O ‘Golpe da OLX’

Cidadão compra carro pelo WhatsApp, sem ver o dono do carro, deposita o dinheiro na conta dele e quando vai pegar o carro descobre que pagou por um bem que não era do vendedor!

O ultimo final de semana de setembro foi de poucos crimes em Pouso Alegre e cidades cobertas pelo 17º Departamento de Policia. Poucos, mas não zero. Dentre os poucos crimes contra o patrimônio registrados pela policia, merecem registro o “Golpe da OLX”! Em ambos, as vítimas que acharam um ‘bom negócio’ na internet, ficaram só com o cabo do guarda-chuva na mão!

André Luis, de Santa Rita do Sapucaí, perdeu pouco. Ele comprou uma moto, pagou adiantado e quando foi pegar a moto, descobriu que havia pago para uma pessoa “que não era o dono da moto’. Portanto comprou, pagou, mas não levou!

Já o cidadão Siderli de Jesus Godoi teve um prejuízo maior. Ele pagou R$25 mil por um carro que não pertence à pessoa em cuja conta ele depositou o dimdim! E olha que ele veio de longe à Pouso Alegre buscar o carro que ‘achava’ que havia comprado.

Como funciona o golpe!

Simples assim: João anuncia a venda de um carro no site OLX – ou outro qualquer menos conceituado. Finório Desonesto Trambiqueiro da Silva vê o anuncio, troca o telefone do João e volta a anunciar o carro no site… por um preço 30% abaixo! Antônio “Inocêncio” da Silva vê o anuncio, se interessa pelo carro – e pelo preço! – e faz contato com Finório. Armada a arapuca, Finório então diz:

– Olha, o carro está com meu cunhado. Eu estou vendendo para acertar uma divida com ele. Vá até lá, veja o carro, de uma volta nele. Se você gostar volta a me ligar que a gente fecha o negocio. Ah, mas não comenta com ele o preço, não, senão ele ‘embaça’ o negócio…

Em seguida Finório liga para João – o dono do carro – e prepara a armadilha:

– Escuta, tô vendo aqui o anuncio do seu carro. Me interessa. Vou mandar um amigo meu aí pra ver o carro. Se ele der o positivo eu compro o carro!

Depois de experimentar o carro e constatar que de fato ele vale muito mais, Antonio volta a contatar Finório para fechar negócio. E recebe a orientação:

– Beleza então, mermão! Anota aí o numero da minha conta. Deposita o dinheiro, vá lá na casa dele que eu vou falar pra ele ir ao despachante com você levando o recibo para fazer a transferência! Ah, não esquece de levar o recibo do deposito pra mostrar pra ele, hein!

Pensando estar comprando um carro bem abaixo do valor de tabela, Antonio Inocêncio faz a transferência do valor combinado para a conta do vendedor – que ele nunca viu na vida… e nem vai ver – pega o recibo e vai buscar o carro que está com João. E descobre, tardiamente, que Finório é tão conhecido de João quanto dele!

Com o coração batendo acelerado e os olhos chispando de raiva, Antônio volta correndo ao banco para ‘sustar’ a transferência bancaria… mas leva um ‘susto’! É impossível juntar o leite derramado!

Sem sair de trás de um computador ou sem descolar o dedo da tela do celular sentado no banco da praça, ou estirado numa “jega” dentro da cela de uma penitenciária qualquer, Finório vendeu um carro que não era dele, para alguém que ele nunca viu, e já sacou  ou transferiu o dinheiro da conta. João Não-tem-nada-com-isso, o dono do carro, fica só com a indignação. Antonio Inocêncio fica só com o cabo do guarda-chuva na mão…!

No caso ocorrido em Santa Rita do Sapucaí, o verdadeiro dono estava – e está – vendendo a moto por R$ 4 mil. Antonio Inocêncio comprou por R$1.800 reais. No caso ocorrido em Pouso Alegre,  o prejuízo do “Inocêncio” foi bem maior. Siderlei veio de Americana-SP à Pouso Alegre, viu a caminhonete GM Montana, gostou dela e do preço, voltou para casa, juntou o dim-dim, depositou na conta do Finório, voltou à Pouso Alegre na segunda feira para buscar a caminhonete e descobriu que havia pago R$ 25 mil à uma pessoa que não tem carro para vender!

Da para evitar cair no golpe da ‘compra virtual’?

Dá.

Existe varias maneiras de evitar. A primeira delas é não acreditar em Papai Noel… fora de época!

* Importante salientar que o site OLX e todos os demais sites do gênero se limitam a publicar as ofertas. Nenhum deles tem nada a ver com a vigarice dos ‘finórios’ … e o vacilo dos ‘inocêncios’!

2 thoughts on “O ‘Golpe da OLX’

    • Olá M.C.S….
      Parece simples, não é mesmo? Pois é. Só que, na maioria das vezes, o dinheiro foi transferido e retransferido para conta a centenas de quilometros do local do crime. Não policiais para investigar isso. E se investigar vai descobrir que o dinheiro foi colocado numa conta aberta exclusivamente para aplicar o golpe, com documentos falsos…! Para isso se roubam documentos diariamente!

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *