Alfaiate por profissão… Cantor e compositor por opção. Nasceu Alcides Felisbino Basilio no dia 22 de novembro de 1922, em Formiga. Foi rebatizado “Nonô” aos 12 anos quando começou a cantar em parceria com o irmão. Tornou-se afilhado da dupla Cascatinha & Inhana em 1953, quando casou-se com a parceira Naná. Em 1996, com a esposa e parceira, gravou seu ultimo disco, com o titulo: “Nossa Ultima Lembrança”! Morreu em 1997 aos 74 anos de muita musica sertaneja raiz.
Em parceria com a esposa Naná e os padrinhos Cascatinha & Inhana e outras dezenas de cantores e compositores sertanejos, Nonô compôs centenas de musicas sertanejas raiz. E cantaram em vários ritmos musicais.
Seu maior sucesso, “Magoa de Boiadeiro”, composto em parceria com Índio Vago, foi gravado por dezenas de cantores sertanejos entre eles Ouro & Pinguinho e Pedro Bento & Zé da Estrada. Mas se eternizou na voz de Sergio Reis.
– Ô de casa…?
– Ô de fora…!
– ‘Tarde…
– Vâmo chegá…!
Foi com este curto e simplório dialogo caipira que conheci Nonô Basilio em seu sitio no bairro Canta Galo em Pouso Alegre em 1995. No minuto seguinte eu e o Mario estávamos sentados na sala simples e aconchegante de sua casa. Uma legitima ‘casa de caboclo’! Mobiliada e ornada com coisas da roça, inclusive as ‘tralhas’ do seu ‘boiadeiro magoado’!
Duas semanas depois o recebi em minha no bairro dos Coutinhos. Casa também simples, porém com menos bom gosto! Aliás, gosto foi o que meu novo amigo Nonô Basilio sentiu… Gosto de feijoada! Pena que errei no tempero… A feijoada ficou ligeiramente salgada! Mas o suco de gerereba trazido do alambique dos Fernandes, que ele adorava, amenizou. Gostou tanto da cachacinha artesanal que pediu para levar a garrafa para o palco. Naquela sexta feira, no sábado e no domingo Nonô Basilio deu-nos o prazer de sua presença como jurado no 1º Festival de Musica Sertaneja do Bairro dos Coutinhos!
Meses depois voltei ao sitio de Nonô no Canta galo. Fui levar meu saudoso tio Antônio, que tinha negócios com ele. Nonô lhe deu um frango carijó e como pagamento pelo ‘carreto’, meu tio me deu o frango.
-… Fica com esse frango pra você almoçar amanha! – Disse ele.
Era um frango carijó dourado, mestiço índio, robusto e garboso… Nem pensar em coloca-lo na panela. Virou galo! cuidou de um seleto harém de galinhas caipiras, cantou quase tão afinado quanto Nonô e reinou durante mais de três anos no meu terreiro!
A passagem mais marcante do velho cantor, compositor e diretor artístico foi justamente sua ‘passagem’… Nonô morreu no dia 1º de julho! Recebi a noticia no dia seguinte através do radialista e amigo comum Hilário Coutinho… Tres dias depois meu pai foi se encontrar com ele…!
Vocês deixaram muitos amigos… E muitas saudades!