A permuta com o clube, pretendida pela prefeitura, foi aprovada pela câmara municipal nesta terça-feira,13. Com isso o PAFC poderá finalmente iniciar suas atividades e fazer a bola rolar!
Depois de mais de um ano de negociação – o terreno foi desapropriado no primeiro dia do governo de Rafael Simões e portanto só poderia ser negociado com o poder público municipal – finalmente o município e o clube chegaram a um denominador comum. Cerca de 85% do antigo Estádio da Lema, inativo desde o século passado, vai custar ao município de Pouso Alegre, R$ 14.900.000. Mas a prefeitura não desembolsa nada de imediato. A transação, aprovada pela câmara, envolve um terreno de 41 (quarenta e um) mil metros quadrados na BR 459, ao lado do Posto do Foguetinho e mais oito milhões de reais que serão pagos parcelados ao clube. Os novecentos mil reais restantes ficam por conta de dívidas fiscais que o clube acumulou com a prefeitura e com a União nas ultimas décadas. O PAFC mantém ainda uma faixa estreita na lateral do campo, onde era a arquibancada, da qual poderá dispor como quiser. Segundo o presidente Paulo da Pinta, nesta faixa será feito inicialmente um estacionamento.
Embora o valor da transação tenha ficado abaixo do pretendido pelo clube, e, talvez, do preço de mercado, o acordo foi bom para ambas as partes. O município poderá instalar no antigo terreno que foi estádio de futebol desde 1928 até o início da década de 1990, uma UPA 24 horas, além de possibilitar a ampliação do Hospital Regional Samuel Libânio. E o clube, desembaraçado, ainda que engatinhando, poderá voltar às atividades esportivas depois de quase trinta anos.
O PAFC, criado em 1913, chegou à 1ª divisão de futebol profissional do Estado em 1969, mas perdeu a vaga no ‘tapetão’ antes mesmo de entrar em campo. Em 1988, na quinta tentativa seguida, voltou à divisão máxima do futebol mineiro e no segundo ano de disputa ficou entre os melhores do estado. Naquele auspicioso 1990, com um time mesclando jogadores jovens, como a dupla de zaga Cesar & Zigomar emprestada pelo SPFC, com a prata da casa como Paulo da Pinta, e outros jogadores renomados como o lateral Edevaldo, que servira a seleção brasileira, colocou ‘agua no chope do galo em pleno Mineirão por ocasião do seu aniversário! A façanha, no entanto, parece ter sido ‘praga de galo’, pois no ano seguinte o timaço foi desmontado, saiu de cena e, salvo uma vaga tentativa em 2009, nunca mais voltou à campo. E o pior… enquanto a grama do saudoso estádio da lema crescia e virava pasto, as dívidas fiscais do clube também se acumulavam.
A tão sonhada retomada do PAFC por ex-jogadores do clube e desportivas de credibilidade na cidade, reacende a paixão de milhares de torcedores de todas as idades. Inclusive daqueles que nunca viram o Rubro Negro do Mandu em campo, pois nasceram depois que o clube foi para a UTI.
A transação selada esta semana por 13 dos 15 vereadores da cidade ainda não põe dinheiro no caixa para montar um time em condições de subir para elite do futebol mineiro. Mas, habilita a diretoria a procurar os investimentos necessários junto ao empresariado do município para colocar um time em campo e fazer a bola rolar.
“O PAFC vai disputar a ‘segundona’ do mineiro que começa em agosto deste ano”, garante o ex-zagueiro e ex-volante do time na década de 80, Paulo da Pinta, eleito presidente do clube em dezembro de 2016!
Credibilidade e vontade a diretoria tem! E torcida também!