Essa historia é para os boêmios de fim de semana, que costumam ‘fechar’ botecos…
O primeiro sábado do ano estava divino. Sentados numa mesinha do Bar do Saulo na Vicente Simões, os quatro amigos nem viram a noite passar. Quando se deram conta, galos, galinhas, gansos e marrecos já haviam descido do poleiro e estavam por aí catando minhocas… Eram seis horas da manhã!
Hora de passar a régua e ir pra casa dormir. Passar a régua, sim! Dormir e para os fracos!
– Vamos tomar a ‘saideira’ no mercadão… – disse um deles.
O grupo de boêmios era formado por Roberio, seu amigo João Paulo, dois amigos que não apareceram na fita e o garotão Alex Adonis da Silva, que havia se juntado a eles na madrugada. O detalhe é que Roberio pensava que Alex era amigo de João Paulo e João Paulo pensava que Alex era amigo de Roberio…! – já vi esse filme antes, mais de uma vez…
Despediram dos outros dois e foram para o mercadão no Nissan March de Roberio. Ainda estava fechado. Seguiram para o Bar do Minguinho no Santa Luzia – A propósito, o Bar do Minguinho não é mais do Minguinho. Ele o vendeu no dia 31 de dezembro!
Durante o trajeto para o Bar do Minguinho, Alex pediu para o motorista parar o carro diversas vezes, para vomitar! Depois de varias saideiras no Bar do Minguinho, Alex disse que estava passando mal e pediu a Roberio para levá-lo em casa, no velho Aterrado. Quando passavam pela Adalberto Ferraz, já com o sol alto, Alex que simulara amizade, fingira mal estar, finalmente mostrou a que veio… sacou um revolver HO 32 apontou para Roberio e exigiu as chaves do carro. Assustado, confuso e indignado, mas tentando dificultar a acão do amigo bandido, Roberio retirou as chaves da ignição e jogou ao chão. Alex deu dois tiros no chão e tentou trancá-lo no porta malas. Neste momento Roberio correu para o interior do estacionamento enquanto o sangue escorria pela sua mão ferida com o tiro e seu Nissam March corria nos braços de Alex em direção ao Aterrado.
O Nissan foi apreendido pela PM pouco tempo depois, agarrado nos braços do intrujão Rafael Bruno Terra Ferreira, morador do Aterrado.
A historia da intrujão é hilária… ou cínica!
– Eu estava na porta de casa, de repente dois caras que eu não conheço saltaram do carro, jogaram uma nota de dez reais e a chave do carro na minha mão e disseram:
– “Toma, pega esse carro e some com ele. Daqui a pouco vai molhar de policia aqui”…
– ..!!!
– Quando eu ‘tava saindo com o carro a policia chegou…
– Você não pensou que o carro poderia ser roubado?
– Na hora eu nem pensei, né!
O assaltante dissimulado, que se disfarçou de amigo do amigo para roubar o carro, foi preso algumas horas depois, mas nem era preciso! Ele já estava preso … na Apac.
Antes de assaltar Robério na manha deste domingo, Alex já havia assaltado Daniel, Patrícia, Edney, Sergio… Ele estava preso desde o dia 05 de dezembro de 2010. Foi condenado a 7 anos e 4 meses de reclusão no Hotel do Juquinha. Desde o dia 09 de maio de 2012 vinha cumprindo sua pena no regime semi-aberto na APAC. Recebeu o Indulto de Natal na véspera e deveria voltar no dia 27, mas resolveu esticar o Indulto por conta própria. Só voltou para a APAC depois de roubar o carro do Roberio e jogá-lo na mão do intrujão Rafael Bruno.
Ao ser preso na APAC, já com a ‘casa caída’, Alex levou os policiais até um terreno ao lado da policlínica do velho Aterrado onde estava enterrado o revolver calibre 32, niquelado, usado para roubar o carro do ‘amigo de copo’ pela manhã.
Mudou da ‘prisão modelo’ da MG 290 para o hotel do Juquinha na BR 459.
Quanto a você, meu estimado leitor, que costuma receber o ‘amigo’ do seu amigo na sua mesa, abra seu olho! Você pode estar bebendo com o inimigo…!
De fato concordo com você, nobre jornalista, a Apac é sim prisão modelo…e desde 1972 vem recuperando vidas e contribuindo para uma sociedade menos violenta…
Olá João Valdirei, bom dia.
Quando mencionei a Apac em meu texto como prisão modelo, não usei de ironia.
Conheço a Apac, por dentro e por fora. Talvez tanto quanto o sr. Sou co-fundador da entidade em Pouso Alegre em 2003. Participei da sua fundação por acreditar nos principios pregados por seu criador Mario Ottoboni. A Apac não tem culpa se o recuperando trai a sua confiança!
Estou ausente hoje da Apac e por isso não posso dizer se tais principios continuam sendo colocados em pratica, mas continuo acreditando que a Apac pode matar o criminoso e salvar o homem.
Abraços.
Nao acredito nisso, por isso visito seu blog todos os dias. Esse carinha aí estava na porta da minha casa pedindo um copo de agua, na garupa de um amigo do amigo da minha irma! Quem ve essa carinha de coitado nao imagina né.
Olá Maira,
Pois é… Bons tempos aqueles em que o bandido era visto de longe! Hoje eles bebem no nosso copo e nem desconfiamos da sua indole!
Abraços.
Mais ainda bem que existe seu blog né! rs