Passavam os homens da lei pelo bairro São Cristóvão na noite ainda criança desta quarta, 20, quando avistaram um cidadão com pinta de somongó na porta de uma casa e resolveram abordá-lo. O dialogo foi mais ou menos assim:
– Voce é o Alex Sandro? Temos informações que você anda vendendo drogas no bairro… É verdade?
– ‘Capaiz’, sargento! Mexo com isso não…!
– Podemos dar uma olhada na sua casa…?
– À vontade, sargento. Sou do bem…
Já no interior da residência, Alex Sandro resolveu admitir que, embora não vendesse, era chegado a um baseado. E entregou uma porção de maconha já esfarelada, pronta para ser enrolada na seda, a qual ele guardava na geladeira.
– Só tenho essa aqui… Eu dou uns tapas na erva de vez em quando – disse meio desenxabido, com cara de gato que acabou de comer o toucinho!
Diante da conjuntura ligeiramente obnubilada, os policiais resolveram procurar mais drogas! E acabaram achando num dos cômodos do quintal 27 barangas de maconha pronta para comercio e um tijolinho da mesma erva, que seria fracionado e embalado para venda no varejo. A droga estava diligentemente escondida dentro de um tapete enrolado, coberto por outras roupas! Pilhado com a mão na massa, Alex Sandro mudou o discurso, tentando tapar o sol com a peneira…
– Ôh, sargento… a droga não é minha, não! Eu só ‘tava’ guardando ela para um sujeito do bairro. Ele me paga cem reais por semana para guardar pra ele!
– E quem é o sujeito dono da droga?
– Posso falar não, sargento… Senão ele me mata!
Os policiais sabiam que a droga era do “João Tapira”. Mas nem precisava saber! Afinal, “guardar” droga é um dos 18 verbos do artigo 33 da Lei 11.343, cuja pena varia de 5 a 15 anos de cana.
Portanto, Alex Sandro Augusto Ramos, 26, recebeu as pulseiras de prata, desceu no Taxi do Contribuinte, sentou-se ao piano do paladino da lei na DP, assinou o 33 e, pela manhã, seguiu no Taxi do Magaiver para o superlotado Hotel do Juquinha!