Policia prende policia no Sul de Minas

O policial que recebeu as pulseiras de prata foi delegado regional e é vereador!

A prisão do homem da lei aconteceu na manhã desta terça-feira, 27, na cidade de “Barbara bela do norte estrela, que o meu destino sabes guiar…”, no Sul do Estado.

O ‘mandamus’ da Justiça atendeu pedido do Ministério Público da Comarca de Elói Mendes. Trata-se de prisão preventiva. O delegado foi denunciado pelo Ministério Publico pelos crimes de Corrupção Passiva, Usurpação de Função Publica e Organização Criminosa. Para os promotores do GAECO de Pouso Alegre, o delegado era um dos chefes da organização.

A operação batizada de “Ilusionista”, é um desmembramento da “Operação Êxodo 23”, orquestrada pelo MP, para investigar crimes do Departamento de Transito de Varginha e Eloi Mendes, e já prendeu 16 pessoas, incluindo funcionários do Detran das duas cidades.

“As investigações apontaram que veículos de leilão eram reaproveitados e os dados deles eram adulterados para que o dono pudesse ter vantagem”.

Wellington Clair de Castro tem quase dez anos de polícia. Quase todos prestados na Delegacia de Policia de São Gonçalo do Sapucaí. Em 2016 ele se elegeu vereador na cidade e no ano seguinte presidiu a Casa de Leis. Em 2018 foi promovido à Delegado Regional de Varginha, e não tardou entrou na mira do MP pelas denúncias ora investigadas.

As investigações começaram no ano passado. Em março deste ano, na primeira investida dos promotores para apurar as maracutaias no Detran, 16 pessoas foram presas suspeitas de participação na quadrilha. No mesmo mês, quando a casa caiu e o delegado perdeu o cargo de chefe da Policia Civil da regional de Varginha, ele foi transferido para a delegacia regional de policia de Pouso Alegre, onde continuou trabalhando no plantão. Recentemente ele se licenciou para disputar a reeleição de vereador na cidade dos inconfidentes…

A delação que originou uma das investigações em São Gonçalo do Sapucaí contra o delegado e vereador Wellington Clair, onde ele responde a outra investigação – como investigado – partiu do empresário Rafael Gois. O empresário – o qual foi candidato a prefeito de São Gonçalo do Sapucaí na eleição de 2016 – e outras quatro pessoas foram presas em 2017 na “Operação Ex-Fumo”, acusadas de integrar uma quadrilha com ramificações em Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e São Paulo.

Além das prisões, e mandados de busca realizadas nesta sexta-feira, a justiça determinou também o sequestro de R$ 18 milhões para pagamento de multa e dano moral coletivo, além de R$ 247,5 mil para devolução de valores com origem em crimes de corrupção.

O ex-Delegado Regional de Varginha, delegado de polícia licenciado e vice-presidente da ‘casa de edis’ de São Gonçalo do Sapucaí, responde a outra investigação em curso no MP – como investigado. Se condenado for, o delegado perderá o emprego de cerca de R$20 mil mensais, mas continuará por muito tempo nas barbas da lei… Só que, “do outro lado”!

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