Os primeiros passos no crime…

Popota começou cedo a ‘caminhada’.

Imagem Ilustrativa

Aos treze anos, com uma camiseta na qual cabia quase dois dele, uma bermuda de moletom cortada sem costura pelas canelas, os pés sujinhos no chão, e uma latinha na mão, pedia moedinhas nos semáforos.

Quando conseguia ganhar alguns trocados e nenhum marmanjo lhe tomava antes de chegar em casa, entregava tudo à mãe… Era para comprar comida!

Quando o movimento nos semáforos estava ruim, ele saia pedindo pelas ruas. Foi aí que começou perceber que nas lojas e mercados, muitas vezes os lojistas estavam distraídos. Era fácil pegar um objeto ou outro e sair de fininho, sem ser percebido.

Com os pequenos furtos começou ganhar dinheiro além de migalhas. A primeira coisa que fez foi renovar seu ‘guarda-roupa’.

Aos quinze anos já desfilava de calça jeans, camiseta e tênis de marca. O boné, também de marca e de aba fina, dava o toque final. Intrujão para comprar seus ‘cabritos’ não faltavam. Só no seu bairro, sob a fachada de ‘brechó’ e outros objetos usados, havia uns três estabelecimentos que compravam qualquer coisa sem perguntar pela procedência… por um décimo do valor de mercado! Dois deles adotavam outra moeda de troca… ‘erva marvada’, pedra bege fedorenta ou farinha do capeta ao gosto do cliente! Essa moeda valia três vezes mais. Com isso o introdução ganhava duas vezes. Além de ganhar na aquisição de mercadoria barata, alimentava também sua biqueira e a clientela de drogas, pois os pequenos delinquentes vendiam dois terços da droga trocada por mercadoria surrupiada.

De ladrãozinho de lojas e aviãozinho do tráfico à assaltante de farmácias, postos de combustíveis e supermercados foi um pulinho… foi só seguir o inexorável passar dos dias.

No final da menoridade, ‘Popota’, o garoto pobre da baixada já era figurinha fácil no álbum da polícia. Conhecia todos os conselheiros tutelares da cidade, assistentes sociais, promotor e o juiz da infância e da juventude!… e até o lado interno de alguns ‘centros socioeducativos’! Nada disso, no entanto, o educou.

Duas semanas depois de completar dezoito anos enroscou-se nas malhas da lei. Caiu tentando roubar uma farmácia…

 

Esse pequeno trecho é parte integrante do romance policial de Airton Chips:

“UMA VIAGEM QUE NÃO CHEGOU AO FIM”.

O livro está disponível no site da ‘Editora Dialética’ ou, através do WhatsApp 35 9.9802-3113. 

 

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