Ele bateu na porta, fez cara de pelamordedeus, disse que estava passando fome, ganhou comida, pediu agua e quando o bom samaritano foi buscar, ele passou a mão leve na bicicleta!
Em matéria de crimes contra o patrimônio, o mês de dezembro em Pouso Alegre, vai bem obrigado! Até agora, final do dia desta segunda feira,04, dentre os mais de 400 BOs registrados pelas policias civil e militar, apenas 18 relatam furtos. Quase todos pés-de-couve!
O maior deles aconteceu no bairro Pantaninho, onde larápios encostaram uma caminhonete e furtaram tudo que havia na mercearia: de detergente a caixas de latas de loira gelada.
No bairro das Palmeiras um caubói furtou um cavalo Manga Larga Marchador;
No bairro Curralinho os cavalos, quero dizer, os meliantes levaram uma charrete, mas abandonaram no Foch quando viram a policia;
Na Rua Roberto Ramos de Oliveira, zona quente de criminalidade, furtaram um Gol que estava dando sopa para o malandro em prato fundo;
Na chácara do Manuel, onde acontecia uma festa para mais de 100 pessoas, um moço se amarrou num pé-de-cana, cochilou e o cachimbo caiu… quero dizer, retiraram o celular da sua algibeira enquanto ele se atracava com Morfeu;
Foi também numa festa na roça que um garoto de 15 anos foi de moto escondido do pai… e voltou à pé!
No Guadalupe um ‘dimenor’ furtou uma chapinha e um frasco de perfume da irmã… para trocar por pedra!
O furto que mais chamou a atenção aconteceu no meio da tarde desta segunda-feira, 04, no Foch. Estava o jovem Cadu quieto no aconchego do seu lar quando bateram à sua porta. Era um jovem queimado de sol, estatura mediana, olhos castanhos, cabelos pretos encaracolados, usando camiseta branca e bermuda jeans. O que chamou a atenção em Cadu foi a fisionomia de ‘pelamordedeus’ do jovem. E ele chorou as pitangas:
– Moço, eu estou passando necessidades. Será que o sr. não pode me dar alguma coisa para colocar na minha panela? Pode ser arroz, feijão, oleo… a despensa lá de casa só tem teia de aranha…
Condoído pela chorumela do jovem, Cadu fez uma mini cesta básica e entregou ao pedinte. E continuou do lado de fora do portão conversando com ele, falando mal da chuva, dos pernilongos… falando do governo! até que o jovem pediu um copo d’agua. Como já eram – quase – amigos, Cadu se afastou e foi buscar o precioso líquido, bem geladinho. Quando voltou com o copo d’agua, só o pó! O pedinte com cara de palamordedeus já havia ido embora… E com ele havia ido também a bicicleta vermelha de 21 marchas do Cadu, que estava na garage…!
E aí vem o velho jargão – modificado: “Fazer o bem”, às vezes é preciso “olhar a quem”!