Mais um ‘conto do vigário’ na praça…

       O golpe aplicado na dona Maria nesta quarta-feira, 21, aconteceu no mesmo horário e seguiu o mesmo roteiro do caso da dona Irene. Só mudou o enredo, o local e o valor do golpe! E teve também um ingrediente à mais: uma garrafa d’agua que fez dona Maria ficar grogue!

Segundo dona Maria, os saques foram feitos na agencia do BB da Avenida Doutor Lisboa…

A abordagem aconteceu às onze da manhã nas proximidades do Açougue do Donizete, no Jardim Esplanada em Pouso Alegre. A mulher baixa, morena, de cabelos pretos e longos, ligeiramente obesa e com o ‘infalível’ sotaque caipira para esses casos se aproximou e foi direto ao assunto.

“Dona, eu moro na roça, em Itajubá. Minha casa pegou fogo. Eu tenho aqui um bilhete do seguro, mas preciso de ajuda para receber, pois não tenho conta no banco. Voce pode me ajudar”, disse a senhora morena de meia idade, com cara de ‘pelamordedeus’!

Enquanto a aposentada de 68 anos estendia suas condolências à pobre senhora sem teto, um casal apareceu do nada e ofereceu ajuda.

“Mas eu fiquei com medo do casal dar o golpe na coitada, por isso falei que não ia sair de perto dela”, contou dona Maria.

Diante do altruísmo de dona Maria, o trio então ofereceu a ela R$ 8 mil de recompensa se ela os ajudasse a receber o bilhete do seguro da casa queimada. Em seguida a mulher loira magra ofereceu-lhe uma garrafa d’agua adquirida – segundo ela – numa padaria ali perto.

“Ao beber a agua que ela me deu eu fiquei sonolenta e fui com a mulher loira ao banco do Brasil. Ela pegou meu cartão, sacou mil reais no caixa eletrônico e ao ver o saldo, mandou que eu sacasse mais cinco mil na ‘boca do caixa’ e guardou na bolsa dela”, disse Maria à policia.

“É perigoso andar por aí com esse dinheiro. Voce pode ser assaltada. Deixe que eu guardo pra você na minha bolsa”, teria dito a salafrária loira magricela, segundo relato de Maria.

Apesar de toda sonolência, dona Maria registrou quase todos os detalhes do enredo. Segundo ela, do Banco do Brasil voltaram de taxi para o local do encontro no Jardim Esplanada, onde estavam a ‘pobre coitada’ da casa queimada e o sujeito alto. Neste momento apareceu um terceiro vigarista dizendo que era irmão dela e a levou para casa. O casal, a pretexto de ir ao banheiro, saiu à francesa.

Ao ver-se sozinha na rua, sem lenço, sem documentos e sem R$ 6 mil na conta bancaria, dona Maria foi para casa. Segundo ela, devido à sonolência que ainda sentia por causa da agua – batizada! – deitou-se para descansar e acabou dormindo. Mais tarde, bem mais tarde, por volta de seis e meia, quando o quarteto de vigaristas já ‘teria incendiado’ mais umas duas casas por aí, dona Maria procurou a delegacia de policia para registrar o fato e… pedir providencias!

Segundo o policial, no momento do registro do fato, dona Maria ainda apresentada ‘fala pastosa’… em virtude, segundo ela, da água batizada! Mas ficou só com o cabo do guarda-chuva na mão!

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