Claudemir Pe-na-cova… Dez anos e meio de cana pelo “crime de engano”…!

Claudemir Alves dos Santos, 48, nasceu em Cachoeira de Minas, mas foi cometer seu primeiro e único crime na região de Bragança Paulista. Foi condenado a 10 anos e seis meses de cana. Cumpriu parte da condenação e quando ganhou o beneficio da saidinha de sete dias, não voltou mais. Acabou sendo casualmente em Pouso Alegre em maio ultimo. Passou dois meses no Hotel do Juquinha e foi se hospedar na APAC. Mais três meses no regime fechado até que progrediu para o regime semiaberto. Na semana passada ganhou mais uma vez o beneficio da saidinha temporária! E outra vez pisou na jaca… Não voltou para o presidio ‘filantropico’!

Claudemir, no entanto, não pode usufruir da benfazeja liberdade. Dois dias depois de adquirir o status de foragido da APAC, ele caiu enfermo! Foi internado no Hospital Regional Samuel Libanio com problemas de saúde. No final na manhã desta terça, 27, Claudemir recebeu alta hospital… Mas ‘baixou’ na Delegacia de policia! É que a assistência social de Silvianópolis, por onde ele passou, fez constar em sua ficha que ele era fugitivo da justiça! Da DP Claudemir pegou o Taxi do Magaiver e foi se hospedar no Hotel do Juquinha!

Mas afinal, qual o crime que levou Claudemir pra cadeia?

Foi o  ‘crime de engano’!

Esse crime não está previsto no Código Penal e nem nas leis especiais. No entanto, o famigerado “Crime de Engano”, cuja pena varia de 01 a 30 anos de cana, é responsável por mais de 90% das condenações no Brasil!  Pelo menos 600 mil dos 615 mil presos no sistema prisional brasileiro cometeram esse tal “crime de engano!”…! Claudemir é um desses 600 mil.

– Por que você foi preso, Claudemir?

– Ah, eu não sei direito não, doutor… ‘Eles’ falaram que eu tive um ‘rolo’ com uma menina de 17 anos lá em Bragança Paulista, e me prenderam…!

– Mas aqui na sua capivara diz que você foi condenado por estupro…

– Ah, não doutor, foi “engano”!

– Aaaaaah, boooom…!

Durante a breve entrevista com Claudemir, perguntei se ele tem apelido!

– Não doutor, nunca tive apelido não. Na cadeia os companheiros de ‘caminhada’ me chamam de “Pé-na-cova”…!

Por que será hem!?