Rita é de São Sebastião da Bela Vista, tem 44 anos, boa  aparência e trabalha em uma repartição publica municipal de Pouso Alegre. No intervalo de almoço ela costuma sair do trabalho para dar um rolê pela cidade enfeitada. Namorar vitrine, ver os enfeites  natalinos na Praça Senador Jose Bento, quem sabe arrumar um ‘cacho’…

Na segunda feira, 16, como de habito, ela saiu para fazer o ‘quilo do almoço’ caminhando pela cidade. Quando se deu conta estava no interior da loja “Lojão das Fabricas” na mais bela praça da cidade. Namorou uma peça de roupa aqui, namorou outra acolá… Quando se deu conta já estava na rua caminhando bela e faceira sem se despedir de ninguém… Quando se deu conta havia uma mão forte e pesada encostada em seu ombro! Quando se virou para dar atenção ao dono da mão, ouviu uma voz clara e firme convidando;

– Dona Rita… A senhora está levando na bolsa uma peça de roupa da nossa loja… Sem pagar! Queira me acompanhar à gerencia, por favor?

Quando se deu conta a gari Rita estava sentada ao piano da delegada de plantão na Delegacia Regional de Pouso Alegre…

– Me desculpe moço. Eu não tinha intenção de roubar a calça. Foi um momento de fraqueza. – Admitiu Rita com os olhos afogados em lagrimas.

O segurança da loja – com um DVD que provava o pequeno deslize de Rita na mão –  até que perdoou. Mas a conduta da gari, ainda que seja motivada por um desvio de comportamento chamado “cleptomania”, se encaixa no tipo penal descrito no artigo 155 do código penal! Uma vez que a autoridade policial toma conhecimento do fato, é obrigada por força do artigo 319 do mesmo código penal, a fritar o autor – no caso dona Rita – sob pena de responder criminalmente pela ‘nobreza de sentimento’…!

Mas nem tudo estava perdido para dona Rita. Quando ela se deu conta, o causídico Renato Braga chegou à DP para impetrar seu pedido de fiança. Valor mínimo naturalmente; R$ 678. Mais ou menos o que ele ganha por mês. A calça jeans que Rita colocou na bolsa num ‘momento de fraqueza’, custa R$ 84,99.

Ah, só para ilustrar, este não foi o primeiro ‘momento de fraqueza’ da dona Rita. Há dois anos ela foi flagrada num destes “Big Brothers” e pagou, além da fiança, uma cesta básica à Casa de São Rafael…!

Ah, dona Rita foi a terceira pessoa a ter um ‘momento de fraqueza’ na mesma loja, de quinta feira para cá!

Com tantos “Big Brothers” espalhados por aí, já não se pode mais ter ‘momentos de fraqueza como antigamente…!!!