Leitor troca livro “Meninos que vi crescer” por pedras de crack

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Quando Marcinho Piolho ganhou seu livro autografado pelo ídolo, – “O reencontro do fã com o ídolo” 27 de setembro – não coube em si de contentamento! Parecia ter ganhado na Mega Sena! Saiu exibindo o livro para todo mundo na rua, nas lojas… Especialmente a dedicatória feita a ele; personagem do livro!
– Olha… Eu tô no livro “Meninos que vi crescer”! Ganhei do Chips. Autografado, veja…!
Por isso quando eu soube que ele havia trocado o livro autografado por duas pedras de crack numa boca qualquer do velho Aterrado, duvidei! Será? Para o usuário de droga trocar uma nota de dez reais, um relógio, um celular, uma bicicleta, um cordão de ouro ou uma motocicleta por uma pedra de crack, é rotina. Faz parte do cotidiano… Mas um livro autografado pelo ídolo! Com dedicatória e tudo? Isso é demais! Daqui uns anos quando o escritor ficar famoso, o livro poderá ser leiloado por uma fortuna ou ser doado ao museu da Academia Brasileira de Letras! Não acreditei…
Semana passada encontrei com ele novamente nas imediações da DP – Ele está sempre por ali, não sei porque! – e abordei o assunto indiretamente…
– E aí Marcinho… Já leu todo o livro? Gostou das historias?
Marcinho fechou o sorriso que trazia estampado no rosto por me ver, baixou a cabeça, recolheu-se à sua timidez, aquela mesma daquela manhã ensolarada quando atravessou a rua cabisbaixo para me pedir um livro, e ‘deu o serviço’…
– Êh, seu Chips… Não deu para ler tudo, não… Eu ‘tava lendo devagarinho, já estava na metade. Aí fui mostrar para os amigos lá na ‘baixada’. Eu ‘tava’ empolgado! Aí bateu uma fissura, cara! Acabei trocando o livro por duas pedras…
Para aumentar ainda mais seu constrangimento diante do ídolo, fiz cara de ofendido e lancei uma piadinha negra.
– ‘Ta de brincadeira, Marcinho! Um livro com dedicatória! Com meu autografo e você trocou por apenas duuuuuas pedrinhas!
– Desculpe seu Chips! Eu ‘tava abraçado com a loira! E bateu aquela fissura… Tava todo mundo doido para ler o seu livro. Quando vi eu já tinha trocado! Voce sabe como é! Nóia não tem juízo… Voce compreende, não é?
Compreendo Marcinho. Compreendo. Na hora da fissura o nóia troca qualquer coisa. Tem gente que troca emprego, carro, saúde, dignidade, cueca – o que vai dentro da cueca! – e tantas outras coisas…! Aliás, você mesmo já trocou casa, carrões e até empresas por pedras! O que é um simples livro de crônicas policiais escrito pelo blogueiro Airton Chips, não é mesmo? Até que você trocou bem! O livro novinho, fechado, nas livrarias custa R$ 29,90… O seu já estava ligeiramente encardido, um pouco amarrotado e você trocou por duas pedras, equivalente a R$20. Até que você trocou bem… É pena que você não poderá ler o restante das cinquenta crônicas que estão no livro. Não saberá como as historias de tantos amigos seus terminaram…
Vendo que minha bronca não era assim tão severa, Marcinho se animou.
– Não Chips! Eu vou comprar outro! Vou juntar uns trocados por aí e vou comprar outro! Eu já vi lá na banca do Ernani!
E, deixando aflorar a espirituosidade habitual, – ele é alegre, apesar de tudo – ficando mais à vontade, recuperando a cor menos pálida do rosto marcado pela vida desregrada, Marcinho jogou a cartada…
– Voce não me vende um com desconto não, seu Chips…?
Vendo Marcinho, vendo.
Voce é meu “fã numero 1”. E além do mais é personagem do livro!
Vou te vender um exemplar do livro “Meninos que vi crescer”, fiado… Sem prazo para pagar! O dia que você se curar das drogas e voltar para sua vida de anos atrás; o dia que você retomar seu trabalho, recuperar não as empresas que você perdeu para as drogas, mas ao menos a saúde… O dia que você vencer as drogas, você me paga o livro. Ele foi escrito para isso… Para mostrar a luz no fim do túnel e trazer força às pessoas que se deixaram vencer pelas drogas!
Não tenho pressa em receber… Mas espero que você e tantos outros “meninos” se agarrem à “Luz” e consigam sair do túnel negro das drogas!

 

Chegou o grande dia… É hoje o “IV Encontro da Família” e lançamento do livro “A Família Coutinho no Sul de Minas “

O ultimo encontro foi em 1996 e reuniu 507 descendentes de João Coutinho Portugal. O próximo encontro será inesquecível!

Espera-se mais de mil familiares e amigos dos Coutinhos…

 

O autor do livro “A Familia Coutinho no Sul de Minas” e este blogueiro, estão nesta foto tirada em março de 1967… Quem identificá-los na foto vai ganhar um livro da ‘família’ ou “Meninos que vi crescer”, autografado pelo autor!

“Chapeleiro”… O ultimo ‘chefão’ do velho Hotel da Silvestre Ferraz

Vi Paulo Sergio pela primeira vez no inicio dos anos 80, num semáforo. O menino ligeiramente encardido, magricela, dentuço, encostou-se à viatura policial, estendeu sua caixinha de sapato com um furo no centro e pediu uma moedinha. Eu sempre soube que não se deve dar dinheiro à crianças, mas eu nunca soube negar! Porém, enquanto eu fuçava os bolsos em busca de alguma moeda, bem menos comum naquela época do que hoje, outro garoto cuja fisionomia não guardei, talvez uns três anos mais velho que ele e inspirando menos compaixão, quase o puxou pelo braço dizendo:
– Não, pra ele não… ele prende a gente!

DSC05775Antes que eu pudesse dizer ou fazer qualquer coisa o sinal abriu e meu parceiro seguiu em frente, enquanto o garoto imberbe, em calças curtas, singela, mas decentemente trajado liberou o transito e ficou olhando da calçada até a viatura sumir de sua vista.
Estava eu no plantão da DP, dois anos mais tarde, quando a Policia Militar encostou a barulhenta viatura e do forninho desceu um mirrado garoto. Era o garoto do semáforo! Estava mais magro ainda, pois havia crescido vários centímetros! Enfurnado foi se sentar no final do banco de madeira, enquanto o cabo redigia o BO. Ele havia furtado a bolsa de uma senhora loira de meia idade, próximo ao mercado e somente fora alcançado cruzando a antiga Avenida Brasil, em direção ao velho Aterrado. A bolsa já havia sido dispensada na fuga, mas alguns poucos trocados, cruzeiros ou cruzados, não me lembro, estavam no fundo da algibeira de sua surrada bermuda caqui. Foi seu primeiro contato, pelo menos malsucedido, com o crime e com os homens da lei!
Cresceu furtando sorrateiramente estabelecimentos comerciais diversos, fumando maconha, ameaçando garotos menores e até maiores que ele com um canivete. Sempre tentava vazar em direção à “toca do lobo”. As vezes conseguia, outras caia nas malhas da lei, sua família era avisada e invariavelmente a mãe esboçando indignação com o comportamento do filho vinha buscá-lo. Até que
Para conhecer o desfecho desta historia, acesse www.meninosquevicrescer.com.br…

 

Chegou o grande dia…!

 

Familia Coutinho

São duzentos anos de historia desde a chegada do patriarca João Coutinho Portugal ao município de Congonhal…
Foram necessários dez anos de investigação e pesquisa da ‘arvore genealógica…
Agora o livro que conta dois séculos de historia da Família Coutinho no Sul de Minas está pronto.
Será lançado no dia 15 de novembro, no bairro dos Coutinhos em Congonhal, onde tudo começou!
Se você assina Coutinho, Gouveia, Ferreira, Matos, Venancio, Costa, Lino, Pereira e Assis… então você faz parte desta arvore!
Seu nome está no livro “A Historia da Família Coutinho no Sul de Minas” contada pelo professor Hilário, um legitimo Coutinho da sétima geração!
Venha participar do evento, abraçar os parentes e conhecer um pouco de sua própria historia.
Venha posar para a fotografia oficial da “Família Coutinho”!
*A foto que ilustra o convite foi feita em 1920, durante o primeiro encontro da Família Coutinho.

“Baiano”… Um mineiro bom de jogo de cintura!

Baianorecebeu o "Meninos que vi crescer" escrito por mim... Na verdade ele me viu crescer!l

Baiano recebendo o livro “Meninos que vi crescer” escrito por mim… Na verdade ele me viu crescer!l

A década de 60 ainda usava fraldas quando ele desembarcou do trem na estação de Pouso Alegre, vindo do 8º BPM de Lavras recém-formado policial. Trazia grudado na pele desde os dois anos de idade o apelido que vai levar para a posteridade: “Baiano”. Apesar de trazer do berço – dos pais adotivos – os predicados que fizeram dele uma pessoa tão estimada e respeitada, talvez tenhamos que acrescentar um adjetivo para diferenciá-lo dentre cidadãos com apelido tão comum: “Baiano do Fórum”.
Pouso Alegre contava menos de 40 mil habitantes, mas já era menina dos olhos de muita gente ambiciosa empreendedora e mostrava desde então sua vocação para “princesa” do Sul de Minas. – breve será rainha! – Era preciso coragem, inteligência, generosidade e muito tato para circular de cabeça erguida entre as autoridades nas terras do Mandu. Aureliano Jacinto da Silva, o “nosso Baiano” possuía tais requisitos. Soube como poucos se fazer respeitar embora fosse apenas um ‘agente da autoridade’!
Baiano é do tempo em que os pais quando queriam assustar as crianças ameaçavam:
– Para de fazer birra menino… Olha o policial olhando, ó!
– Se você me desobedecer eu vou contar tudo para o policial!

DSC05756E quando o menino arteiro via aquela figura imensa, esbelta, negra do Baiano dentro do uniforme, debaixo do quepe de soldado, tentava se esconder atrás das pernas do pai… E nunca mais fazia arte. Mesmo que o Baiano sequer tivesse notado sua presença! Aureliano Jacinto Baiano é daquele tempo em o policial era respeitado e se fazia respeitar pelo seu comportamento impecável na sociedade. Se Pouso Alegre dos anos 60 já despertava interesse e cobiça nos cidadãos, especialmente daqueles que detinham o poder, isso muito mais se acentuou com o Golpe de 64 e a consequente Ditadura Militar. Detentora do poder máximo na terra, quero dizer, no Brasil, ai do policial militar que por ventura se esquecesse de bater continência para qualquer farda verde oliva que passasse na sua frente. Se uma viatura do Exercito passasse na rua, todo militar da PM tinha que parar o que estivesse fazendo, virar para a rua e fazer ‘posição de sentido’. Se estivesse conduzindo um bandido, até o meliante tinha que bater continência… Se não quisesse tomar um cascudo! A maior área de atuação da policia naquela época era a famosa Zona Boemia. Era dali que vinha a maioria dos B.Os. E por consequência a maior área de conflito entre a Policia Militar e o Exercito que controlava com mãos de ferro os direitos humanos – ou seriam os deveres humanos? – dos seus recrutas. Os atritos eram frequentes. Militar do exercito, ainda que recrutas recém incorporados, mesmo em flagrante infração às leis vigentes, não podiam ser presos pela PM! Ou seriam presos pela Oficial de Dia. Os imbróglios não raro iam parar no gabinete do Poder Judiciário.
O soldado negro, alto, forte, de olhar bondoso, com sua voz grave, argumentos maleáveis e postura firme e justa, embora não detivesse patente elevada, o soldado Baiano soube desfilar muito bem neste ambiente eivado de vaidades e viver em paz com todas as Forças. Não recebeu o titulo oficialmente, mas bem que poderia ser chamado de “conciliador”! O livro que conta a trajetória da Policia Militar em Pouso Alegre dedica a Baiano três paginas entre os coronéis que fizeram sua historia até os dias atuais.

Baiano e a esposa Neide ... 43 anos de cumplicidade!

Baiano e a esposa Neide … 43 anos de cumplicidade!

Numa era de grandes transformações sociais, Baiano viveu e tem muitas historias interessantes para contar. Assim foi Baiano do Fórum. Assim é Baiano do Fórum! Na verdade o adjetivo “do Fórum” ele ganhou mais tarde. Depois de 18 anos de serviços prestados à sociedade ele tirou a farda bege e foi trabalhar no Fórum. Passou no concurso para Oficial de Justiça em 1977! Em 1996, depois de 36 anos como servidor exemplar do Estado, tendo formado em Direito em 1981, inscreveu-se na OAB e foi advogar… Continuou sendo o “Baiano do Fórum”!
Se Aureliano Jacinto tivesse escrito um livro com o titulo “Meninos que vi crescer”, certamente eu seria um dos seus personagens! “Baiano do Fórum” me viu crescer… Talvez ele não saiba, talvez nem eu tenha percebido, mas ele foi espelho para muitos jovens na vida publica. Inclusive para mim! Tenho muito orgulho de gozar da amizade do Baiano do Fórum!
Não por acaso Aureliano Jacinto Baiano do Fórum respondeu com simplicidade e sabedoria as duas perguntas de epitáfio!
– Maior alegria, Baiano?
– Paz.
– Maior tristeza?
– A incompreensão dos homens!
Vida longa com saúde e paz, meu amigo Baiano…!

 

* Meu amigo Baiano de 76 anos está convalescendo de uma crise diabética que o levou repentinamente para a UTI  na semana passada. Mas graças a Deus já está esbanjando simpatia e bom humor! 

 

 

A lenda do Zorro de Pouso Alegre

Zorro I

A chuva caia fina, pouco mais que um sereno no inicio da madrugada de final de abril. O outono ainda era um adolescente, mas o frio do inverno naquela época não esperava a estação oficial para bater na porta… E na pele! Era uma quarta feira quase morta. A única rua da cidade que ainda mostrava sinais de vida era a Davi Campista. Pedro Pedreiro desembarcou de um caminhão de entregas perto do Hotel Cometa e seguiu na direção do infante bairro Jardim América, que não tinha ainda quarenta casas. Ao passar pelo muquifo, quero dizer, boteco do Joao Natal, no inicio da Silviano Brandão percebeu pela tênue luz que escapava pela metade da porta de aço arriada, que o boteco estava aberto. Espiou por baixo da porta e pode ver um sujeito dormindo debruçado sobre uma mesa, certamente embalado por Severina do Popote, e um casal se esfregando no balcão, cada um com um copo e um cigarro na mão enquanto o baixinho e narigudo João Natal cochilava na outra ponta do balcão com um radinho chiando ao pé do ouvido! Entrou e pediu uma cangibrina para espantar o frio! Tomou três! E rumou para casa! Agora mais animado! Qualquer cidadão no seu lugar seguiria pela Silviano Brandão até a Campos do Amaral e aí sim teria que cortar a “Zona”. Pelo menos era um trecho curto. Passar pela Davi Campista em horas mortas não era uma atitude muito sensata. Era um antro de perdição. A confusão morava ali. No mínimo chegaria em casa cheirando a perfume de pomba gíria e seria confusão na certa! No entanto, depois de três doses da ‘marvada’ no eterno decadente boteco do João Natal, todos os empecilhos saíram do caminho. Além do mais, Pedro Pedreiro tinha inclinação para aventuras e o habito de tomar umas biritas por ali, apreciando as belas coxas das morenas de vida fácil, embora fosse casado e bem casado com a baianinha Colombina, rechonchuda e de seios fartos. Resolveu cortar caminho pelo ‘paraíso do baixo meretrício’. Virou a Rosário e sete ou oito passos depois já estava na famosa Davi Campista. Se estivesse sóbrio certamente seguiria em frente, cruzaria a Tiradentes e viraria sem problemas na Campos do Amaral, mas… Resolveu tomar mais uma na boate da Margarida Leite! Mesmo sabendo que ali uma dose de ‘rabo-de-galo’ custaria quase meio dia de trabalho de servente!
A vitrola tocava uma musica muito sugestiva para o local: “Ebrio de Amor”, seguida de “Dama de Vermelho”! A ‘dama’ Margarida Leite, – que seria assassinada pelo gigolô Faissal dez anos depois – já no crepúsculo de mulher da vida, era agora mulher de comercio… Era a mais rica cafetina da Davi Campista de então. Como ela fora uma das prostitutas mais cobiçadas do lugar, sua casa era agora a mais movimentada. Antes o corpo curvilinio e cheio era a atração… Agora era a casa! Quem entrasse na sua casa tinha que ficar um pouco mais… E Pedro Pedreiro ficou! Pedro Pedreiro – que na verdade era servente – ficou por ali em meio às luzes vermelhas, aspirando a mistura de Agua de Colônia com Dama da Noite, Martini, Cuba Libre e aguardente de cana, ouvindo Pedro Bento & Ze da Estrada, Celinho e Ramon no acordeon! Quando percebeu que o movimento já raleava olhou para o relógio Seiko de pulso – mas que trazia no bolso por causa da pulseira quebrada – e viu que faltava pouco para quatro da manhã, saiu apressado e rumou para casa pensando com seus botões…
– Hoje a Colombina me tira o couro…!
Sim. Pedro Pedreiro ficou sem o couro…
Mas não foi a esposa, a mulatinha bem feita de corpo, talvez muito mais bem feita de que dezenas da mariposas das boates soturnas da Davi Campista – de 29 anos, dez a menos que ele, quem tirou!
Quando Pedro virou a esquina da Francisco Sales o couro comeu! Do nada surgiu um cavaleiro montando um cavalo preto e

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Santa Rita do Sapucaí será invadida por meninos…

 

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Fernando da Gata, Perfex, Chapeleiro, Pedrinho & Gegê, Val e a Gang dos Najas, O Justiceiro do Recanto das Margaridas, Foguinho, a aborrescente Amelinha, Robertinho, Os irmãos Coelho, Tiziu, Valéria de Camanducai1a, Os irmãos Molina, Monteiro e os quase 40 ladroes do Bagdá, Peixinho, Romeu & Julieta do Beco do Crime, Salinho o meliante de Silvianópolis, Max & Leninha, O Detetive forasteiro e Médica voluntaria, Godofredo o artista atrás das grades, Cirilo do Bola Sete, a Rainha Mara, o Engraxate Cantor, o psicopata Renanzinho e até o Coisa Ruim da Borda…!
Estes e outros meninos invadirão a Livraria “Letras & Livros” na Avenida Delfim Moreira. Mas eles não farão nenhuma traquinagem…! Eles estarão acompanhados do seu criador Airton Chips! A invasão na verdade será no sentido figurado! Trata-se do lançamento do livro “Meninos que vi crescer”, na livraria da Mariana Reis…
“Meninos que vi crescer”, o primeiro livro de crônicas policiais e casos notórios da região, teve seu lançamento oficial no dia 23 de agosto ultimo no Serra Sul Shopping. Desde então o escritor Airton Chips vem recebendo convites para lançar simbolicamente o livro em eventos na região. Agora é a vez de a Livraria Letras & Livros na cidade de Santa Rita do Sapucaí receber o blogueiro e escritor. Cinco das cinquenta historias reais do livro “Meninos que vi crescer” são ambientadas no município de Santa Rita onde o escritor morou e trabalhou como policial em 2006 e 2007.
Das 13hoo às 16h00 Airton Chips estará na livraria recebendo seus leitores, contando historias e distribuindo autógrafos.
Compareça e leve seu “Meninos” para casa…!

Os “Meninos” estão se espalhando por aí

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Olá… Você já está lendo o livro “Meninos que vi crescer”?
Não?
Então você não sabe o que está perdendo!
Desde meados de agosto os “meninos” estão se espalhando por aí… A cada dia mais pessoas conhecem os “Meninos que eu vi crescer”.
A cada dia as pessoas se emocionam com o drama das mães de “Pedrinho e Gegê” na historia “Assim nascem os nóias”…
Mas também se divertem com “Um processo para ficar nos anais da historia forense” quando o requerente pede perdão à requerida e o juiz comemora a decisão tomando canecas de chimarrão…!
Ou então com a descontraída historia de “ O Lobo & o Carneiro”… e os carrapatos!
A cada dia as pessoas se perguntam: Será que o Robertinho poderia ter evitado a morte dos irmãos Montevecchio na beira da lagoa na Airton Sena?
Depois da pagina 91 os leitores suspiram e se perguntam: “Então foram assim “Os últimos dias de Fernando da Gata”, o mais famoso bandido que já pisou em Pouso Alegre?
Ao voltar da ‘viagem’ à pacata e bucólica Pouso Alegre dos anos 50 – quando na cidade existia apenas uma motocicleta – o leitor vai concluir: “Nossa! Mas então foi assim “A verdadeira historia do Beco do Crime”! Parece a historia de Romeu & Julieta!
Na historia “Max & Leninha… Dormindo com inimigo”, o leitor verá até onde pode ir o romance entre um jovem e perigoso bandido e uma policial!
Em “Peixinho e Eu” o leitor vai viajar para Campinas para presenciar o encontro do policial com seu algoz de infância…!
A partir da pagina 63, você meu estimado leitor, vai saber o que aconteceu em Cambui, n“O dia em que fumei maconha”! E vai saber o que aconteceu a Celso, meu parceiro de ‘baforadas’, numa casinha no alto da serra de Bom Repouso três meses depois!
O leitor de toda região do Sul de Minas vai saber finalmente quem é ou quem foi “Chiquinho”, o “Coisa Ruim da Borda”! Vai inclusive poder sentir um pouco do medo que eu senti quando visitei o carcomido casarão onde o capeta morou nos primeiros meses de 1953!
Em “Val e a Gang dos Najas” o leitor vai notar que a historia ainda não acabou!
Na historia de Godô, o garoto que aos 12 anos assaltou meu filho, o leitor vai perceber que quanto mais cedo se entra no crime, mais difícil é sair dele!
Na pagina 211 do livro o leitor fará uma pausa nas historias tristes para conhecer “O Detetive forasteiro e a medica voluntaria”, uma historia que por si só já daria um romance de final feliz!
Na pagina 309 o leitor verá que o simples furto de um aparelho celular da esposa de um detetive, por um garotinho que roubou sua primeira bolsa aos 9 anos de idade, levou a policia civil à maior apreensão de maconha do Estado… 5 toneladas! Pena que um traficante perdeu a vida naquele sábado tenso de 2007!
O leitor saudosista fará uma viagem ao inicio dos anos 80, aos quase primórdios da Policia Civil na cidade, com a historia de “Monteiro e os quase 40 ladrões do Bagdá”! E vai se chocar ao ver no pescoço de quem um cordão de ouro roubado pelo meliante, foi parar!
Verá também que a ‘rainha’ Mara nem sempre foi do mal. Na adolescência a maior traficante de drogas da região foi uma prendada dona de casa, amada e considerada da família pelos filhos do patrão!
Antes de sentir um frio na espinha com a historia de “Renanzinho, o psicopata da cabeleireira” assassinada no dia 06 de agosto, o leitor fará outra tensa viagem ao inicio do século dezenove, até parar na deliciosa década de 1970 para descobrir como “… surgiu o Ribeirão das Mortes”.
Antes de percorrer as 469 paginas do livro, o leitor terá conhecido os malvados irmãos Molina de Cambui, a vida torta de Valeria de Camanducaia, a rebeldia sem causa da aborrescente Amelinha de Santa Rita do Sapucaí, o Justiceiro do Recanto das Margaridas, Perfex o menino mal, Foguinho o meliante que comeu lichia no meu quintal, Giuliano, o “dimenor” que me fez transgredir a lei, Tuca maia, Tiziu, Renê Cabinho, Fefê, os sanguinários irmãos “Chico & e Reanir e Formigão”, Manoelzinho, Aguinaldinho, Eduardinho e tantos outros “meninos eu vi crescer” e se bandearem para a trilha sombria do crime!
Apesar disso o livro não é ‘pesado’, não é tétrico… Ao contrario, as historias são contadas sem heroísmo e com muito bom humor. Impossível não achar graça nas abordagens do detetive Teobaldo ao Engraxate Cantor! Impossível não rir com o cachorro viralatas sentado debaixo do pé de limão ‘tirando um pelo’ do detetive de primeira viagem quando “o adubo do Brejal foi por água abaixo”!
Meninos que vi crescer faz o leitor passar medo, chorar, rir e pensar: … Poderiam os “meninos” ter um destino diferente? Será que eu estou dando a meu filho a atenção que ele precisa? Onde está meu filho agora?
Cada leitor encontrará sua própria resposta. Mas para isso ele precisa ir a uma banca de jornal ou livraria de Pouso Alegre ou região! Ou, acessar www.meninosquevicrescer.com.br e adquirir seu livro por apenas R$29,90…
Não perca tempo meu estimado leitor! A historia é dinâmica e está acontecendo agora! Não espere que eu conte a ‘sua’ historia amanhã! Além do mais… A segunda edição de “Meninos que vi crescer” poderá custar um pouco mais caro!!!
OBS: Neste sábado 11 de outubro, estaremos na livraria “Letras & Livros”, em Santa Rita do Sapucaí para uma tarde de autógrafos. Venha buscar seu “Meninos” autografado e ouvir nossas historias!

 

O dia em que fumei maconha e a Chacina em Bom Repouso

cigaro de maconha

A noite mal havia acabado de estender seu manto negro quando sentamos no pequeno restaurante popular na entrada de Cambuí. Das sete ou oito minúsculas e toscas mesinhas, acho que metade estavam ocupadas com pessoas simples, compatíveis com a classificação do estabelecimento; viajantes de passagem ou visitantes das cidades vizinhas. Antes de pedirmos o trivial ‘à la carte’; arroz, feijão, macarrão, bife de vaca e salada, pedimos uma cerveja. Não tínhamos pressa. Tínhamos toda a noite para comer, beber, fumar – inclusive maconha – e rodar sem rumo pela cidade. Com o sotaque cantado de belorizontino de Conselheiro Lafaiete do Luis Neves dos Passos e o jeitinho manhoso de falar do pequenino e vivido Romeu Norte Pereira, de Uberaba, conversamos à vontade sobre tudo e sobre nada, especialmente sobre futebol. Quem ouvia o papo descontraído, percebia logo que éramos ‘de fora’. No final da refeição, como bons mineiros pedimos o cafezinho e acendemos um cigarrinho… de maconha! Não me pergunte que gosto tem… Eu havia parado de fumar Marlboro há pouco mais de ano, por que tinha ânsia de vômito a cada tragada… Não iria tragar justamente a erva maldita! Me contentava apenas com o inconfundível cheiro doce da erva. E a fumacinha quase incolor, cheirando a mato verde queimado, começou discreta em torno da mesa e logo inundou o pequeno salão. Neste momento apenas uma mesa além da nossa ainda permanecia ocupada por dois rapazes. Um deles se despediu e foi embora. O que ficou levantou-se e veio à nossa mesa, puxou prosa, puxou uma cadeira, virou-a com o encosto para a mesa e sentou-se.
Como é fácil o relacionamento entre pessoas que falam a mesma língua… Ou usam a mesma droga!!! – Celso era seu nome. O sobrenome devia ser Andrade ou Brandão, pois era morador de Bom Repouso. Em poucos minutos Romeu, Luiz Neves, Celso e eu já parecíamos quase amigos de infância… E o cigarrinho do capeta já havia virado cinzas! Quando ameaçamos atirar longe a bituca, Celso quase deu cria;
– Tá maluco, mano!!! A cidade tá na maior secura! Se Zelão não chegar esta noite com a bagaça, vamos passar o fim de semana na fissura! – E guardou no bolso a minúscula ponta de maconha já com o asqueroso e fedorento cheiro e gosto de cinza.
Entramos na Brasília branca com placas de Santo André – aquela mesma que eu batera à 160 por hora perto de Campinas quando prendi “Peixinho… e eu” – e durante quase uma hora rodamos a cidade. Fomos a botecos e lanchonetes do centro, da rodoviária e principalmente da zona boemia, na rua esburacada na margem esquerda da Fernão Dias. Conhecemos todos os pontos de distribuição de drogas da cidade e a maioria dos seus usuários. Parecia um mundo paralelo povoado por extraterrestres, identificados a distancia, na penumbra, as vezes apenas pela silhueta. Ao ver um nóia surgir lá longe na esquina ou mesmo no meio do povão Celso já dizia seu nome e até onde ele estava indo ou vindo. Pelo jeitão jongolhó de andar era possível afirmar o que ele levava no bolso largo da calça ou se estava…

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O reencontro do fã com seu ídolo…

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O reencontro aconteceu casualmente na rua, nas proximidades da Delegacia de Policia, no inicio desta semana. Marcinho desta vez estava cabisbaixo, borocoxô… Atravessou a rua tentando se esconder debaixo do boné e fez a abordagem quase sem soltar a voz…
– Oi seu Chips, ‘eles’ estão falando que eu ‘tô’ no livro do Sr…! Por acaso o Sr. não tem um exemplar que o Sr. possa me dar? Sabe como é, né! Eu não tenho… – esfregou o indicador por baixo do polegar para dizer “dim-dim”! – para comprar!
Tão logo respondi que ele, Marcinho, personagem da primeira historia do livro, tinha “direito” a um exemplar do livro Meninos que vi crescer, gratuito e autografado, ele abriu o sorriso costumeiro…
-Eu só estava esperando te encontrar na rua para ‘entregar o ‘seu’’ livro, Marcinho… – disse eu. E apoiei no balcão da New Print para autografa-lo!
Ironicamente a nossa foto juntos foi tirada pelo advogado que impetrou seu HC na ultima vez que ele foi preso. Marcinho teve casa, comida, roupa lavada, empresas, carros e dinheiro no banco. De família bem sucedida e respeitada, ele levava vida de nababo… Até conhecer – como ele próprio diz no livro – os três “P”s… “Pinga, pedra e puta”. Aí a vida desandou! No auge da farra chegou a fumar baseado enrolado em nota de R$100! Em pouco tempo torrou na farra tudo que conquistara com seu trabalho. Hoje mora numa casinha simples sem agua, sem luz e sem moveis, da qual não pode dispor, pois foi doada pelos irmãos.
Marcinho perdeu quase tudo na vida, mas, por mais paradoxal que possa parecer, ele não perdeu o bom humor, a alegria de viver e a esperança de dias melhores!
– Eu ainda vou me levantar, sair dessa vida, Chips!
Eu espero que você saia, Marcinho… Que você volte a ser aquele menino saudável e altruísta que eu vi crescer!
Enquanto não consegue se levantar da rasteira que levou das drogas, Marcinho – quando está limpo – segue alegre e sorridente pelas ruas, mostrando para os amigos o livro que conta um pedacinho da sua historia, exibindo o autografo do seu ídolo!
Que Deus te abençoe, Marcinho, que Deus te abençoe e te dê forças para se levantar…