Depois de quase ser assassinado com a golpes de faca, a vitima levou o autor para dentro de sua casa para protegê-lo de linchamento.

     … Quando menciono cenas de filmes em minhas matérias, alguns críticos dizem que eu só penso em cinema! Veja se eu tenho razão!

         Walter Moreira Lopes, 50 anos, casou-se com M., lá no final da década de 80. Pouco tempo depois separaram os cobertores. Mas continuaram dividindo o mesmo teto. Tudo ia bem até que M. foi trabalhar na casa do vizinho Antonio dos Santos Fonseca, como cuidadora de sua mulher portadora de seqüela de AVC. Como ela fica mais tempo na casa do vizinho do que na sua, embora estejam divorciados, Walter foi atacado pelo ciúme. No final da noite de sábado, aproveitando o burburinho da festa de São Benedito no bairro Água Branca, onde moram, Walter resolveu ‘atacar’ o suposto rival. Muniu-se de uma lapiana numero 9 e lá foi acertar contas com o patrão de sua ex-esposa. O entrevero se deu na pracinha do bairro, defronte a casa de Antonio. Quando iam se engalfinhar apareceu o apartador de briga, o famoso amigo “deixa disso”… Zerivanio Alves de Souza, 44 anos tentou evitar o assassinato.

      Para quem sobrou o fio da lamina fria do divorciado ciumento? Para o amigo “deixa disso”, claro, é sempre assim nos filmes…!

      Um golpe só da lapiana abaixo do umbigo pôs fim à nova pendenga entre Walter e Zerivanio, que viera atrapalhar sua vingança contra Antonio. Zerivanio ficou com as mãos ocupadas… Segurando as vísceras que teimavam em sair fora da barriga!

      Em segundos a confusão se formou. As pessoas que ali estavam para saudar o santo que põe o pão à mesa, queria por as mãos no divorciado Walter. Para evitar que ele fosse linchado pelos populares revoltosos, Antonio levou seu antes algoz para sua casa ali perto e o manteve sob sua guarda até a chegada da policia.

     Zerivanio – não vi seus documentos, mas aposto que é paraense – não pôde esperar os bombeiros… Sua ambulância foi a viatura policial, até o hospital de Cambuí em estado grave.

      Salvo do possível linchamento, pela vitima, Walter Moreira desceu no taxi do contribuinte para a Delegacia Regional de Pouso Alegre onde assinou o 121 c/c 14 e foi se hospedar no velho hotel de Extrema…

       É ou não é enredo de cinema???