Cambui depois do vendaval…

Aos poucos a cidade vai voltando à rotina.
Foram apenas quatro BOs registrados na cidade na segunda feira, 15! Mas foram BOs que marcaram o dia, a semana, o mês, o ano e quiçá a década!
O primeiro crime aconteceu por volta de duas da madrugada quando bandidos armados arrombaram as portas de dois bancos no centro da cidade… à bala! Já no interior das agencias tentaram abrir os cofres com explosivos, mas não conseguiram. Antes de deixar a cidade em polvorosa dispararam tiros de calibre pesado à esmo, com o objetivo único de mostrar ousadia, de mostrar o quanto a população está à mercê deles, dos criminosos!
Às Dez da manhã aconteceu o segundo crime do dia no centro da cidade. Atrás do cano de uma pistola, um assaltante alto, magro de cabelos pintados de amarelo, tomou um malote da gerente de uma casa lotérica e fugiu levando cerca de R$ 70 mil em cheques e dinheiro.
O terceiro e mais violento crime, que exporia toda a fragilidade da sociedade diante da latente criminalidade no país, aconteceu meia hora depois. Ao chegar em casa, no bairro N.S.Aparecida, o funcionário da prefeitura Laercio da Silva Tavares foi abordado por um assaltante. O meliante apontou para ele um trabuco e tentou roubar seu carro. Laercio reagiu, houve troca de tiros. O bandido recebeu três tiros e morreu no local. Laercio também foi baleado pelo bandido, foi socorrido e morreu no início da noite no hospital!
Para fechar o “dia atípico” – e põe atípico nisso! – apesar de toda tensão e medo, e de a cidade estar coalhada de policiais, uma dupla de motoqueiros ainda arranjou disposição para praticar um assalto pé-de-couve! Por volta de sete e meia da noite um motoqueiro saltou da garupa do ‘parça’ na rua Antonio Magalhaes, no mesmo bairro do funesto crime da manhã, apontou um trabuco para uma garotinha e tomou seu celular. Sua mãe tentou evitar o roubo… e recebeu apenas uns empurrões.
O assaltante morto, sem lenço e sem documentos, só foi reconhecido, pela família, em Pouso Alegre, no meio da madrugada. Muito antes disso no entanto, supostos familiares e comparsas do bandido morto inundaram a pequena e já assustada Cambuí de ameaças. As mensagens eram tão ameaçadoras – bandidos, se dizendo membros da facção criminosa PCC – foi tão grande que a família do motorista morto sequer pode velar seu corpo e fazer seu sepultamento na cidade!
Apesar de toda gravidade dos casos, excetuando os crimes de ameaças sofridas pelos familiares do motorista que trocou tiros com o assaltante, nenhum deles tem ligação com outro! Mas pintou uma pagina negra na historia da cidade!
O assaltante que matou o motorista Laercio Tavares, e também morreu, era Paulo Cesar Chrispim, 35 anos, natural e residente em Itajubá, – figurinha fácil no álbum da policia daquele município – a pouco mais de 100 quilômetros do local dos crimes! Segundo um irmão que reconheceu o corpo, Paulo Cesar foi o quinto membro da família a morrer no crime!
Depois do dia negro – e naturalmente atípico! – em Cambui, a criminalidade voltou ao trivial. Na terça não ouve crimes. Na quarta feira aconteceram quatro delitos corriqueiros. três furtos e um trafico formiguinha:
No final da noite de terça os amigos Odilon Cerino Bucheron e Ironildo Neves dos Santos pararam seus caminhões no Posto Frango Assado e foram dormir. De manha perceberam que os faróis dos caminhões haviam sido roubados!
Ao pé da noite de quarta o cidadão Alair Fernandes estacionou sua moto Honda Titan defronte a igreja Universal e foi orar… Mais tarde quando saiu do culto, a motoca havia ido em embora… Nos braços de outro! Mas Alair não teve prejuízo total. Três horas depois a moto foi encontrada escondida debaixo de galhos e folhas perto da Ponte de Madeira na beira da Fernão Dias.
Às dez e meia da noite de quarta, 17, um motorista assim assado encostou seu Uno Mille cinza, placa CLZ-8655 na bomba do Posto Tatita, mandou colocar R$ 50 de gasolina, e depois de atendido ligou o carro e foi embora… sem pagar!
Atendendo a denuncias de amigos ocultos da lei, a policia militar prendeu na manha de quarta, dois “traficantes formiguinhas” perto da quadra poliesportiva do Santo Antônio. Durante abordagem Rafael Ribeiro dos Santos, 30, e W.O.S., 17, tentaram jogar a prova do crime no riacho ali perto. Mas não foram felizes! Ambos receberam pulseiras de prata da lei e desceram no taxi do contribuinte para a DP, sentaram ao piano e a assinaram o 33!
Para Rafael Ribeiro deu cana! Para W.O.S. … “deu nada, não”, pois “dimenor” não comete crime!
Pelo menos a criminalidade na cidade de Cambui voltou à rotina!

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