A boate era usada para lavagem de dinheiro do tráfico de drogas.
A operação desencadeada na manhã desta segunda-feira, 30, prendeu dois envolvidos e apreendeu carros de luxo, incluindo um Range Rover Evoque, um Mercedes e um Jaguar. Os bens adquiridos, segundo a investigação, com dinheiro ilícito, são avaliados em mais de cinco milhões de reais. Mas é apenas a aponta do iceberg do que possui a quadrilha, avalia o delegado responsável pela operação.
A investigação do DEOESP da capital, começou há cerca de um ano, quando a policia paulista informou a polícia mineira acerca das atividades criminosas de Joao Vitor Albieiro e de sua esposa Nathalia Alessandra, signatários de dois mandados de prisão em São Paulo e Santa Catarina. Naquela ocasião, ao perceberem a polícia paulista fungando nos seus cangotes, João Vitor e a esposa dobraram a serra do cajuru e foram comer pão de queijo em Belo Horizonte. Abaixada a poeira, João Vitor e Nathalia desceram para o Sul de Minas, onde ele se apresentou à sociedade local como empresário.
Na progressista cidade sul mineira, uma das melhores do país para se empreender, João Vitor adotou novo nome: Jonathas, e adquiriu a boate ‘Kaza 51’, no centro da cidade. Mas foi o cheiro de peixe que atraiu a atenção e levou os homens da lei da capital mineira para o sul de minas… a “Big Shark”, loja montada pelo traficante para lavar dinheiro do tráfico – aliás, nome muito sugestivo!
De fato, João Vitor não é “peixe pequeno”! O moço de apenas 28 anos, é figurinha fácil no álbum da polícia interestadual. Foi preso em 2016 por roubo, processado em Santa Catarina em 2018 por tráfico. Segundo a investigação ora em curso, sua quadrilha tem ramificações no estado do Amazonas, por onde entra parte das remessas de drogas que são distribuídas por ele em São Paulo e Minas.
Durante a investigação, Rubens, um dos supostos membros da quadrilha, foi preso ainda no estado do Pará transportando uma tonelada de ‘erva marvada’.
Ainda segundo o delegado Thiago Machado, João Vitor Albieiro levava vida de nababo em Pouso Alegre. Vivia em um condomínio de alto padrão e circulava no meio social se passando por empresário e desfilando em carros de luxo! No entanto, para evitar holofotes da polícia, os bens estão registrados quase todos em nome de laranjas e de familiares, inclusive a sogra e avó da esposa, as quais respondem pelo crime de lavagem de dinheiro. Segundo a investigação, tais bens, atribuídos ao falso empresário do ramo noturno e de ‘tubarão grande’, estão espalhados por Cabreúva, Itupeva, Jundiaí, Bertioga, todos no estado de São Paulo, e agora Pouso Alegre-MG.
Dos 09 mandados de prisão, cinco investigados receberam as pulseiras de prata da lei. Dois deles – Fábio Camilo e Rafael Pessoa Romano – presos em Pouso Alegre, foram se hospedar no Hotel do Juquinha.
A demora da justiça em analisar e expedir os respectivos ‘mandamus’ solicitados pelo paladino da lei, acabou dando refresco para o traficante e parte do seu bando. João Vitor e a esposa Nathalia Alessandra e o corretor de imóveis e braço direito do bando, Julio Marangoni, mais uma vez conseguiram dobrar a serra do cajuru… mas a batata está assando pra eles!