Operação Roda Dura… Policia civil desmantela quadrilha e põe fogo nas carteiras frias

Durante duas semanas, um a um, na surdina, sem alarde, os catorze  integrantes da quadrilha que há anos vinham vendendo CNH frias em Pouso Alegre e região, foram caindo nas malhas da lei…

Depois de gastar tanta lábia para vender carteiras frias as ‘roda-dura’, diante das câmeras e microfones Fernando Aragão e Fabiano de Souza, cabisbaixos, não abriram a boca nem para dizer ‘nada a declarar’…

A policia civil concluiu nesta quarta 12, as investigações que culminaram com a prisão de catorze estelionatários envolvidos num lucrativo esquema de venda de carteira de motoristas na região. Os trabalhos iniciaram ha vários meses, depois que algumas carteiras impressas em papel grosseiro, visivelmente de má qualidade, foram feitas em blitz rotineiras da policia rodoviária estadual.

Os policiais da AISP 109 concluiram que a quadrilha, composta por 16 integrantes, agia na região a pelo menos dois anos, alguns até a mais tempo. Cerca de 40 carteiras frias, apreendidas em poder de motoristas supostamente habilitados, residentes nos municípios de Pouso Alegre, Congonhal, Estiva, Cambuí, Senador Jose Bento, Cachoeira de Minas, todos na área da circunscrição da CIRETRAN de Pouso Alegre, dão a dimensão da ramificação dos criminosos.

Mas eles garantiam que a carteira era quente!!!

Para isso usavam o nome de funcionários da delegacia de Policia e diziam que eram seus amigos, estavam em conluio com eles, alguns até se identificavam como policiais, por isso conseguiam o documento sem exames.

Segundo o delegado regional Flavio Tadeu Destro, a organização criminosa era comandada por Fabiano de Souza Pereira, que intermediava a negociação e Fernando Aragão dos Santos e sua esposa Edilaine Regina de Melo Souza, que cuidavam da documentação tais como CPF, RG, comprovante de residência e fotografias e ainda parcelavam em duas vezes. Com eles foram apreendidos computadores, notebooks, papeis para impressão das carteiras frias e documentos de futuros “motoristas roda-dura”.

Miguel Arcanjo Lacerda, Paulo Roberto Silva Peres, Adriano dos Anjos Nascimento, Edson Jose da Silva, Jairo Carvalho Vieira, Jose Fernando Contrucci Faria, Ana Rosa de Morais e Silva, Mauricio de Oliveira Moraes, Eurípedes “Lipinho” Pelegrini Pereira,  Lucas de Araujo, Anésio Severino da Silva, Sebastião Roque da Silva “Cardan” e Gesio Antonio Ramos eram os agenciadores. Eles cobravam entre R$500 reais e R$3 mil reais de acordo com a cara do freguês…

Para o delegado Tomas Edson Vivas de Resende, membro da Banca Examinadora da Ciretran e delegado que chefiou os detetives nas investigações, nos últimos anos, centenas de CNHs frias foram vendidas pela quadrilha. Todas como se tivessem sido expedidas pela CIRETRAN de Pouso Alegre, assim não levantaria suspeitas quando os ‘roda-dura’ fossem abordados pelos policiais nas blitz de fiscalização… Centenas de  motoristas circulando nas ruas e rodovias do sul de minas… sem habilitação!!!

Todos os integrantes da quadrilha foram presos mediante Mandado de Prisão Preventiva por Falsificação de documento e formação de quadrilha. Adriano e Edson, que portavam as próprias carteiras frias no momento da prisão, responderão ainda por uso de documentos falso. Fabiano, o chefe do bando responderá ainda por estelionato e trafico de influencia, porque dizia ser amigo e parceiro de policiais.

Além de comandar a quadrilha, Fabiano exercia uma função ainda mais sórdida! Para alguns candidatos que tentavam conseguir a carteira pelos tramites legais e se inscreviam no exame de rua, ele pegava dinheiro e prometia intervir na delegacia e na banca examinadora, onde alegava ter influencia. Como não tinha e nunca teve influencia, o candidato que não estava apto a dirigir, era reprovado… e ficava com a dupla imagem de corrupção do examinador, que nem conhecia o crápula Fabiano.

O estelionatário Jairo Carvalho Vieira e o ex-playboy e inadimplente de pensão alimentícia, Jose Fernando Contrucci Faria, já estavam vendo o sol nascer quadrado desde o final de maio, transferido por motivos de segurança, para o Hotel Recanto das Margaridas, em Santa Rita do Sapucaí .

Edilaine Regina de Melo Souza, esposa do falsario Fernando Aragão dos Santos, pressa preventivamente no inicio da operação, teve a prisão relaxada porque colaborou com as demais investigações e esta amamentando um bebê de 2 meses. Ela responderá o processo em liberdade.

A máfia das carteiras frias poderá amargar até 130 anos de cana.

Está com pena?

Pois coloque as barbas de molho!!! Você que leva no bolso uma “pedrinha de gelo”, uma carteira tão falsa quanto nota de 7 reais, também vai sentar-se ao piano e assinar o 304… O hotel do Juquinha está te esperando de braços abertos…!

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Alex Delgado, o Magaiver do Hotel do Juquinha

Apesar do combate ferrenho dado pela atual administração ao trafico, a droga continua entrando no Hotel do Juquinha. Após minuciosa investigação, os agentes do setor de inteligência concluíram que no x 08 havia drogas e celulares mocosados.

Mas onde exatamente???

Depois de esvaziar e varrer cada centimetro da cela, só sobrou um pequeno orifício na parede, camuflado por uma foto de Carolina Dickmam em trajes de Eva. Do ‘buiaquinho’, saiam cinco pequenos fios de barbante, cada um de uma cor. Ao serem puxados juntos os barbantes ofereceram resistência e… arrebentaram.

Ali tinha coisa…!!!

Com uma marreta os agentes abriram um buraco na parede e lá estava a prova do crime: 12 barangas de farinha do capeta e quatro celulares. O segredo era puxar um fio de barbante de cada cor, um de cada vez, pois só cabia um aparelho no ‘fuiaquinho’…

Nem Magaiver, o detetive do seriado de TV que, usando a pólvora de um palito de fósforo e a cabeça de um alfinete fazia uma bomba… com as mãos amarradas, faria melhor.

Alex Delgado, 19 anos, natural de Bragança Paulista, radicado em Congonhal, assumiu a ‘paternidade da criança espuria’… apesar de ela não ter seu DNA.  O jovem presidiario, que desde outubro do ano passado se hospeda no Hotel do Juquinha, por trafico ‘formiguinha’ de drogas, desceu para a DP, sentou ao piano e assinou mais um 33.

Gatunos pés-de-couve atacam em Congonhal

Sábado à tarde o desocupado Oscar Nunes da Silva, 21 anos, entrou sorrateiramente no mercadinho do Moacir dos Santos e ficou por ali, como quem não quer nada. Quando achou que o comerciante estava distraído, colocou alguns CDs – destes de 7,99 – dentro da camisa e saiu de fininho.

Moacir não tem câmeras de ‘big brother’ no seu marcadinho, mas tem os olhos bem abertos. Na saída ele chamou o gatuno mão leve na chincha. Pilhado com a mão na musica, Oscarzinho jogou os CDs no chão e saiu acenando de cara feia com ‘um dedo só’, aquele do meio!…

Cara muito mais feia ele fez mais tarde, quando a PM voltou com ele já de pulseiras de prata para o reconhecimento do comerciante. Oscarzinho assinou um 155 e poderia ter voltado para casa, mas… ficou agarrado na fiança de R$2 mil reais!!!

Carlos Alberto Batista Ponte, 37 anos, não tem endereço muito definido. Ora mora em Santa Rita de Caldas, ora em São Sebastião da bela Vista, mas sabe o que quer… Quer o que não lhe pertence. No sábado à noite ele entrou numa padaria no centro da cidade, perguntou sobre o horário de ônibus para Pouso Alegre por três vezes. Na quarta vez, aproveitando que o balconista Marcos Aurélio estava distraído, montou sua bicicleta que estava na porta da padaria e pegou a estrada. Foi alcançado perto dos Coutinhos, pedalando a todo vapor.

Os homens da lei ajudaram o ‘ciclista’ a chegar mais cedo em Pouso Alegre… deram-lhe carona no taxi do contribuinte.

Carlos Roberto não tinha dinheiro nem para o ônibus, muito menos R$ 1 mil reais para pagar a fiança. Por isso, depois de passar o dedão – há muito tempo eu não via aqui na rica e desenvolvida região sulmineira um analfabeto –  no seu termo de declarações, foi se hospedar no Hotel do Juquinha.

 

A ultima batalha do Campeão

Conheci o Campeão na loja de motores do Camargo, na Tuany Toledo, em 1995. Na época ele ainda se chamava Pity… Devia ter uns cinco ou seis meses de vida. Pity pertencia à sua caçula Aline, que tinha quase a mesma idade proporcional dele, 5 anos. Ela havia ganhado o bicho mal saído das fraldas e deve ter pensando que ele ficaria eternamente seus treze anos do tamanho de filhote.

À medida que o esperto cãozinho ia crescendo, crescia também a preocupação em desfazer-se dele. O Camargo e a Bete, claro, pois se dependesse da Aline ela estaria com ele até seus bigodes pintarem de russo. Talvez até o levasse para Londres, onde mora hoje!

O bicho tinha um habito curioso e interessante. Adorava passear. A guia ficava sob o balcão da loja. Toda vez que a garotinha o convidava para dar uma volta na avenida, ele corria na frente, pegava a guia trazia até ela, esperava que ela pegasse na outra extremidade e saia segurando a guia com a boca, pela rua, belo e empertigado, puxando a garotinha…

Era um cachorro extremamente fiel, afável e educado, mas… Cresceu. No sobradinho do Camargo não havia espaço para ele, embora tivesse espaço de sobra no coração de Aline.

Levei para o sitio. Levei para agradar o amigo, pois eu tinha a cadela Nala, já madura e o molecão Nero. Além do que, como Camargo e família iam sempre ao sitio, Aline não se separaria do seu Pity.

Aconteceu que naquela semana meu vizinho Osvaldo perdeu seu Lulu… – Meus cães sempre se chamaram Nala, Atila, Nero, Califa, Iscar… Os do Osvaldo sempre eram rebatizados de Lulu, Totó, ou Campeão – Na roça, quem uma vez teve um cão, nunca mais deixa de ter um.

Pity caiu como uma luva na vida do Osvaldo. Saiu muito melhor do que a encomenda. Tornou-se seu amigo inseparável. Onde ele ia o cão ia atrás, quero dizer, na frente… correndo aqui e acolá, cheirando um arbusto, espantando um passarinho, levantando  uma perna ou outra e marcando o território, encarando um rival.

Tão logo chegou à casa do Osvaldo Pity foi rebatizado de Campeão. O nome Pity, servia para um cão da cidade, de uma menina. Agora ele era um cachorro brejeiro, da roça… Vigiava a casa, anunciava quem chegava ao portão e mandava esperar lá fora até o dono chegar. Punha para correr qualquer bicho que ameaçasse a segurança do sitio. Ia todo dia para o trabalho com Osvaldo e seu pai, a pé, dois ou três quilômetros. Enquanto eles trabalhavam na lavoura, Campeão fazia uma varredura no local. Espantava e perseguia lebres, ouriços, cobras, lagartos, onças, lobos e outros bichos. Quando se cansava deitava na sombra de uma planta qualquer e dormia o sono dos justos… e fiéis. Só acordava quando sentia o cheirinho de comida. Mas não avançava. Levantava a cabeça, esticava os olhos, quase lambia os beiços e esperava ser servido, no chão, sem frescura. Na volta para casa no final do dia, chegava sempre na frente dos donos. Se eu estivesse na cozinha de sua casa e campeão chegasse arfante e sorridente e estivéssemos falando mal do Osvaldo ou do tio Antonio, tínhamos que mudar de assunto, pois dentro de dois minutos eles entrariam pela varanda.

Eu mesmo fiz um portãozinho de vai-vem na tela da casa dele. Assim ele poderia sair do quintal para dar seus passeios diários sem precisar do Osvaldo.

Campeão se adaptou maravilhosamente bem à vida do campo, mas não esqueceu suas raízes. Toda vez que a antiga dona ia ao sitio e fazia-lhe uma visita, era recebida sempre com sorrisos, trejeitos e abanos de rabo. Comigo então, era uma festa especial!! Parece que ele passava a semana me esperando. Vinha me receber fora do portão, pulando igual uma gazela. Só parava para receber os cafunés. Deitava no chão, rolava, esperneava. Quando terminava o cafuné eu ordenava:

– Pronto, garoto… agora pode ir!

E ele voltava alegre e satisfeito pela mesma portinha de vai-vem que saíra e ia se deitar feliz na sombra da varanda.

A vida do Campeão era uma vida de campeão!!! Mas… mesmo um campeão tem desafetos. Campeão tinha dois no bairro… Um robusto viralatas ascendente da 15ª geração de pastor alemão do Tião do Candido e outro do mesmo porte, porém de ascendência mais próxima, da mesma raça, do Sr. Aleixo. Quando eles se encontravam na estrada era briga na certa. Do nada pegavam no tapa. Quero dizer, na cara, no peito, no pescoço… Não havia como separá-los. Cabo de vassoura, arbustos, chicote, balde d’agua fria… Nada esfriava a fúria dos dois contendores. Iam rolando na poeira, mordendo aqui, sendo mordido ali, latindo, ganindo e só paravam quando a energia ou o fôlego acabava. Passavam uns três dias acabrunhados pelos cantos, lambendo os ferimentos e logo estavam prontos para outra.

Presenciei uma destas brigas. Estávamos num mutirão de ‘conservação de estrada” quando o cão do Aleixo passou acompanhando seu Del Rey. Foi uma das lutas mais ferozes que já vi. Éramos mais de trinta homens de enxada na mão. Só conseguimos apartar a contenda quando alguém teve a feliz idéia de pegá-los pelas duas pernas traseiras e arrastá-los para mais de cem metros um do outro!!!

Esta valentia ainda lhe custaria a vida…!

Era uma ensolarada manhã de domingo, dia de clássico do campeonato brasileiro de 2002. Osvaldo foi ao pesqueiro do Jairo levar um recado e Campeão naturalmente foi na frente alegremente cantando, espantando borboletas, pássaros e grilos estrada poeirenta afora. Na encruzilhada das Onças, eis que ele encontra seu destino. Ali estavam não só o mestiço do Tião do Candido e o do Aleixo, seus inimigos mortais, bem como uma matilha inteira. O momento não poderia ser mais tenso e perigoso!!! Entre eles havia uma cadela viralatas no cio… Existe três momentos em que todos os cães viram bestas, voltam às origens… O pior é este, quando disputam uma fêmea no cio. Ficam incontroláveis… Campeão, jovem, forte, orgulhoso e viril, não sabia o risco que corria e mesmo que soubesse não recuaria. Naturalmente se apresentou à fêmea para fazer sua corte. Quando os dois inimigos o atacaram com ferocidade, os demais também entraram na briga. Só se via o bolo de cachorros rolando na poeira em meio aos latidos e ganidos. No primeiro ímpeto, Osvaldo pegou um bambu na beira da estrada e tentou intervir. Vã esperança!! Vinte homens com porretes e chicotes não dariam conta de separar as feras. Não se voltariam contra ele, não o atacariam deliberadamente, mas acidentes seriam inevitáveis. Iriam brigar até a morte ou enquanto tivessem energias. Fossem apenas cachorros brigando pela fêmea, talvez a briga não fosse tão longe. No entanto, entre os brigões assanhados estavam os dois mestiços, inimigos mortais de Campeão.

Osvaldo assistiu desconsolado por alguns instantes, mas quando viu seu estimado amigo perder as forças e começar a sangrar, não teve coragem de continuar olhando. Deixou o sangrento campo de guerra, totalmente impotente… Banhado em lagrimas.

Quando cheguei à sua casa, por volta de quatro da tarde, recebi a triste noticia. Campeão havia lutado bravamente como sempre, mas… havia perdido sua ultima batalha. Osvaldo não tivera coragem nem de resgatar seu corpo para os funerais.

O jogo já ia começar. Sentados na sala diante do empolgante Atlético x Coritiba, pareceu-me ver um vulto entre os arbustos perto da Igreja. Talvez fosse um gato se esgueirando ou quem sabe uma galinha…

Continuamos concentrados no jogo… No intervalo do clássico, quando a tensão baixou, ouvimos o balançar da cerca da portinha de vai-vem seguido de um gemido… Levantei no ato. Aquele portão que eu fizera só era usado pelo Campeão!

Era ele! Ou o que restara dele. Na verdade estava inteiro, mas, queijo suíço tinha menos furos…

Campeão levara algumas horas rastejando da encruzilhada das Onças até a casa do dono. Desde que passara na frente da igreja, levara mais de vinte minutos para rastejar os últimos vinte metros até o portão. Tomei-o nos braços e o coloquei no alpendre, no lugar que ele costumava cochilar nas tardes domingueiras enquanto assistíamos o futebol. Não tinha mais sangue. Mesmo que colocássemos, sairia pelos incontáveis furos. Não havia nada que pudéssemos fazer a não ser lamentar. Quando o jogo terminou, Campeão já não respirava mais. Ao menos morrera na casa do dono.

Campeão deixou descendência. Um filho e um neto, mas nenhum se equiparou a ele em educação, coragem, alegria e fidelidade.

Em 98 adquirimos o habito de acampar nas serras de Congonhal, uma vez por ano, em noites de lua cheia. É o que chamamos de ‘pouso no mato’. Distante da civilização, a poucos metros de matas fechadas, estamos sujeitos a visitas de lobos, onças, cachorros do mato, cobras e outros bichos nas geladas madrugadas de lua prateada. Era uma aventura impar, porém arriscada… Não para quem tinha a companhia do mateiro Campeão. Bem alimentado com restos de frango da ceia, Campeão passava a noite toda em volta das brasas da fogueira. Em ‘rosquinha’, fingia dormir, mas estava sempre atento a qualquer ruído ou cheiro que se aproximava. Diversas vezes acordávamos no meio da madrugada com seus latidos e ainda podíamos ver sob a lua branca, o lobo pardo se afastando em disparada em meio ao capinzal, perseguido pelo valente e fiel cão de guarda. Depois que ele morreu, nunca mais tivemos um pouso tão seguro.

Dez anos depois ainda é possível ver o esbelto e faceiro cão malhado levando sua pequena dona pela coleira para passear… Correndo e passando pela portinhola até se deitar à minha frente para receber os cafunés … Ou latindo forte e afugentando os lobos nas serras de Congonhal. As imagens do fiel amigo malhado ficaram gravadas para sempre na memória…

 

Quem quer o Pudinho Preto

Ele só tem 60 dias de vida. Mas sua historia começa no longínquo ano canino de 2008.

A entrada da fazenda Nosso Paraizzo, no bairro Vintém  em Santa Rita do Sapucaí e o bairro dos Coutinhos, em Congonhal, tem algo em comum: ambos são pontos de abandono de cachorros!!!

Certa tarde de 2008 ao chegar à residência do Osvaldo, fui recepcionado por um minúsculo cãozinho viralatas. Ao ver o carro parar defronte o portão ele saiu correndo da varanda e veio latindo em minha direção. Mas, como todo bom viralatas, atravessou o buraco na cerca – aquele que fizera anos atrás para o Campeão – e veio cheirar a barra da minha calça. Tinha corpo e orelhas de pincher, pernas, cor, rabo e comportamento de viralatas. Também era menos ardido que um pincher… Osvaldo disse que viu quando o passageiro de um Uno prata abriu a porta e o soltou ali perto da igreja, dois dias antes. O cãozinho caído de mudança ficou por ali e como Osvaldo lhe deu comida, ele – o pincher espigado – o adotou. Na semana seguinte quando lá cheguei, não recebi as boas vindas do peralta cãozinho amarelo. Nem poderia! Ele estava amarrado…

– O que houve? O cãozinho cometeu algum crime para você prendê-lo?

– Cometeu, sim. Homicídio. Aliás, ‘galinhacidio’… O danadinho matou dois franguinhos e uma galinha. Vou ter que desfazer dele…

Quando cheguei em casa naquela noite, depois do futebol, disse à Tatiana, à queima roupa:

– Venha ver o Pingo. Veja se você gosta dele!

– Que Pingo? Do que você está falando…?

– Venha ver…

Foi paixão à primeira vista!… E uma torrente de perguntas, exclamações e chamegos!

-Oh, que gracinha! Onde você achou? Quem te deu? Como está magrinho! Como ele se chama. Coitado, está com fome… Parece Pincher! Que pêlo bonito! Hum, precisa tomar banho!!! Vamos arrumar uma casinha para ele. Não podemos deixá-lo aqui fora… O tigrão poderá bater nele…

Bateu um ciúme… Quase me arrependi de tê-lo adotado!

Pingo foi o décimo terceiro cachorro a integrar a matilha da fazenda naquele fim de ano. Vivia solto como todos os demais.

Quando Domênica, a única que tinha lugar cativo dentro de casa, entrou no cio, Pingo teve que morar com ela na area de serviço, para não ser estraçalhado por Atila, Tigrão, Rock Boy e outros. Nenhum dos gigantes alcançava a pequenina Yorkshire para copular, mas nenhum deles resistia aos seus ‘encantos de donzela’! Domênica ficou prenha pela primeira vez. Ainda bem. Assim ela poderia garantir a estirpe do Pingo, pois ele…?!

Mesmo sabendo que agora tinha uma casa definitiva para morar, uma bela e dengosa companheira e breve teria uma renca de filhos para criar, Pingo nunca deixou suas aventuras. O inverno de 2009 foi um dos mais rígidos dos últimos anos e chegou muito antes do dia 21. Chegou na primeira semana de junho. Alheio ao frio e suas obrigações, Pingo saiu – provavelmente – no inicio da noite para caçar lebre no cafezal ou quem sabe para pular a cerca com a cadela da vizinha… E nunca mais voltou. Teria ele se desesperado, ante a iminência de ser pai, e fugido de casa? Melhor seria se fosse apenas isso.

Quando tentou voltar para casa o portão estava fechado. Ele tentou entrar pelo vão da tela… mas seu destino estava traçado. Enroscou-se e ficou preso na tela, ao relento, na noite gelada. Na manhã seguinte, notando sua ausência, o caseiro saiu a procurá-lo. Seu pelo curto e dourado estava russo de geada. Pingo nunca mais anunciaria a chegada de alguém na fazenda. Foi sepultado sob o sol morno do meio dia, com as devidas honras, num canto do jardim. Seus três filhos do tamanho de ratos nasceram órfãos de pai semanas depois. O único macho da prole viveu apenas um dia. Uma das meninas foi doada tão logo aprendeu a manejar os talheres, quero dizer… desmamou. A outra, que se parecia mais com o saudoso Pingo, ficou morando na fazenda e foi batizada de Dominick! Uma indecifrável mistura de pincher-viralata com Yorkshire Terrier.

A melhor definição para Dominick talvez seja… “é uma figura”. Sapeca, estridente, corajosa e dócil. Se receber um cafuné ela deita e rola querendo mais. Aventureira… – achou o portão aberto ela vai passear. Já foi roubada duas vezes em Santa Rita e fugiu de casa outras duas em Pouso Alegre. Diferentemente da Lassie, que deita diante do portão, encosta a cabeça no chão fica olhando triste, esperando um aceno para correr atrás da gente, e não sai do lugar a não ser se for chamada, Dominick nem espera o portão eletrônico abrir direito… Quer ser a primeira  sair na rua. E se não tomar uma sonora bronca vai passear cheirando aqui e acolá com suas perninhas curtas parecendo uma maquininha automática.

Estou com uma obra – interminável – em casa. Por isso temos que deixar o portão aberto. Para conter o espírito aventureiro de Dominick, tivemos que mantê-la acorrentada. Conseguimos evitar sua fuga mas não a natureza, não o seu cio… O namorado – talvez ela já tivesse mantido encontros secretos com ele em outras escapadas, não sabemos – veio de longe. Era um Poodle preto. Quero dizer Poodle-Vira, né. O fato de ter encontrado Dominick amarrada não diminuiu o assanhamento do macho. Aliás, deve tê-lo deixado ainda mais excitado, pois em poucos minutos ele fez a corte e… ‘apagou’ o fogo da Dominick! O resultado está aí… Este lindo “Pudinho Preto”, filho de Poodle-Vira com Yorkshire-Pincher-Vira, neto de uma pura donzela Yorkshire com um aventureiro Pincher-Vira…

O Pudinho Preto é fofo demais da conta. É a mais pura miscigenação das raças Pincher-Yorkshire-Poodle. Não deve crescer muito, mesmo assim em nosso quintal não há espaço para ele, sua mãe aventureira e o ‘pequeno’ Átila, filho de um legitimo Pointer Inglês com uma São Bernardo. Por isso ele está procurando uma nova família que queira adotá-lo.

A historia do fofucho “Pudinho Preto”, por enquanto dá menos de uma pagina. Mas você pode fazer dela um livro!!!

Topa? Quer levá-lo para sua casa?

Derrame de notas falsas em Congonhal

Vestindo bermuda vermelha, camiseta verde, boné e óculos escuros, parecendo um adolescente, o garotão desfilou pelo centro de congonhal no sabado à tarde fazendo pequenas compras. Na mercearia do Carlos Ventura  comprou Leite, nescal, e cartão pré-pago Vivo. Gastou vinte reais pagou com uma nota de cem e levou o troco. Na loja do Joao Simões comprou gel para cabelos, bolachas… gastou menos de vinte e pagou com outra nota de cem. Nenhum deles percebeu que a ‘carpa’ da nota estava nadando… No supermercado do Cigano novamente comprou gel para cabelos e novamente pagou com outra nota de cem. Pegou o troco e saiu assoviando. Depois que ele se afastou a funcionaria Simone Paiva resolveu examinar a nota novinha em folha, brilhando e percebeu que a carpa da estampa estava meio borrada, parecia estar ‘nadando’ na tinta… Não teve duvidas, chamou a policia.

Os homens da lei saíram no rastro do garotão de bermuda e boné e minutos depois o avistou na avenida Tuany Toledo. Apesar da aparência e jeitão de garoto o estelionatário de nome Gleison Santos de França, tem 29 anos. Ele saiu de Franco da Rocha – um dos subúrbios mais violentos da capital paulista – para derramar notas falsas em Congonhal. Em sua algibeira haviam duas notas de 20 e outra de cem falsa. Todas as ‘carpas’ azuis tinham o mesmo numero de serie. Dois experientes comerciantes já haviam passado batido. Se não fosse a curiosidade e argúcia da Simone, o falsario teria ido embora belo e formoso deixando o ‘peixe podre’ para meus conterrâneos.

Ah, um passarinho me disse  que o picareta não agia sozinho. Ele devia ter pelo menos um comparsa que esperava por ele, de carro, nas imediações. Mas ele segurou a fita sozinho, assinou o 289 do CP e foi se hospedar no Hotel do Juquinha…

Jovem tem “um branco” e mata namorada em Santa Rita

Final de semana violento… Homicidio em Passos, tentativa em Pouso  Alegre, dinheiro falso em Congonhal, mulher levando ‘sabonete drogado’ para o marido na cadeia, advogado atropelando e abandonando motoqueiro na Fernão Dias, assalto em via publica, ressureição do “Já Morreu”… E para fechar o fim de semana, um jovem tem um surto de loucura e criva a namorada de facadas no interior de sua casa em Santa Rita do Sapucaí…

Eram quase seis da tarde de domingo quando o cidadão  L.R.M. residente no bairro Santa Barbara, em Piranguinho, recebeu um telefonema do filho. Do outro lado da linha o garotão Anderson Martins Rodrigues, sensivelmente perturbado dizia:

– Pai, acho que eu fiz uma burrada…!!! Matei a Tamires….

L. e demais familiares chegaram rapidamente à casa do filho no bairro Rua Nova em Santa Rita. Apesar de ter chamado o pai, Anderson trancou a casa e foi necessario insistir muito para que ele abrisse a porta. A cena que o pai do jovem presenciou não era nada agradável. Parecia ‘set’ de filmagem de filme de terror. Sob o sofá da sala debaixo de um lençol, jazia o corpo da jovem Tamires Carolina Souza, que no dia 05 de março fizera 18 anos.

Ela tinha um corte profundo no pescoço, na jugular e outros quatro furos nas costas. Seu sangue estava espalhado por toda casa. Nas roupas, no chão, nos moveis, na cozinha e até nas paredes da casa do assassino. O sangue que ainda circulava em suas veias, não seria suficiente para preservar-lhe a vida. Ela ainda foi levada pálida para o PS, mas já não respirava.

Quando o pai entrou Anderson teve mais um acesso de furia e passou a chutar e quebrar moveis e utensílios  domésticos, juntando-os aos copos, pratos e talheres já destruidos na cozinha. Ao pai Anderson Martins, de 19 anos disse que “teve um branco”, por isso matou a jovem com quem trabalhava e  que começou namorar ha um mês.

Ao sentar-se ao piano do delegado de plantão em Pouso Alegre o jovem industriário, que nas redes sociais se diz “simpático, inquieto, divertido e disponível para novos relacionamentos…” ficou calado. Diz que só vai se pronunciar em juízo. Também, falar o quê…?

Calado, caladinho, caladão, o jovem “do branco”, de mente obscura, que pintou sua casa de vermelho com o sangue da namorada, vai viver dias negros e taciturnos, com seus fantasmas, no hotel Recanto das Margaridas.

 

Suspense e forrobodó em Congonhal

Os personagens e o roteiro deste filme são antigos… o enredo, embora parecido, é novo!!

Odair entrou, trancou a porta atrás de si, retirou a chave da fechadura, foi para a cozinha e o clima foi ficando tenso.

Ele sempre fora esquisito, mas desta vez estava pior.

Sorumbático, taciturno, ele andava lentamente de um lado para outro, olhava de soslaio sem encarar a cara-metade.

Leonilda percebeu que aquela historia não acabaria bem. Notou aborrecida que a faca de lamina fria e brilhante, havia ficado sob a mesa. Odair também notou. Ela estivera chupando cana…

Com medo de despertar a ira do amasio, Leonilda foi se aproximando de mansinho, da janela. Arrependia amargamente de ter esquecido a faca suja de cana sob a mesa…. Calculou a distancia, pensou:será que vou conseguir? – Alfred Hitcoock teria adorado filmar estas cenas – De repente de um golpe só escancarou o vitrô e tentou pular a janela… Não conseguiu!!!

Odair foi mais rápido. Agarrou suas pernas, sua cintura, seu pescoço e tentou enforcá-la, sufocando seus gritos. Leonilda lutou desesperadamente e conseguiu desvenciliar-se do amasio e gritar por socorro.

Um vizinho chamou a policia e mais uma vez o casal foi parar no Plantão Policial!

O fato, que já aconteceu diversas vezes nos últimos três anos, desde que decidiram juntar os cobertores, se repetiu ontem ao pé da noite na pequena e alegre Congonhal, terra da batata, do boi gordo, do queijo mineiro, de frente para a serra de São Domingos.

Odair Felipe Roberto, 37 anos, disse que estava apenas dicutindo com a companheira Leonilda Marcelina de Faria Silva, 45 anos…

– … Ela reatou a amizade com os parentes dela!!! Eles são contra o nosso relacionamento. Vivem implicando…

Se Leonilda esteve com a vida por um fio afiado de lamina fria ou não, os vizinhos garantem que foi muito mais do que trololó… Foi um tremendo forrobodó. E como Odair já é uzeiro e vezeiro nestas cenas, assinou mais um 147, com tempero de Maria da Penha.

Mas… Se pagar 622 reais de fiança, poderá voltar para casa! …

Soltou os cachorros na amasia, tentou matar o policial e… Foi dormir na ‘praia’

Ao chegar em casa no final da tarde, Fernanda Ribeiro do Santos soube que o marido Marcio Wagner do Prado Souza estava dando uns amassos na loira… gelada, num boteco. Não teve paciência para esperá-lo. Foi até lá buscá-lo.

Você já viu mulher buscar marido no boteco e não dar B.O.?

Não teve jeito. O trololó foi inevitável. Ele mandou que ela voltasse para casa de moto-taxi. Fernanda fincou o pé e somente saiu do boteco levando o amasio com ela. Foram à casa da mãe dele buscar o filho de fraldas. Mas foram trocando farpas & espinhos pelo caminho. Chegando à casa da mãe Marcos Wagner encheu a metade da cara da cara-metade de bolachas, jogou-a fora do carro e perseguiu-a furioso para bater mais. Estava tão furioso que armou-se de uma vassoura para agredi-la. Não acertou porque a porta do banheiro não deixou. Quando Fernanda conseguiu ligar para a policia, não era mais preciso… Vizinhos já haviam chamado, e disseram que ele estava armado, furioso e perigoso. Como ele seguira pela BR 459 sentido Congonhal, os homens da lei armaram o cerco na divisa dos municípios. Ao ver os policiais, Marcos Wagner deu um cavalo de pau na pista, jogou seu Gol prata sobre um policial – que fez malabarismo para se desviar, enquanto o outro tentava parar o carro à bala – e entrou numa estrada vicinal em direção ao bairro do Cervo. Só parou porque se perdeu. Não tinha arma de fogo com ele, mas o chumbo foi grosso…

Levado para a delegacia de Pouso Alegre, Marcos negou todas as acusações, mas não teve choro nem vela e nem fita amarela… Sentou ao piano, assinou um 21, um 147 e foi afiançado em R$ 800 reais  pelas vias de fato e agressões contra a mulher. Se tivesse esta grana no bolso, até poderia voltar para casa, mas assinou também o 121 c/c 14, por ter jogado o gol contra o soldado no cerco policial. Tentativa de homicídio não tem fiança.

E o moço antes furioso, agora arrependidamente calmo, foi se hospedar no Hotel do Juquinha.

Já dizia o velho ditado: “Mais vale um covarde vivo do que um herói morto”. Direto da Policia tem um novo ditado: “Melhor engolir uns sapos em casa ou no boteco, do que engolir ‘marroco’ amanhecido, lavar o ‘boi’ e dormir na ‘praia’ atrás das grades”…

‘Aviãozinho’ cai no Jardim Europa

Amigos ocultos da lei levaram a policia militar à rua Opala, no Jardim Europa, ontem à tarde. O “combatente silencioso do trafico de drogas” informou um jovem assim assado costuma fazer ponto ali no começo da rua e distribuir pedra e erva aos passantes. Chegando de surpresa à boca itinerante, os policiais abordaram o tal jovem. Era Milton Bruno Teixeira Messias, que no mês que vem completará 19 anos. Em sua algibeira havia uma baranguinha de erva marvada e seis barangas de pedra bege fedorenta.

O jovem traficante formiguinha disse que havia comprado a droga de um desconhecido na ponte do velho Mandu, no Aterrado para revender e ganhar uns trocados. Ao piano do delegado de plantão ele mudou a versão; disse que há um ano usa drogas, inclusive fez tratamento numa clinica em Congonhal para deixar  o vicio e como não conseguiu livrar-se dele, comprou a droga no mesmo local para satisfazer a fissura.

Em troca de um copo de água, o pequeno traficante contou que mora no Jardim São João e ganha a vida distribuindo drogas a conhecidos seus ali perto da tijuca.

Se o problema era ganhar a vida, está resolvido… Desde esta manhã Milton Bruno está vivendo às custas do contribuinte… no Hotel do Juquinha.

                           Abraçe seu filho… Não deixe que as drogas o abraçem!