Átila, o ‘gigante bocó’ e o festival de foguetes

CACHORROS & CACHORRADAS

Os Pais de Atila, Nick e Bob

Os Pais de Atila, Nick e Bob

Era o filho mais velho de uma ‘ninhada’ de três. Foi o ultimo a deixar o útero materno! O pai era um legitimo Pointer Inglês malhado cara de pidoncho. A mãe era uma gigantesca São Bernardo tricolor babona. E ele, para não deixar nenhum enciumado, nasceu com pelagem e cor do pai Bob e o porte gigantesco e dócil da mãe babona, Nick! Com quarenta e cinco dias já pesava dez quilos! Dormia na garagem com outros seis, sete ou até mais de dez da sua espécie. Logo depois da adolescência se tornou o rei do ‘quintalzinho’ de seis mil metros quadrados da Fazenda Nosso Paraizzo. O pai Bob era o primeiro que murchava a orelha para ele. Até mesmo o garboso pastor Belga Jack e o atlético Dog Alemão Rock Boy tinham que bater continência p’ra ele e pedir licença para circular pelo seu território! O Fila Tigrão, mais novo e ligeiramente menor, não falava um ‘au’ na sua presença.

Atila, com cerca de  quarenta e cinco dias, e dez quilos.

Atila, com cerca de quarenta e cinco dias, e dez quilos.

 

Mas não era somente a desenvoltura, o porte gigantesco, a voz ensurdecedora que lhe chamava a atenção! Na intimidade do lar sua docilidade era impar. Tatiana que fez seu parto fazia o que queria com ele. Desde monta-lo até fazê-lo rolar no chão. Quando era necessário dar-lhe algum medicamento ou vitamina, ela abria sua bocarra e enfiava as capsulas lá no fundo da sua garganta com seu meigo bracinho branco roçando as fileiras de dentes alvos! Certa vez Atila pulou um alambrado de um metro e meio para ir caçar lebres e lagartos no brejo próximo e acabou cortando o bilau… Eu e a Tatiana o seguramos na maca e a Cris fez a sutura no pênis do gigante… sem anestesia. Era dócil demais…!

Porém como tudo nesta vida muda, nós também mudamos… de casa. Fomos morar no velho e assombrado casarão construído em 1936 pelo ‘bisa’ da Tatiana, Sanico Telles, há poucos metros do Inatel. Apesar de a casa ser imensa e um quintal também, não foi possível levar todos os cães. Só foram os ‘xodós’ Atila, o Tigrão e a Dominique. Ainda assim eles só podiam ficar na parte dos fundos do quintal. Acostumados com tanto espaço na fazenda, logo começaram ficar estressados. De vez em quando Atila e Tigrão se estranhavam e se pegavam! Era uma luta de gigantes. Literalmente. Invariavelmente Tigrão afinava e se deixava ficar estendido num canto qualquer esperando o perigo passar e Atila em cima dele. Seus rugidos eram ouvidos lá na Rua do Queima. Parecia um leão lutando e matando um búfalo com a imensa bocarra no pescoço do Tigrão. E eu pensando;

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Momento de Atila tranquilo com Tigrão em seu canto

– Meu Deus, hoje o Tigrão não escapa! Vai ser impossível costurar o seu pescoço!

Eu ralhava, batia com chicote, cabo de vassoura, jogava baldes de agua fria, jogava com a mangueira e nada…! Atila só largava o pescoço e saia de cima do Tigrão quando ele amolecia o corpo parecendo morto ou quando o stress finalmente passava. E eu pensando;

– Deixe ver se ainda dá para salvar o pobre coitado!

E aí constatava o inacreditável! Não havia sequer um arranhão no corpo e nem mesmo no pescoço do Tigrão, apenas baba, muita baba do Atila! Ele não feria nem mesmo o macho na hora da luta!

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Um dos milhares momentos de Tatiana amassando o gigante

No começo de 2012 mudamos para Pouso Alegre. Casa pequena, quintal pequeno, mas era mais fácil a Tatiana separar-se de mim do que do gigante Atila! Mas eu não ligava. Aliás, há muito eu havia me juntado ao inimigo… Eu não podia com ele, mesmo! Afinal tinhas suas vantagens… Caminhar com Atila pelas ruas do bairro Fatima – bairro mor em caminhadas – era uma festa. Era algo para se levantar o astral. Quem estivesse ao seu lado se tornava alvo das atenções. Era impossível as pessoas passarem por nós sem se manifestar. Os homens viravam o pescoço de longe e nada diziam, mas não deixavam, de olhar. O jeitão do gigante bocó realmente chamava a atenção. As mulheres inevitavelmente paravam para conversar, admiradas! Às vezes não era apenas com o cachorro, mas ele era o pretexto…! Certa vez uma loira me perguntou se eu podia dar-lhe o telefone… Do cão, claro!

– Nossa… Como ele é bonito!-… imenso! Quanto ele pesa?

– Oitenta e pouco…

– Que raça é essa?

– O pai é perdigueiro, a mãe é São Bernardo!

– Perdigueiro?

– É. É o Pointer inglês…

– Como é mesmo a raça São Bernardo…?

-… É aquele grandão peludo, que leva um corote no pescoço!

Atila e sua parceira Lobinha, uma cão-do-mato

Atila e sua parceira Lobinha, uma cão-do-mato

– Ah, o Bethovem…?

– Isso mesmo!

– Que idade ele tem…?

– Está com 7 anos…

– Nossa, mas ele parece tão cansado… O bigode já está branco…

-… É que cães desse porte vivem pouco… Por volta de nove anos somente!

– Ele é bravo?

– Só no quintal…

Atila e a pequena Domenick

Atila e a pequena Domenick

Quando alguma criança fazia cara de medo, eu pegava nas bochechas do Atila, fazia uns cafunés e chacoalhava pra lá e pra cá para mostrar que ele era bonzinho! Numa caminhadas de três ou quatro quilômetros, a ida não era fácil! Tinha que fazer força para segurar o gigante malhado querendo cheirar tudo, marcar território, encarar outros cães na grade das casas! A volta era moleza. Podia até soltar a guia que ele vinha caminhando lentamente, lado a lado, arfante, com a língua de fora, dando um banho de baba na rua… Se eu apertasse o passo ele ficaria pra trás. Também, quase noventa quilos…!

Como fora criado na fazenda adorava espaço. Não podia ver o portão da garagem aberto que logo saia pra rua, mijando aqui e acola, marcando território como todo cão. E tinha um serio defeito: Era desobediente! Se falássemos com ele de perto ele murchava a orelha e voltava de medo, balançando a cabeça com a boca aberta como quem diz;

– Eu só ia dar uma voltinha…! – Mas se falássemos um pouco mais de longe ele se fingia de surdo! Levantava a cabeça e saia num galope, que nem moleque, fazendo balançar o passeio do vizinho com seus oitenta quilos de pintas pretas e brancas! Lá ia eu pelo bairro correndo atrás com uma guia na mão! Um dia eu o perdi de vista e desisti de procura-lo. Fiquei sentado no portão esperando… Meia hora mais tarde ele surgiu arfante na esquina e voltou pra casa. Aos poucos fomos acostumando a deixar que ele desse um volta sozinho no quarteirão. Quinze ou vinte minutos depois ele estava arranhando o portão da garagem. Entrava, bebia alguns litros d’agua e se estirava numa sombra qualquer pra cochilar. O único perigo era matar alguém ao virar numa esquina… De susto.

Como todo cão, Atila tinha os ouvidos supersensíveis. Podia estar no fundo do quintal que latia e corria para o portão da frente se chegasse alguém estranho. Se isso é bom nos cães, tem também o lado ruim, naturalmente… Os cães tem pavor de foguetes, tiros e trovões! Quando ele ouvia estalos de foguetes corria desesperado em volta da casa procurando um buraco para esconder. Se achasse alguma porta aberta se enfiava murcho, cabeça colada ao chão dentro de casa. Se persistissem os estrondos era capaz de se enfiar no quarto até em cima da cama onde ficava tremendo igual vara verde! Quando estava naquele estado era quase impossível tirá-lo de dent

Cachorro

O esconderijo de um cão desesperado

ro de casa. Ordenar que saísse era o mesmo que falar com um poste. Eu torcia para ele se deitar num tapete… Assim facilitava sua retirada puxando seu tapete! Certa noite em meados daquele ano, ao ouvir um foguetório qualquer ele correu desesperado em volta da casa procurando um esconderijo, como de habito, até que sossegou. Na manhã seguinte nós o encontramos ainda ressabiado dentro da churrasqueira!
Alguém se lembra qual time ganhou a Copa do Brasil de 2012? Eu lembro. Em 2042 ainda lembrarei daquela quarta feira de julho! Quando eu cheguei da minha pelada, tão logo abri a garagem com o controle, Atila saiu para dar uma volta. Deixei que ele fosse, até porque eu não conseguira mesmo alcança-lo. Depois de tomar meu banho, abri uma loira gelada e fui lá fora abrir o portão… Mas Atila não estava lá como de costume. Fui até a esquina esperando ver o gigante malhado surgir lentamente com a língua de fora, mas… Nada. Comecei ficar preocupado. Voltei pra casa peguei o carro e sai à sua procura! Revirei o bairro…  Nem sombra do gigante Atila. Comecei ficar realmente preocupado, pois àquela altura eu já ouvira alguns foguetes que precediam a final da Copa do Brasil. Se ele estivesse por perto, ele voltaria desesperado para casa. Mas se estivesse longe, ficaria desesperado, poderia desguaritar…! Quando a Tatiana chegou da academia contei o fato e saímos em dois carros, cada um para um lado – o foguetório aumentando! Rodamos o bairro e adjacências até perto da meia noite e não vimos mais nosso xodó malhado, nosso ‘gigante bocó’ como carinhosamente o chamávamos! Falamos com vizinhos, ligamos para o ‘passiento’ de cachorro que o conhecia, para os vigilantes noturnos do bairro, deixamos todos em alerta para avisar se o vissem! Aquela noite em que o Palmeiras ganhou a Copa do Brasil de futebol será inesquecível… Não que eu seja palmeirense, não pelo titulo do Verdão, mas pelo foguetório que afugentara nosso ‘filho’ Atila! Imaginávamos mil coisas!

Atila dentro de casa assustado

Atila dentro de casa assustado

– Talvez ele tenha se escondido nalgum lote vago ao ouvir os foguetes – dizia eu tentando animar a Tatiana.

– Vai ver ele se assustou se perdeu a direção de casa. Deve estar andando pelo centro da cidade… Se ele não voltar a gente anuncia no Blog, no face… Ele não vai passar despercebido. – eu tentava acreditar.

– Alguem deve tê-lo raptado – dizia a Rayanne.

– É. Muita gente gostaria de tê-lo. Lembra que uma pessoa queria compra-lo?

– Lembro. O moço ofereceu três mil por ele…!

– Muitas pessoas já nos viram com ele, sabe quem somos… Não teriam coragem de ficar ele. Lembra que já devolveram a Dominique três vezes? – Se ele for arranhar o portão de uma casa por engano e o dono da casa não morrer de susto ao vê-lo passar por entre suas pernas e correr para dentro de casa para se esconder, fatalmente vai notar nosso telefone na coleira e vai ligar…! – Eu não queria acreditar que tínhamos perdido nosso ‘gigante bocó’. Quem iria notar minha presença caminhando pelo bairro sem ele?

Quando o telefone tocou às seis e meia da manha daquela quinta feira, Tatiana foi pegar o aparelho, a base dele, um ursinho de pelúcia e meia dúzia de bibelôs que estavam sobre o criado mudo, todos no chão! Tínhamos absoluta certeza que o telefonema àquela hora da manhã trazia informações sobre o nosso Atila. Só não sabíamos quais eram! Mas precisei de apenas alguns segundos para saber. Sem ter que perguntar … Bastou escutar o silencio da Tatiana e olhar para seu rosto mudando de cor e banhando em lagrimas sentada sobre a cama, o aparelho escorregando pela mão…! A voz fúnebre do outro lado do aparelho era do “passiento” de cachorro. Às perguntas atropeladas de Tatiana do tipo.

– Achou ele? Ele está bem? Onde ele está:

Ele respondera apenas…

– Acho que é ele… Na rodovia…

Olhando para o vazio Tatiana disse-me com a voz sumindo, vendo há quilômetros dali o gigante bocó correndo à galope atrás do seu carro, em meio a uma matilha de viralatas, pelo gramado verde e aparado do jardim da Fazenda Nosso Paraizzo, quando ela passava pelo portão eletrônico…

-… Na saída do Pontilhão do Baronesa, sentido Congonhal!

Em menos de dois minutos eu estava no local. Antes de vê-lo tinha certeza que era ele e era mesmo! Atila estava lá. Frio, inerte, silencioso, sem baba e sem aquele seu sorriso molecão! Não poderia ter o sorriso na cara, pois não tinha cara…! Não tinha cabeça! Não tinha nem a coleira! Do pescoço para trás estava intacto, sem um arranhão! Do pescoço para frente havia apenas uma mancha de sangue e de sebo espalhados na pista… Parte certamente seguira viagem entre as rodas da carreta que o atropelara. Ainda bem que fora uma carreta, pois se fosse um carro de passeio não seria apenas Atila que teria morrido ali naquela barulhenta e abafada madrugada! A única coisa a fazer era arrastar os quase oitenta quilos para o acostamento da via… Para evitar futuros acidentes! Tudo por causa dos foguetes…

Daqui a duas semanas começa a polemica “Cup FIFA of world” no continente chamado Brasil, num tapete ainda bagunçado que custou cerca de vinte e oito bilhões de reais!

atila (11)Milhões de brasileiros vão comemorar as vitorias do Brasil…

Milhões de brasileiros vão comemorar as derrotas do Brasil…

Milhões de brasileiros vão comemorar as derrotas da Argentina!

Milhões de foguetes explodirão no espaço…

Milhões de cachorros ‘xodós’ de crianças e adultos procurarão desesperados um esconderijo…!

Quantos Átilas desguaritarão…!!!

 

 

Minutos de Sabedoria…

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Guardar magoa é como ficar dormindo na esquina esperando ser acordado pelos ruídos do inimigo que vai passar, para o acerto de contas.

Mas ele nem sabe que você está ali… Vai passar tão silencioso que você continuará dormindo!

E quando você acordar, o inimigo já estará a quilômetros de distancia! E você continuará parado na esquina…!

 

Tenham todos uma iluminada semana…!

Atropelamento fatal no Fatima I

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Se você mora no Fatima I e ficou temporariamente sem energia elétrica nesta tarde, não se apavore! As chuvas que não caíram nos últimos meses – e não cairão nos próximos! – nas escarpas da Mantiqueira já causaram a maior seca da historia do Lago de Furnas, mas ainda não afetaram o fornecimento de energia elétrica no Sul de Minas! A culpa do ‘apagão’ repentino foi de um velho poste e de um jovem motorista que passava pelo bairro!

O acidente aconteceu por volta de duas e meia tarde desta segunda feira de céu azul de outono… Ao fazer a curva logo após o Ciem de Fatima, o Ford Fusion prata foi direto ao poste que margeia a via. O choque foi seco e duro… O velho poste já com o concreto carcomido pelo tempo não resistiu e deitou mortalmente ferido sobre a rua levando com ele alguns galhos da arvore vizinha… Por pouco teria esmagado o jovem motorista!

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As causas do acidente ainda não foram apuradas. Os policiais que estiveram no local para registrar o sinistro e administrar o pouco transito, acreditam em três hipóteses: imprudência do jovem motorista que talvez estivesse dirigindo em velocidade incompatível com a via – mais propriamente com a curva; imperícia do mesmo motorista, que, embora em velocidade compatível tenha se distraído e esquecido de virar o volante; ou imprudência do próprio poste que, devida a avançada idade, tentou atravessar a rua sem olhar para os lados! Ah, não se pode descartar uma falha mecânica do Fusion prata, uma vez que nenhuma peça de veiculo, mesmo as de carrões de R$ 88 mil, é eterna!

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Bem, entre mortos e feridos salvaram-se – quase – todos! Parece que o prejuízo maior foi da velha arvore da pracinha, que perdeu alguns dos seus galhos. – Mas isso não vai “dar galho” para o motorista!

Apesar da interdição inesperada da via para o transito, este blogueiro conseguiu chegar à tempo ao consultório do doutor Enilson, seu dentista!

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A empreiteira da Cemig chegou rapidamente ao local do sinistro e ja está restabelecendo a substituição do defunto, quero dizer… do velho poste!

 

Leia daqui a pouco:  “Policia sacode Silvianópolis”

 

 

 

Minutos de Sabedoria…

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“Não acumule desejos de vingança, detritos do mal em seu coração.

Jogue-os fora, revelando e esquecendo o que lhe fizeram de mal em palavras, atos e maledicências, calunias e injustiças!

Uma única pessoa lucrará com o seu perdão: você mesmo, que libertará seu coração do peso da magoa e do ódio.

Seja inteligente: perdoe e esqueça, para ser feliz!”

 

Tenham todos uma iluminada semana…!

Caldos da Festa N.S. de Fatima

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Desta vez não pude saborear ‘in loco’ as delicias das barracas da tradicional Festa de N.S. de Fatima… Mas o famoso caldinho de feijão, levei pra casa… Uma delicia! Caldo forte, encorpado, bem temperado, cheiro verde e torresminho bem sequinho com gosto de bacon… Bom demais! Melhor que isso só mesmo o atendimento sorridente das voluntarias Angela, Celeste, Regina, Candinha, Inês e Carla na barraca de Caldo de Feijão do Jairo!

A festa vai até o dia 13…

Um celular para o Scoobi…

Scoobi sempre bem acompanhado...

Scoobi sempre bem acompanhado…

“O relacionamento humano encerra mistérios muitas vezes incompreensíveis. Podemos encontrar em nosso caminho, em nosso dia-a-dia, por anos a fio, pessoas profícuas com as quais mal trocamos um bom dia, quiçá sabemos seu nome, o que faz e muito menos a data do seu aniversario. Outras vezes conhecemos pessoas que nada somam de pratico ou material em nosso cotidiano, mas que pela simples maneira espontânea de ser, sem que percebamos, passam a fazer parte de nossas vidas. São como “… os lírios do campo…”, sem nenhuma relação de parentesco, de trabalho ou afinidade, mas sentimos bem e nos alegramos com sua presença. Talvez seja pelo fato de elas não nos pedirem nada em troca de sua presença, de sua alegria e espontaneidade – e de pequenos favores – que as torna tão especiais. Achamos que elas são carentes e dependentes, mas na verdade nós é que dependemos delas para desfazer nossas tensões cotidianas e acabamos usando-as para troças e brincadeiras, as quais elas assimilam e retribuem de bom grado, sem maldade.

Carlos Augusto da Costa, o Scooby, é uma destas figuras que costumamos rotular de folclóricas, portadoras desta despretensiosa magia que relaxa, colore e alegra nossa vida.

Conheci Scooby na oficina do Teobaldo – pai – na rua do Rosário no final da década de 80. Ele era ainda adolescente, mas tinha o mesmo porte físico e jeitão de intelectual misterioso de hoje. Até a voz grave. Só o cabelo mudou de cor e a barba apareceu. Já era alvo de brincadeiras das quais ingenuamente participava serio ou sorrindo se fosse o caso.

Na delegacia de Policia, onde costuma passar horas a fio, não tem quem não conheça Scooby e não tenha uma palavra afetuosa e correspondida. Ele chega de mansinho e espera por alguns segundos o cumprimento. Se o ignoram, ele puxa prosa:

– Oi Batista, tudo bom?

Só para no corredor, na porta ou entra nos gabinetes e estica prosa, se lhe dão atenção. Senão segue em frente… Responde sempre de acordo com a pergunta.

– Tá de plantão hoje, Scooby?

– Tô. Vou até amanhã cedo…

– Tá de folga hoje, Scooby?

– Tô. Saí hoje de manhã…

– Ué, Scooby, não tenho te visto! Por onde tem andado?

– Eu tô de férias. O doutor João, o regional, me deu férias até o fim do mês…

Muitas vezes encorajado por colegas, em situações que não oferecem nenhum risco naturalmente, Scooby age como se policial fosse e suas ordens são regiamente acatadas por delinquentes que não ousam desobedecê-lo. Até mesmo a linguagem – inadequada na verdade – usada por alguns policiais em certos momentos de stress, Scooby repete como se fosse um dos mais temidos policiais e impõe seu pseudo respeito.

– Scooby, dá uma dura naquele folgado lá no fim do corredor!!!

Ele vai até lá, para na frente, faz cara feia – e precisa ? – e sai com esta;

– Escuta aqui seu folgado! Fica quieto aí, senão vai ser pior, hein… Vou mandar os tiras te quebrar no pau e te fechar no corró…!

… E o sujeito que não conhece Scooby, pensando que se trata de um policial veterano, baixa a cabeça e fica pianinho…

Esta singela homenagem ao amigo Scooby, publiquei no falecido FOLHA em 2004 quando ele completou 34 anos. Na ocasião Seus “colegas de trabalho” fizeram uma vaquinha e lhe deram um belo presente de aniversario. Porém, não tão belo quanto o que Scooby nos dá com sua presença. Desde então, sempre que encontro Scooby – e basta ir à delegacia ou em qualquer lugar da cidade, pois Scooby é onipresente! – ele fala da matéria;

– Hei Chips, ta chegando meu aniversario de novo. Vai ter festa? Eu vou sair no jornal?

Vai, vai sim, Scooby, você já está no jornal e agora também no Blog do Airton Chips”.

A pergunta de sempre foi repetida novamente nesta segunda,14, na DP. Scoobi, com o sorriso de sempre, avisou que o seu aniversario estava chegando e queria saber se iria aparecer no jornal. No jornal eu não prometi, mas no blog eu garanti! E aproveitei para perguntar o que ele queria ganhar de presente;

– Eu quero um celular, Chips…!

Ano retrasado Scoobi posou para a foto de aniversario ao lado do delegado regional Flavio Destro. Ano passado ele preferiu o abraço da delegada de mulheres, Lucila Vasconcelos. Este ano ele não deixou por menos… Posou para a posteridade abraçado com secretaria do inspetor Balca, Jessica Belli.

– Sua namorada não fica com ciúme de você, Scoobi?

– Eu não tenho namorada.

– Mas por quê, Scoobi?

– Sou muito novo ainda para namorar! – respondeu ele convicto.

Mentalmente deve ser mesmo. Mas biologicamente ele completa 44 anos de simplicidade e alegria nesta quarta,16. “Se haverá festa não sei, mas presente haverá ao menos um: o próprio”!

Deus te abençoe e te conserve, Carlos Augusto “Scooby” da Costa, nosso “lírio do campo”!

Ah, não esqueçam o celular do ‘garoto’…!

 

“Minutos de Sabedoria”…

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“Se você não sabe perdoar sem esquecer, é sinal de que não compreendeu ainda a verdade e o caminho a seguir.

Procure perdoar e esquecer as magoas e ofensas, as intrigas e calunias.

Mantenha-se em tal atitude que nenhuma calunia o possa atingir.

Perdoe e siga seu caminho.

Quando o caluniador abrir os olhos, você estará tão distante dele, que não poderá mais ouvir sua voz cheia de veneno”.

 

Tenham uma iluminada semana…

Gilson, o delegado triatleta de Pouso Alegre

Minha 'magrela' de R$2,5 mil 'sumiu' no meio dessas maquinas!!! - Diz delegado atleta ( de camisa verde)

Minha ‘magrela’ de R$2,5 mil ‘sumiu’ no meio dessas maquinas!!! – Diz delegado atleta ( de camisa verde)

Apesar de dispor de pequena quantidade de policiais para investigar os crimes relacionados a drogas em Pouso Alegre, a delegacia dispõe de muita qualidade! Especialmente no que diz respeito ao preparo físico…! O veterano Teobaldo, um dos jogadores de futebol amador mais conhecidos e atuantes da cidade, joga peladas tres vezes por semana com vigor e disposição de causar inveja a muitos jovens. O garoto André, um dos jogadores mais completos nos fundamentos do futebol, só não joga sete dias por semana porque a faculdade – e a namorada! – não deixa. Mas o mais surpreendente atleta da equipe especializada no combate ao trafico de drogas, é o chefe Gilson Beraldo Baldassari! O delegado que combate o vicio das drogas, também é viciado… Em atletismo! Ele admite que não consegue ficar um dia sem praticar esportes. É corrida de resistência, natação, ciclismo, tae-kwon-do… E vez por outra participa de competições oficiais Brasil afora!

Neste fim de semana Gilson Baldassari, que comemorou mais de 50 primaveras – participou do tradicional “Troféu Brasil de Triátlon” na cidade litorânea de Santos.

– A prova mais difícil foi a natação… Chovia muito em Santos e o mar estava muito agitado! Foi difícil nadar os mil e quinhentos metros – Disse ele.

Os dez quilômetros à pé e os vinte de bicicleta, provas que Gilson pratica todos os dias – em que não está de plantão ou correndo atrás de traficantes! – parecem ter sido fáceis, pois no final, entre centenas de triatletas na sua categoria, 50 a 54 anos, ele acabou chegando em 13º!

Chegada do Gilson

Apesar de praticar esportes todos os dias, a paixão começou tarde!

– Eu comecei praticar e tomei gosto pelo esporte no exercito, em 79. Depois que deixei o exercito continuei praticando… Na ocasião o irmão Rhino, do Colegio São Jose, montou uma equipe para representar o colégio e a cidade de Pouso Alegre no atletismo no Sul de Minas. Tinha eu, o João batista Fernandes, o Moises, o Claudio, o Losqui , o Roberto… O professor Walter era nosso treinador e nos levava para todo lado para competir. Era um trabalho social que o irmão Rhino, apaixonado por esporte fazia pela cidade. Hoje eu sinto necessidade de praticar esporte todo dia… – Diz o delegado atleta.

Bandidos, tremei… Se a policia padece de quantidade, sobra disposição e qualidade física no combate às drogas! 

“Minutos de sabedoria…”

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“Quando você encontrar trevas diante de si, não esbraveje contra elas: ao contrario, procure acender sua luz.

Quando alguém errar, não condene nem ataque: acenda uma pequena luz diante dele… com seu exemplo.

Nada melhor existe para ajudar aos outros do mantermos nossa luz acesa, servindo nosso exemplo de farol para guiar o próximo, mostramos-lhe o caminho na da subidas.”

 

Que a ultima semana de março seja repleta de bençãos…!

Tia Angelina soprou velinhas…

A data de nascimento é 10 de março de 1926, mas Angelina recebeu  familiares e amigos ao pé da noite deste domingo, 09, para comemorar suas 88 primaveras felizes e bem vividas.

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Angelina é uma daquelas pessoas símbolos de família, que a cada dia vão se tornando mais raras. Ano passado publiquei aqui no blog, na pagina ‘cotidiano’, a crônica “Alguém para chamar de tia”, falando da minha primeira ‘cabeleireira’ e dona da melhor receita de bolo de fubá – ainda não revelada – que já comi. Do alto dos seus 88 anos, Tia Angelina está firme, forte e bem humorada, como sempre, vivendo desde 1969 na mesma casa simples e aconchegante na rua São João, na companhia dos filhos Maria, Cecilia, Marta, Sebastião e Jairo. Mas tem muitos netos, bisnetos e sobrinhos para pedir sua benção e ouvir seu alegre “Deus te abençoe”.

Hoje sou que digo… “Deus te abençoe tia Angelina”…!

 

… E aproveito para estender meu afetuoso abraço ao amigo professor Hilário Coutinho, que a partir deste 10 de março ‘se tornou’ um ano mais ‘experiente’ do que eu. Parabéns compadre Hilario…! Deus o abençoe!