Godô desandou… e voltou para o xadrez

Na sexta feira ele arrombou uma residência e no sábado assaltou uma loja de celulares!

       

No final da tarde da última quinta-feira, 06, vizinhos viram um sujeito pular o muro e sair de uma casa simples no bairro Recanto das Margaridas, em Santa Rita do Sapucaí. O gatuno sorrateiro levava nas costas uma mochila abarrotada e debaixo do braço um aparelho de TV. Ao folhear o álbum da policia, uma testemunha apontou no álbum a foto do gatuno que vira pulando o muro: era Elton de Castro, o “Godô”! Visitado em sua casa no bairro vizinho bairro São Benedito, ele não estava presente, mas parte da res furtiva retirada da residência a poucos quarteirões dali, estavam.

No inicio da tarde de sábado, 08, a comerciante ECS estava quieta no seu canto atrás do balcão da loja de celulares no bairro Maristela, em Santa Rita, quando um sujeito usando camiseta verde, calça jeans e boné preto, adentrou a loja, sacou uma pistola e fez a proposta indecente de sempre: “ Passa o dim-dim  e não reaja que dói menos. Na esquina tem um parça meu dando cobertura… se chamar a policia ele te mata”!

Tão logo o assaltante saiu da loja levando cerca de 200 reais a comerciante digitou o 190. As câmeras de segurança das imediações mostraram que o assaltante de camiseta verde era Godô. Ele foi abordado pela policia na Avenida Bilac Pinto, voltando para casa. Na algibeira da calça estava o dim-dim roubado da loja de celulares e a pistola usada no crime… mas era de plástico!

Segundo Godô a pistola usada para assaltar a loja de celulares pertence ao traficante conhecido pela alcunha de “Cati”, morador da Rua das Rosas. Interpelado em casa, Mateus Augusto dos Santos confirmou que havia emprestado o simulacro de pistola à Godô. Mas salientou que não sabia o que ele pretendia fazer com a arma de brinquedo.

Na biqueira de “Cati”, os policiais encontraram seis pedras beges fedorentas. Cati e Godô receberam as pulseiras de prata e foram sentar ao piano do paladino da lei na DPC de Pouso Alegre.

Conheço Godô desde 1998. Desde que, aos 12 anos, liderando uma gang de delinquentes juvenis, ele encostou um canivete na barriga do meu garoto e tomou seu relógio. Desde então tivemos vários encontros. A capa do livro “Meninos que vi crescer” foi inspirada em um desenho que Godô me deu. A última vez que o vi, Godô estava no semáforo atrás da igreja matriz de Santa Rita do Sapucaí com uma cesta de trufas, trufas que ele e a esposa gravida de 08 meses haviam feito para vender na festa da padroeira, em 2016.

“Tô de diboinha, seu Chips. Deixei aquela vida. Mudei. Vou ser pai. Mudei até de nome… no face agora sou ‘Elton de Jesus’”, contou-me Godô com os olhos brilhando, enquanto alisava o ventre da companheira inclinada pelo peso do bebezinho. Há poucas semanas do nascimento do bebezinho, parecia que nascia também uma nova vida para o ‘menino que vi crescer’…! Parecia…!

 

1 thoughts on “Godô desandou… e voltou para o xadrez

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