Suspense e forrobodó em Congonhal

Os personagens e o roteiro deste filme são antigos… o enredo, embora parecido, é novo!!

Odair entrou, trancou a porta atrás de si, retirou a chave da fechadura, foi para a cozinha e o clima foi ficando tenso.

Ele sempre fora esquisito, mas desta vez estava pior.

Sorumbático, taciturno, ele andava lentamente de um lado para outro, olhava de soslaio sem encarar a cara-metade.

Leonilda percebeu que aquela historia não acabaria bem. Notou aborrecida que a faca de lamina fria e brilhante, havia ficado sob a mesa. Odair também notou. Ela estivera chupando cana…

Com medo de despertar a ira do amasio, Leonilda foi se aproximando de mansinho, da janela. Arrependia amargamente de ter esquecido a faca suja de cana sob a mesa…. Calculou a distancia, pensou:será que vou conseguir? – Alfred Hitcoock teria adorado filmar estas cenas – De repente de um golpe só escancarou o vitrô e tentou pular a janela… Não conseguiu!!!

Odair foi mais rápido. Agarrou suas pernas, sua cintura, seu pescoço e tentou enforcá-la, sufocando seus gritos. Leonilda lutou desesperadamente e conseguiu desvenciliar-se do amasio e gritar por socorro.

Um vizinho chamou a policia e mais uma vez o casal foi parar no Plantão Policial!

O fato, que já aconteceu diversas vezes nos últimos três anos, desde que decidiram juntar os cobertores, se repetiu ontem ao pé da noite na pequena e alegre Congonhal, terra da batata, do boi gordo, do queijo mineiro, de frente para a serra de São Domingos.

Odair Felipe Roberto, 37 anos, disse que estava apenas dicutindo com a companheira Leonilda Marcelina de Faria Silva, 45 anos…

– … Ela reatou a amizade com os parentes dela!!! Eles são contra o nosso relacionamento. Vivem implicando…

Se Leonilda esteve com a vida por um fio afiado de lamina fria ou não, os vizinhos garantem que foi muito mais do que trololó… Foi um tremendo forrobodó. E como Odair já é uzeiro e vezeiro nestas cenas, assinou mais um 147, com tempero de Maria da Penha.

Mas… Se pagar 622 reais de fiança, poderá voltar para casa! …

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