Ele passou quatro meses no ventre da mãe inerte e outros seis meses numa incubadora, até finalmente poder deixar o hospital e ir para casa nos braços do pai!
“É o dia mais feliz da minha vida” disse o motorista e entregador Eduardo de Noronha, 25 anos, ao sair do hospital com o filho no colo, depois de oito meses do nascimento. Na terça feira 21, ele carregou no colo o filho Yago e o levou pela primeira vez para fora do hospital.
O “Pequeno Guerreiro”, como ficou conhecido em Campo Grande-MS, nasceu há sete meses e 21 dias com apenas 1,05 quilo. A mãe, Renata Sodré, 22, vítima de um AVC, teve morte cerebral quando estava no quarto mês de gravidez. Eduardo e familiares, no entanto, decidiram levar a gravidez adiante e tentar salvar o bebê. Com ajuda de aparelhos os médicos conseguiram manter os órgãos da mãe funcionando. Ao final da 27ª semana de gestação Yago veio ao mundo – e a mãe pode enfim ser enterrada.
A chegada do bebê, tão pequenino e frágil, trouxe também apreensão e incertezas. Ele havia herdado uma serie de bactérias do corpo sem vida da mãe e muitos dos seus órgãos ainda não estavam bem formados, como os pulmões, o intestino e a retina. Ficou seis meses na UTI e passou por cirurgias de alto risco no coração e nos olhos, além de receber tratamento com antibióticos fortes para curar seu quadro de infecção. O neonatologista Valter Peres, que o acompanhou desde o nascimento, diz que chegou a duvidar que Yago pudesse sobreviver. “Mas ele sempre foi forte, lutou muito pela vida”.
O pai o visitava diariamente e o viu crescer na incubadora até chegar aos 3,5 quilos. Em março deste ano, quando foi entrevistado por VEJA, pouco antes do nascimento do filho, Eduardo chorou pela fatalidade que acometera sua mulher e que poderia também atingir seu filho. Passados oito meses, o pai voltou a chorar… mas desta vez de alegria, ao sair do hospital com Yago, saudável!
Mistério, fé, esperança… milagre!?
Quem teve que esperar seis semanas para levar seu filhinho com 1,8 quilos para casa, saberá responder!