefone fixo e ouvir a orientação… de uma penitenciaria estadual qualquer!

Tem também o Conto da Cadeira de Rodas no qual você não ganha nada, mas faz uma caridade, uma boa ação! È o caso da Márcia CristinaBalestra, moradora do velho Aterrado em Pouso Alegre. Tempos atrás ela saiu pela cidade de Santa Rita do Sapucaí arrecadando dinheiro para comprar uma cadeira de rodas para sua irmã Maria Aparecida, coitada, 184 quilos e sem as pernas! Quem encabeçou a lista foi o bondoso padre Joáo, com R$ 100. Quem recusa ajudar se o próprio padre ajudou com R$100! Muita gente caridosa ajudou Márcia, porém sua obesa e aleijada irmã Maria Aparecida, pesa cerca de 70 quilos e tem as pernas tão boas quanto as minhas que sou atleta e jogo futebol três vezes por semana!

Enfim, os vigaristas de plantão pessoas que tiram até chifre de cabeça de cavalo na lábia têm sempre um conto novo para tirar seus “contos de réis”.

O ultimo lançamento do Conto do Vigário, nem o meu saudoso amigo Inspetor Ângelo, que chegou à Pouso Alegre no tempo em que o também saudoso Moacir Bocudo se fantasiava de Zorro na Rua da Zona, ouviu falar. È o “conto do benzedor”…! Não, não e o caso do casal de Alterosa, que entregou o dinheiro da venda da casa para a benzedeira tirar o mau olhado que atrapalhava o relacionamento deles, não. Neste caso pelo menos o casal tinha um motivo para benzer o dinheiro… O romance estava afundando! No caso dos velhinhos do bairro Belo Horizonte, o dim-dim estava quietinho na poupança rendendo uma merreca, menos que a inflação, mas já estava abençoado, ate o benzedor bater na sua porta!

A aposentada Dolores Almeida Viana, 82 anos bem vividos, estava quieta no seu canto cuidando do marido Sebastião, de 90 anos, no bairro Belo Horizonte, quando ali chegou um simpático cidadão moreno, alto, meia idade, bem barbeado, usando um jaleco branco e ofereceu seus serviços. O sujeito amável e fala mansa disse que era “benzedor de dinheiro” e documentos contra furtos, roubos, incêndios e principalmente contra `vigarices`! Como a cidade está infestada de ratos, gatunos e vigaristas, ele propôs benzer seu dinheiro e seus documentos para que ela não fosse roubada e nem caísse num conto de vigário!

Dolores e Sebastião disseram que o dinheiro que tinham já estava bem guardado e protegido num banco! No entanto, com meia duzia de ‘171’, o benzedor os convenceu a sacar o dim-dim para ser benzido por ele, para ficar mais seguro! Foi embora e prometeu voltar na quinta feira para a cerimonia!

Vovô Sebastião ficou muito triste, pois foi ao Itaú e não conseguiu sacar suas economias. Vovó Dolores teve mais sorte! Foi à caixa, sacou toda a economia de 80 anos e foi para casa com seis pacotinhos de mil reais.

As três da tarde o simpático benzedor usando o jaleco branco, parecendo enfermeiro ou funcionário da extinta Vigor, chegou e fez seu milagre. Diante dos olhos de Vovó Dolores, ele fez sua oração silenciosa, desembrulhou os pacotinhos, respingou água benta, tornou a embrulha-los e mandou que ela mantivesse o embrulho guardado em segredo sem toca-lo durante 7 dias!

Na sexta feira a anciã abriu a sacolinha para conferir e realmente o milagre do benzedor tinha acontecido! Os pacotinhos de notas de 50 reais haviam se transformado… Em pedacinhos de papel picado!

O bondoso benzedor de fala mansa e educada, que havia prometido voltar na semana seguinte para trazer mais água benta, há uma semana havia dobrado a serra do cajuru… Com os R$ 6 mil reais da boa velhinha!

E se você meu estimado leitor, acha que somente vovós indefesas caem no conto do vigário, abra o olho! E controle sua ganancia! Conheço uma respeitável e vivida dondoca que vive de agiotagem, que caiu como uma patinha! Não satisfeita em entregar os dois mil que guardava debaixo do colchão, ela foi ao banco e fez um empréstimo bancário de R$ 28 mil para entregar de mãos beijadas a um trio de vigaristas!

O casal Dolores & Sebastiao caiu no conto do benzedor por causa da santa ingenuidade… A ‘esperta’ agiota e tantos outros incautos caem no Conto do Vigário por causa do olho grande…!

Policia Civil prende mula com 220 quilos de maconha

O delegado Gilson Baldassari e os 220 quilos de erva apreendida pelos pupilos...

O delegado Gilson Baldassari e os 220 quilos de erva apreendida pelos seus pupilos…

Estavam os detetives da Delegacia Especializada de Combate ao Trafico de Drogas quietos nos seus cantos na noite ainda criança desta segunda, quando a informação bombástica chegou:

– Daqui a pouco vai chegar uma remessa de erva na cidade… A droga está sendo transportada em um gol amarelo! – Dizia a voz masculina através de um telefone cujo numero naturalmente não aparecia.

A informação aparentemente vaga, coincidia com um trabalho investigativo em andamento, acreditando a policia que o “cagueta” provavelmente seria um concorrente do mesmo ramo. Enquanto tentava processar a valiosa informação, o “cagueta” tornou a ligar insistindo…

– O mula está vindo pela Fernão Dias. Tem mais de duzentos quilos da erva no gol amarelo! Deve chegar lá pelas onze da noite…

Apesar da pobreza de detalhes, o detetive Teobaldo lembrou que foi uma informação mais ou menos assim que levou a equipe à prisão de “Gô e as cinco toneladas de maconha” em 2007. E resolveram pagar pra ver. Orientados pelo delegado Gilson Baldassari os detetives de dividiram em duas equipes e armaram a arapuca nos trevos do Costinha e da BR 459…! À meia noite o golzinho amarelo saiu do Fernandão e entrou na BR como se fosse tirar o pai da forca. Apesar da velocidade, ao ver os canos frios das ‘ponto 40’ apontando pra ele, levantou bandeira branca!

– Perdi, perdi, perdi… – Foi logo dizendo o ‘mula’ Paulo Henrique Braga de Oliveira, 32 anos, parando o golzinho amarelo na beira da pista!

A informação do “cagueta” estava correta. No porta malas e sobre o banco traseiro do gol, como se fosse rapadura ou doce de leite em simples fardos amarelos, estava a droga; 212 quilos.

No local da abordagem, defronte a Fiat, com os olhos quase saltando da orbita, Paulo Henrique disse o mínimo, somente o que lhe interessava;

– Calma aê, eu sou gente boa… Lembra de mim? Eu trabalhava de garçom no Andurah! Agora tenho um lava jato…

Ao piano do delegado Gilson, ele fechou a cara e foi ainda mais econômico nas declarações;

– Só vou falar em juízo!

Apesar da razoável quantidade de droga apreendida, o “Mula do Gol Amarelo”, se condenado for, deverá pegar a pena mínima para trafico de drogas: cinco anos! Pois é primário, tem bons antecedentes, emprego e residência fixa. Por hora o ex-garçom vai comer de “bandeco” no Hotel do Juquinha!

 

Leia daqui a pouco: Funcionários prendem ladrão de picanha no Alvoradinha

Vigaristas dão de goleada durante a copa

Não, meu estimado leitor, não estou falando dos vigaristas que construíram estádios para a Copa, ruas e avenidas de acesso aos estádios com material de terceira, a destempo e superfaturado… Estou falando de outro time bem mais modesto, porém não menos asqueroso, que vive de sugar o suado dinheirinho de pessoas ingênuas, que acreditam que dinheiro nasce em arvore, mesmo sem ter plantado…! Estou falando dos malandros que usam a lábia para vender sonho de lucro fácil a pessoas de olho grande… Estou falando do famoso “Conto do Vigario” em suas diversas modalidades. Especialmente aquele que oferece premio sem a pessoa nunca ter participado de concurso.

Enquanto a Brazuca rolava nos estádios superfaturados, os vigaristas de plantão nadavam de braçada, “distribuindo prêmios” através do celular.  Foram vários casos na região. O sujeito envia uma mensagem para o seu celular dizendo que você foi contemplado com R$50 mil e um carro zero. Você só tem que ter uma conta bancaria e alguns mil reais na conta para poder receber os prêmios. Tão logo você repassa o seu saldo para o bondoso interlocutor, ele, percebendo que foi fácil, tenta mais uma vez. – Ano retrasado um cidadão do Jardim América efetuou cinco depósitos na conta de um suposto mecânico que dizia estar perto de Extrema, para consertar o carro de um primo que vinha de Bragança Paulista! Ou seja; caiu no Conto do Vigário à prestação!!! – Depois de nova ladainha finalmente sua ficha cai e você se dá conta de que caiu no Conto do Vigario. E, morrendo de raiva e de vergonha, você só conta metade da historia pra policia! Este famoso “conto do carro premiado” é aplicado por presos de dentro de penitenciarias, geralmente do Nordeste do país.

Mas alguns incautos de plantão receberam vigaristas de carne e osso…

O cidadão J.A.S., 88 anos, disse à policia que ao sair do Banco Itau, onde sacara R$ 700, foi chamado de volta por um cidadão assim assado, se dizendo funcionário do banco, o qual alegou que ele deveria sacar o restante do dinheiro e o levou a outra agencia bancaria no terminal rodoviário, pegou seu comprovante de saque, seu dim-dim, disse que iria tirar xerox e… soverteu com seu rico dinheirinho!

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O dinheiro ‘benzido’ do casal de Alterosa ficou tão puro que mudou de ‘dimensão’…

Em Alterosa, ali nas barbas secas e mal feitas do lago de Furnas, o casal Paulo & Luziane também recebeu a visita de “7 anjos de luz” para salvar seu casamento e acabou ficando no escuro! Na verdade, o casal ficou na rua da amargura, pois perdeu a casa conquistada com anos de trabalho…! Na tentativa de salvar o casamento em crise, o casal procurou a conselheira espiritual e benzedeira “Gabriela”, que conheceram através de um panfleto! A 171 de imediato achou a causa para os desentendimentos entre o casal…

Panfleto benzedeira

– É a casa! Essa casa em que vocês moram está amaldiçoada… É isso que está atrapalhando a felicidade de vocês! Vocês tem que vender esta casa e comprar outra. Antes de comprar outra casa, tragam-me o dinheiro para que possa benzê-lo, senão não adianta mudar…!

Contrariando o marido Paulo, a professora Luziane levou o dinheiro, R$65 mil, ao ‘consultório’ para ser benzido. No dia seguinte quanto foi buscar a bufunfa ‘purificada’, só o pó…! Dona Gabriela já havia dobrado a serra do cajuru…!

Ficou impressionado com a historia da ‘benzedeira’ de dinheiro do casal de Alterosa? Eu tenho outra boa de um casal de velhinhos de Pouso Alegre, mas vou contar depois. Leia antes a historia da comerciaria Silmara Daniela, de “Cachoiera” de Minas, contada por ela através de carta enviada ao site “Vale Independente”, na qual pede ajuda para recuperar o prejuízo!

“Pessoal, venho através desta mensagem pedir a ajuda. No dia 02-07 fui vitima de um golpe onde trabalho ( Fenix Video Locadora – Cachoeira de Minas), uma pessoa passando-se por policial, me informando dados pessoais que se confirmaram, ligou em meu celular querendo efetuar varias recargas  de celular em diversos aparelhos que seriam supostamente, de policiais. A forma que me descreveu tudo, realmente batia, me fez acreditar que era  real e efetuei as recargas.

Algum tempo depois é que fiquei sabendo que era apenas um golpe e fiquei num prejuízo de R$ 13.200,00.

“Peço a vocês, que se puderem e estiverem dispostos a nos ajudar, que faça doações, depósitos em nossas contas para que possamos pagar essa divida. Antes que alguém venha me falar que fui “burra” e diversos outros xingamentos, deixo claro aqui que estou totalmente consciente do erro que cometi”. “Quem puder ajudar estaremos arrecadando aqui na Fenix Video Locadora e por meio de deposito em conta Bando do Brasil agencia 1687-x, Conta Poupança 11469-3 variação 51…” “Amigos, qualquer quantia será muito bem vinda e tenho certeza que será recompensado em dobro”. “Vamos informando a quantidade arrecadada todos os finais de semana, agradecemos muito sua ajuda.”

Os celulares abastecidos de credito pela jovem de 18 anos são todos de DDD 66, região Centro Oeste do Brasil. De qual penitenciaria será?

Você vai ajudar a Dani de “Cachoiera” de Minas a recuperar eu prejú…!

 

* A proposito, desde que o Denit colocou aquela placa na curva do bairro Pedreira, na saída de Santa Rita do Sapucaí, escrito “Cachoiera de Minas” a 7 km, – Retrato da Educação no Brasil, 20-10-2011 – nunca mais consegui escrever Cachoeira de Minas!

 

Em tempo: No dia 20 de junho passado ganhei R$ 25 mil num destes sorteios. Como estou com minha conta no vermelho, não pude retirar meu premio. E como sou bonzinho estou repassando meu premio pra quem quiser. O numero é 0158781201656 senha 1499. Pelo DDD 87, acho que é – de alguma penitenciária – do Ceará! Pode pegar o premo pra você. Mas não use seu telefone fixo para ligar…!

Vai começar de novo…

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O Brasil morreu na terça, 08 nos braços da imperdoável Alemanha, foi sepultado no sábado pela coveira Holanda, teve um pequeno alento no domingo diante da cara de tacho dos argentinos, e agora é hora de recomeçar.

O primeiro começo de ano foi no dia 06 de janeiro, Ano Novo…! O segundo aconteceu no dia 10 de março, depois do Carnaval! Nesta segunda, 14 de julho, depois do fiasco da Copa Superfaturada e vexatória para o escrete do Felipãp, temos o terceiro recomeço de ano! Vamos voltar à realidade!

Há tanto que se falar sobre futebol, mas é melhor não falar nada… Até porque, se falou tanto nestes 32 dias e nada se resolveu! Vamos tocar a bola pra frente, aliás, vamos deixar a bola de lado e tentar arrumar a casa. E haja arrumação! Principalmente nas ruas e praias de Copacabana onde um bando de loucos fanáticos trajando camisas azul e branco se instalou com seus carros e motor-home fazendo xixi – e o 2 também – nas ruas…!

Mas este não é o ultimo recomeço de ano! O recomeço mais importante de 2014 ainda está por vir. Ele se dará no dia 06 de outubro… E vai depender do que o brasileiro, que tanto fez festa pelo futebol, fará pela democracia, fará pelo seu país, na escolha dos seus representantes no dia 05. Este é o recomeço que conta, pois durará quatro anos…!

Pense nisso…!

 

 

Policia Militar prende cliente cativo de pizzaria no centro

Thiago Barbosa: Chegou tarde à pizzaria e teve se servir sozinho...

Thiago David Alves Barbosa: Chegou tarde à pizzaria e teve se servir sozinho…

Passavam os homens da lei pela Adolfo Olinto às cinco da manha desta quarta, 09, quando perceberam ‘resquícios de res furtiva’ espalhados na calçada e o portão lateral da pizzaria Pizzaiollo entreaberto. Observando melhor notaram que o estabelecimento havia sido arrombado! Como havia restos de doces, comidas e bebidas ainda frescas espalhadas pelo chão, deduziram que o arrombamento havia acabado de acontecer e saíram no encalço do gatuno. Ele foi avistado nas imediações da Avenida perimetral tentando chegar ao velho Aterrado. Levava com ele varias garrafas de coca-cola!

Avisados pela policia que o estabelecimento havia recebido um cliente fora de hora, o proprietário esteve no local e constatou que além das bebidas e guloseimas, o gatuno levou também uma TV Sharp 46. Segundo o BO que narra os fatos, Thiago David é cliente cativo da trintenária pizzaria, porém, não é um cliente muito refinado… Ele chega sempre de madrugada, sem aviso e sem fazer reserva!

Preso com a mão na massa da Pizzaiollo tentando chegar ao esconderijo na Toca do Lobo, o jovem Thiago David Alves Barbosa, 20 anos, morador do velho Aterrado não tentou tapar o sol com a peneira, mas não esclareceu o furto da TV. Assim mesmo ele sentou ao piano e assinou o 155 com duas qualificadoras; furto cometido durante o repouso noturno e mediante rompimento de obstáculo! Com isso, juntando sua capivara da qual constam outros delitos do gênero, ele poderá ver seu xará Tiago Silva levantar o troféu do hexa – em 2018 – confortavelmente hospedado no Hotel do Juquinha… Como Thiago David não passa de um gatuno pé-de-couve, não existe a menor possibilidade de o seu processo terminar em pizza!

Furto Pizaiollo

E por falar em pizza, Thiago David Alves Barbosa, não tendo o pai para mostrar-lhe o bom caminho, – morreu quando ele ainda usava calças curtas! – resolveu seguir os passos dos irmãos mais velhos, figurinhas fáceis no álbum da policia; Jorge Gabriel, 25, processado por roubo, trafico de drogas e porte de arma e Emerson Luiz, 30 anos, na caminhada do crime desde a adolescência. Com Gabriel Thiago poderá se encontrar nos ‘banhos de sol’ do Hotel do Juquinha. Já com o mais velho, Emerson Luiz, condenado a mais de 20 anos por estupros e roubos à mão armada, só quando ele for recapturado, pois atualmente está foragido da justiça.

À Cezar o que é de Cezar…

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Desde que voltei a morar em Pouso Alegre há dois anos e meio, ganhei um novo amigo que me visita toda semana. A primeira vez que o interfone buzinou eu fui ao portão para ver quem era e o que a pessoa queria… Era o Cezar! Vestia uma bermuda que não foi comprada pra ele, uma camiseta velha estampada lavada sem amaciante, chinelos de dedo e um bonezinho de propaganda. Ele queria um ‘ajutório’.

– Eu moro na Faisqueira e estou desempregado… Será que o senhor não pode me arrumar ‘alguma coisa’…? – disse ele timidamente com os olhos fundos no rosto magro de barba por fazer…!

– O que senhor puder arrumar… Arroz, feijão, leite. Se tiver uma roupa que o senhor não usa, também…

Entendi. Disse a ele que iria fechar portão por causa da Lessie e fui lá dentro. Voltei minutos depois com uma sacolinha e alguns mantimentos, incluindo o leite. Pronto! Conquistei o Cezar! A partir daquele dia tornou-se um visitante assíduo. Toda semana, sempre no meio da tarde, o interfone buzina…

– Quem é?

– É o Cezar…

– O que você precisa Hoje, Cezar?

– O que o senhor puder, seu “Amilton”… – Por alguma razão que desconheço, ele não consegue falar Airton! – Se o senhor puder arrumar um leite…! Vou esperar do outro lado da rua… Por causa da cachorra!

Quando saio com a sacolinha, às vezes ‘leve’, outras mais pesada, lá está o Cezar sentando no passeio do meu vizinho. A maioria das vezes está roendo um pão seco e às vezes traz uma sacolinha com alguma coisa na mão.

– Obrigado seu ‘Amilton’… Deus abençoe o senhor e sua família.  – E vai embora roendo o pão amanhecido.

Não sei nada sobre ele. Onde mora, que idade tem, quantos filhos, se tem alguma enfermidade…! Acho que eu deveria fazer alguma coisa por ele, mas o comodismo não deixa. O mínimo que ele recebe o deixa feliz e grato. E o “obrigado seu ‘Amilton’ e o Deus abençoe sua família” me bastam.

Semana passada ao entrar na DP esbarrei no cabo Marcos entrando na sala de Reds da PM. Ao cumprimenta-lo percebi que havia um detido na cela de triagem. Ao olhar para o interior do cubículo retangular sujo e escuro levei um susto! Era o Cezar…!

Com os mesmos trajes e trejeitos simplórios de sempre; bermuda surrada, camiseta larga, barba por fazer acentuando sua magreza, lá estava ele sentado no banco de concreto rabiscado e frio atrás das grades, enquanto o soldado redigia o BO. Havia sido detido na rua com três minúsculas pedrinhas bejes fedorentas…!

– Olha seu, ‘Amilton’ o que aconteceu comigo! Mas eu não uso ‘isso’, não! ‘Os ‘rapaiz’ que pediram pra mim levar pra eles’… Eu nem sabia o que era!

Não voltei mais à DP para saber o desfecho do BO, mas fiquei pensando no Cezar… Será que o meu visitante semanal ‘assinou o 28’ pelas três pedrinhas que ele jurou de pés juntos que não eram para ele? Mas se estava levando para os “rapaiz” então era um ‘formiguinha’! Será que foi fritado no 33 e subiu para o Hotel do Juquinha?

E agora? O que eu faria com as ‘coisas’ incluindo o litro de leite que eu separo toda semana para ele…?

No inicio da tarde de sábado meu interfone buzinou… Fui correndo fazer a pergunta de sempre;

– Quem é…?

– “Sou eu, o Cezar…”

Ah, que alivio! Ele não ficou preso!

– O que você precisa hoje, Cezar?

– O que o senhor puder… Pode ser um leite.

Ao abrir o portão lá estava ele, trajado como de costume, com a mesma barba de alguns dias, magro e talvez um pouco mais triste. Eu falei primeiro;

– Ué, Cezar, o delegado soltou você?

– Tá loco seu ‘Amilton’… Eu não fiz nada errado, não! Nem sei o que era aquilo, os rapaiz pediram pra levar pra eles. Eu não mexo com essas coisas não…!

Entreguei a ele a sacolinha com o leite e outras ‘coisas’, ele repetiu a frase de sempre; “Obrigado seu ‘Amilton’, Deus abençoe o senhor” e já se afastando disse:

– Não põe a minha foto no jornal não, seu ‘Amilton’…!

Por um instante fiquei parado no portão olhando a figura humilde do meu visitante semanal virar a esquina. Confesso que não sei onde a sacolinha de leite e ‘outras coisas’ irá parar. Mas sei o que vou fazer… Vou continuar dando “a Cezar o que é de Cezar”!

PM prende formiguinha revirando monte de entulho

A droga guardada no entulho: 54 barangas cheias e 59 vazias...

A droga guardada no entulho: 54 barangas cheias e 59 vazias…

Passavam os homens da lei próximo à escola municipal de ensino básico, no meio da tarde desta segunda, 07, quando avistaram o cidadão Alefy Julio da Silva com pinta de somongó, com um pauzinho na mão mexendo em um monte de entulho. Como o local é conhecido como ponto de comercio e distribuição de drogas para todos os gostos, os policiais resolveram abordar o jovem e, quem sabe, ajuda-lo a procurar alguma coisa de valor em meio ao lixo e entulhos. Quando se aproximaram, no entanto, Alefy desistiu da procura e tentou dobrar a serra do cajuru – por que será? – mas foi compulsoriamente detido, e, por garantia de sua permanência no local, recebeu as pulseiras de prata. Devido ao grande interesse de Alefy no monte de entulho, os policiais resolveram ajuda-lo a revirá-lo e… Surpresa! Logo apareceu um saco plástico cheio de farinha do capeta…! Cinquenta e quatro barangas da droga…! Tinha até outro saco de capsulas vazias!

Interrogado a respeito da droga Alefy, 20 anos, morador dali de perto, disse o que todo bom malandro – como o grande politico paulistano Paulo Maluf – diria:

– Essa farinha não é meeeennnnha!

– Mas o que você estava fazendo agachado revirando o monte de entulho?

– Eu estava procurando um baseado que guardei ali ontem…

– E a quem pertencem então as barangas de cocaína?

– Deve ser do “Cebola” ou do “Ponês”… Eles que costumam guardar a droga aí…!

“Na falta de tu, vai tu mesmo”! Como nem “Ponês” e nem “Cebola” estavam por ali para temperar a farinha, Alefy desceu no taxi do contribuinte para a DP, sentou ao piano, assinou o 33 – muito a contragosto – e foi se hospedar no Hotel do Juquinha.

O delegado da “Especializada de Combate ao Trafico de Drogas”, em parceria com a Vigilância Sanitária e a Secretaria de Obras, adverte:

“Evite fuçar no entulho dos outros… Você pode encontrar farinha!”